google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 junho 2014 - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Foto: autor


A placa acima encontra-se na rodovia RJ 157, um trecho pequeno que sai da Via Dutra (BR 116) na altura de Barra Mansa (RJ) e que na divisa com o Estado de São Paulo emenda na SP 064, que leva a Bananal (SP). Mais do que curiosa ou mesmo engraçada, a mensagem entristece, ao mostrar que temos um longo caminho a percorrer para sermos classificados como nação avançada. Usar o acostamento como depósito de qualquer coisa, ou até mesmo como lixeira, é inconcebível. Entretanto, acontece, obrigando a colocação de uma placa como essa.

Ainda está fresca na memória de muitos a cena de um grupo de torcedores japoneses recolhendo lixo deixado na área da platéia da Arena Pernambuco — cresci sabendo que arena era local para touradas, mas, tudo bem, é "muderno" — após o jogo contra a seleção da Costa do Marfim dia 14 último. Que exemplo de educação e civilidade.

Japonês recolhe lixo após o jogo (foto uol.com.br)



Uma das afirmações sobre o motor flexível em combustível (conhecido como "flex") é que ele é um "pato". Por que a associação do motor com nosso simpático amigo emplumado, que já inspirou toda uma família de personagens do Walt Disney, além do esquentado Patolino da Warner Bros.? É porque a ave em questão consegue transitar pelos três ambientes: terrestre, aquático e aéreo. O pato anda, nada e voa, embora não consiga fazer nenhum dos três com excelência. Ele simplesmente funciona nas três modalidades, sem ser excelente em nenhuma.

Este termo, "pato", é usado para vários objetos que se propõem a ser multi-uso, mas que não conseguem fazer muito bem cada um destes usos separadamente. A culpa disso, em grande parte, é ter que abrir mão da otimização em nome do compromisso: se o pato fosse otimizado para voar (como uma águia), não nadaria. Se fosse otimizado para nadar (como um peixe), não voaria. E por aí vai. Do jeito que é, justamente por não ser otimizado para nada é que ele consegue fazer as três coisas. Foi a melhor solução que a natureza encontrou para fazer um bicho "multi-uso".

Foto: itu.com.br
Rodovia SP 280 Castelo Branco


Em 17 de novembro de 2007 foi publicada no Best Cars Web Site a minha coluna semanal "Do banco do motorista", sob  o título "Salve-se quem puder", na qual relatei o que se passou com um amigo, Luiz Henrique Alves, ex-colega de General Motors, engenharia do produto, fato acompanhado de omissão de socorro por parte da ViaOeste, concessionária da Rodovia dos Bandeirantes. Contei que o Luiz Henrique saíra de Sorocaba (SP) no dia  2 de agosto bem cedo, às 5h40, rumo a São Paulo em seu carro particular. Ainda na SP 75 "Castelinho", trecho que liga Sorocaba à rodovia SP 280 Castelo Branco, ele começou a sentir um mal-estar no estômago, que evoluiria para dores no peito e formigamento da mão esquerda.

Fac-simile da minha coluna no Best Cars Web Site

No começo ele até julgou se tratar de um simples mal-estar e resolveu seguir em frente, até à praça do pedágio no km 74 da Castelo Branco. Se o sintoma persistisse, raciocinou, pediria ali socorro, pois como usuário habitual da estrada ele sabia haver lá uma unidade de emergência disponibilizada pela concessionária. Um raciocínio dentro de toda lógica de engenheiro que é.
Corvette C7.R e Ferrari 458 Italia

O primeiro Corvette, o original de 1953, com seu anêmico motor seis-cilindros Blue Flame de 150 cv de potência bruta, não era mesmo grande coisa em termos de desempenho. Quando Zora Arkus-Duntov tomou as rédeas do programa, logo colocou um V-8 no pequeno esportivo e o sucesso foi meteórico.

Não demorou para que o Corvette emplacasse também nas pistas, com carros espetaculares e resultados que até os europeus se surpreenderam. Vendo os últimos anos, um dos grandes representantes da dinastia foi o C6.R, modelo que até o ano passado competia de igual para igual com Ferrari, Aston Martin e Porsche.

Vencedor na sua classe em Le Mans e campeão da categoria em 2012, o C6.R além de rápido mostrou-se resistente, com a confiabilidade de um V-8 Chevrolet mais do que conhecida e renomada. Criado pela Pratt & Miller, empresa americana de preparações e projetos especiais, o modelo não deixava nada a desejar em termos de tecnologia frente aos concorrentes europeus.

O Corvette C6.R da Larbre Competition em Interlagos

O V-8 de um único comando alojado no meio do "V" e válvulas acionadas por varetas e balancins é a prova de que a simplicidade ainda é o forte para provas de longa duração. Quanto mais complicados, mais peças, maior a chance de um problema ocorrer. Nos primeiros modelos de 2005, o motor era um 7-litros derivado do LS7 para a categoria GT1, depois passou para 6 litros e até o 5,5-litros da última geração, já no que era a GT2.

Neste ano, com o lançamento da nova geração do Corvette Stingray de rua, o carro de corrida também tinha que ser atualizado, e nasceu o C7.R com a nova carroceria que remete ao carro de produção. O motor manteve-se similar ao do carro anterior, 5,5-litros “varetado”, mas agora com injeção direta de combustível e sem o sistema de comando variável disponível no carro de produção.




Coluna 2614  26.junho.2014          rnasser@autoentusiastas.com.br        

Do bom Encontro de Antigos em Araxá
Encerrado o XXI Encontro Nacional de Veículos Antigos, adequadamente realizado no arquitetonicamente imponente Grande Hotel de Araxá, MG, a dúvida sobre a concorrência com outro evento em Águas de Lindóia, SP, dissipou-se. Araxá, como usualmente chamado, mostrou sua fórmula correta: veículos de qualidade; esforço para apresentar novidades; público qualificado; leilão de antigos. Dos veículos relevantes, Ferrari 212 Barchetta, restaurada no Ferrari Classiche, departamento desta fábrica para cuidar dos antigos; Bugatti 1938 carroceria Grangloff Stelvio; Alfa Romeo 2500 carroceria Boneschi, de 1950; Cadillac V-16, 1939 e, curioso e raro Cadillac 1958, sedã 4-portas sem coluna, versão Brougham, teto em aço escovado, de aparência incrivelmente leve sobre a carroceria com linhas bolhosas e excessos típicos do final dos anos 1950.

Ferrari 212 Barchetta

Alfa Romeo 2500 Boneschi

Vista do evento



A Continental aplicou no pneu ContiPowerContact (foto acima) o que classifico como o maior avanço em prol da segurança ativa, a marca TWI Wet. Como muitos sabem, a marca TWI (tread wear indicator, indicador de desgaste da banda de rodagem), em número de quatro e dispostas a 90° uma da outra, estão a uma altura correspondente a uma profundidade de sulco de 1,6 mm. Quando um pneu ultrapassa esse desgaste é considerado ilegal e leva tanto à apreensão do veículo quanto à recusa das seguradoras em saldarem um sinistro.

Só que tal profundidade de sulco, 1,6 mm, é completamente inservível em piso molhado por não drenar água, motivo para recomendarmos aqui no Ae trocar os pneus quando chegarem a 4 mm de profundidade de sulco, a metade de um pneu novo, se o objetivo é minimizar o mais possível a possibilidade de perigosa aquaplanagem. Inclusive, essa questão foi parte do polêmico post "Pneus novos na dianteira, por favor", de 3 de janeiro de 2010 (leia), uma vez que os fabricantes de pneus recomendam pneus novos atrás e os usados na frente em caso de troca de apenas dois pneus, omitindo — irresponsável e criminosamente, eu diria — o fato de que um pneu na dianteira tendo chegado à TWI ou perto dela é um sério risco à segurança pelo alto risco de aquaplanagem.

O que a Continental fez, e merece todo o aplauso do AUTOentusiastas e de quem preza a segurança ativa foi aplicar uma segunda TWI, a TWI Wet (molhado), que corresponde a uma profundidade de sulco de 3 mm. Seguindo essa valiosa orientação, os proprietários de automóveis terão noção exata da profundidade de sulco que garanta um mínimo de drenagem de água, reduzindo drasticamente, se observada, as possibilidades da perigosa aquaplanagem. Muitas vidas certamente serão poupadas.

Parabéns, Continental! Que seja imitada logo.

BS



O Jeep novinho em folha no jardim do Centro de Pesquisas da Ford em São Bernardo do Campo

O Jeep, um dos mais famosos veículos fora-de-estrada da história, foi usado intensamente pelo exército dos Estados Unidos e pelas forças aliadas durante grande parte da Segunda Guerra Mundial. Desenvolvido inicialmente pela empresa Bantan, seu projeto foi repassado para a Willys-Overland que, após o final da guerra, percebeu que o utilitário também era cobiçado pela população civil pelo que se conheceu de seu desempenho nos campos de batalha através dos noticiários. 

Para isso registrou para si o nome Jeep e lançou o CJ (civilian Jeep), uma vez que a Ford fora a maior fabricante do Jeep no conflito, graças ao seu poderio industrial, e poderia eventualmente querer produzir um veículo com as mesmas aptidões, dando-lhe o já popular nome.

Em nossa terra, o Jeep foi lançado pela Willys-Overland do Brasil em 24 de fevereiro de 1954 já o CJ-3B.

Em um país que se ressentia da qualidade das suas estradas, o Jeep topava qualquer desafio em qualquer terreno. Sua tração nas quatro rodas e reduzida tornaram-no o veículo ideal para o Brasil nos anos 1950, quando a esmagadora maioria dos caminhos não tinham pavimentação, eram em terra. Isso explica o por que a Willys vendeu mais de 50.000 Jeeps no Brasil, no período de 1954 a 1960.

De 1954 a 1957 o Jeep era ainda equipado com o motor 4-cilindros F-134 Hurricane e câmbio de três marchas com primeira não sincronizada (134 era a cilindrada em polegadas cúbicas).  A partir de 1958 um novo motor passa a equipar o Jeep, o BF-161 (pol³), de 6 cilindros e 2.638 cm³, fundido e fabricado no Brasil na fábrica de Taubaté (SP). O seu índice de nacionalização chegava perto dos 80%, um feito para a época de início da indústria de automóveis no Brasil. Agora era o CJ-5.

Motor BF-161 Hurricane

Fotos: autor

BMW 2002 ti Alpina 1969

Eu tive o prazer de visitar o XXI Encontro de Automóveis Antigos que foi uma das atividades Brazil Classics Fiat Show 2014 em Araxá (MG). Como prometido, as fotos do encontro foram postadas no Instagram e Facebook duarante a visitação do encontro. 

Sei que muitos leitores acompanharam em tempo real, mas outros não seguem as mídias sociais. Como são mais de 300 fotos feitas com o celular e mais 300 com câmera fotográfica ainda não foi possível montar um álbum completo. 

No entanto, para não deixar passar muito tempo, resolvi postar os destaques que mais me atraíram.

20 detalhes interessantes

"Spirit of Ecstasy", um dos ornamentos mais famosos de todos os tempos em um versão de joelhos

A Toyota Motor Corporation apresentou nesta quarta-feira, 25 de junho, o desenho externo de seu sedã movido a pilha a combustível a hidrogênio. O modelo, que foi apresentado pela primeira vez como carro-conceito no Salão de Tóquio de 2013, será lançado no primeiro semestre de 2015, no Japão. Além disso, a fabricante também já está com os preparativos em andamento para a fase de lançamento nos mercados americano e europeu.

No Japão, o sedã será vendido ao preço de cerca de 7 milhões de ienes (aproximadamente US$ 68 mil, livre de impostos). Inicialmente, as vendas serão limitadas apenas para as regiões onde a infraestrutura de abastecimento de hidrogênio está sendo desenvolvida. Os preços para os mercados dos EUA e Europa ainda não foram definidos. No futuro próximo, além do preço, a Toyota irá divulgar também informações mais detalhadas, tais como especificações e metas de vendas.



Liberdade é um sonho que acompanha o ser humano desde sempre. Ainda que não tenhamos asas como os pássaros, maior símbolo da tão sonhada liberdade, um par de rodas é capaz de dar conta do recado, principalmente se elas fizerem parte de uma respeitável estirpe de motocicletas cujo nome (mesmo em inglês) exprime perfeitamente seu espírito para o qual foi criada: Adventure!



A primeira das BMW a ganhar o Adventure estampado no tanque de combustível foi a R 1150 GS, em 2001. Tratava-se de um modelo adaptado para encarar longas viagens pelos mais inóspitos caminhos. Para isso ela trazia reservatório de combustível com a generosa capacidade de 30 litros, um pára-brisa maior, banco em peça única — o da GS normal era dividido em dois —, suspensões com 20 mm a mais de curso e câmbio com a primeira marcha mais curta e a sexta convencional, em vez de overdrive. Outro diferenciador do modelo, obtido com a mudança dos sensores que gerenciavam a ignição, era capacidade de aceitar combustível de péssima qualidade, algo enfrentado por viajantes que rodam por lugares onde nem sequer há água potável, o que dizer de gasolina de boa qualidade... Desde então, a versão Adventure sempre esteve presente como a topa-tudo da família GS e agora, para nossa alegria, também na linha F 800... mais fácil de pilotar e mais ace$$ível!





Já conhecida por uma série de obras voltadas aos automóveis, a editora Alaúde acaba de lançar um livro dedicado aos que também curtem motocicletas. “Paixão por motos”, obra de Jean-Louis Basset e Pascal Franck, já está disponível nas livrarias brasileiras em formato 29 x 24 cm e com texto traduzido por Eric Heneault. Recheado de fotos e detalhes históricos de modelos divididos em quatro temas — Paixão, Inspiração, Velocidade e Excelência —, as 144 páginas trazem 50 modelos, da Voxan 1000 Coffee Racer de 1995 à Vincent Black Shadow de 1934, passando pelas Honda CB 750 (a famosa Sete Galo), Ducati 1199 Panicale, Münch Mammut e inúmeras outras obras de arte sobre duas rodas.

Ae 
Fotos: autor


A Strada cabine dupla de três portas foi lançada em outubro do ano passado. Na ocasião só tive oportunidade de andar na topo de linha Adventure, de motor 1,75-litro. Ficou faltando conhecer a intermediária, a Trekking, o que ocorreu agora. O Arnaldo já havia feito o "no uso" da Adventure, mas na ocasião, por uma questão de logística da Fiat, recebeu a Trekking antes, tanto que o post dele acabou sendo um "duplo no uso". Eu pretendia aproveitar para dirigi-la, mas nos poucos dias em que o Arnaldo ficou com ela eu estava em viagem ao exterior. Por isso solicitei uma Trekking para ver como ela é no dia a dia. E gostei.

No lançamento ela custava R$ 48.360, mas partir de janeiro o IPI reduzido recuperou-se em 2 pontos porcentuais, saltando de 7% para 9%, e seu preço atual é R$ 51.750. Com todos os opcionais saía por R$ 53.788,  11,2% mais — hoje, R$ 57.460. Cores metálicas, como a prata Bari da Strada testada, mais R$ 1.140.

Estilo bem trabalhado, visual agradável; há degraus no pára-choque traseiro




F-1 discute plano de vôo






Mercedes usou slogan da Red Bull para celebrar sexta vitória de 2014

Nova dobradinha da Mercedes marca fim de semana de surpresas e debates: cada vez mais a F-1 se dá conta da necessidade de reinventar seu modelo de negócios, algo que o automobilismo brasileiro vive há tempos. Massa largou na pole e terminou em quarto, atrás do companheiro de equipe.
 
Placar do ano após 8 rodadas: Rosberg 165 x Hamilton 136 (Foto Mercedes-Benz)


Em um fim de semana que começou com uma surpreendente primeira fila ocupada por Felipe Massa, na pole position, e Valteri Bottas, a Mercedes ignorou solenemente o manifesto da equipe Williams e ao final do GP da Áustria conquistou a sexta dobradinha em oito provas já disputadas na temporada 2014. Se o resultado foi encarado como fato consumado, a intensidade das conversas em torno do que fazer para resgatar a F-1 de uma decadência cada mais notável foi levada bem a sério em um fim de semana de festa padrão Red Bull, a marca que colocou o país de Niki Lauda novamente no calendário da categoria.
Foto: negocioseveiculos.com.br


Por favor, gostaria de ser informado se no Brasil — o quarto maior mercado de automóveis do mundo — há quem fabrique peruas derivadas de sedãs médios. Claro que não há, porém o absurdo de não haver me parece tão grande que mesmo eu, um informado jornalista da área, de vez em quando me pego duvidando se é isso mesmo.

Vejamos. A Fiat fabrica a Palio Weekend e a Volkswagen, a SpaceFox, que são boas peruas, porém, para muitas famílias, como a minha, elas não satisfazem em questão de espaço interno, conforto, capacidade de bagagem etc., já que derivam de hatches compactos e não de sedãs médios. A Weekend Attractive só vem com motor 1,4-litro. Se você costuma viajar carregado e a quiser com um motor um pouco mais forte, o 1,6-l, terá que partir para a Trekking, ou seja, terá também que levar aqueles plásticos pretos envolvendo pára-lamas, além de outras peças decorativas feitas para agradar os jipeiros e que podem não cair no seu gosto. Uma perua; só uma perua normal, de asfalto e ocasionalmente terra, se necessário for, já que qualquer carro encara barro.

VW Passat Variant (foto en.wikipedia.org)

Fotos: autor



Apesar das dificuldades que o mercado automobilístico local vem encontrando, os tempos de vacas gordas da nossa economia e a tributação adicional de IPI para carros importados contribuíram para a tomada de decisão de marcas premium se instalarem no Brasil. E com isso BMW, Audi, Mercedes-Benz e Land Rover estão construindo suas fábricas. Com medo da "invasão chinesa", os fabricantes já instalados aqui bateram na porta no governo e pediram providências. Afinal, carros importados já estavam chegando na mesma faixa de preços dos nacionais. Como o governo não gosta de facilitar nada para ninguém, ao invés de implementar medidas para facilitar o desenvolvimento da indústria local e com isso atrair mais investimentos, decidiu dificultar mais ainda as coisas com o aumento em 30 pontos porcentuais  do IPI. Como nosso mercado é um dos maiores do mundo — o quarto — e os principais mercados já estão bem saturados, não restou outra alternativa para as marcas premium aumentarem suas vendas no Brasil a não ser produzindo localmente. Estamos ganhando novas fábricas ou atualizando já existentes (Audi), mais empregos, disponibilidade e confiança para comprar carros de luxo (melhor pós-venda). 

Além disso, a "invasão chinesa" foi contida. Mas o mercado de carros de luxo é de cerca de 50.000 unidades por ano e mesmo com a produção local não deve ultrapassar as 100.000 unidades. Praticamente irrelevante perto dos 4 milhões de unidades do mercado total. Além disso, essa política nada fez para os preços dos carros já fabricados no Brasil diminuírem de preços. Muitos podem achar que os preços dos de alguns importados caíram, mas na realidade eles voltaram ao patamar de antes do aumento do IPI. Isso nos modelos que serão fabricados no Brasil, que já contam com redução do IPI antecipadamente. Um reflexo disso é que quando forem fabricados aqui os preços não devem cair. 

Vermelho é a cor do A3 sedã
Folder do carro a álcool, treinamento de serviço Ford (acervo particular do autor)


Minha intenção neste post é relatar fatos interessantes que aconteceram durante os programas de desenvolvimento do carro a álcool  na engenharia da Ford do Brasil. Quero explicar ao leitor que o nome correto do álcool usado como combustível no Brasil é álcool etílico hidratado carburante, mas por questão de simplificação será chamado simplesmente de álcool em todo o post. Como leitor do AUTOentusiastas que sou faz tempo, sei que o blog não utiliza a denominação etanol.

Alguns dados históricos:

- 1916, clarividência de Henry Ford, "O álcool é  mais limpo e melhor combustível para automóveis que a gasolina e acredito que será o combustível do futuro para os motores de combustão interna"

- 1973, acontece a primeira crise do petróleo. A Opep decide cortar as exportações do ouro negro para os países da Europa e para os Estados Unidos. Com isso o preço do barril dispara, assustando o mundo todo.

- 1975, ano de criação do Proálcool com o objetivo de diminuir nossa dependência do petróleo internacional.

- 1977, decisão de adicionar 12% de álcool anidro à gasolina

- 1979, revolução iraniana, gerando a segunda grande crise mundial com o preço do barril de petróleo disparando ainda mais.

- 1979, nasce o primeiro carro a álcool produzido no Brasil, o Fiat 147.

Primeiro carro a álcool, o Fiat 147 (Foto globo.com)

Quarta geração do Colt

Um nome, muitas possibilidades.

Guilherme Fiuza, autor do livro “Meu nome não é Johnny”, comentou certa vez, em uma entrevista sobre literatura, que é muito desagradável ler biografias chatas, falando de personagens fascinantes. Além de ser cruel com o leitor, é também uma maldade com a personagem.

Vamos então tentar caprichar na biografia da personagem deste texto. Caso o título deste post trouxesse na chamada o nome deste automóvel, correríamos o risco de ver o leitor pular esta página. Afinal, o que pode haver de fascinante em um Mitsubishi Colt GTI? Caso aceitem o desafio, vamos juntos navegar nesta história e tentar descobrir. E desde já convido todos a darem sua opinião no final.


O GTI de 1995

Começamos apresentando o Colt de um amigo, Diego, que enviou algumas fotos para ilustrar nosso texto. Trata-se de um modelo GTI do ano de 1995 e que mora atualmente no estado do Espírito Santo. Equipado com um dos poucos opcionais disponíveis no catálogo, o teto solar, este GTI é cinza e custava no Brasil, quando recém-chegado, importado, cerca de 40 mil dólares. Zelador de seu modelo japonês, Diego recuperou completamente o carro comprado já um pouco castigado, e que precisava de um dono de verdade.

Mitsubish Colt GTI no Espirito Santo




Coluna 2514 18.junho.2014                       rnasser@autoentusiastas.com.br        

Araxá, a hora da elegância
Pico do antigomobilismo brasileiro, o Encontro de Araxá, formalmente dito Brazil’s Classic Fiat Show — referência ao patrocinador maior —, reúne no largo final de semana o topo da qualidade e das novidades do setor. Nesta 21ª. edição, entre os 300 veículos admitidos destaque maior será um Ferrari 212 Export barchetta de 1952. No caudal, um Bugatti Tipo 57, Atlantic, de 1937, um dos mais marcantes. Representantes pontuais, dois Packards dos anos 1920, nunca restaurados; Hispano-Suiza 1911, pioneiro na pioneira coleção Roberto Lee; Alfa Romeo 2300 de 1974 nas comemorações dos 40 anos de início de produção deste modelo; e uma treliça da Fórmula Brasil, construção pela Indústria Brasil de Automóveis, acreditada como única remanescente. Aval de relevo, terá a presença de acervo representando quatro museus.

Um dos pontos elevados da programação, fruto da visão de internacionalização dos dirigentes do antigo Veteran Car Club de MG, agora um Instituto Cultural, será o leilão de veículos antigos, único no segmento.

Festa séria, instrutiva, divertida, outros pontos de destaque são os automóveis ali nunca expostos, a feira de peças, acessórios, serviços e artes ligadas aos automóveis, atraindo vendedores argentinos. Haverá, ainda, lançamento de livro do ex-presidente do VCC-MG e jornalista Boris Feldman.

Começou hoje, dia 19 de junho, e vai até domingo, 22, o Brazil Classic Fiat Show 2014, em Araxá (MG).

Entre as atividades do evento está o 21º Encontro Nacional de Automóveis Antigos, que se realiza a cada dois anos. Esse encontro está entre os maiores do gênero mas se destaca principalmente pelas raridades e pela qualidade dos automóveis exibidos.

Esse ano há dez Rolls-Royces, um mais belo que o outro;  um Peugeot de 1908; uma pequena coleção de quatro Aston Martins; Bentleys de várias épocas, um fantástico Bugatti Stelvio; Cadillacs dos anos 1930 e 1940 impecáveis;  Fiats da década de 1920; nove Ferraris, sendo dois 512 BB; um Tatra 87, Alfa Romeos, um Giulia SS 1964 e um 6C 2500 1950, entre muitos outros de deixar qualquer autoentusiasta realizado.

Acompanhe algumas fotos diretamente do evento na nossa página no Facebook ou no Instagram do Ae. Utilize os link na pare superior direita da página para acessar tanto o Facebook quanto o Instagram.


Packard Dietrich 1933

Aston Martin DB6 Vantage 1966


PK (de Araxá)


Fotos não creditadas: divulgação



Picapes originalmente foram criadas para serem veículos de trabalho, comerciais leves. Mas uma olhada nas ofertas disponíveis hoje nos mostra claramente que este objetivo inicial, embora ainda válido, já ficou em segundo plano. Já há algum tempo vem tomando a missão de carro de passeio, mesmo que a capacidade para trabalhar ainda exista.

Mas não é para menos. Picapes são veículos versáteis, que se prestam a um sem-fim de utilizações. Também podem ser configuradas de várias maneiras, sendo freqüentemente disponíveis em várias motorizações, cabines, transmissões...num mundo onde os carros tem cada vez menos variações possíveis, personalizar o seu veículo como acontece nas picapes é algo muito interessante.

Os americanos já perceberam isso há muito tempo, e com isso colocaram suas enormes picapes full-size (leia-se enormemente grandes) no topo dos gráficos de venda. Faz muito que tempo o carro mais vendido do mundo é a picape Ford, seguida de perto pelas Chevrolet/GMC. Na verdade, por mais que digam o contrário, o gosto dos americanos por carros enormes com motor V-8 nunca morreu, apenas migrou dos automóveis para as picapes.

Os EUA são realmente uma pátria de picapes, mas em muitos outros lugares elas são populares, na Ásia principalmente, se bem que em tamanho menor. No Brasil, temos picapes pequenas derivadas de automóveis, e que são até hoje bem populares. Os australianos tem suas utes — eles abreviam tudo, ute é abreviação de utility, utilitário), também derivadas de automóveis, mas com tração traseira e maiores.



Ford Pampa

Por causa desta imensa variedade, esta é uma lista difícil de fazer. Picapes já foram um pouco de tudo, de jipe a carro de luxo, de besta de carga até, pasmem, super-esportivo. Tentei colocar um pouquinho de tudo, mas muito ficou de fora. O leitor, é claro, pode mencionar nos comentários as minhas mais fragorosas omissões.



A Ford apresentou na Europa uma nova versão do New Fiesta com motor EcoBoost 1,0 de 140 cv. Chamada Red and Black Edition, a edição especial terá um estilo exclusivo. Sua potência específica de 140 cv/l é das mais altas do mundo em carros produzidos em série. O modelo acelera de 0 a 100 km/h em 9 segundos e atinge velocidade máxima de 201 km/h. 

A versão esportiva será oferecida em duas cores: vermelho com detalhes em preto e preto com detalhes em vermelho, justificando o seu nome. O New Fiesta Red and Black Edition traz novas calibrações no controle do turbo, comando de válvulas, intercooler, gerenciamento do acelerador e avanço de ignição que elevam a sua potência de 125 para 140 cv, com torque máximo de 18,3 m·kgf de 1.400 a 5.000 rpm (no motor normal, 17,3 m·kgf de 1.400 a 4.500 rpm).
Fotos: autor



Gosto de carros transportadores de gente. O motivo principal é a versatilidade. Capacidade de levar pessoas e converter uma parte dessa capacidade para levar carga se for necessário é sempre um atrativo. É a tranqüilidade de atender necessidades variadas, sejam as nossas, da família ou de amigos. No caso de furgões ou vans grandes, esse atendimento pode ser feito também comercialmente.

Carros radicais também me atraem, lógico, e nesse ponto, uma perua monovolume como a T8 também pode ser enquadrado como radical. Radicalmente versátil. O preço do veículo para este mês é R$ 94.990.

De cara, grande e atraente. Bem desenhado por fora e por dentro, não há nada que possa ser considerado ruim. Gostei até da grade gigante que o Josias comentou quando da apresentação da T8. Grades grandes me passam informação de boa área de entrada de ar, de bom aproveitamento de radiador do motor e condensador do ar-condicionado.

No texto do tio Josias há mais dados técnicos, que não repetirei, me concentrando no que senti em alguns dias de uso.

Benelli TRE-K 899, montada em Manaus, à venda por menos de 40 mil reais

A Benelli é uma das marcas italianas mais tradicionais. Fundada em 1911, atravessou momentos variados neste século de existência. Viveu tempos de glória com suas conquistas esportivas, os campeonatos mundiais de 250 na motovelocidade (1950 e 1969), mas também crises profundas, que a fizeram mudar de dono várias vezes.

A Bennelli Sei, mecânica assombrosa, mas a maneabilidade era relativa

Entre as mais impressionantes motocicletas jamais fabricadas no planeta, uma, com certeza, é a Benelli Sei – seis em italiano, alusivo ao seu altamente tecnológico motor de seis cilindros em linha de 750 cm³ (posteriormente 900 cm³), jóia mecânica que na metade dos anos 1970 ofuscou os modelos da dominante indústria japonesa. Todavia, problemas administrativos, acirrada concorrência e escolhas empresariais equivocadas fizeram a marca quase desaparecer. 


O seis em linha Benelli: obra de arte mecânica




Di Grassi, em segundo, iguala Pace e Boesel em Le Mans







Audi e Toyota celebram no pódio de Le Mans 2014 (Audi Motorsport)

Audi vence 24 Horas de Le Mans ultra disputada. Lucas Di Grassi termina em segundo, Toyota e Porsche também lideraram prova que teve dia, noite, sol, chuva e mais de 260 mil espectadores no circuito. Renault Mégane bate recorde em Nürburgring


Em uma das edições mais espetaculares dos últimos tempos, a 24 Horas de Le Mans deste ano foi marcada pela disputa acirrada entre Audi, Porsche e Toyota, marcas que se alternaram na liderança da tradicional competição. Nada menos de 263.300 pessoas acompanharam a corrida em torno do circuito francês, maior número dos últimos 20 anos segundo os organizadores. Veja o ambiente da largada e os primeiros momentos da prova

Michael Schumacher é transferido de hospital francês para clínica suíça




Schumacher começa nova fase de reabilitação (Foto Ferrari Media)


Aos poucos, quase em segredo, o mundo vai descobrindo os progressos de Michael Schumacher em sua recuperação após uma queda quando esquiava nos Alpes franceses, poucos dias antes do final de 2013. Nesta segunda-feira (16 de junho), sua família informou que o piloto alemão, sete vezes campeão mundial de F-1 e maior vencedor da categoria, já não está em estado de coma e foi transferido do Hospital Universitário de Grenoble, na França, para uma clínica particular que, se supõe localizada na Suíça. A família do piloto não deu maiores detalhes sobre o local nem tampouco sobre suas condições atuais, mantendo a linha de proteger o trabalho dos médicos e a recuperação do piloto de comentários infundados e noticiário sensacionalista.

Devido à gravidade do acidente — Schumacher perdeu massa encefálica e sofreu duas crises a caminho do hospital —, ele foi mantido em coma induzido e com o corpo mantido em temperaturas abaixo do que é normal ao ser humano, medida adotada para aliviar a pressão que sofria no cérebro. O preparo físico de Michael Schumacher, os recursos financeiros de que ele dispõe e o impacto que sua recuperação pode gerar em técnicas e procedimentos de recuperação, certamente formam uma equação que sopra a favor do piloto em sua mais recente batalha. Ainda que a perda de massa encefálica não possa ser revertida, o sucesso de seu tratamento certamente contribuirá para melhorar os processos e protocolos adotados em casos semelhantes.

É esta a íntegra do comunicado emitido pela família de Michael Schumacher:

“Michael deixou o Hospital Central Universitário de Grenoble para continuar sua longa fase de recuperação. Ele não está mais em estado de coma. Sua família gostaria de agradecer explicitamente todos os médicos, enfermeiros e terapeutas de Grenoble, assim como os socorristas do local do acidente, que fizeram um excelente trabalho nesses primeiros meses. A família também deseja agradecer a todas as pessoas que enviaram mensagens de apoio a Michael. Estamos seguros de que isso ajudou Michael. A partir de agora nós gostaríamos de contar com sua compreensão em relação à sua reabilitação, que acontecerá sem o conhecimento público.”


WG
Fotos e imagens: divulgação Ford



A Ford ja havia apresentado o motor de três cilindros 1-litro a ser produzido em Camaçari (BA) numa visita de imprensa àquela fábrica em 9 de abril, à qual o Josias esteve presente e escreveu post minucioso a respeito (a essa altura já se encontra em produção). Ele falou bastante do motor que propulsionará o novo Ka, substituto do Fiesta e que existirá tanto como hatchback de quatro portas quanto sedã de quatro, chamado Ka+. Nada a ver, portanto, com o  Ka atual, que foi uma evolução realizada em 2007, algo rebuscada, do singular Ka original de 1996. O único ganho, de fato, foi passar a serem cinco lugares, ante quatro do original.

Na ocasião da visita em abril a Ford ainda não tinha os dados de consumo obtidos pela metodologia do Inmetro com vistas ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE). Recentemente, entretanto, a Ford reuniu a imprensa em São Paulo para um workshop no qual o alvo foi justamente revelar o consumo de combustível do novo carro a ser lançado em agosto.

A Ford usou a ocasião para disparar que seu novo carro com seu motor 1-litro de 3 cilindros está com a taça de primeiro lugar em economia de combustível, com 1,56 megajoules por quilômetro (MJ/km) de consumo energético, lembrando que no VW up! este é de 1,57 MJ/km. Acrescenta a fabricante do oval azul que os dados se referem às versões mais equipadas, a SE e a SEL, do Ka (hatchback).

Fotos: autor e divulgação
O Iglesias, pioneiro, em seu museu

Os argentinos comemorarão neste ano 107 anos da produção de seu primeiro automóvel, explicitamente pequeno veículo automotor. Julgado com rispidez, será tosco e rústico. Mas, visto o cenário de época, nele ver-se-á a expressão da indomável coragem, da irrefreável vontade de saber, da superação de dificuldades para fazer. Ou, como resumiram antigomobilistas e governo municipal da cidade de Campana ao inaugurar Museu para preservá-lo e sua história, "a aventura de criar o futuro".

Para facilitar referências históricas, creio melhor chamá-lo de Iglesias, sobrenome de Manuel, seu criador e construtor. Mais fácil, pois o veículo não teve nome, marca, emblema, e sequer foi base para industrialização. Demonstração de pioneira vontade, encerrou-se em si mesmo. Como idéia e como exibição de capacidade de fazer, o imigrante espanhol, inventivo marceneiro, também criador de torno de madeira, hábil ferramenta aplicada em seus trabalhos como reparador de vagões ferroviários, e até hoje operacional e conservado em museu, o do Club del 1°. Automóvil Argentino Manuel Iglesias, gerado pela sacralização da idéia.

Há pontos de muito interesse nesta história, pouco conhecida até pelos argentinos. Difícil classificar o maior realce: se o pioneirismo, como o primeiro veículo na América do Sul; a determinação de criar um veículo capaz de andar por meios próprios, divergindo das forças da época, animais, vento, vapor; ou se o destaque maior cabe ao veículo.

Foto do Iglesias, da época