google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 fevereiro 2013 - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)
Carro autônomo: robô sujeito às leis das máquinas
Talvez muitos dos leitores não saibam, mas além de engenheiro mecânico, também sou engenheiro mecatrônico, da segunda turma formada no país, no já longínquo ano de 1991. Mas parece que foi ontem...

Das memórias que tenho dessa época, ainda guardo a primeira aula da matéria sobre dinâmica e controle de sistemas robóticos, onde focamos as leis da robótica de Isaac Asimov. Vimos que, apesar de Asimov tê-las escrito como alicerce para dar substância a muitas das situações conflitantes em seus livros, elas possuem profundo impacto na nossa relação com máquinas inteligentes.

Participei de muitas outras discussões sobre esse assunto ao longo dos anos e percebi que existe todo um mundo filosófico por trás delas.

Mas não adianta falarmos das leis da robótica se não soubermos o que é um robô.

Há muitas definições para robôs, mas, de todas, a melhor que encontrei diz que um robô é uma máquina que sente o mundo à sua volta, de alguma forma “pensa” qual a melhor forma de agir, e age. Essa capacidade de reagir inteligentemente ao ambiente que o cerca é que torna uma máquina um robô.

O robô é uma máquina especial, diferente das outras, porque é altamente adaptativa e reage inteligentemente a um ambiente mutável, não previsto previamente pelo projetista ou pelo programador.

Reparem que a definição de robô não inclui seu formato físico, então vários tipos de máquinas podem ser classificados de robôs por essa definição. Mais que isso, ela praticamente engloba boa parte dos sistemas automatizados avançados. Até mesmo softwares autônomos puros, sem hardware, podem ser classificados como robôs, segundo essa classificação.

Vamos a um pequeno teste. Quando falamos em robôs, e excluímos as temíveis ou amáveis máquinas da ficção científica, pensamos nestes robôs, certo? Errado!

Robôs? Não. Manipuladores.
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra



Sei que é totalmente fora de tópico no AUTOentusiastas, mas não posso me esquivar de comentar o absurdo fato ocorrido ontem, uma partida de futebol sem público. Não acompanho futebol, não é meu interesse, mas entendo e, sobretudo, respeito quem aprecia o esporte bretão. Em atenção aos autoentusiastas que gostam de futebol e também por entender que houve um desrespeito às leis brasileiras e ao Brasil, comento em que está o absurdo.

A origem de tudo, como se sabe, foi a inominável morte do adolescente boliviano Kevin Beltrán Espada no jogo Corinthians x San José, em Oruro, Bolívia, pela Copa Libertadores da América, atingido na cabeça por sinalizador disparado de onde se encontrava a torcida do time brasileiro.

Da maneira totalmente incompreensível e absurda, a polícia boliviana prendeu e mantém presos 12 brasileiros, como se 12 pessoas fossem necessárias para disparar o artefato que, diga-se, jamais deve ser usado para outro fim que não sinalizar em caso de acidentes, naufrágios e outra situações de perigo na escuridão. Usá-los indevidamente pode produzir resultados nefastos, haja vista o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que resultou em 239 mortes até agora.



O novo Chevrolet Prisma nasceu com mais sorte que seu antecessor. O Prisma antigo era derivado do popular Celta e nunca foi um best-seller, tanto que saiu discretamente de linha em setembro último. Já o Prisma agora lançado pela GM é derivado do Onix que, lançado no final do ano passado, rapidamente entrou na lista dos 10 mais vendidos no Brasil, com direito a filas de espera em concessionários. Aliás, a força de vendas dos hatchbacks Onix e do HB20 continua crescendo, ambos disputando o quarto lugar no mercado, desbancando o tradicional VW Fox.

Prisma anterior
Pela lógica (que nem sempre funciona no mercado de automóveis) a tendência é a de este novo sedã Chevrolet vender bem, puxado pelo sucesso do Onix. Segundo a GM, o Prisma é um “sedã esportivo”, mas logo explica que a esportividade está no desenho, não no desempenho, já que ele tem apenas opções de motor 1,0 e 1,4-litro. Ou seja, não se trata de outro Vectra GT, uma sigla exagerada para um carro de desenho atraente, mas desempenho apenas normal. E hoje não se pode pensar em carro esportivo com menos de 200 cv.
RAM 1500 diesel V-6, a primeira diesel leve dos EUA

Há duas semanas foi anunciado o lançamento da picape RAM 1500 diesel para o mercado americano,  vendas começam antes do final deste ano. Os motores Diesel também são comuns nas picapes por lá, mas até hoje equipavam veículos comerciais somente com PBT (peso bruto total) acima de 3.856 kg (8.500 lb.), segundo a classificação por peso deles, a partir da classe 2b, numa faixa que vai de 1 a 8. Para picapes de PBT abaixo desse patamar havia uma barreira de duas frentes a vencer: as leis de emissões gasosas, mais restritivas a automóveis de passageiros e comerciais leves (até à classe 2a) e a mercadológica: como não havia comprador, não havia produto.


F-250 diesel, não exatamente uma picape leve

Os fabricantes já haviam ensaiado desbravar esse mercado, o das picapes leves, ou light-duty trucks, como lá são chamadas, que têm propósito de uso quase que exclusivamente recreativo. Sua capacidade de carga vai de 500 a 750 kg e a maior parte dos usuários sequer chegam a carregar fração desse peso, apesar de seu porte ser maior do que as picapes que conhecemos por aqui. Motores a gasolina V-6 ou V-8 estão em quase 100% delas e seu comportamento é próximo ao de um automóvel. 


No automobilismo mundial existem inúmeras categorias, desde os carros do tipo fórmula monoposto, os dragsters, carros de rali, protótipos, GTs e os chamados carros de turismo. Esta última, a categoria de turismo, provavelmente é a mais difundida de todas, pelo fato de se utilizar como veículo base um carro de produção normal em grande série.

Nem sempre estas bases são mantidas a rigor, como no caso da nossa Stock Car, onde o carro não tem nada a ver com um modelo de rua, começando pelo chassis de construção tubular. Outros campeonatos, entretanto, seguem a regra do carro base de produção. A Supercar V-8 australiana utiliza carros de produção modificados para corrida, com o monobloco original.

O campeonato alemão de turismo de hoje, o famoso DTM (Deutsche Tourenwagen Masters, Torneio Alemão de Carros de Turismo) é um dos mais tradicionais do mundo. Os carros seguem a mesma linha conceitual do nosso Stock Car, uma carroceria que se assemelha com um modelo de produção, mas um chassi completamente diferente, com direito a compósito de fibra de carbono e tudo mais.

   
Foto: Emerson Paz

Há pouco menos de um ano escrevi o post "1976", dando um panorama do que era o nosso mercado àquela época e comparando com o de hoje.

Desta vez, escrevo um post sobre 1986, de forma que podemos comparar o mercado deste ano não só com o atual, mas também vermos a evolução que ocorreu em dez anos ao fazermos a comparação com 1976.

Um ano especial para mim, 1986. Foi quando fiz 18 anos e sonhava com um carro, apesar de não ter condições de comprar um. Na época, meu carro dos sonhos era o Passat Pointer 1.8, que havia acabado de receber o motor AP-800 do Santana, já com bielas mais longas. Era o carro esportivo da época, junto com o Gol GT e o Monza S/R. Havia também o Escort XR3 e o Uno SX, com 86 e 70 cv respectivamente, mas estes comiam poeira do trio equipado com motor de 1,8 litro.

Fotos: cardesignnews.com, powelldesign.de

Poderia ser o "Mini" de hoje

Um BMW pequeno, com claro foco em uso urbano soa como um Smart, porém da fábrica da Bavária. Certamente de uma tendência mais esportiva, o Z13 tinha três lugares, aparência de carro esporte miniatura, e uma cara de “eu quero um”.

Foi exatamente assim que me senti quando vi fotos dessa pequena belezinha em 1993, ano em que foi apresentado como o conceito de uso urbano, um carro para o que os americanos chamam de commute, ir e voltar da atividade diária.  Depois iríamos entender que não era exatamente para uso em cidade apenas, mas isso só depois de entender sua história.

Esse atraente carro foi concebido pela divisão BMW Technik, a mesma que construiu o Z1 e cuja filosofia está explicada nesse post sobre o modelo Z1, publicado aqui no AE. 

O Z13 foi  pensado menos como um carro urbano, mas com ênfase na capacidade de viajar bem entre cidades próximas, e para isso teria que ter velocidade compatível com rodovias.

Estrutura espacial em alumínio

Fotos: wikicars.org, awdwiki.com, wheelsofitaly.com

O interessante está entre as rodas traseiras, um diferencial


O Alfa Romeo 164 foi sucesso aqui no Brasil quando apareceu, trazido pela Fiat quando as importações foram reabertas em 1990. Era uma situação de alegria para os adeptos da marca, que não tinham um modelo no mercado desde que o 2300 SL/Ti4 saíram de produção em 1986. Infelizmente o topo da linha não veio oficialmente, e desconhecemos se esse modelo em questão chegou a girar suas rodas por aqui. Estamos nos referindo ao Q4, Quadrifoglio 4, o modelo com tração nas quatro rodas.

Em 1993, o Alfa Romeo 164 ganhou seu modelo mais complexo, versão raríssima fora da Itália, que adotava um sistema de tração integral, claramente seguindo o sucesso que a Audi experimentava, e não totalmente novidade na marca italiana, que já havia tido outros modelos com as quatro rodas motrizes, como o 33 e o 155.

Foi desenvolvido não apenas pela Alfa, mas sim com a colaboração da austríaca Steyr-Puch, especialista em carros com tração em todas as rodas de usos emergenciais e militares.  O resultado foi um conjunto bastante moderno e eficiente.
Foto: ambiente.sp.gov.br



Amigos autoentusiastas, 

Em seguida ao post Irracionalidade Paulista, um leitor, o Luiz AG, sugeriu fazermos uma petição pública ao governador de estado para reabertura do Caminho do Mar ao tráfego.

Pois aqui está a petição, basta assinarmos para pressionar a reabertura dessa incrível estrada aos automobilistas autoentusiastas ou não, que têm todo o direito de utilizá-la.

Um abraço

Bob Sharp
AUTOentusiastas
Fotos: General Motors do Brasil



Como muitos leitores conhecem a minha cruzada e de outros jornalistas atentos à questão da segurança do trânsito, chegou-me a informação de que a GM oferece películas escurecedoras de duas transparências no seu site, na seção Monte o Seu. Acessei o site da fábrica www.chevrolet.com.br e lá estão as películas na lista de opcionais. Há a película anti-vandalismo transparente, idem com transmissão luminosa 35% ou 50%, e as de controle solar, com as mesmas porcentagens.

Conhecendo bem a fabricante por já ter trabalhado lá por quase quatro anos como um dos dois gerentes de relações com a imprensa, me abstive de sair criticando-a logo e fui atrás do assunto através dessa mesma área e diretamente ao vice-presidente responsável por ela, Marcos Munhoz, que prontamente – menos de 48 horas – respondeu esclarecendo toda a questão.

Na resposta, Marcos Munhoz reproduziu a informação que lhe foi passada pelo pessoal de Acessórios da fábrica e que transcrevo:

Lotus Eleven

Acho que posso falar alguma coisa sobre isso, já que tenho bastante experiência com eles e até agora nenhuma falta. Nunca, devido a cuidados e também sorte, aconteceu de machucá-los, seja externa ou internamente. Amor e respeito, essa é a fórmula básica.

O título especifica “esportivos” porque apesar de também ter guiado clássicos não esportivos, o número desses é bem menor, já que não os procurei tanto. Dos não esportivos gosto, admiro, mas não amo. Já os esportivos clássicos, sim, são uma de minhas paixões viscerais. E quando é paixão, já viu, a gente anda atrás cansando pouco; tal qual, mesmo sob um sol escaldante, o nosso caminhar se faz leve e fresco ao seguirmos um sensual balançar de saias na calçada. 

O primeiro impulso é a tremenda curiosidade de sentir o carro. Como ele se comporta? Qual é o seu ronco quando ouvido de dentro, ou melhor, quais os seus roncos ao longo de sua faixa de giros? Onde é sua pegada? Em baixa ou em alta? Quando ela vem? E nas curvas? Neutro, frentudo ou traseirudo? Será traiçoeiro nas curvas, com chicotadas estúpidas de traseira, ou será dos que nos avisam amigavelmente? Quando e quanto poderei meter motor nas saídas de curva? E a direção? Lenta ou rápida? E os freios? Freará equilibrado? Vão fazer o carro afocinhar? Estarão com forças bem distribuídas entre dianteiros e traseiros? E por aí vai. Haverá um monte de coisas a se descobrir.

Foto: pbase.com
Posto de combustíveis na Turquia

A agência de notícias Bloomberg publicou nesses dias os preços da gasolina em 60 países compilada usando dados da própria agência, da Associates for International Research Inc. (AIRINC), do Europe Energy Portal, do Fundo Monetário Internacional e da Administração de Informação de Energia dos EUA. Além disso, buscou dados dos países no CIA World Factbook e na Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD, a sigla em inglês).

Com esses dados, a Bloomberg montou uma classificação decrescente, da gasolina mais cara para a mais barata (veja tabela adiante). 

Esses dados serviram também para a agência calcular qual porcentagem de seu salário diário uma pessoa precisa para comprar um litro de gasolina. Os números são incríveis e estão na tabela.

Se você pensa que a gasolina brasileira é das mais caras do mundo, enganou-se. A mais cara é a da Turquia, R$ 5,12 o litro (dólar a R$ 1,96). O Brasil vem em 39° lugar como país de gasolina mais cara, com R$ 2,80 o litro.
Fotos: Italdesign,  Hemmings Blog, SVS Limited, Supercars.net, MTMFrance e autor

Um quarto de século de idade!

Em 1988, pouca gente esperava ver algo do tipo que a Italdesign apresentou em Turim.

O Aztec deu a tônica em um salão algumas semanas depois de Genebra, onde só se falou de emissões de poluentes, um dos assuntos mais  recorrentes e desagradáveis no universo automobilístico.

A empresa Italdesign, de Giorgetto Giugiaro e Aldo Mantovani, tinha que chacoalhar a audiência, pois havia perdido trabalhos de dois grandes clientes, a Fiat, que fizera o Tipo e os derivados das marcas Alfa Romeo e Lancia com o estúdio I.d.E.A, e a Lotus, com uma atualização do desenho original de Giugiaro para o Esprit, feito pelo inglês Peter Stevens, que depois viria a ser o mestre criador do desenho do McLaren F1.

O que a Italdesign mostrou foram, na verdade, três carros diferentes ao mesmo tempo e com uma inspiração única, parecendo naves espaciais pela característica principal de serem visíveis painéis de acesso de manutenção, totalmente práticos e propositalmente aparentes. Apenas um deles era um carro de verdade que andava e era completamente funcional.
Fotos: autor



O Peugeot 308 turbo foi lançado no Salão do Automóvel em outubro passado e o AE ainda não o havia dirigido. Havia curiosidade por se tratar do mesmo e eficiente motor 1,6-litro turbo THP projetado em conjunto pela marca do leão e pela BMW e que é empregado em vários modelos Peugeot e Citroën e no MINI, marca pertencente à BMW há quase vinte anos (1994).

Aqui no Brasil são comercializados com esse motor os Peugeot 3008, 408 Griffe THP, 508 THP e RCZ, o Citroën DS3, o MINI e o BMW Série 1. Com o 308 Feline THP são oito modelos com o mesmo motor, um fato notável.

O 308 foi lançado há exatamente um ano e foi alvo de post, de modo a ser desnecessário repetir todos os pormenores do 308. Na ocasião da apresentação à imprensa tive oportunidade de dirigir o Allure 1,6-litro, o mais equipado dessa cilindrada, e o Feline, disponível então apenas com motor 2-litros flex e câmbio automático de quatro marchas. Agora há o mesmo Feline com motor turbo THP, também só com câmbio automático, só que agora um moderno Aisin de seis marchas. Veja também post do 408 Griffe THP, que tem o mesmo motor e câmbio, sendo apenas um veículo pouca coisa mais pesado.

Estilo agradável, mas os tais "difusores" atrás destoam

O último dos Pegaso, Z103

Na Espanha, uma grande parcela do veículos pesados e militares  são da marca Pegaso, atualmente Iveco, já que a empresa foi absorvida pelo gigante italiano.

Na década de 1950, quando era 100% espanhola, de Barcelona, a empresa quis mostrar sua capacidade e refinamento técnico, e fabricou alguns modelos de carros esportivos que estão entre as raridades interessantíssimas e disputadas por colecionadores abonados. Foram apenas 125 carros no total, antes da empresa retornar aos comerciais e militares, especialidade pura.

A parada dessa produção se deve principalmente à aposentadoria de seu criador, Wilfredo Ricart, um nobre catalão, engenheiro de embates técnicos e pessoais com nada menos que Enzo Ferrari, na época pré-Segunda Guerra Mundial, quando ambos trabalhavam com os carros de corrida da equipe de fábrica da Alfa Romeo. Dizem que Ricart o provocava freqüentemente, e Ferrari não entendia as brincadeiras, piorando uma situação já desconfortável, que culminou com a demissão de Enzo Ferrari, já que Ricart era seu chefe. Assim, grosso modo, devemos a Wilfredo Ricart a criação da fábrica Ferrari.

Fotos: autor



Piccola bomba! Na Itália, tal expressão aplicada a um automóvel não tem nada a ver com problemas ou má qualidade, mas sim designa um carro pequeno e de caráter raivoso. O Alfa Romeo Mito Quadrifoglio Verde (QV), com o qual tive a oportunidade de conviver por uma semana, rodando cerca de dois mil quilômetros por estradas de diferentes tipos na Itália, faz jus a tal expressão de modo impecável.

Pequeno e explosivo, compacto e potente, ágil e poderoso, pronto a “explodir” ao comando do acelerador. É um carro que parece implorar por curvas, exigindo ser pilotado e não simplesmente conduzido. Suas formas externas não são consensuais, havendo quem questione especialmente a parte frontal, os faróis ovalados “esbugalhados” e o ar rude. Já outros, onde me incluo, apreciam tais linhas, entrevendo nelas charme histórico, que remete a lendários modelos da casa de Arese, entre os quais o estupendo 8C Competizione do fim dos anos 30, reeditado em 2007.

Carroceria hatchback de duas portas apenas




O Museu da Casa Brasileira abriu uma mostra do trabalho do designer italiano Giorgetto Giugiaro. Ela se estende até dia 31 de março e vale vê-la, já que em 1999 o elegeram como o “Car Designer of the Century”. Essa eleição, feita por 130 especialistas de 30 países, não buscava o designer que numa inspiração artística criou os mais belos carros, mas o que mais influenciou o design do automóvel do século passado. Giugiaro tem sido versátil, pois criou desde fantásticos carros de sonho, como o Maserati Ghibli, até pequenos e práticos carros do dia a dia, como o Uno (hoje aqui apenas Mille) e o primeiro Golf.

Golf, Anísio Campos e Bob Sharp diante do primeiro Golf, no caso o Rabbit, de mercado americano

Desenho: justanswer.com




Este post é uma colaboração de leitor. Ela assina "Sabidão" e nos proporcionou uma dica que serve para os que põem a  mão na massa de seus carros ou de outros, caso seja um profissional da reparação automobilística.

O conjunto de instruções, como o "Sabidão" mesmo diz, é para aquele momento de montar o motor em que estamos perdidos quanto à sincronização do ou dos comandos de válvulas. O que ele conta faz todo sentido.

O AE agradece ao "Sabidão".

Bob Sharp
Editor-chefe

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Método prático para acertar o ponto do comando de válvulas de um motor ciclo Otto ou Diesel

Por Sabidão

De repente, deparamo-nos com um motor de ciclo Otto ou Diesel  de procedência desconhecida e desmontado e não temos como identificar as marcas de sincronização do comando de válvulas. E agora? Ao montá-lo, como fazer?  Não se apavore, siga as instruções abaixo e comece a “descascar o abacaxi”.

1) Coloque o primeiro cilindro no PMS (ponto-morto superior), faça uma marca e retorne 90 graus o virabrequim para evitar o encontro do pistão com as válvulas. 
Foto: Jorge Lettry



A foto mostra um Peugeot 203 numa prova de subida de montanha na serra velha de Santos, em 1958. Um policial rodoviário, em sua Indian, certamente engajado no policiamento da competição, observa.

Esta e várias fotos que têm circulado pela internet há vários meses foram feitas por Jorge Lettry para um jornal dedicado a automóveis chamado HP, que cobria automobilismo. O Jorge era colaborador do HP e que naquele mesmo ano entraria para a Vemag, no Departamento de Testes, e em pouco tempo se tornaria o responsável pelas competições na fábrica do DKW, onde faria história como chefe de uma lendária equipe de competição oficial.

Conheci-o dois anos depois, iniciando-se uma longa amizade que duraria até sua morte em 16 de maio de 2008. Tinha 78 anos.

Lettry no encontro Blue Cloud de 2006, em Pouso Alto, MG. Os volantes são do carro de recorde Carcará

Depois desse rápido preâmbulo, o por quê deste post e respectivo título: o tráfego de veículos na Serra Velha está proibido há não sei quantos anos – dez, vinte, trinta? –, num eloqüente exemplo de irracionalidade, ou mesmo irresponsabilidade: alguém do governo paulista simplesmente achou que os brasileiros não merecem ou não têm direito passar por ali e desfsfrutar de um dos mais belos cenários do Brasil.

foto: MAO

Eu tenho uma crença, compartilhada por muita gente mais inteligente e séria do que eu (e que, portanto, me dá certeza que não é só mais uma maluquice minha), de que só pode-se saber realmente algo sobre um carro depois de uma semana com ele, pelo menos. Na verdade, quanto mais se anda com um carro, mais se conhece dele, óbvio. É fácil pegar as principais características em uma rápida voltinha; fazemos isso muitas vezes aqui no blog. Mas depois de uma semana ou mais, o nosso conhecimento aumenta exponencialmente, e podemos realmente falar mais e, dar mais detalhes para vocês, queridos leitores.

Então estou aqui de volta para contar a vocês como anda meu relacionamento com o meu vermelhíssimo Cruze LT hatch. Para quem não acompanha o blog, comprei-o há coisa de sete meses, e já falei sobre ele aqui. O carro tem bancos de tecido, pintura sólida e câmbio manual, efetivamente o mais barato Cruze que se pode comprar.

Em julho/2012, quando chegou em casa, novinho (foto: MAO) 

Já são mais de 10 mil km rodados com ele. No momento que escrevo essas linhas, são exatamente 11.423. Os últimos quatro mil km foram rodados em dezembro passado, numa sensacional viagem com a família para o sul do Brasil, de São Paulo até Gramado no Rio Grande do Sul pela BR116, depois descendo a serra até o litoral, subindo de volta pela BR101. Não existe nada melhor para uma família que uma longa viagem de carro, e nós aproveitamos bastante a nossa. Eu também aproveitei para dirigir bastante meu novo carro, e daí veio a vontade de contar em mais detalhes como ele é, de uma forma mais tranquila, e com experiência suficiente para fazê-lo sem medo de errar em algo.
Desenhos: e31.net

Virabrequim de BMW V-8 M3, cruzado (foto: KenRockwell.com)

O assunto de virabrequim de motor V-8, cruzado ou plano, veio à baila aqui no AE e alguns leitores pediram para falarmos mais a respeito. Encontramos essa boa explicação no site e31.net. O assunto, como o leitor poderá ver, é complexo, mas o texto a seguir dá uma boa idéia da questão, mesmo que de maneira simplificada.

Há dois tipos de V-8, cujo ângulo do "V" sempre é 90°, que diferem pelo desenho do virabrequim. Os dois tipos são chamados de cruzado (moentes das manivelas a 90°) e plano (moentes das manivelas a 180°). Os motores V-8 têm a vantagem de não precisarem de moentes de manivelas divididos para evitar vibrações entre as fileiras de cilindros. Duas bielas compartilham o mesmo moente.

Com um V-8 de virabrequim cruzado, o último cilindro não está na mesma posição do primeiro, de modo que há vibração de extremidade a extremidade. Isto pode ser resolvido adicionando contrapesos às manivelas, os quais anulam a força criada pelos pistões. Isso é possível apenas num motor em “V” a 90° e sem manivelas divididas. Esses contrapesos, caso aplicados num motor em linha, de moveriam para o lado quando o pistão subisse ou descesse e assim gerariam vibração adicional.

Virabrequim cruzado

Fotos: autor

Opel Corsa 1,4, meu companheiro nessa viagem


Estivera em novembro último na Alemanha, um veículo me aguardava à disposição na locadora e, como sempre fizera desde a primeira visita a este país, há dezessete anos, bastou apresentar o passaporte e Carteira Nacional de Habilitação (CNH), para receber as chaves.

Mas nesta última viagem, no final de janeiro, sofri o impacto de algumas mudanças que, somadas a outras observações que fiz em meus trajetos por lá, me inspiraram a escrever este curto post, uma questão de utilidade aos leitores que forem visitar esse país ou outros da Comunidade Européia.

Desde início de janeiro de 2013 estão em vigor novas regras que exigem a carteira de motorista internacional, a chamada PID (Permissão Internacional para Dirigir). Minha reserva fora feita com mais de um mês de antecedência, aproveitando assim preços mais baixos, e não recebera nenhuma observação quanto a mudanças que viriam proximamente, mas essas alegações foram insuficientes para convencer o funcionário da locadora a me ceder o veículo que agendara apresentando somente passaporte e CNH. O que ele alegou foi o mesmo o que está observado nesta página do site do Ministério das Relações Exteriores.

Fotos: Quatro Rodas, awdwiki.com, Blog do Capelli, Motorpásion Brasil, F1 Corradi Blogspot, Piston Heads, PhotoBucket, European Car, km77.com.ar, francocunico.it



Esse carro andou pelo Brasil e pelo menos um ainda está por aqui. A própria Ford trouxe algumas unidades para avaliações, pesquisas de mercado, verificações de viabilidade de importação e outras atividades para saber se alguém compraria o carro, quanto pagaria e qual seria o lucro para a empresa. Aquela coisa toda que um monte de gente é paga para fazer de forma lógica, clara e organizada, e que entusiastas resumem em uma frase, “Estão esperando o quê para começar a vender aqui?”

Pois bem, ficou só em estudos, para tristeza de quem aprecia esportivos ou pseudo-esportivos de uso prático, com bancos na altura de carros normais, fácil de entrar e sair, lugar para passageiros no banco traseiro e espaço para bagagem no porta-malas.

O Escort RS Cosworth tinha o lado negativo de fazer o comprador de XR3 se sentir desprezado por não ter mais o carro topo da linha, mas a situação era  facilmente contornável no mercado europeu com a homologação da FIA e o uso em competições, que  justificava facilmente a existência do carro acima do topo.

Corridas fazem bem para as marcas, isso onde se presta atenção em corridas, e os ralis são a melhor aplicação de carros de rua que se pode fazer em termos de propaganda. Ainda há pessoas que se importam em comprar um carro que tenha durabilidade, ou ao menos uma certa robustez. Cada vez parecem ser em menor número, já que a maioria prefere saber que itens eletrônicos um carro possui, mas, acreditem, há clientes que se importam em saber quais amortecedores estão montados em seu carro novo, evitando comprar algo que só vai durar seis meses.



A velocidade é um conceito que intriga e é capaz de direcionar a vida de muita gente. “Será que posso ir mais rápido?” Este pensamento regularmente passa pela mente de muitos aficionados por velocidade. Há quem diga também que a velocidade é como uma droga, você fica viciado e não consegue parar.

Quanto mais rápido se vai, mais se deseja ir além. O limite está sempre um passo a frente, e quando se alcança este limite, apenas desloca a barreira um pouco mais além. Um belo caso de vício e dependência profunda da velocidade é o lendário Herbert James Munro, ou apenas Burt Munro, e sua Indian Scout recordista de velocidade.

A Velocette de Burt
Com a participação e fotos de Juvenal Jorge



Existem alguns carros nos quais estranhamente nos sentimos em casa. Não sei explicar o como nem por quê, mas é algo que pode-se provar facilmente por observação do comportamento das pessoas em qualquer encontro de carro antigo. Todo mundo pode até gostar de tudo que vê, mas em alguns carros param e suspiram longamente, como se algo lhes prendesse ali e os remetesse a um passado distante, ou mesmo, diriam os espíritas, a outras vidas.

Eu me sinto assim a respeito de Chevettes. Já falamos muito deles aqui (listo alguns links ao fim do post para os mais curiosos), e eu particularmente falei demais até, acho, e, portanto reluto a voltar ao assunto. Mesmo porque vendi o último de meus sete Chevettes em 2006, e tenho procurado ficar longe de vícios autodestrutivos desde então.

Um visual verdadeiramente cativante

Mas eis que me vem o amigo Juvenal Jorge pedindo companhia para ir ver o carro que é o tema deste post: O Chevette Envemo com cabeçote Silpo. Confesso que relutei, mas acabei concordando, ainda que fosse para não deixar o amigo sozinho.

Foto: Zero Hora

No final de semana retrasado, o país viveu mais uma tragédia, o incêndio na boate Kiss, localizada em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Um acidente não acontece apenas por um motivo, mas, sim, por uma grande cadeia de eventos que, somados, acabam resultando na tragédia. Saídas de emergência insuficientes, uso de material pirotécnico inadequado, extintores de incêndio que não funcionaram, falta de iluminação de emergência, revestimento acústico feito de material inflamável e que libera gases tóxicos quando queimado, falta de preparo dos seguranças, falta de indicação das saídas de emergência, enfim, uma série de erros que culminaram na morte de mais de 230 pessoas.

A minha primeira pergunta, ao saber pelos noticiários destes problemas encontrados na boate, foi: como puderam deixar que uma boate funcionasse nestas condições? Quem autorizou o funcionamento de uma casa noturna com tantos problemas? Quem autorizou não viu o uso de um material tão letal no revestimento acústico? Quem liberou o funcionamento da casa sem iluminação de emergência? Apesar do alvará estar vencido desde agosto de 2012, até o mês em questão a casa estava REGULAR, deste mesmo jeito!!!

Lombadas ajudarão a evitar atropelamento de animais (foto: Fernando de Lima Favaro)
                                  
A primeira coisa que me vem à cabeça quando passo por um quebra-molas (ou lombada) é uma ambulância com um paciente em estado grave em seu interior. O que fazer, passar à toda velocidade e massacrar o paciente ou frear a cada obstáculo e perder preciosos minutos no trajeto para o hospital?

Mesmo considerando nosso dia-a-dia, sem emergências, o tal obstáculo nos faz um mal danado. Dia desses fiz uma medição, entrei em um condomínio de casas aqui no Rio e zerei o computador de bordo do carro. Fui até a última rua, tendo que transpor mais de uma dezena desses dejetos viários. Fiz meia volta e ao chegar onde tinha zerado o computador, simulando o trajeto de saída e chegada em casa, conferi o computador: 8,8 km/l de consumo médio e 25 km/h de velocidade média.
Blitz ridícula no Rio de Janeiro: retenção do tráfego (foto: www..hunf.com.br)

É muito triste ver o nosso país doente. Doente da cabeça.

Anteontem (1/2) tivemos o nojento episódio da eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado, mostrando que os (teoricamente) representantes do povo não estão nem aí para os seus representados. O cara renunciou ao cargo cinco anos atrás por suspeita de irregularidades e, agora, volta, triunfal, eleito pelos seus pares – 56 irresponsáveis –, mesmo sendo denunciado pelo procurador-geral da República ao STF por peculato, falsidade ideológica e desvio de dinheiro público. Ou seja, coisa de ladrão.

Mas, o que tem a ver eleição de presidente do Senado com autoentusiasmo? Tudo.

Fotos: Caio Mattos/Honda


Finalmente a Honda oferece o Civic com motor 2-litros, transplantando o motor do utilitário esporte CR-V (Compact Recreational Vehicle), mostrado aqui no AE há praticamente um ano, veículo este que é produzido no México, na cidade de El Salto, estado de Jalisco. A comunização do 2-litros, que é flex, pôde ser realizada sem dificuldade maior.

Fonte da Honda informou ao AE que a introducão do ano-modelo 2014 deveu-se a mudanças importantes na linha, que envolve até mudança de denominação, e ao câmbio manual que passou de cinco para seis marchas no LXS, que também pode vir com câmbio automático de cinco marchas das vesões superiores de 2 litros. 

Não houve alteração na carroceria senão a face interna da tampa do porta-malas e as dobradiças (tipo "pescoço de ganso") agora serem revestidas.

Cabe lembrar que o automático é o Hondamatic que, como se sabe, não é epicicloidal, mas constituído de pares de engrenagens como num manual, com a diferença de em vez de luvas sincrônicas para o engate, utiliza embreagens hidráulicas sob controle eletrônico, mas com a ligação motor-câmbio por conversor de torque.

O 2-litros é o único motor das versões LXR (era EXL) e EXR (EXS antes), com o "R" se referindo ao motor RE20, que movimenta também o Acura, além do CR-V.


Fotos: Lotus Cars
                                          
                

O lançamento que mais me agradou no ano passado foi o novo Lotus Exige, que agora vem só com motor V-6 3,5-litros de350 cv.

Até então ele vinha só com o motor da Toyota, de alumínio, 4 cilindros, centra-traseiro transversal, de 1,8 litro e com compressoe. Gerava 267 cv a 8.000 rpm e 24,5 m·kgf de torque a 5.500 rpm. Nada mau para um esportivo que pesa 930 kg, tanto que faz o 0 a 100 km/h em 4 segundos e atinge 255 km/h.

É importante observar que o pessoal da Lotus é muito objetivo, sabe o que quer e vai direto ao ponto. Podemos observar isso no coeficiente aerodinâmico dos seus carros. O Elise e o Exige não têm Cx abaixo de 0,40, portanto seu arrasto pode ser considerado alto, já que os modernos sedãs têm vindo com o Cx abaixo de 0,28. Mas isso é proposital, pois o que os Lotus Elise e Exige perdem em fluidez aerodinâmica ganham em downforce, a força vertical descendente.