google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): GM
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Fotos não creditadas: divulgação


 
No final de abril de 2009, bem no meio de um público e humilhante processo de falência, a General Motors Corporation se viu obrigada a matar uma série de marcas. Foi triste acabar com a Saturn e a Hummer, sem dúvida, como é sempre matar algo em que pessoas se dedicaram e trabalharam para acontecer por muito tempo. Mas, no frigir dos ovos, não fizeram falta alguma. A veneranda Oldsmobile já tinha desaparecido em 2004, basicamente uma marca sem lugar e significado no novo século. Posicionada bem no meio da famosa escadinha de marcas do conglomerado americano (Chevrolet-Pontiac-Oldsmobile-Buick-Cadillac, em crescente ordem de preço e prestígio), perdera-se em um mundo em que a própria escadinha perdera sentido. Hoje, você ainda precisa de uma marca de prestígio, uma Audi para a sua VW, uma Lexus para sua Toyota, para fazer os consumidores gastarem dinheiro de verdade num carro. Mas todo resto pode ser vendido em uma só marca, sem problema algum. O tempo da escadinha acabara.

Mas se a morte da Oldsmobile, e depois a da Saturn e a Hummer, foram pouco lamentadas, o mesmo não aconteceu com outra que morreu naquele fim de abril de 2009, em meio à falência, há quase exatos cinco anos: a Pontiac. Esta foi e ainda é lamentada. E a lista de hoje é minha humilde homenagem a ela.

O irônico é que, tal qual a Oldsmobile em 2004, no final dos anos 1950 praticamente todo mundo achava que a Pontiac ia desaparecer. Com carros bem menos interessantes que a sua então pujante irmã Chevrolet, pouca gente via motivo para comprar um carro da marca do índio. A Chevrolet estava em seu auge e a Pontiac, no ponto mais baixo de sua história.

Foi salva por um personagem hoje quase mitológico na indústria: o então jovem John Zachary DeLorean (abaixo). Vindo da Packard, onde criou a famosa caixa de câmbio automática “Twin-Ultramatic” pouco antes da empresa ser vendida à Studebaker (e fadada a desaparecer logo em seguida), foi contratado pelos caçadores de talento de Semon “Bunkie” Knudsen, então o chefe da Pontiac e louco para alavancar sua carreira revivendo a moribunda marca.

Um jovem John Z. De Lorean e seus Pontiacs





Pressionado por necessidades familiares em uma viagem longa em que muito asfalto passaria por debaixo das rodas em quatro estados americanos, era requisito haver lugar certo para bagagem e que ela não interferisse com os passageiros. Vans são boas nisso, na Chrysler Caravan que vi antes de me decidir pelo Chevrolet Tahoe espaço para malas não faltava.

Mas quando a funcionária da locadora me perguntou se eu não preferia um Tahoe pelo mesmo preço da Caravan, meus desejos se realizaram. Não por não gostar das vans, mas pela vontade de utilizar algo mais americano ainda, e com um V-8 GM, melhor ainda.

O modelo que aluguei foi um LT com tração nas quatro rodas temporária sem reduzida, ambos itens opcionais para todas as versões (LS, LT e LTZ), sete lugares, sendo os dois bancos no porta-malas dobráveis e removíveis. Mesmo com eles lá, cabem cinco malas grandes – não tamanho-jumbo – uma ao lado da outra.

Com os todos os bancos no lugar, o porta-malas é de 478 litros. Retirando os dois bancos da terceira fileira, são 1.707 litros. Como eles seriam apenas rebatidos, uns 1.500 litros estariam à disposição. A tampa traseira abre para cima, junto com o vidro, mas este pode ser aberto independentemente para manuseio de volumes menores ou quando o carro está próximo de paredes, por exemplo.


Só com um banco da terceira fileira escamoteado

Com os dois bancos da terceira fileira escamoteados

Tampa traseira aberta ou...

...apenas o vidro traseiro

fotos: GM



Hey, there you are! She's down there. Plain Jane boring, just like you asked for, but I dropped in three hundred horses on the inside. She is gonna fly!
There she is. Chevy Impala, most popular car in the state of California. No one will be looking at you.
(Aí está você! Vamos lá, ela está aqui embaixo. Discreta, chata, sem graça, como você pediu, mas eu coloquei trezentos cavalos debaixo do capô. Esse negócio vai voar!
Olha ela aí: Chevy Impala, o carro mais popular no estado da Califórnia. Ninguém vai olhar duas vezes para você.)

No filme “Drive!, recentemente lançado em vídeo, o ator Ryan Goslin interpreta um misterioso e jovem piloto que ganha a vida um pouco como motorista de assaltos, e um pouco como stunt doublé para a indústria de Hollywood, mas se declara a todos um mecânico apenas, que trabalha na oficina de seu chefe e mentor, o personagem Shannon, interpretado pelo experiente ator Bryan Cranston. É de Shannon a fala acima, dita enquanto ele entrega o carro para o mais novo trabalho do protagonista (um assalto), bem ao início do filme.

Ryan Gosling dentro do Impala, esperando os comparsas, no início do filme "Drive!"

O filme é interessantíssimo. Começa todo tranqüilo e contido, mas do meio para frente explode em uma violência tremenda que nos deixa decididamente incomodados. Além disso, é filmado com um virtuosismo que está ficando cada vez mais raro. As imagens dizem quase tudo, e o silêncio diz mais que mil palavras; uma verdadeira lição de cinema para quem ama a Sétima Arte. Fora que a história é original e nos prende de ponta a ponta. Altamente recomendado.

Mas apesar do tema aparentemente automobilístico, os carros aqui são meros coadjuvantes; quase irrelevantes para a história, fazendo com que mesmo um maníaco como eu os esqueça e preste atenção nos personagens de carne e osso do filme.


 Cord 810 (foto good-wallpapers.com)

A grande escritora Beverly Rae Kimes disse certa vez da marca americana que levou o nome de seu famoso fundador, Erret Lobban Cord: “O Cord L-29 atraiu a maior atenção, gerou menos vendas que qualquer outro carro de preço médio da história, exceto é claro o seu sucessor.” Um bom resumo da marca, a terceira do conglomerado automotivo de E.L. Cord, criada depois dele ter comprado a Auburn e a Duesenberg. O L-29, criado sob as patentes de tração dianteira do artístico engenheiro Harry Miller, é talvez o maior clássico da marca que estava destinada a ter vida curta (1929-1937). Mas é do seu sucessor, o Cord 810, que quero falar aqui, famoso não somente pela então incomum tração dianteira, mas principalmente pelo seu antológico e revolucionário desenho de carroceria.

Um Roadster Cord L29 (RM auctions)

E como este desenho nasceu é uma história interessantíssima, ligada indelevelmente à história de seu criador, o hoje famoso Gordon Buehrig.


foto: MAO

Eu tenho uma crença, compartilhada por muita gente mais inteligente e séria do que eu (e que, portanto, me dá certeza que não é só mais uma maluquice minha), de que só pode-se saber realmente algo sobre um carro depois de uma semana com ele, pelo menos. Na verdade, quanto mais se anda com um carro, mais se conhece dele, óbvio. É fácil pegar as principais características em uma rápida voltinha; fazemos isso muitas vezes aqui no blog. Mas depois de uma semana ou mais, o nosso conhecimento aumenta exponencialmente, e podemos realmente falar mais e, dar mais detalhes para vocês, queridos leitores.

Então estou aqui de volta para contar a vocês como anda meu relacionamento com o meu vermelhíssimo Cruze LT hatch. Para quem não acompanha o blog, comprei-o há coisa de sete meses, e já falei sobre ele aqui. O carro tem bancos de tecido, pintura sólida e câmbio manual, efetivamente o mais barato Cruze que se pode comprar.

Em julho/2012, quando chegou em casa, novinho (foto: MAO) 

Já são mais de 10 mil km rodados com ele. No momento que escrevo essas linhas, são exatamente 11.423. Os últimos quatro mil km foram rodados em dezembro passado, numa sensacional viagem com a família para o sul do Brasil, de São Paulo até Gramado no Rio Grande do Sul pela BR116, depois descendo a serra até o litoral, subindo de volta pela BR101. Não existe nada melhor para uma família que uma longa viagem de carro, e nós aproveitamos bastante a nossa. Eu também aproveitei para dirigir bastante meu novo carro, e daí veio a vontade de contar em mais detalhes como ele é, de uma forma mais tranquila, e com experiência suficiente para fazê-lo sem medo de errar em algo.
O painel do novo Corvette Stingray (C7). (netcarshow.com)

Quem pode, faz. Quem não pode, apenas fala a respeito.
Ditado popular

É difícil para alguém que, como eu, apenas fala a respeito de carros, ouvir uma frase como esta. Mas é a mais pura verdade. Quando nos propomos a avaliar o trabalho de outros, é bom lembrar que não pudemos fazer melhor. Sim, porque se pudéssemos realmente, estaríamos do outro lado da cerca que divide quem faz de quem apenas assiste.

A dura realidade que temos que enfrentar é que mesmo o mais insatisfatório dos automóveis é mais importante do que a melhor piada que pudemos fazer designando-o como tal. Mas é muito fácil se esquecer de tal coisa e de se recolher à sua insignificância; principalmente se o que você escreve ou fala encontra ávidos ouvidos, e tal ocupação lhe traz fama e influência, e em alguns raros casos, até fortuna. O sucesso tem o péssimo hábito de fazer as pessoas acreditarem que não são apenas pessoas, e sim algum tipo de ser iluminado que sempre tem razão em tudo.

Mas isto não quer dizer que a ocupação do avaliador não seja honrada, longe disso. Na verdade, é necessária e importantíssima tanto para quem faz os carros, como para quem os compra. Sem uma opinião séria e isenta, como saberíamos o que comprar, ou como saberíamos onde se errou? E errar todos erramos, porque se não o fizéssemos não faríamos parte da espécie humana. Seríamos algum tipo de ser iluminado que sempre tem razão em tudo.

Foto: Aston Martin

“Não estamos aqui para fabricar automóveis. Nós trabalhamos aqui para fazer dinheiro fabricando automóveis.”

A frase acima é atribuída a Alfred P. Sloan, Jr, executivo supremo da General Motors entre 1923 e 1956. Sloan é a pessoa que tornou a GM a maior empresa do mundo, e criador de um método de negócio para a indústria que foi copiado por absolutamente todo o mundo. A obsolescência programada liderada por departamentos de estilo, o ano-modelo, a compra financiada, o desenvolvimento contínuo de novos modelos, tudo foi criado por ele, e hoje é universal e básico.

Esta frase na verdade é praticamente um resumo da missão da vida desse genial empresário. Sloan transformou, aplicando métodos de gestão empresarial, uma indústria ainda liderada por amadores, por provincianos inventores de fundo de quintal feito Henry Ford, em negócios de verdade. Com uma gestão lógica, pragmática e científica, Sloan tornou sua General Motors em uma empresa realmente profissional, liderada por gerentes profissionais, e focada no objetivo máximo de qualquer empresa: o lucro.

Alfred P. Sloan, Jr (foto: General Motors)

Nada de errado nisso, lógico. Algumas pessoas hoje até podem ter dificuldade de acreditar que era diferente antes, que a frase de Sloan é óbvia e sem impacto algum, noção esta imprimida em seus cérebros por uma sociedade moderna onde absolutamente tudo é negócio, e a lógica de que o lucro é o mais importante sempre é corrente até em lugares como hospitais e escolas, incrivelmente. Mas na indústria automobilística do início do século XX, era realmente uma noção nova.

Imagens: General Motors



O Toronado nasceu do desejo de se criar um automóvel superior: um com espaço interno mais utilizável, e de melhor comportamento na estrada. Estávamos atrás do grande passo adiante, não meramente uma evolução. Isto significa que desenhamos sem nos prendermos a conceitos ou componentes existentes; que fizemos algo sem compromisso com o tradicional.”

Com essas palavras ambiciosas, J.B. Beltz, engenheiro-chefe da Oldsmobile, apresentava em 1966 sua mais nova criação. Grande passo para adiante, sem dúvida. Mais que isso, o carro que criaram seria um dos grandes marcos da engenharia, algo que mudaria para sempre o futuro do automóvel.

Em 1966, ao contrário de hoje, tração dianteira era exceção, e não a regra. Todo mundo achava que dois litros e pouco mais de uma tonelada era o limite prático para esta configuração. A teoria era que os pneus dianteiros seriam incapazes de lidar com a maior parte da frenagem, a direção, e ainda assim passar toda potência do motor ao chão. O efeito de altas potências na direção era particularmente temida, e assim apenas carros pequenos e/ou pouco potentes eram os mais populares candidatos a ter tração nas rodas da frente.

Mas então apareceu o Oldsmobile Toronado. Movidos pelo desejo de criar um automóvel superior, Beltz e sua equipe abandonaram as noções comuns e descobriram que, não apenas as rodas dianteiras podiam conviver com todas aquelas solicitações, várias vantagens direcionais e de estabilidade eram conseqüência direta da tração dianteira. Nos anos 1960 a engenharia da GM, então maior empresa do mundo, chegou ao seu ápice, e nada parecia impossível para o gigante americano. Carro do futuro? É só ver a predominância da tração dianteira hoje para entender que a Oldsmobile tomou o caminho correto para o “automóvel superior”.




Era uma vez um menino.

O menino nasceu em janeiro de 1864 em uma família pobre do condado de DeKalb, Illinois, a uns 100 km a oeste de Chicago. Estava destinado a perder a família muito cedo, quando tinha apenas sete anos de idade.

O estado o colocou então sob a custódia de um fazendeiro. O contrato determinava que a criança deveria trabalhar na fazenda até a maioridade (21 anos), e em troca receber casa, comida, uma roupa nova a cada ano. E só. E assim o menino trabalhou muito, para receber quase nada em troca, por cinco anos.

Em 1876, aos 12 anos, o menino fugiu da fazenda. Andou 30 km até uma cidade longe o suficiente (Grand Blanc), onde arrumou um trabalho de ajudante de carpinteiro em uma grande fazenda. Recebeu um salário de 24 dólares por três meses de trabalho. Pouco, mas pelo menos, um salário. Durante a colheita do outono, o menino trabalhou mais um mês e recebeu 12 dólares. Aos 13 anos, o menino tinha economizado 25 dos 36 dólares que ganhara até então.


O recente anúncio de uma colaboração estreita entre a Peugeot francesa e a General Motors (que inclui a compra de 7% das ações da empresa francesa pela GM) abriu a temporada de especulações a respeito do futuro de ambas as companhias, a natureza da aliança, e a situação das operações do gigante americano na Europa.

Mas a verdade é que ninguém, a não ser os funcionários das empresas diretamente ligados a este negócio, sabe algo de concreto sobre os objetivos do acordo. Sabe-se apenas que existe um acordo, e só. O resto é pura especulação.

Sendo assim, vou refrear o desejo de comentar algo sobre o qual não se sabe nada, e apenas contar uma interessante passagem da história de como a Peugeot começou a fazer automóveis, que tem a ver com outro acordo entre empresas de nacionalidades diferentes. E que por ser uma história francesa, é muito mais interessante, cheia de drama, reviravoltas e paixão que qualquer uma que se conte da americana e conservadora GM.


A história do início da Bitter e o primeiro cupê com mecânica Opel que o piloto alemão criou já foi contada aqui no Blog (aqui e aqui). Esta propaganda é de 1988, e o carro é o posterior Bitter SC, que diferente do primeiro Bitter, era oferecido também em versões conversível e sedã quatro portas.


Com estilo pesadamente influenciado pelo Ferrari 400, o SC era baseado no Opel Senator, e mecanicamente era muito parecido com nosso Omega nacional: suspensão independente e discos nas quatro rodas, tração traseira e o seis em linha OHC da Opel, com injeção eletrônica e deslocamentos volumétricos de 3,0 litros (179 cv) ou 3,9 littros (210 cv), este último modificado por Bitter.

Fotos: C&D e GMC


“Quando os freios da caminhonete são soltos, uma enxurrada de torque é despejada em todas as quatro rodas. Elas quase não fazem barulho, apenas um pequeno “chirp”. A aceleração começa com um impulso tão grande, que o motorista sente o café da manhã indo parar na caçamba. Num piscar de olhos, o Ferrari está olhando para a tampa da tal caçamba. E a tampa está ficando cada vez menor. Meio carro de distância, um carro, dois carros de distância separa os dois antes do Ferrari sair da primeira marcha. A corrida apenas começou, mas já parece um massacre...” – Pat Bedard

Parece incrível que já se passaram 20 anos, mas o texto acima, publicado no primeiro teste da picape, na Car and Driver americana de setembro de 1991, não deixa dúvidas disso. Mas mesmo 20 anos depois, a GMC Syclone ainda está firme no posto da melhor caminhonete esportiva já criada.


Novo Chevrolet Cruze

Preços de automóveis vêm sendo alvo de bastante controvérsia nos últimos meses. O inconformismo de muitos, repetido com bastante freqüência neste AE, com o que se pede por um carro, utilitário, picape ou SUV no Brasil, comparado com diversos países e até com nossos vizinhos, que compram exatamente os mesmos modelos daqui por muito menos, é plenamente justificável.

Não seria diferente no caso do mais recente lançamento da Chevrolet, o Cruze.

O que pretendo discutir neste espaço é talvez mais um pouco do mesmo tema, tentar adicionar mais alguns ingredientes e compreender qual a possível estratégia da turma de marketing e vendas da GM.

O lançamento oficial do Cruze deu-se na última sexta-feira, 9 de setembro. Algumas semanas antes, o pessoal daqui discutiu bastante, até fizemos nosso bolão. Ninguém trabalha no marketing GM, não havia informação privilegiada, mas foi interessante coletar a lógica de cada um por trás de sua aposta.

Foto: revista Quatro Rodas, dezembro de 1969



Acho que já citei neste espaço a memória de uma pessoa muito querida e que faz muita falta: trata-se do meu tio Vicente Alves Bitu (1937 - 2008), engenheiro agrimensor e grande entusiasta dos automóveis fabricados pela General Motors do Brasil.

Nunca vi o tio Vicente possuindo qualquer outro carro que não um Chevrolet. É certo que havia na garagem um VW Gol dos anos 80 refrigerado a água, mas o tio quase não colocava as mãos nele, ficava mais com os meus primos. O "Vicentão" era fã mesmo dos carros que ostentavam a gravatinha azul, uma história que começou com o lançamento da linha Opala, no final dos anos 60.

Como dito antes, o tio era engenheiro agrimensor da Prefeitura de São Bernardo do Campo, emprego que dava a ele e sua família um pouco de conforto, mas sem muitos caprichos. Logo que o Opala foi lançado ele adquiriu um, com o bom e velho motor de seis cilindros em linha e 3,8 litros de cilindrada. Um carro confortável, possante e seguro para viajar com a esposa e dois filhos.




Quando falei do Omega semana passada, disse que o mundo devia estar prestes a acabar quando os australianos são um exemplo de elegância contida e sofisticação. Bom, durmam tranquilos meninos, nem tudo está perdido. Observem esta versão do Omega vendida na Inglaterra como Vauxhall VXR8. Australianos sendo australianos.

Com uma versão de 6,2 litros, 431 cv e 56 mkgf do onipresente V-8 de alumínio da família LS da Chevrolet americana, o carro faz 0-100 km/h em 4,8 segundos, e a velocidade final é limitada a 250 km/h. E como vocês podem ver nas fotos, mais guelras, barbatanas, asas e cortes a navalha que um batalhão inteiro de Sonatas. Em amarelo e preto fosco como nas fotos, parece uma banana selvagem gigante, vinda diretamente das profundezas do inferno!

Parece que nem todo espírito local foi perdido neste mundo globalizado. Ainda bem!

MAO

Sonho?!

Ter um Camaro sempre esteve entre os meus melhores sonhos. Não sei muito bem quando e como isso começou, mas deve ter sido lá na década de 70. Lembro-me que nas raras vezes que eu via Corvettes, Camaros e Firebirds eu sentia algo diferente. Mais tarde, já adulto, escolhi o Camaro como o meu carro favorito. Nem sei muito bem por que, pois não há nenhum motivo racional para isso, simplesmente escolhi. Hoje já acho muito difícil eleger apenas um carro favorito. Mas o Camaro continua ocupando um lugar de destaque, principalmente o novo Camaro.


Um ótimo exemplo da célebre frase "Racing improves the breed." é essa imagem que o pessoal da Corvette elaborou, mostrando pontos que foram revisados do Corvette com experiências adquiridas nas pistas com os C6.R das categorias de GT.

Claro, algumas das citações são mais jogadas de marketing, mas diversos pontos podemos ver que são realmente bem parecidos com os de corrida, principalmente na parte de aerodinâmica (clique na imagem para ampliá-la).
Falar sobre a GM no exterior é sempre complicado. Ela continua fazendo uns carros medíocres, mas alguns modelos novos claramente renovam as esperanças dos admiradores de longa data da marca, como o Cruze. Mas vamos lá...

Falou em norte-americano (canadense incluído), fala-se em full size, SUV e picape. Exagero pra nós, normal pra eles. A divisão Cadillac, a mais luxuosa das várias da GM, não podia ficar de fora desse mercado. Apesar do ótimo CTS, sedã e perua esportivos, do desafio do Bob Lutz aberto a todos, apostaria que o lucro ainda vem de caminhões luxuosos vendidos como veículos familiares. Goste do estilo ou não, esta SUV média (pra eles, ESCALADE é a grande) ficou com um visual bem aceitável:



Cadillac SRX Crossover


Mas o mundo GM lá fora é o território dos grandes e gigantes. Segue uma lista parcial, pra quem se interessar:


GMC YUKON e GMC DENALI


GMC Terrain e Cadillac Escalade


Avalanche


Chevrolet Tahoe


Espaço, espaço, espaço. Pra pessoas e bagagem.



Suburban



Chevrolet Traverse (mas não parece um Agile tamanho família?)


Faltou ainda o Equinox, parecida com o Traverse acima, em um tamanho mais próximo do nosso Captiva. E a minivan HHR ainda é vendida, estava lá também.


Volt


Olha ele aí, o carro mais falado da GM, ultimamente. Meio esquecido em um canto, fechado por essas grades de forma meio inusitada. Se é um carro que, espera-se, mude o futuro da GM e que está já aparecendo em forma quase definitiva, deveria incentivar o consumidor a entrar, sentar, sentir-se bem dentro do carro. Mas o interesse era baixíssimo, nem fotos tiravam dele. Tinha um video ao lado, mostrando as qualidades do carro, mas ninguém assistia. E ninguém por perto tentando "puxar papo" com quem se interessasse pelo carro.


Simpático ele é.


O Buick LaCrosse


Buick é a famosa "marca de senhores". Carros sem graça, suspensão mole e tudo pra agradar o consumidor típico, aposentado, nos seus 60 anos ou mais. Bom, esse LaCrosse, que usa a mesma plataforma do ótimo Opel Insignia, pode mudar isso. Não vejo nada de velho nesse carro, parece um dos grandes acertos recentes da GM.


Chevrolet Cruze


Já ouvi muitos boatos que esse carro será nosso. Importado, fabricado, não sei. Já tem uma versão coreana, o que reforçam as chances. Olhei com carinho e gostei muito. Que nosso Vectra encerre logo sua carreira e dê lugar a um sedã como este. Li que já estudam nova fábrica para esse carro nos EUA pois a demanda superou as expectativas. Bom, é com bons carros que se faz uma boa empresa.


Chegamos aos esportivos e comecei pelo pior. Pior é um pouco forte, diria o menos interessante. Não pelo carro, mas pelo exagero de marketing que o ronda. A versão abaixo é a Transformers, do filme adolescente de ação cheio de robozinhos animados...




O detalhe de preto na faixa preta é bacana. Pena que é pra escrever "TRANSFORMERS".


Você não pretende guardar nada além de mochilas aqui, certo?


Agora sim, na cor certa e visual agressivo. Não olhem o preço, acaba com o sorriso (a menos que você more nos EUA ou Canadá)


Corvette Z06


Corvette e seu carisma com entusiastas de ontem, hoje e amanhã.


Essa última versão, a Grand Sport, aberta a "visitação", possui suspensão mais esportiva e outros itens mais entusiásticos. É a versão de Corvette mais barata (menos cara) com esse kit, não é uma versão alegórica, com itens visuais apenas. Uma ótima opção pra quem quer mais esportividade mas não pode pagar pela Z06 ou a exclusiva ZR1.


Abraços,


MM

Como todo bom autoentusiasta, sempre tive vontade de conhecer vários destinos ao redor do mundo devido à sua importância na história do automóvel. A maioria deles na Europa. Núrburgring, Le Mans, Maranello e muitos outros. Também gostaria de visitar os Salões de Frankfurt, Paris, Genebra e Tóquio. Nos Estados Unidos o principal destino sempre foi Detroit, palco do principal salão americano, onde estive por duas vezes, em 1998 e em 2007.

Quem é leitor da Folha de S. Paulo pôde ler neste domingo uma matéria sobre Detroit, a (ex)capital do automóvel, na última página do caderno Mais. Estranhei o fato da matéria estar nesse caderno. Relembrei minha última visita em 2007 e concordei que não poderia estar no caderno de turismo. A matéria da Folha fala exatamente sobre a decadência de uma das maiores cidades americanas e mostra que existe possibilidade de um renascimento mais vigoroso, a exemplo de sua cidade irmã, Turim, na Itália. Turim, que um dia foi o berço do design italiano e europeu e onde está a sede da Fiat, também sucumbiu às crises nas décadas de 70 e 80, e hoje está se reerguendo.

Acredito que a grande maioria saiba o significado de Detroit para o automóvel, mas algumas informações são interessantes.

A cidade foi fundada em 1701 pelo oficial francês Antoine de la Mothe Cadillac e o seu nome original era Fort Ponchartrain du Detroit. Mais tarde, durante a década de 1760, houve conflitos com ingleses e indígenas do Canadá, que fica na outra margem do rio Detroit. Um tal de Chefe Pontiac fez uma rebelião e tentou tomar o Forte Detroit. Dái que vem o índio nos capôs dos Pontiacs antigos!

Foi em Detroit que Bill Durant, Henry Ford, irmãos Dodge e Walter Chrysler iniciaram as companhias que se tornariam as Big Three, as Três Grandes - não mais tão grandes - GM, Ford e Chrysler. Por isso Detroit também ficou conhecida como a Capital do Automóvel ou Motor City.

No auge de sua glória Detroit teve 1,85 milhões de habitantes, sendo que em 2007 sua população havia caído para pouco mais que 900 mil habitantes. Com as diversas crises no setor, a automatização de fábricas, a instalação de novas fábricas em outras regiões dos Estados Unidos para fugir dos custos e sindicatos são fatores que levaram a cidade à decadência.

Detroit já foi palco da Fórmula 1 por 7 anos, de 1982 a 1988, com vitórias de Nelson Piquet em 1984 e de Ayrton Senna de 1986 a 1988. E a Belle Isle, uma ilha no rio Detroit, também já foi palco de provas da CART, onde o Emerson venceu em 1989 e 1991, e IRL, entre outros campeonatos. Mas atualmente o circuito também não faz mais parte dos calendários mais importantes.

Dei uma olhada nas minhas fotos de 2007, quando visitei o Salão de Detroit, e achei que seria bacana dividi-las com os vocês. O Salão sempre acontece no começo de janeiro, muito frio e com neve algumas vezes. No ano em que estive lá não nevou. Em um dos dias que fui ao enorme salão consegui dar uma escapada e circular um pouco pelo centro e arredores, de carro e também num tipo de metrô elevado chamado People Mover, que percorre um circuito ao redor do centro numa única linha, num único sentido. Minha impressão foi de que realmente o brilho da cidade acabou. Quase não havia pessoas na rua, pouco movimento de carros, enfim, pouca vida. Em 2008, quando a crise imobiliária atingiu seu ápice, lembro de ter visto Detroit várias vezes no noticiário como um dos lugares com a maior quantidade de imóveis vagos. As pessoas simplesmente saíram da cidade e deixaram suas casas abandonadas.

Muito interessantes são os dizeres que estão na bandeira da cidade, em latim: Speramus Meliora; Resurget Cineribus - Nós Esperamos Por Coisas Melhores; Deverá Ascender das Chamas. O prédio sede da GM se chama Renaissance (renascimento) Center, também chamado de Ren Cen.

Espero voltar lá quando tudo já estiver renascido.

Passeio no People Mover - tudo vazio!

 


Rio Detroit, Ren Cen de um lado, Canadá de outro



Entrada do Cobo Hall, onde ocorre o Salão de Detroit

O Ren Cen, sede da GM. Os novos modelos da GM são exibidos no térreo. Repare na arquitetura externa e interna e na cafeteria com telhado de vidro e vista para o rio Detroit. Tomei uma chamada por fotografar a estrutura do teto de vidro. A dica é, na dúvida não pergunte se pode.



Duas Igrejas muito bonitas e a ponte Ambassador, que liga Detroit a Windsor no, Canadá. O final de tarde estava muito agradável. Na outra margem do rio está Windsor.


Reparando na arquitetura pode-se ver vários prédios no estilo Art Déco. A foto no estacionamento é no telhado do Cobo Hall. Lá também tem alguns alagamentos.