Imagens: General Motors
“O
Toronado nasceu do desejo de se criar um automóvel superior: um com
espaço interno mais utilizável, e de melhor comportamento na
estrada. Estávamos atrás do grande passo adiante, não meramente
uma evolução. Isto significa que desenhamos sem nos prendermos a
conceitos ou componentes existentes; que fizemos algo sem compromisso
com o tradicional.”
Com
essas palavras ambiciosas, J.B. Beltz, engenheiro-chefe da
Oldsmobile, apresentava em 1966 sua mais nova criação. Grande passo
para adiante, sem dúvida. Mais que isso, o carro que criaram seria
um dos grandes marcos da engenharia, algo que mudaria para sempre o
futuro do automóvel.
Em
1966, ao contrário de hoje, tração dianteira era exceção, e não
a regra. Todo mundo achava que dois litros e pouco mais de uma
tonelada era o limite prático para esta configuração. A teoria era
que os pneus dianteiros seriam incapazes de lidar com a maior parte
da frenagem, a direção, e ainda assim passar toda potência do
motor ao chão. O efeito de altas potências na direção era
particularmente temida, e assim apenas carros pequenos e/ou pouco
potentes eram os mais populares candidatos a ter tração nas rodas
da frente.
Mas
então apareceu o Oldsmobile Toronado. Movidos pelo desejo de criar
um automóvel superior, Beltz e sua equipe abandonaram as noções
comuns e descobriram que, não apenas as rodas dianteiras podiam
conviver com todas aquelas solicitações, várias vantagens
direcionais e de estabilidade eram conseqüência direta da tração
dianteira. Nos anos 1960 a engenharia da GM, então maior empresa do
mundo, chegou ao seu ápice, e nada parecia impossível para o
gigante americano. Carro do futuro? É só ver a predominância da
tração dianteira hoje para entender que a Oldsmobile tomou o
caminho correto para o “automóvel superior”.