Fotos: autor
O meu andar é erótico
Com movimentos atômicos
Sou um amante robótico
Com direito a replay
Eu sempre me considerei um fã dos carros da marca
francesa Citroën. Como já contei aqui, a marca tem uma longa tradição de
pensamento independente que sempre admirei. Sim, depois que se tornou parte
menor da Peugeot, esse pensamento independente foi podado, ajustado e reduzido
a um tamanho mais agradável a seus novos donos. Mas ainda assim existe uma
vontade, um desejo de ser diferente que é claramente visível a todos. Algo
muito louvável, principalmente hoje em dia, onde a originalidade fica mais
rara, pela simples razão de que a evolução do estado da arte automobilístico torna
tudo similar.
Me peguei pensando nisso ao dirigir um dos mais
interessantes carros da marca hoje em dia: o DS3. Por uma dessas agradáveis
coincidências da vida, pouco depois de comprar meu primeiro Citroën (um
Berlingo verde), acabei fazendo um passeio com um DS3 novinho, numa estradinha
belíssima, truncada, mas de pouquíssimo tráfego. Para você que acabou de voltar de uma viagem
de dez anos a Urano, e portanto não sabe o que é um Citroën DS3, sugiro ler os
posts do Bob a respeito, clicando aqui e aqui.
Mas o que significa a sigla DS3? O prefixo DS, herdado
do mais revolucionário veículo dessa empresa acostumada a revoluções (o
DS19/20/21/23 de 1955 a 1975), é uma recente novidade na marca, uma sub-linha
diferenciada e mais cara que a linha “normal” da marca, esta facilmente
identificada pelo prefixo “C”. Existe então um Citroën C3, um quatro portas
familiar normal, e um Citroën DS3, um duas-portas de acabamento superior,
decoração esmerada, e mais potente. Uma idéia original, sem dúvida alguma,
mesmo que a pífia utilização do prefixo DS tente uma ligação que não existe com
um carro do passado. O DS original era um carro do futuro, visto de 1955, e os
DS de hoje são apenas carros do presente, sem nenhuma pretensão de mudar em
nada o estado da arte do automóvel atual.
Mas de qualquer forma, como já disse, é uma boa idéia
para os de nosso credo. Sim, preferia a criação de um novo nome no lugar do uso
profano de um ícone sagrado como o DS, mas, tudo bem. Se é para trazer alguma
pimenta ao árido panorama dos carros produzidos em massa, que assim seja.