Fotos: autor
O meu andar é erótico
Com movimentos atômicos
Sou um amante robótico
Com direito a replay
Eu sempre me considerei um fã dos carros da marca
francesa Citroën. Como já contei aqui, a marca tem uma longa tradição de
pensamento independente que sempre admirei. Sim, depois que se tornou parte
menor da Peugeot, esse pensamento independente foi podado, ajustado e reduzido
a um tamanho mais agradável a seus novos donos. Mas ainda assim existe uma
vontade, um desejo de ser diferente que é claramente visível a todos. Algo
muito louvável, principalmente hoje em dia, onde a originalidade fica mais
rara, pela simples razão de que a evolução do estado da arte automobilístico torna
tudo similar.
Me peguei pensando nisso ao dirigir um dos mais
interessantes carros da marca hoje em dia: o DS3. Por uma dessas agradáveis
coincidências da vida, pouco depois de comprar meu primeiro Citroën (um
Berlingo verde), acabei fazendo um passeio com um DS3 novinho, numa estradinha
belíssima, truncada, mas de pouquíssimo tráfego. Para você que acabou de voltar de uma viagem
de dez anos a Urano, e portanto não sabe o que é um Citroën DS3, sugiro ler os
posts do Bob a respeito, clicando aqui e aqui.
Mas o que significa a sigla DS3? O prefixo DS, herdado
do mais revolucionário veículo dessa empresa acostumada a revoluções (o
DS19/20/21/23 de 1955 a 1975), é uma recente novidade na marca, uma sub-linha
diferenciada e mais cara que a linha “normal” da marca, esta facilmente
identificada pelo prefixo “C”. Existe então um Citroën C3, um quatro portas
familiar normal, e um Citroën DS3, um duas-portas de acabamento superior,
decoração esmerada, e mais potente. Uma idéia original, sem dúvida alguma,
mesmo que a pífia utilização do prefixo DS tente uma ligação que não existe com
um carro do passado. O DS original era um carro do futuro, visto de 1955, e os
DS de hoje são apenas carros do presente, sem nenhuma pretensão de mudar em
nada o estado da arte do automóvel atual.
Mas de qualquer forma, como já disse, é uma boa idéia
para os de nosso credo. Sim, preferia a criação de um novo nome no lugar do uso
profano de um ícone sagrado como o DS, mas, tudo bem. Se é para trazer alguma
pimenta ao árido panorama dos carros produzidos em massa, que assim seja.
E o DS3 é, sim, uma pimenta boa, um tempero
interessante, uma opção legal para quem quer mais que transporte em seu
hatchback pequeno. Equipado com o excelente quatro-em-linha desenvolvido com a
BMW em um carro de menos de 1.200 kg em ordem de marcha, e câmbio manual de seis
marchas, não podia ser diferente. Este motor, chamado THP pela PSA Peugeot Citroën,
desloca 1,6 litro, e conta com duplo comando de válvulas no cabeçote, quatro
válvulas por cilindro, um turbocompressor pequeno de baixa inércia posicionado
bem juntinho ao lado de escapamento do cabeçote, de onde sopra através de um
resfriador ar-ar que conta inclusive com seu próprio ventilador elétrico em
miniatura, para resultar em 165 cv a 6.000 rpm e melhor: uma curva de torque
plana a partir de 1.400 rpm, na altura da cota de 24,5 m·kgf. O formato da curva
não é uma curva, é quase um quadrado....
A suspensão derivada do C3 (todo o assoalho é baseado
no C3) é recalibrada para usar pneus bem maiores, e freios também generosos.
Por fora, um desenho diferente e sem as normais economias que vemos em hatch
pequenos. Por dentro, bancos decididamente esportivos, revestimento de teto
negro, e um volante também de viés esportivo. São apenas duas portas, e o
acesso lá para atrás não é dos melhores, o que mostra bem qual é a missão do
bichinho.
Foi sabendo de tudo isso que achei que estaríamos no
lugar ideal para andar com ele. Uma estrada sinuosa de mão dupla, asfalto bom e
pouco tráfego é sempre uma delícia, e costuma ser, em minha opinião, o
verdadeiro teste do carro esporte. Pistas são para pilotos e carros de
competição; o dia-a-dia e as estradas de pista dupla (ou tripla ou quádrupla),
o teste do carro como meio de transporte. Mas é num passeio como este, para
diversão, onde andamos rápido, numa velocidade que aterrorizaria a esposa (ou
mãe, ou pai, ou avô; insira aqui seu passageiro aterrorizado mais usual), mas
que seria tranqüilíssimo para o Colin McRae, que podemos ver se um carro é
realmente divertido.
E a pista que andamos é exatamente assim, sempre
truncada, em alguns lugares mais, outros menos, com pequenas retas ligando as
curvas, mas sempre com uma belíssima paisagem e pouquíssimo tráfego. Junte a
isso uma manhã clara de sol, mas sem muito calor, e se tem o ambiente perfeito
para isso.
E como é andar no DS3? Como não poderia deixar de ser,
sensacional. O carro é pequeno, e passageiros atrás iam sofrer, mas como estava
sozinho, na posição do piloto sobra espaço. O painel alto ajuda, bem como o
generoso curso de telescópio do volante. Uma posição para dirigir perfeita. É
um daqueles carros fáceis de entender, daqueles que em pouquíssimo tempo nos dá
intimidade. O interior é bem escuro, e os vidros relativamente pequenos. Não
vou chamá-lo de claustrofóbico, mas não é exatamente arejado e iluminado
também. No geral, um ambiente bem agradável para conduzir o negócio de andar
rápido.
E rápido ele anda. O motorzinho faz uma imitação bem
convincente de um motorzão, puxando como um trem em qualquer marcha, em
qualquer situação. É realmente forte aquilo, especialmente falando de resposta
imediata em qualquer rotação e velocidade. A curva de torque é tudo que promete
o papel.
Some-se a isto um câmbio de engates perfeitos, e um volante pequeno com o peso de direção corretíssimo. A estabilidade é perfeita, o carro
nunca dando sustos mesmo ao encontrar curvas inesperadamente fechadas demais
para a velocidade que vinha. Benigno ao extremo, o carro simplesmente faz o que
se pede, sem senões nem porquês.
É realmente um impressionante equipamento, este. Um
desses, numa estrada como aquela, travada e impossível de decorar inteira (e
portanto com curvas inesperadas), é algo que permite velocidades
inacreditáveis. Tenho certeza que, bem dirigido, esse simples hatchback poderia
acompanhar um monte de coisa bem mais exótica e cara naquela estrada. É um
carro que se deve respeitar, mesmo tendo esta carinha de brinquedo, de algo que
o Ken ou a Barbie podiam dirigir. Impressionante.
E impressiona também a tranqüilidade com que faz isso
tudo. Silencio dentro, conforto ao rodar, ar-condicionado mantendo clima
agradável, som tocando musiquinha baixo, mas completamente audível. Anda-se
muito rápido, mas na maior tranquilidade. Há algum barulho nos acabamentos
plásticos internos, triste em um carro tão bom em tudo, mas não é algo que
chega a incomodar.
E é também extremamente econômico. O dono do carro, um
velho amigo da turma que faz este blog, reporta inacreditáveis médias de 19
km/litro em estrada, andando tranquilo ao redor dos 120 km/h. E mesmo na lenha
daquele dia, o computador de bordo dava média de 9 km/l. De novo,
impressionante.
Mas por que então não estou agora esperando a certa
desvalorização que este carro terá em alguns anos avidamente? Porque não é o
meu mais novo objeto de desejo, minha nova musa de meus dias?
Bem, meninos, falta algo ali. Chega a ser uma
temeridade dizer isso sobre um carro tão bom em tudo, mas, sem medo de afundar
irremediavelmente no pântano da subjetividade, falta algo ali. Se tivesse
passado uma semana na cidade talvez não sentisse isso, talvez seja fruto do
local onde fizemos a rápida avaliação, mas não tem como negar: falta algo.
Talvez se tivesse 4 portas e menos decoração, o julgasse mais objetivamente e
me deixaria levar pela sua extrema eficiência. Mas não é o caso.
O DS3 é na verdade extravagante na aparência, mas
pacato demais em seu comportamento para ser um carro realmente divertido, para
ser algo memorável naquele dia e lugar. Falta-lhe uma voz mais presente, um
pouco mais de alegria e um pouco menos de refinamento na suspensão. Falta
aquela pitada de vibração boa que distingue um motor a combustão interna de um
elétrico, falta sentir o chão um pouco mais. Não é um carro esporte,
definitivamente.
Culpar um carro por ser perfeito demais chega a ser
uma temeridade. Mas não é pecado algum que descrevo aqui, não me entendam mal.
O faço apenas para que entendam toda a figura. Raramente fazemos esses passeios
em estradas truncadas e vazias, e portanto seria injusto julgar um carro que
excede em qualquer outra situação, só por isso.
Mas é justamente nesses lugares que os carros
realmente memoráveis excedem. Andei algumas vezes com velhos BMW`s E36 por ali,
e apesar de também não serem perfeitos como carros esporte, pelo menos seus
seis-em-linha tem um grito gostoso e audível, sua direção é mais precisa e
viva, seu comportamento mais divertido. Sim, cansa mais, e é mais fácil se
meter em encrencas com eles. Mas ao mesmo tempo, presenteiam uma pilotagem bem
feita com um prazer imenso. Você literalmente sente tudo que acontece e se
torna, com tempo e treinamento, um só com seu carro, ciente de tudo e
praticamente estendendo suas terminações nervosas pelo carro inteiro. Nesse
tipo de estrada, velocidade é bem menos importante que precisão, e alegria,
vida, no comportamento.
Vida. O carro deve ter aquele lampejo do humano,
aquela imperfeição irrelevante que faz parte indivisível de uma personalidade
memorável. O DS3, apesar de ser um produto de uma idéia inspirada, é frio e
ausente no convívio mais íntimo. Como aquela mulher maravilhosamente linda e
disponível, disposta a tudo, mas que não tem paixão alguma, que parece fazer
tudo que você quer, mas não com o prazer e abandono total que se espera. Um
amante robótico, aparentemente idêntico a uma mulher de verdade, com toda a
respiração, som e toque perfeitamente reproduzidos, mas sem a paixão, entrega e
verdade que torna o ato realmente memorável.
Grande parte disso vem do motor turbocomprimido,
acredito. Silencioso e com o mesmo torque praticamente sempre, é algo que dá
uma sensação de virtual, de elétrico. Sempre fui um entusiasta de motores
pequenos com muita potência, mas se é este o futuro, estou preocupado.
Principalmente com a nova moda de reproduzir sons interessantes de motor
artificialmente no interior do carro, por meio de alto-falantes, presente em
carros como o BMW M5. Existe algo mais robótico e artificial, mais falso, que
isso? O DS3 pelo menos tem seu silêncio como uma característica real, uma
qualidade, goste ou não... E sei que
motores pequenos turbinados podem ser mais vivos e interessantes: é só lembrar
o VW 1.0 Turbo de dez anos atrás, uma pequena jóia que não lembrava em nada um
elétrico.
Mas, no frigir dos ovos, o DS3 não podia ser
diferente. Não devia ter esperado nada além disso. Citroëns nunca foram carros
esporte, e não ia ser agora que iam começar a ser. Debaixo de números perfeitos
e da carinha de invocado, está apenas um Citröen: um carro confortável e
agradável que permite velocidades incríveis na maior das tranqúilidades.
Debaixo de todo esse ar modernoso de jovem nervosinho, está ainda toda a
personalidade adulta e tranqüila de um DS19.
E isso é que eu chamo de surpresa!
MAO
Penso que, atualmente, o único Citroën digno do nome DS - e só pelo design, porque sua mecânica é absolutamente comum - é o DS5.
ResponderExcluirAté agora não vimos nenhum DS da nova safra com suspensão hidropneumática. Hoje em dia esse recurso seria simplesmente fantástico, ainda mais que com direção elétrica e circuito hidráulico próprio para os freios daria para dedicar tudo só para a suspensão e sem medo de perder outros sistemas em caso de vazamento.
ExcluirEssa suspensão morreu com o C6, infelizmente.
ExcluirA referência que tenho da Citroën é o Xsara Sedã Exclusive de uma tia, que me foi emprestado por algum tempo. Gostaria de não ter precisado devolver: carrão!
ResponderExcluirMr.Car
ExcluirJá que você é iniciado na marca, deveria experimentar um DS3.
Os preços de um usado já estão chegando na casa das 59 mil Dilmas .
Eu gostaria de ir como carona, tendo você ao volante de um desses.
Mas eu iria observar atentamente se você tocaria a contento :
Tangenciando as curvas corretamente, cambiando com decisão, operando sucessivos punta-tacos nas tomadas de curvas, usando toda a pista, pendulando no limite, deixando discos de freios incandescentes e logicamente lixando e moendo os pneus sem dó.
Por favor não nos decepcione... pode não ser seu modo favorito de guiar, mas um carro desses pede uma tocada mais violenta.
He he he !
Fiquei surpreso, achava que era um carro divertido. MAO, tu foi corajoso de citar os E36 de novo.
ResponderExcluirMurilo,
ExcluirNão me entenda mal, é um ótimo carro, e como disse, no dia a dia deve ser divertidíssimo.
Abraço,
MAO
Quero colocar este motor no nosso 206. Acho que ficaria bom.
ResponderExcluirAcho q sim.
ExcluirAhh umas pequnas mexidas e ajustem devem resolver boa parte dos "problemas" citados... com certeza... eu vejo um DS3 como um carro pronto para aftermarket, pegar o bixinho muito bom original, e facilmente deixá-lo divertido, e acredito que com um custo bem interessante.
ResponderExcluirVocê escreve muito bem! Muito bem mesmo!
ResponderExcluirGostei bastante da forma como você escreveu o texto, as analogias são ótimas! Só que...
Mais uma vez não concordo com as suas observações. Já dirigi vários carros que você também dirigiu. Mas principalmente nas suas palavras sobre o DS3 e a M3 E30 me impressionou como você pode achar coisas tão diferentes das que eu senti ao guiar os mesmos carros.
Que coisa maravilhosa é o automóvel, que permite-nos amar-lhe de várias formas diferentes. A minha praia é a pilotagem, a sua não é. Por isso eu consigo entender suas emoções e sensações através do seu texto, mas discordo totalmente das suas conclusões.
Isso explica pq vc comprou um Cruze e eu compraria um DS3!
Vivez la différence!
Piloto,
ExcluirAcho que tem muito a ver com o lugar onde guiei os dois... Em pista, ou no dia-a-dia, mudaria completamente opinião.
Mas sobre o Cruze: Se o DS3 fosse maior e com 4 portas, e no preço do Cruze, escolhia ele sem dúvida. Era carro para família, outra coisa...
Obrigado pela opinião sincera, e comente sempre!
MAO
MAO, talvez o DS4 fosse melhor para você. Ou o DS5 então.
ExcluirTambém discordo que o carro não é humano, que falta diversão etc, etc... Tenho um e acho sensacional. Depende muito de quem está pilotando. Um câmbio DSG, que conheço bem e gosto muito, por melhor que possa ser não traz a mesma emoção que um câmbio manual como este de 6 marchar presente no DS3. São subjetivas certas análises, pois depende de quem está pilotando. Coloca o DS3 no verdadeiro limite de uma curva em alta para ver o quanto é emocionante, competente e divertido esse carrinho.
ExcluirSerá que molas de maior carga e escape mais livre não resolveriam esses problemas?
ResponderExcluirMcQueen
MAO
ResponderExcluirEstou aqui rindo da estrofe musical que inicia a matéria!
Duke,
ExcluirSaudades dos mamonas!
MAO
Na semana da lembrança da morte do Senna, daqui a pouco são 20 anos sem os Mamonas.
ExcluirÉ, o tempo voa......
MAO, seu post será compartilhado nas redes sociais em que faço parte, porque é exatamente isso que eu tento falar sobre os carros atuais, mas quem (pouco) me conhece acha que sou esnobe.
ResponderExcluirPara quem usa carros nas funções além do transporte, perfeição nem sempre é bem vinda. A diversão muitas vezes está escondida nos detalhes, e nisso eu acho a dupla Gol GTS/GTi campeões. São rápidos dada a engenharia de época, duros e muito divertidos de guiar. De repente, se a Vw fosse "gente boa" continuaria fabricando estas versões - adequadas aos dias atuais - a um preço camarada (por exemplo, entre 17.000,00 e 25.000,00), só para os entusiastas se divertirem. E se bobear, fazer um campeonato monomarca com o carrinho para promove-lo ainda mais.
Mais daí, eu acordo e lembro em qual país eu moro...
O DS3 é um carrinho bacana e raro ao oferecer duas portas, turbo e caixa manual. Um dos poucos "esportivos" disponíveis no Brasil, e isso é bacana.
ResponderExcluirMas concordo contigo MAO, o carro é realmente de uma eficiência total, rápido, na mão (achei a caixa um pouco abaixo do resto do carro, principalmente engate da segunda com giros lá encima), direção precisa, ergonomia "esportiva"...etc, etc.
Mas ele não te desafia muito a ser um motorista melhor, seja razoável que o carro faz o resto; em doses menores do que um Golf claro, pois este ainda têm o auxílio de um DSG que facilita demais qualquer ritmo de condução.
É um ótimo carro, mas não chega a deixar muitas saudades!
MFF
MFF,
ExcluirIsso aí, você entendeu!
Forte abraço!
MAO
A descrição desse DS3 me soa muito bem. Imagino ele com algumas modificações, acerto de suspensão , volante aliviado, diferencial blocante, deve virar um carro de corrida.
ResponderExcluirAs fábricas fazem os carros para atenderem consumidor médio, fazem eletrodomésticos. Mas para aqueles que gostam de carros gostosos de dirigir e não tem medo de mexer no carro é sempre possível deixar alguma coisa mais ao gosto. Até um Uno pode ficar delicioso de dirigir se bem acertado.
Esse DS3 têm o mais importante , estrutura nova, segura e rígida e motor forte e econômico. Na minha opinião , seria só investir nessas pequenas modificações para deixar o comportamento dele perfeito.
Abraços
Penso como voce. Tenho um ds3 e sou apaixonado por ele. Se tenho que ir à padaria e o transito esta bom vou na mais longe so pra curtir o carro.
ExcluirNo comeco tambem achava ele muito silencioso, o que é uma qualidade para o consumidor médio. Troquei o abafador final por um de aparencia igual ao original sendo de inox e menos restritivo e retirei o abafador intermediario. Depois disso o carro virou outro, o som esta uma delicia. Quando fizer o downpipe e o resto do escape tambem em inox vai ficar melhor ainda.
Depois das eibach o carro ficou uns 3 ou 4 centimetroszinhos mais baixo, o que ja era bom ficou ainda melhor, traciona melhor, faz curva demais.
As criticas no texto fazem sentido se considerarmos o carro 100% original, mas com um pequeno investimento tudo muda.
O carro tem alma sim, só é tímido; foi educado na fabrica a ser comportado para agradar a todos. Nada que o proprietário nao possa facilmente mudar.
Citroëns nunca se destacaram pelo conjunto motriz, salvo raríssimas exceções. Assim, esse DS 3 até supera as expectativas. Acho que está perfeitamente alinhado com o que se pode esperar da marca.
ResponderExcluirMas concordo em que o nome deveria ser outro. Revolucionário como o DS 19 ele está longe de ser.
AAM
Com certeza você nunca andou em um zx dakar, ou em um xsara vts de 167cvs
ExcluirMAO
ResponderExcluirVocê já experimentou um Subaru WRX ?
Acho que sentiria nele tudo aquilo que não encontrou no DS3.
Pô, MAO! Achei que você era fã dos Mamonas também! Eu ainda acho os Citroën um pouco exóticos pro meu gosto. Não feios nem estranhos, apenas exóticos. Pergunta: De onde vem esse prazer mórbido de aterrorizar a esposa/namorada/amante/gambiarra? Nunca presenciei uma rodinha entusiasta que esse assunto não fosse comentado em tons conspiratórios. Abraço!
ResponderExcluirMAO! Vou me atrever a resumir sua impressão: Falta Alma no carrinho... Quem é meio macaco velho por aqui, que já teve ou dirigiu uma velha ( hoje! ) E 36 coupé com o seis em linha e cambio mecânico sabe do que estou falando... Para quem usa o celular só para falar e tem um aparelho com flip, tambem sabe do que estou falando...Este negócio de usar os dois polegares ao mesmo tempo ou deslizar o dedo indicador dioturnamente e frenéticamente, não importando se está em uma parada de ônibus ou jantando com a Michele Pfeifer também vai entender...
ResponderExcluirMAO
ResponderExcluirEu adoro o DS3 (tenho um xsara picasso e aprendi a gostar de citroen), acho ele bonito demais, o motor me encanta. Bom saber que ele é realmente bom.
E eu teria um destes com certeza.
Mas esta questão de perfeição demais me irrita, eu chamo de síndrome de corola, perfeito demais.
Marco,
ResponderExcluirParabéns pelo belo texto, só não concordei com o último parágrafo que Citroens nunca foram carros esporte. Não tenho o seu conhecimento e nem a seu experiência com carros, mas acredito que saiu uns 3 ou 3 carros esporte.
Hoje possuo um Xsara VTS e antes tive um Xsara normal, o que senti de diferença entre eles:
- os pedais do freio e acelerador no VTS são muito mais próximos, pouco mais de 2 dos meus magros dedos; no começo confundi bastante os pedais;
- a direção é mais direta e mais pesada, 2,5 voltas de batente a batente;
- suspensão mais baixa e dura;
Não sei se estes itens fazem o carro ser considerado esporte, mas acredito que sim.
É um carro que exige mais atenção do condutor, nesse nosso belo asfalto qualquer relevo faz o volante puxar e isso ocorre o tempo todo. Na versão normal o carro não passa tanto as irregularidades.
A suspensão e os bancos são duros, logo a velocidade é limita de acordo com os buracos e remendos no asfalto, pra andar todo dia chega a ser muito irritante ficar sacudindo.
MAO,
ResponderExcluirParabéns pelo texto, você é um camarada que merece o respeito de todos que se propõe a escrever sobre carros neste país. Você é realmente apaixonado por carros. Isso deve ser ressaltado e registrado.
Aproveitando o tema, quando você tiver disponibilidade, poderia combinar com o Josias em dar umas voltas no Chepala que ele montou. É só uma ideia. Você que é entusiasta da marca, certamente teria um relato bem empolgante.
O que não dá pra aguentar na PSA é a economia porca de alguns itens. O visor do rádio e o rádio é o mesmo de 2003....o volante, o acionador de vidros/travas/espelho, puxador da porta e até o controle do som atrás do volante do 307 é usado até hoje em carros de quase ou mais de 100 mil da marca como o 3008 e o RCZ.
ResponderExcluirNa verdade nao da para exigir demais de uma fabrica que o próprio presidente vem a publico pedir desculpas e se comprometer a melhorar a qualidade de seus produtos
ExcluirBom, mas antes tarde do que nunca....
Pra mim, tanto para os carros turbos da nova leva, quanto para a formula 1, a referencia deveria ser a alfa 4C em som do motor, com o 1.75L turbo tem um som de moto esportiva... não sei como fizeram isso, mas o ronco daquele carro ficou sensacional, não lembra um carro turbinado em nada... mal se ouve a turbina encher... fizeram o possivel pra parecer um aspirado forte, e conseguiram.
ResponderExcluirUm bom estudo de acústica faz toda a diferença entre um ronco de videogame e um de carro bom. Vi recentemente o up! e deu para notar que ele até podia ser mais silencioso do que já é, mas aí ficaria sem aquela graça que tem do jeito que está. Recentemente também guiei um Fiesta 1.6 PowerShift e, se não fosse pela boa transmissão de duas embreagens e o bom acerto de chassi, certamente que não seria pelo ronco do motor, que não é nada digno de nota.
Excluir"câmbio manual de seis marchas"
ResponderExcluirÉ isso que falta no RCZ e no 308 THP... al, Peugeot^, custa deixar de ser teimosa?
Curioso o 408 com esse motor ser muito mais barato que o 308. Fui conferir numa concessionária (não sei se vc trabalha nela ainda) e é isso mesmo! A praticidade da quinta porta me custa abrir mão.
ExcluirAbraço.
Dou uma sugestão, peguem qualquer carro, qualquer mesmo, pode ser até um Mille, e peguem a estrada da Ribeira, saindo da divisa de Curitiba com Colombo e indo em direção a divisa com São Paulo, esta estrada é uma aventura para qualquer motorista com qualquer carro.
ResponderExcluirDirigi apenas 3 vezes nesta estrada e uma delas com chuva em uma L200, foi uma aventura, aquelas estradas que te deixam tenso 100% do tempo, mas no fim é uma alegria, ainda mais quando você passa uma semana trabalhando em Adrianópolis e tá louco para ir para casa.
Dizem os motoristas antigos, que aquele que faz o trajeto sem se acidentar já pode se considerar um bom motorista, chamada também de Rastro da Serpente pelos motocilictas.
Detalhes, mais de 500 curvas entre Curitiba e Adianópolis, sem acostamento, caminhões da Rodolatina andando como uns loucos e comendo faixas, constantemente úmida, locais com abismos.
Seria um belo Post para o Autoentusiatas.
Já fiz ela de Kombi...hehehe cada curva uma emoção.
ExcluirJá fiz ela também ao sair de CWB pra BH sem ter que pegar a Régis... No meu ex velho Vectra CD 95/96! Uma delícia de estrada!!!
ExcluirO DS3 sintetiza tudo aquilo que eu admiro num automóvel... baixo peso, excelente potência média (torque máximo de baixo a alto giros) boa aerodinâmica (cx 0.31, não sei qual é a área frontal, mas penso que é baixa, menor que a do C3), cambio manual de 6 marchas e duas portas... Parece alguém em Paris, atendeu uma encomenda que fiz..kkk. O DS3 tem a minha cara, e encabeça minha lista de preferências, Quanto as reações anestesiadas, sei do que está falando. Meu Palio Essence é assim, anda uma barbaridade, da susto em muitos carrões, mas parece que estou num Simulador. O meu carro anterior o 206 1.4, com 35 cv a menos, era mais divertido, surpreendia em algumas situações, me deixava ligado com o mundo real. O DS3 deve padecer do mal do silêncio.. calado demais, mal parece que tem um motor de combustão ali.. e ainda parece andar sobre trilhos tal qual um TGV francês. É um carro para agradar homens e mulheres comuns e não entusiastas e pilotos. Nada que uma mexidinha não resolva. Fazer o THP falar mais alto não é difícil... E deve ser música para os ouvidos. Já a suspensão, não me atreveria a mexer, uma vez que acho irritante, carro que copia e transmite fielmente todas as imperfeições do solo, Daqui para ali, vai lá, mas minhas esticadinhas mais curtas passam de 300 Km, preciso de um mínimo de conforto de rodagem para não cansar. E aproveitando o ensejo, já que falei no Palio 1.6, Já ouvi em algum lugar, que o E Torq e o THP tem muita coisa em comum, afinal a origem é a mesma (a fábrica da Tritec, adquirida pela Fiat, fabricava o motor do BMW mini inglês) Sei que diâmetro x curso é o mesmo... Outras coincidência: o comando Único, acionado por corrente... Par de Valvulas acionada por alavanca roletada... Gostaria de confirmar, se é isso mesmo... THP e E-torq 1.6 são praticamente idênticos?
ResponderExcluirEntendi o que o MAO quis dizer, mas pelo menos ao lado do que o mercado oferece, o DS3 ainda é um alento de prazer ao volante. Eu adoraria ter um DS3 para meu dia-a-dia... só que ainda dependo demais das portas traseiras...hehe. E ainda acho mais gostoso de dirigir que a preferência nacional por borboletas atrás do volante.
ResponderExcluirMAO,
ResponderExcluirOnde fica essa estrada, pelo visto é por volta de campinas? Passe as "coordenadas".
Abraço
Como talvez dissesse o Jorjão, com seu incomparável poder de síntese: isso aí é um "Citroën Prost".
ResponderExcluirO turbo abafa o som do motor e isso é indiscutível. Mas como seria esse carro com um escapamento magnaflow?
ResponderExcluirCaminhonete diesel turvo intercooler fica com um som show...
MAO,
ResponderExcluirentendido, e comparando com o que senti ao dirigir o Golf GTi novo, deve ser a mesmíssima coisa. Máquina eficiente, mas sem paixão, sem assinatura.
Talvez por isso sinta saudades de minha velha D-20 e do Defender. Cheios de defeitos e de vida.
Essa a galera vai gostar!
ExcluirAntes de tudo parabéns pelo texto. Já cogitei a troca do meu NF mexicano por um desses principalmente pelo aumento de torque e potencia.. Provavelmente meu próximo auto será um sedan (a família deve crescer em breve) mas não descarto a ideia de colocar uma turbina quando terminar a garantia deste. Alguém tem alguma ideia ou sugestão? Sou de Porto Alegre.. E fã do site.. Kkk
ResponderExcluirAcho que você não entendeu o carro. Se quiser um 4 portas, pegue o ds4, a proposta do ds3 é outra, foi carro campeão mundial de rali. Estou com um faz duas semanas, andei em todas as situações que você citou no texto. É um senhor carro!
ResponderExcluirO DS 3 ė anestesiado? Então o A1 e a Merça A são o que?
ResponderExcluirComo sempre, leitura agradabilíssima, MAO.
ResponderExcluirEu acho que compreendi o que você quis dizer e entendo o seu lado. Também acho o DS3 muito bom e eficiente. Acho que o teria justamente focando nessa dupla personalidade dele: forte e econômico para um hatch pequeno. E se por acaso ele não emocionar a ponto de ganhar um lugar no coração, Graças a Deus pela BMW com seus magníficos modelos E36!
ass: KzR
Sou fã da Citroen, principalmente sendo ex-proprietário de um...o DS3 é simplesmente o expoente da Citroen em esportividade...no entanto, hoje sendo dono de um Punto T-Jet, concordo em gênero, número e grau com o MAO...mesmo sendo menos eficiente em uma infinidade de quesitos, o carro tem muita personalidade. As sensações ao volante, o barulho do motor, a forma com que entrega o torque, o visual, o acabamento (mesmo que inferior) dão ''vida'' ao carro..os Citroens são perfeitas máquinas eficientes, luxuosas e confortáveis, dão muito prazer, mas não chegam a despertar uma paixão. Nisto os italianos sempre acertam!
ResponderExcluirA sigla DS com certeza em relação com a palavra "Déesse" que significa Deusa.
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