Recentemente, a prefeitura de São Paulo decidiu dar prioridade total ao transporte público. Uma atitude, em um primeiro momento, simpática e benéfica a todos, pois se grande parte dos motoristas deixasse seus carros em casa e utilizasse o transporte público, o trânsito seria melhor para todos. Parece até desumano não defender uma idéia dessas. Afinal de contas, quem não quer uma cidade com um trânsito menos caótico? Pensando assim, a prefeitura de São Paulo resolveu "solucionar" o problema inundando a cidade com faixas exclusivas para ônibus, de forma a aumentar a sua velocidade e torná-los mais rápidos do que os automóveis. Esperava, assim, fazer com que o motorista paulistano desistisse de seu automóvel e passasse a usar o transporte coletivo para chegar mais rápido ao seu local de trabalho.
Porém, as coisas, como sempre, nunca são simples. Esta idéia funcionaria muito bem se São Paulo tivesse um transporte público sub-utilizado. Se os ônibus ou o metrô andassem vazios, com capacidade ociosa, enquanto automóveis se atravancam nas vias congestionadas, a saída não poderia ser mais óbvia. Só que este não é o caso de São Paulo.
O transporte público desta cidade já está saturado e não é de hoje. Eu gostaria de ver uma vez uma sandice como o “dia mundial sem carro” obtendo a colaboração de todos os motoristas de São Paulo. Eu queria ver as ruas vazias de automóveis por um dia. Mas as pessoas precisam trabalhar, o “dia mundial sem carro” não é feriado. Queria ver todos os motoristas de São Paulo procurando de uma vez só o transporte público, como deseja o prefeito. Queria ver como ficaria a situação dentro dos ônibus, trens e metrô. Se, já saturados, eles comportariam a demanda adicional dos motoristas enxotados das ruas.
Cabe mais alguém aqui dentro? |
Não precisa ser gênio para saber que esse tipo de coisa não daria certo, se bem que talvez fosse interessante ver o caos por um dia para MOSTRAR aos ignaros que administram a cidade que a solução não passa por tirar todos os carros das ruas e enfiar seus motoristas dentro de ônibus já lotados. A conclusão que se tira disso é que esta idéia de estimular o motorista a trocar seu carro pelo transporte público funciona muito bem nas grandes cidades européias e em Nova York, cidades com farta infraestrutura de metrô e com transporte público não saturado. Aí faz sentido estimular o parisiense a deixar seu carro em casa e ir trabalhar de metrô.
De novo, este não é o caso de São Paulo. Nossa rede ferroviária urbana é pífia se comparada com as de outras metrópoles até menores. A adição dos motoristas iria piorar o quadro de uma infraestrutura insuficiente e já saturada.
A conclusão disso é que São Paulo PRECISA dos automóveis, sem carros a cidade também pararia. Porém, também é fato que na hora de maior movimento, mais de 80% dos automóveis trafegam apenas levando o motorista (o que enfurece os que são favoráveis ao transporte público — inveja?).
Realmente, isto é uma ineficiência no uso do espaço público. Um automóvel pode levar com conforto até quatro pessoas ocupando o mesmo espaço, mas normalmente leva uma só. Este é um ponto ignorado por nossas autoridades, tão obcecadas em transporte público que esquecem de olhar outras soluções. Porém, ao contrário do transporte público, cuja ampliação é cara e complexa, estimular o uso mais racional do automóvel tem um custo baixíssimo.
Realmente, isto é uma ineficiência no uso do espaço público. Um automóvel pode levar com conforto até quatro pessoas ocupando o mesmo espaço, mas normalmente leva uma só. Este é um ponto ignorado por nossas autoridades, tão obcecadas em transporte público que esquecem de olhar outras soluções. Porém, ao contrário do transporte público, cuja ampliação é cara e complexa, estimular o uso mais racional do automóvel tem um custo baixíssimo.
Porém, não adianta só fazer uma campanha "ajude o trânsito, dê carona". Entraria por um ouvido e sairia pelo outro, como tantas campanhas "educativas" patrocinadas pelo governo, "respeite o limite de velocidade", "economize combustível", etc. A carona solidária não decola por falta de caroneiros, mas por falta de motoristas dispostos a dar carona.
É necessário mais do que uma propaganda bonitinha para convencer o cidadão a dividir seu carro com outras pessoas: ele tem que ver uma vantagem palpável em fazer isso. O motorista não irá procurar gente para ocupar seu carro só porque uma propaganda na televisão lhe pediu para fazer isso. É necessário que ele seja motivado para adotar esta atitude.
Seres humanos reagem a incentivos. Estes incentivos podem ser positivos ou negativos. Um incentivo positivo é premiar de alguma forma os que têm o comportamento que se deseja estimular. Um incentivo negativo é proibir ou penalizar de alguma forma os comportamentos contrários ao que se deseja estimular. O rodízio é um incentivo negativo, ele força os motoristas a deixarem o carro em casa para contribuir com a diminuição do trânsito da cidade. O problema é que proibições ou penas nunca são bem vistas. Ninguém gosta da proibição, e, se houver alguma forma, o cidadão irá burlá-la. É o caso da família que compra o segundo (ou terceiro) carro da casa com final de placa diferente para fugir do rodízio. Ela está burlando um incentivo negativo que lhe é inconveniente.
Já os incentivos positivos são muito mais simpáticos à população. Em vez de penalizar quem burla o sistema, o cidadão é chamado a cooperar, recebendo um prêmio quando faz algo que o poder público deseja que ele faça. Existem vários incentivos positivos, um exemplo é dar um dia de folga por ano ao funcionário que doa sangue. Desta forma, para ganhar o prêmio (o dia de folga), o funcionário faz algo que talvez não fizesse e que pode ter um valor enorme para quem precisa: o líquido vital.
Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, é uma cidade dependente do automóvel. É uma cidade grande — 3,8 milhões de habitantes, 17,7 milhões na Grande Los Angeles — com transporte público insuficiente e deficiente. Poder-se-ia dizer que, em termos de transporte, é o oposto das cidades européias que tanto enchem os olhos dos nossos prefeitos. São Paulo está longe de ter um transporte de uma cidade européia, mas também não está tão dependente do automóvel quanto Los Angeles. Estamos no meio termo.
A alta dependência do automóvel tem um impacto negativo no trânsito de Los Angeles. Cortada por incontáveis vias expressas (freeways), ainda assim congestionamentos diários são uma constante na cidade. De novo, o excesso de carros para as vias.
Para amenizar o problema, a cidade de Los Angeles implantou as faixas solidárias, lá chamadas de "carpool lanes" ou "HOV lanes" (HOV - High Occupancy Vehicle). Funciona assim: nas freeways, a faixa mais à esquerda é reservada apenas a carros com "alta ocupação", ou seja, com mais de uma pessoa. Na maior parte da cidade, carros com duas pessoas (motorista e passageiro) já podem circular por ela. Porém, em áreas mais propensas a congestionamento, a exigência sobe para três pessoas (motorista e mais dois passageiros).
Tanto lá quanto aqui, as pessoas costumam andar sozinhas em seus carros (estima-se que aproximadamente 80% dos automóveis trafeguem apenas com o motorista), por isto normalmente estas faixas solidárias andam sensivelmente mais rápido que as faixas comuns. Mas a multa para quem desrespeita a regra e entra na faixa solidária sozinho é alta, para desestimular a transgressão: 491 dólares. Por conta da multa pesadíssima, taxa de transgressão em Los Angeles é da ordem de apenas 1%.
A idéia foi adotada em outras cidades americanas com problema de trânsito. Mesmo sendo menos popular na Europa, por conta do melhor transporte público, algumas cidades européias como. por exemplo, Madri, adotaram a ideia da faixa solidária. Em São Paulo, a idéia foi tentada no fim da década de 1990 nas faixas reversíveis durante o horário de pico, mas foi abandonada em pouco tempo, devido à subutilização das faixas.
Também pudera: para variar, a CET simplesmente implantou a faixa, mas esqueceu de avisar à população disso. O mesmo que ocorre hoje nos corredores de ônibus: os carros são liberados para circularem ali de segunda a sexta, das 23 horas às 4 horas do dia seguinte, aos sábados a partir das 15 horas e aos domingos e feriados, o dia inteiro. Só que ninguém sabe disso, já andei a av. Rebouças inteira pelo corredor às 15 horas de sábado enquanto as faixas "normais" estavam todas paradas. Simplesmente quase ninguém sabe que pode andar no corredor nesta hora.
Para piorar, nossos "brilhantes" legisladores, no intuito de proteger is interesses dos grandes empresários de transporte rodoviário do Brasil, tornaram ilegal a velha prática utilizada por 9 entre 10 estudantes universitários: dividir as despesas do carro. O artigo 231, VIII do CTB diz que:
Art. 231. Transitar com o veículo:
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força-maior ou com permissão da autoridade competente:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;
Como o código não define que a mera divisão de despesas não é remuneração, na prática, qualquer valor pago ao motorista é suficiente para enquadrá-lo como praticando transporte irregular de passageiros. Para proteger os donos de empresas de transporte coletivo e taxistas, em algumas cidades a polícia passou a parar carros com muitos passageiros, para combater o transporte remunerado irregular. Se nessa hora alguém disser que são amigos que dividem a gasolina, MULTA! Existem vários sites e grupos em redes sociais para organizar carona e utilizar o automóvel de forma racional, mas, em vez de apoiar a idéia, o governo a combate, dizendo que carona remunerada é transporte irregular de passageiros, e, como sempre, jogando com o medo, sempre dizendo que carona é "perigoso".
Trocando em miúdos, o motorista pode dar carona apenas se for um bom samaritano e arcar sozinho com todos os custos de seu veículo. Uma vez que que pessoas reagem a incentivos, nossos legisladores deram um enorme DESincentivo ao transporte solidário! Ora, se é para continuar gastando a mesma coisa, então o motorista vai sempre preferir ir sozinho no seu carro, escutando a música que quiser e sem risco de ser parado. O poder público INCENTIVA que se ande sozinho no carro. Ele age de forma a tirar o incentivo que o motorista teria para dar carona.
Quem quer trocar isto... |
É necessário mais do que uma propaganda bonitinha para convencer o cidadão a dividir seu carro com outras pessoas: ele tem que ver uma vantagem palpável em fazer isso. O motorista não irá procurar gente para ocupar seu carro só porque uma propaganda na televisão lhe pediu para fazer isso. É necessário que ele seja motivado para adotar esta atitude.
Seres humanos reagem a incentivos. Estes incentivos podem ser positivos ou negativos. Um incentivo positivo é premiar de alguma forma os que têm o comportamento que se deseja estimular. Um incentivo negativo é proibir ou penalizar de alguma forma os comportamentos contrários ao que se deseja estimular. O rodízio é um incentivo negativo, ele força os motoristas a deixarem o carro em casa para contribuir com a diminuição do trânsito da cidade. O problema é que proibições ou penas nunca são bem vistas. Ninguém gosta da proibição, e, se houver alguma forma, o cidadão irá burlá-la. É o caso da família que compra o segundo (ou terceiro) carro da casa com final de placa diferente para fugir do rodízio. Ela está burlando um incentivo negativo que lhe é inconveniente.
Já os incentivos positivos são muito mais simpáticos à população. Em vez de penalizar quem burla o sistema, o cidadão é chamado a cooperar, recebendo um prêmio quando faz algo que o poder público deseja que ele faça. Existem vários incentivos positivos, um exemplo é dar um dia de folga por ano ao funcionário que doa sangue. Desta forma, para ganhar o prêmio (o dia de folga), o funcionário faz algo que talvez não fizesse e que pode ter um valor enorme para quem precisa: o líquido vital.
...por isto? |
Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, é uma cidade dependente do automóvel. É uma cidade grande — 3,8 milhões de habitantes, 17,7 milhões na Grande Los Angeles — com transporte público insuficiente e deficiente. Poder-se-ia dizer que, em termos de transporte, é o oposto das cidades européias que tanto enchem os olhos dos nossos prefeitos. São Paulo está longe de ter um transporte de uma cidade européia, mas também não está tão dependente do automóvel quanto Los Angeles. Estamos no meio termo.
A alta dependência do automóvel tem um impacto negativo no trânsito de Los Angeles. Cortada por incontáveis vias expressas (freeways), ainda assim congestionamentos diários são uma constante na cidade. De novo, o excesso de carros para as vias.
Para amenizar o problema, a cidade de Los Angeles implantou as faixas solidárias, lá chamadas de "carpool lanes" ou "HOV lanes" (HOV - High Occupancy Vehicle). Funciona assim: nas freeways, a faixa mais à esquerda é reservada apenas a carros com "alta ocupação", ou seja, com mais de uma pessoa. Na maior parte da cidade, carros com duas pessoas (motorista e passageiro) já podem circular por ela. Porém, em áreas mais propensas a congestionamento, a exigência sobe para três pessoas (motorista e mais dois passageiros).
Tanto lá quanto aqui, as pessoas costumam andar sozinhas em seus carros (estima-se que aproximadamente 80% dos automóveis trafeguem apenas com o motorista), por isto normalmente estas faixas solidárias andam sensivelmente mais rápido que as faixas comuns. Mas a multa para quem desrespeita a regra e entra na faixa solidária sozinho é alta, para desestimular a transgressão: 491 dólares. Por conta da multa pesadíssima, taxa de transgressão em Los Angeles é da ordem de apenas 1%.
Faixa solidária: um prêmio para quem coopera com o uso inteligente do automóvel |
A idéia foi adotada em outras cidades americanas com problema de trânsito. Mesmo sendo menos popular na Europa, por conta do melhor transporte público, algumas cidades européias como. por exemplo, Madri, adotaram a ideia da faixa solidária. Em São Paulo, a idéia foi tentada no fim da década de 1990 nas faixas reversíveis durante o horário de pico, mas foi abandonada em pouco tempo, devido à subutilização das faixas.
Também pudera: para variar, a CET simplesmente implantou a faixa, mas esqueceu de avisar à população disso. O mesmo que ocorre hoje nos corredores de ônibus: os carros são liberados para circularem ali de segunda a sexta, das 23 horas às 4 horas do dia seguinte, aos sábados a partir das 15 horas e aos domingos e feriados, o dia inteiro. Só que ninguém sabe disso, já andei a av. Rebouças inteira pelo corredor às 15 horas de sábado enquanto as faixas "normais" estavam todas paradas. Simplesmente quase ninguém sabe que pode andar no corredor nesta hora.
Para piorar, nossos "brilhantes" legisladores, no intuito de proteger is interesses dos grandes empresários de transporte rodoviário do Brasil, tornaram ilegal a velha prática utilizada por 9 entre 10 estudantes universitários: dividir as despesas do carro. O artigo 231, VIII do CTB diz que:
Art. 231. Transitar com o veículo:
VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força-maior ou com permissão da autoridade competente:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;
Nos finais de semana é permitido trafegar no corredor, só que isso não é divulgado |
Como o código não define que a mera divisão de despesas não é remuneração, na prática, qualquer valor pago ao motorista é suficiente para enquadrá-lo como praticando transporte irregular de passageiros. Para proteger os donos de empresas de transporte coletivo e taxistas, em algumas cidades a polícia passou a parar carros com muitos passageiros, para combater o transporte remunerado irregular. Se nessa hora alguém disser que são amigos que dividem a gasolina, MULTA! Existem vários sites e grupos em redes sociais para organizar carona e utilizar o automóvel de forma racional, mas, em vez de apoiar a idéia, o governo a combate, dizendo que carona remunerada é transporte irregular de passageiros, e, como sempre, jogando com o medo, sempre dizendo que carona é "perigoso".
Trocando em miúdos, o motorista pode dar carona apenas se for um bom samaritano e arcar sozinho com todos os custos de seu veículo. Uma vez que que pessoas reagem a incentivos, nossos legisladores deram um enorme DESincentivo ao transporte solidário! Ora, se é para continuar gastando a mesma coisa, então o motorista vai sempre preferir ir sozinho no seu carro, escutando a música que quiser e sem risco de ser parado. O poder público INCENTIVA que se ande sozinho no carro. Ele age de forma a tirar o incentivo que o motorista teria para dar carona.
Como incentivar de forma positiva os motoristas a aderirem à carona solidária?
Primeiro, dever-se-ia fazer uma distinção entre uma mera divisão de despesas e a prática de transporte remunerado irregular. A diferenciação é relativamente fácil, pois a segunda visa ao lucro, enquanto que a primeira é apenas uma divisão de despesas para incentivar o particular para que este se sinta motivado a dividir o espaço de seu veículo com outros. Bastaria incluir no texto de lei a expressão "com o intuito de auferir lucro" e pronto, a simples divisão de despesas não seria mais proibida.
Só fazer campanha bonitinha não adianta, é preciso oferecer um incentivo palpável |
Mas a coisa não precisaria parar aí: poder-se-ia permitir o tráfego na faixa exclusiva de ônibus para carros com três ou mais ocupantes. Basta olhar para o trânsito e perceber que a esmagadora maioria dos carros trafega apenas com o motorista. Permitir o tráfego na faixa exclusiva de quem estivesse transportando mais duas pessoas seria um enorme incentivo à carona solidária: o incentivo de, além de economizar dividindo as despesas, não pegar trânsito!
Para completar o pacote, o rodízio por final de placa poderia ser liberado para veículos com mais de três ocupantes (mais incentivo!). O motorista que se dispusesse a levar dois colegas ainda seria premiado com a isenção do rodízio. Acredito que estas duas medidas (liberação das faixas e liberação do rodízio) sejam um fortíssimo incentivo para que os motoristas passem a buscar ativamente oferecerem a carona solidária para conseguirem com ela fugir do trânsito.
A multa para os que se aproveitam indevidamente da faixa solidária deve ser pesada, para inibir o mau uso |
Há de se perguntar: mas se a questão é a eficiência, por que não colocar mais ônibus, que são muito mais eficientes em termos de uso do espaço? Simples, no Brasil o transporte coletivo é dominado por máfias de empresários que dimensionam a frequência dos ônibus para que estes tenham lotação total, de forma a lucrarem o máximo possível. Sim, leitor, o ônibus é lotado DE PROPÓSITO, pois assim se ganha mais dinheiro (lembram do Cazuza?). É por isso que a campanha do "use transporte público" não funciona: ninguém quer deixar o conforto de seu carro para se apertar dentro de um ônibus (propositalmente) lotado. É preferível ficar dentro do seu carro no congestionamento a brigar por um espaço dentro dos saturados ônibus. Que incentivo o motorista tem para fazer esta troca?
As empresas são remuneradas por passageiro transportado e, sendo assim, interessa a elas aumentar ao máximo a ocupação dentro dos ônibus. Com certeza, estes empresários não gostariam da idéia de ter que diminuir o número de passageiros por veículo, uma vez que isto implicaria em uma redução de seus lucros.
Desta forma, é muito mais fácil permitir a utilização das faixas ociosas por automóveis que estejam colaborando com a diminuição do número de carros nas ruas ou com a diminuição da saturação do transporte coletivo, do que mudar velhas práticas de máfias estabelecidas há décadas. A partir do momento que isto fosse permitido, o incentivo faria com que o motorista procurasse pessoas para dividir o seu carro, quer entre os vizinhos, quer entre os colegas de trabalho, quer dividindo despesas, quer fazendo um rodízio, cada dia vindo no carro de um deles. De quebra, veria os custos com combustível e manutenção do seu carro pesarem menos no seu bolso.
O brasileiro adora levar uma vantagem, este é um traço de nossa cultura, gostemos ou não dele. Podemos apenas lamentar isso ou tentar usar este traço a nosso favor, fazendo com que quem ajuda o trânsito de uma cidade como São Paulo possa legalmente levar a sua vantagem, uma vez que para ganhar esta vantagem, precisa beneficiar a todos. "Trouxa" é quem não leva vantagem, não é? Pois, neste caso, o "trouxa" será quem insistir em andar sozinho no seu carro e não dividi-lo com os outros!
CMF
Perfeito seu ponto de vista sobre o que está acontecendo em São Paulo. Falta vontade política de fazer a coisa certa. Falta lutar contra toda a corrupção que existe no poder público. Enquanto o povo não acordar e continuar querendo levar vantagem em tudo, nada vai mudar.
ResponderExcluirEu já sabia dessa permissão de andar nas faixas em dias e horários específicos. Só fiquei na dúvida se depois de toda essa campanha contra os carros, isso tinha sido proibido.
E por que o transporte remunerado irregular de passageiros deve ser proibido? Cada um sabe de si, se alguém quer arriscar a vida numa Kombi superlotada ao invés de pagar um pouco mais para ir numa Sprinter cheia de conforto e com espaço e cinto de segurança para todos, a pessoa que escolha, oras.
ResponderExcluirA palavra principal é "irregular". O Estado tem o dever de zelar pela população, daí a proibição. Nem todos enxergam os perigos de transitar em veículos irregulares e super-lotados. O Estado deve se refrear em fiscalizar o particular, mas deve se esforçar em fiscalizar o público. Deve se preocupar com o "macro" e não com o "micro.
ExcluirMas aí a máfia das empresas de ônibus é que perde.... A lógica é simples.
ExcluirTudo que é irregular deve ser proibido. A questão é o que e por que o governo decide certas coisas como sendo irregular.
ExcluirJoão Paulo
Eu discordo. Das faixas, não do Farjoun, he, he! O problema é que as cabeças pensantes que encontramos em blogs como o "Autoentusiastas" não são encontradas nas administrações públicas. E aqui no Rio também acontece isso: as pessoas não sabem que em determinados horários, qualquer carro pode trafegar pelas faixas seletivas. No Domingo, em qualquer horário.
ResponderExcluirMr. Car
ExcluirEu te adoro, mas hoje seu comentário ficou sem sentido e desconexo
Poderia reformula-lo
Mr.Car
ExcluirVeja esse Polara a venda...
Achei bonito mas esta meio salgado!
http://rs.quebarato.com.br/porto-alegre/dodge-1800-1974__1AE988.html
Boa sorte e bons negócios !
Muito bom este post, deve ser compartilhado até chegar a quem pode realizar o que é proposto aqui.
ResponderExcluirTexto perfeito, parece ser realmente uma ótima ideia e viável.
ResponderExcluirSe fosse implantada, será que surgiriam caronas de aluguel? O sujeito iria "se alugar" para andar na sua carona, por um valor (R$ 7, por exemplo), de forma a permitir anda na faixa especial. Eu sempre gosto de tentar imaginar o "outro lado" de uma solução, em especial quando ela parece tão perfeita. Nesse caso, porém, eu não consigo imaginar nada. Existiria algum ponto negativo ou é só vantagem?
Do jeito que brasileiro é "experto", não iria demorar muito para começarem a colocar manequins (bonecos) nos carros para burlarem o sistema...
ExcluirSergio, mas aí entra o papel da fiscalização, que costuma não existir por estas bandas...
ExcluirSergioCJr., se até nos EUA já estão (estavam?) usando bonecos pra usarem o Carpool sem tomar multa, imagina aqui...
ExcluirÉ necessário que se pare com essa demagogia de "revolucionar o transporte público", simplesmente pintando-se faixas (óóó, que coisa difícil !!) colocando-se fiscais (entendam-se marronzinhos, que tem como função somente multar - multa, por falar no assunto a prefeitura (SP) deve arrecadar mais de 1 BILHÃO com elas este ano - e não prestando serviço nenhum no sentido se orientar os motoristas. Não se faz laranjada sem laranja, pra que se tenha alguma melhora no trânsito é necessário abrir avenidas, construir viadutos, facilitar acesso e aumentar a fluidez do transito (outro "senão", enquanto isso a prefeitura reduz as velocidades das principais vias de trânsito da cidade, matando ainda mais a pouca fluidez que existia). Pra solucionar os problemas do transito é necessário raciocínio, investimento e obras, mas isso nossa prefeitura não quer. Além do mais impedir ônibus fretados (ué??? não são transporte público da mesma forma uma vez que tiram cerca de 40 veículos das vias??) de utilizar as mesmas faixas só mostra o quão "populista" é a prefeitura desta cidade. Estamos chegando a um ponto onde em breve dirigir seu carro nas ruas da cidade vai ser crime inafiançável...
ResponderExcluirÓtima observação em relação aos fretados!! A um tempo atrás vi uma reportagem que mostrava como é importante o papel dos ônibus fretados em Nova York, onde há faixas exclusivas para eles em várias vias da cidade, havendo também outros estímulos à tal modalidade. Mas no Brasil, as idéias desenvolvidas em países de primeiro mundo que mais chamam atenção são aquelas como pedágio urbano!!
ExcluirE aquele aplicativo de ofercer carona? Tá proibido mesmo?
ResponderExcluirJoão Paulo
CMF,
ResponderExcluirbem explicado, como lhe é usual. Parabéns.
Outra da California: a ponte Golden Gate tem pedágio, mas com mínimo de 3 pessoas no carro, é grátis.
JJ, sinto dizer mas isso acabou.
Excluirhttp://goldengatebridge.org/tolls_traffic/toll_rates.php#eligiblehours
Há uma facilidade porém: como não há cobradores, se você passar e não tiver o Tag, pode pagar pelo próprio site, mais tarde.
http://goldengate.org/tolls/alreadycrossedbridge.php
A Bay Bridge também tinha esse incentivo, mas agora, com o excesso de veículos passaram a adotar a cobrança diferenciada por horário.
Mas há um detalhe importantíssimo: não há cancelas nos pedágios, ou seja, os poucos segundos a menos na cabine de cobrança refletem em quase não-congestionamento.
Quando fazia minha pós-graduação, em outra cidade, cerca de 70 km de distância, eu e um colega dividíamos a despesa do deslocamento com cada um indo um final de semana com o seu carro. Sem "rachide". Eu tinha um Passat Pointer e ele uma Scenic 1,6. Sem continhas, sem fazer média e dividir o valor. No meu dia íamos com o meu Passat e no dia dele íamos com a Scenic dele.
ResponderExcluirNao entendi
ExcluirE qual e o problema nessa divisão de vocês
Cada um e livre para achar sua melhor opção.
O que importa e que vocês conseguiam dividir as despesas de alguma form
Não havia problema. Carros diferentes, que gastam diferente mas que cumpriam sua função. Se cada um fosse por conta própria estariam sempre os 2 carros lá. Assim, cada vez que um carro não ia este estava deixando de gastar nesse dia. Se o carro era gastador? Bem, aí qualquer um poderia ir atrás de um mais econômico.
ExcluirAqui em São José dos Campos ocorre um caso curioso: a cidade já tem um trânsito carregado. Há uma boa malha viária, mas os ônibus são escassos e algumas linhas possuem uma logística ridícula (muitas voltas). Com isso a população passa a acreditar cada vez menos e utilizar menos os coletivos. Aí a prefeitura não coloca mais onibus. Determinadas regiões dobraram de população mas a quantidade de ônibus permaneceu a mesma. Agora a prefeitura está implanatando faixas exclusivas, mas não adianta. O círculo vicioso está formado.
ResponderExcluirJoão Paulo
Esse comentário levanta outra questão importante: o mau planejamento das linhas de ônibus.
ExcluirQuem as define freqüentemente parece querer "fazer render", de modo que uma linha fique serpenteando por localidades que deveriam ter cada uma sua linha específica (ao menos nos horários de pico) e mantenha os veículos sempre lotados.
Há alguns anos, em Porto Alegre, eu pegava determinado ônibus com freqüência - sempre no início da linha, de modo que ia sentado mesmo quando lotava. Mas ele dava tanta volta, que com trânsito livre levava 25 minutos para me levar a um local onde eu chegava em 40 min. a pé. Às 18h, o ônibus levava os mesmos 40 minutos se não houvesse engarrafamento - se houvesse, ir caminhando era mais rápido.
Os (ir)responsáveis pelo planejamento urbano devem tornar o ônibus uma opção ao brasileiro. Do jeito que a coisa funciona, as pessoas só recorrem ao coletivo quando não há outra alternativa.
É verdade!! É aquela velha história, o sistema deveria ser pensado visando os interesses do cidadão, mas é feito quase sempre levando em conta os interesses das empresas, dos políticos, órgãos gestores, empresas que realizaram intervenções ou manutenção de trechos e por aí vai. O ator principal (passageiro) se torna mero coadjuvante.
ExcluirBelo texto CMF, resta saber se estas opções não são realizadas por falta de bom senso ou algum interesse que desconhecemos.
ResponderExcluirQuando se disponibiliza faixa exclusiva para ônibus, ela deveria ser ocupada por mais ônibus. E se não forem disponibilizados mais ônibus???
ResponderExcluirÉ o que é: um caos! E quando aparece um, vai lotado!
Apagando incêndio com gasolina.
O dia em que o Alckmim e o Haddad forem trabalhar (se é que vão...) de transporte público, eu vou junto com eles!
ResponderExcluirOs caras andam de carro blindado, com ar condicionado e ficam falando para o povo andar de busão e suar o traseiro num banquinho de bicicleta.
Que ardam nos quintos dos infernos seus políticos inúteis!!!
Espero que alguns político e secretários de transporte, seja de qual for a cidade, leia este post. Tem momentos que eu perco as esperanças com este país. tudo aqui é complicado. Se não sabem fazer, que apenas copiem o que funciona em outros países.
ResponderExcluirReal Power.
Olá.
ResponderExcluirDeveríamos criar uma categoria de veículos como os K-Cars japoneses limitados pelo tamanho, pela área projetada no solo. Carros menores ocupam menos área e interferem menos no trânsito.
Sou bastante pessimista em relação a tudo que envolve mudanças culturais de modo que transporte solidário é mera ilusão. A foto que o articulista usa, mostrando uma cena em Los Angeles é bem eloqüente, demonstrando que a maioria prefere ir sozinha.
Já que somos individualistas e egoístas, melhor que os veículos diminuam de tamanho. Afinal, para transporte individual, melhor um sub-compacto do que um perdulário SUV , não é?
AAM
Fiquei umas semanas no Chile recentemente, e notei muito isso... lá existe a necessidade real em se ter um SUV, porque muitas regiões tem acesso por estrada de terras, principlamente no norte do país... mas as pessos utilizam mitos carros pequenos também, se ve muitos Sparks/i10/Picantos (la chamado de Morning)/etc nas cidades... aqui isso seria sinal de carro barato (e não são nada baratos), e SUV é status de gente bem de vida, que tem uma boa profissão... cansei de ver gente com menos 25 anos, solteira, andando sozinha em Sorentos e EcoSports, e os carros nunca viram uma poeirinha na vida... pelo simples fato do status social. É verdade que andar de SVU em São Paulo vai ser obrigatório em menos de 10 anos, dado o terrível nível do asfalto das ruas, é impossível deixar um carro inteiro aqui, sem centenas de grilos, parece sempre que se está fazendo um off road quando se vai trabalhar.
ExcluirOutra boa sugestão é a "lei dos quatro metros" indiana. Os fabricantes de lá estão tendo de rebolar para conseguir fazer carros que não ultrapassem essa marca e assim desfrutem da isenção de impostos.
ExcluirTalvez essa lei seja inclusive mais efetiva para combater o crescimento desenfreado dos carros que estamos vendo no mundo do que a japonesa (que acaba criando na prática uma categoria separada), justamente pelo fato de ser bastante genérica e permitir qualquer coisa em qualquer tipo de carroceria e com quaisquer outras dimensões, desde que não passe o tal comprimento estipulado. No caso dos kei-jidoshas, como a única dimensão mais livre é a altura, acabou gerando aquele monte de caixinhas de fósforo e praticamente soterrou outros tipos de carroceria (como hatches convencionais).
Observe-se que um benefício dela veremos em breve saindo da Ford: o Ka Sedan daqui vai ter menos de 4,2 m, enquanto o novo Figo indiano vai ter uma traseira curtinha para ficar na tal lei. Logo, é um sedã compacto esticado (Cobalt, Versa, Linea, City, Grand Siena) a menos nas ruas e um sedã compacto de raiz a mais nas ruas.
Obviamente que uma lei dessas acaba também estimulando os fabricantes a fazer melhor dentro da regra que foi estipulada. Boa parte dos carros que se enquadra na lei é de sedãs pequenos com uma traseira desproporcionalmente curta (e sem a harmonia de um Mazda 121/Autozam Revue), até que recentemente a Hyundai apresentou o Hyundai Xcent, versão com bundinha do i10 que, graças ao balanço dianteiro curto, pôde acrescentar mais centímetros na traseira e conseguir desenho harmônico. E provavelmente veremos outros carros pequenos que não deem uma "narigada" na valeta, o que beneficiaria o mundo inteiro se pensarmos em projetos mundiais que já estejam pensando também na terra dos gurus.
Aqui tínhamos o Ka como uma proposta boa, mas virou "carro comum" de tanta reclamação de otário com mulher e cinco filhos dizendo que o carro não tinha espaço suficiente no porta-malas.
ExcluirJoão Paulo
João Paulo
O problema do Brasil é que as soluções para o que quer que seja são propostas por pessoas que ocupam cargos políticos e não técnicos.
ResponderExcluirNo dia em que a nossa Constituição vetar a existência desse monte de ocupantes de "CC" na administração pública, as coisas certamente vão começar a mudar. Essa prática é uma afronta ao cidadão de bem, e só existe aqui na terra das bananas.
E esse tipo de mazela não é exclusiva de grandes metrópoles. Cada vez mais se faz presente em médias e até pequenas cidades.
O texto é muito bom. Apenas acho que não é só uma questão de governo (no fundo é, mas em um ciclo vicioso). Pincelando um exemplo: Digamos que a carona incentivada seja permitida à utilizar a faixa de ônibus ou pular o rodizio. (Desconsiderando os 189 protestos de taxistas que vão ocorrer): Eu posso apostar um tanque de gasolina que vai pipocar pessoas que vão de fato praticar o transporte coletivo em carros particulares para obter lucro. No primeiro acidente fatal, teremos a medida revogada. (ou no segundo, enfim).
ResponderExcluirO que ocorre no trânsito é o mesmo que ocorre em qualquer setor, uma eterna briga entre gato e rato.
Vejamos: O governo cria impostos. O governo faz de tudo para pegar os impostos. "QUEIMEM! A copa custou 14 Bilhões!! Um absurdo!!!"
Mas li uma estimativa MUITO interessante: Só no ano passado, o cidadão "de bem" brasileiro SONEGOU 400 BILHÕES de reais em impostos. Entende meu ponto? O processo trânsito muito bem comentado no texto, passar por uma reforma integral de nosso meio. Uma ou duas gerações depois dessa reforma, a coisa começa a acontecer direito. Até lá teremos soluções paliativas em cima de soluções paliativas. E por pior que seja, a faixa de ônibus ajuda uma boa parte da população.
me chamem do que for, mas entendo que faz parte de qualquer *sociedade* ter que ficar 30 minutos a mais no trânsito, escutando música no ar condicionado, para que alguém que demore 3 horas, passe a demorar 2:30 horas.
De novo, o texto aborda ótimos tópicos e não estou defendendo a gestão do partido atual (mas tbm não vou entrar no fla flu politico que as pessoas adoram fazer)... mas que mau ou bem, é menos pior que as faixas sejam incentivadas.
Thiagones, o problema é que para que os ônibus de urbanos ganhem, vamos lá, sendo extremamente otimista 30 minutos os demais usuários da estrutura viária estão perdendo pelo menos 1 hora (pelo na Marginal Pinheiros por onde passo diariamente de ônibus fretado - que não pode usar a faixa, haja visto que só rico anda de fretado na mentalidade dos atuais responsáveis pela prefeitura). Ainda lhe parece correto? Não acho que as faixas devam ser incentivadas de forma alguma (onde está mesmo aquele parágrafo da constituição que diz: todos são iguais perante a lei, sem distinção ..."), ainda mais porque o que sustenta grande parte da malha viária da cidade são os impostos que incidem sobre os veículos, e disso governo nenhum abre mão...
Excluir"Eu posso apostar um tanque de gasolina que vai pipocar pessoas que vão de fato praticar o transporte coletivo em carros particulares para obter lucro."
ExcluirÓBVIO que vão! Nós, brasileiros, sempre achamos uma "brechinha" na lei para poder tirar alguma vantagem. Não só no trânsito, mas em vários aspectos da vida em sociedade; a culpa da situação é do próprio brasileiro, pois não temos o mínimo senso de coletividade; cada um olha o próprio umbigo e o outro que se dane.
A propósito, algo que poucos perceberam é que a prefeitura de SP está divulgando um valor bem alto de faixas exclusivas implantadas mas, na prática, não é bem assim. Explico. Na Av. Cerro Corá, que é bem estreita em alguns pontos (a ponto de não permitir a passagem nem mesmo de 2 carros um ao lado do outro) e, oficialmente, ela tem uma faixa exclusiva de ônibus em toda sua extensão. Também há vários semáforos para entrar à esquerda, liberando a pista da direita para os carros. Em suma: eu estimo que, da extensão total, menos de 1/3 é exclusivo para ônibus. Ou seja: propaganda enganosa.
ResponderExcluirÓtimo tópico, São Paulo pede para que pensemos melhor na eficiência no transporte nessa cidade. É um absurdo o que acontece com os ônibus, serviço de péssima qualidade, maior parte do tempo os ônibus ficam lotados...
ResponderExcluirUm detalhe que acharia importante ressaltar é a fiscalização: se não fiscaliza, fica que nem os acostamentos em rodovia congestionada, vira uma espécie de "faixa adicional".
Nossos governos não pensam no coletivo, no macro. Pensam unicamente em si próprios. Afinal eles precisam de quem lhes financie as suas campanhas.
ResponderExcluirNão se trata de um fenômeno sazonal, Não é um mal paulistano. O caos no transporte público já instalou em qualquer grande cidade brasileira.Vou contar minha experiência: Vivi por 25 anos na Grande Brasília, podemos dizer assim, todas as cidades que são polarizadas pela capital federal, mesmo aquelas que estão além do limite do quadrilátero de Chuz. Vivi na temida região do Entorno Sul: Valparaíso de Goiás. Hoje, qualquer morador do DF, que tem o privilégio de viver próximo a praça dos três poderes, tem arrepios de falar dessa região. (Até os jornalistas locais tratam o entorno como um câncer impiedoso à esculhambar o "oasis do cerrado", que deveria ser o projeto original de Lúcio Costa). Ocorre que até início da decada de 90, o Val era uma cidadezinha dormitório, pacata, com menos de 30 mil habitantes. Nossa única ligação rodoviária com o Plano, a BR-040/EPIA, estava longe de ser congestionada e usar o ônibus, não era nenhum martírio: chegava lá em 50 minutos e só não havia lugares nos horários de pico. Então veio um certo Governador do DF, sedento de votos e reeleiçõs, promoveu um programa de distribuição de lotes gratuitos, pessoas do Brasil inteiro migraram para terras candangas. Novas cidades satélites surgiram repentinamente e Quem não ganhou lote, foi morar no Entorno. Valparaíso também teve sua população triplicada. Em contrapatida, os serviços públicos, não se adequaram a essa nova realidade, inclusive o transporte coletivo. Em 1997 já tinha desistido do ônibus, mas com tantos carros, aquela única Rodovia, (que precisava também precisava ser triplicada) travou. Começei a praticar o transporte solidário, Pegava meu velho Uno, chamava uns vizinhos para ir comigo, me pagando a devida colaboração. (estava contribuindo para tirar quatro carros do trânsito)...Muitos tiveram a mesma ideia e o tal monopólo privado de transporte da região, insatisfeito com nossa concorrência desleal, acionou seus tentáculos políticos. Começou uma pseudo-operação de caça ao transporte cladestino de passageiros. Certo dia fui abordado por uma Blitz. Não sabia o nome de uma das pessoas que estava comigo (era conhecido de um dos caroneiros fixos, que tinha pedido para ir no lugar dele). Carro apreendido, um dia de pátio. Fui obrigado a assinar um termo de compromisso, para retirá-lo. A diária era 7 reais me cobraram 200, e deveria fazer o depósito em determinada conta... O som tinham desaparecido. e não podia provar... Bandidos fardados! Mudei do Valparaíso. voltei recentemente nessa última terça-feira e me deparei com um protesto. Moradores fecharam a Rodovia. A empresa, monopolizadora, está falida...A ANTT, sob pressão convocou emergencialmente outras empresas, mesma assim, faltaram Ônibus. O caos está instalado. Agora vou contar o melhor da incopetência... O Entorno Sul do DF tem uma ferrovia, que usada apenas para o transporte de cargas eventuais. Uma ferrovia ociosa... Falam na implantação de um transporte ferroviário de passageiros... já tem praticamente tudo pronto... O que falta? Coragem, vergonha na cara... Ou talvez tal projeto vá de encontro com os interesses empresarias e políticos que dominam a região... Niguém pode contra o monopólio
ResponderExcluirNós que somos de SP reclamamos daqui... mas a verdade é que esse tipo de máfia não é tão comum neste Estado. Infelizmente, do RJ e MG para cima, o TERCEIRAÇO "pega". Imaginem só como deve ser no Maranhão, no Pará, no Tocantins, na Bahia e resto do NE... a polícia ganha muito mal nesses lugares e "se defende"... são bem os tipos de lugar em que 50% das crianças não têm escola, e quando inauguram uma, o governo gasta 600 mil em show da Ivete Sangalo.
ExcluirJá existem aplicativos com a ideia de carona, onde as pessoas fazem um cadastro e classificações das pessoas. Desta forma garantindo um pouco a segurança de quem da a carona.
ResponderExcluirSó que isto já gerou o que falar, taxistas estão contra este serviço e acredito que se esse serviço desse certo, não ia demorar para as empresas de ônibus ficarem contra também!
http://g1.globo.com/tecnologia/tem-um-aplicativo/noticia/2014/03/app-de-caronas-estreia-com-mais-de-6-mil-motoristas-cadastrados.html
http://olhardigital.uol.com.br/noticia/40753/40753
Não há interesse de nenhuma das partes (governo e empresários) nisso! Ai o sindicato entra em greve, empresas ameaçam demitir um monte de gente e o governo cede. No modelo ideal, no real sempre rola uma graninha também.
Quanto mais eu leio mais puto fico... triste né
Belo post CMF!
Artigos e sugestões boas e aplicáveis em qualquer cidade, mesmo médias. Discordo apenas que nesse ponto não podemos classificar o brasileiro como o povo da vantagem, apesar dele quase sempre o ser: não leva vantagem quem gasta o que gastamos com transporte pessoal, nenhuma!
ResponderExcluirMuito bom o texto, CMF !
ResponderExcluirImaginemos por um dia que, apenas em São Paulo para não 'viajarmos muito', temos uma frota de ônibus nova, em número
suficiente, que opere sem lotação, com conforto razoável, pontual, com motoristas treinados e bem remunerados e que nesse
panorama realmente seja interessante deixar o auto particular em casa e usufruir desse sistema coletivo tão bem montado.
Como ficaria a caixa registradora da indústria de multas ?
Parece-me que toda essa conversa política de repúdio ao automóvel não passa de 'prosopopéia fláćida para acalentar bovinos'.
Como fiscalizariam se os carros tem 3 ou mais pessoas? Parando todos? Com os "sacos pretos" colocados nos vidros de 95% dos carros, visualmente seria impossível conferir.
ResponderExcluirPor incrível que possa parecer o legislador pensou nisso no caso da lei paulistana que permite aos taxis - com passageiros - circularem pelos corredores de ônibus. De acordo com a lei, para trafegar no corredor o taxi não pode ter películas escurecidas nos vidros... mas onde está a fiscalização? 99,9% dos marrronzinhos desconhece essa sutileza prevista na lei. Aliás, nem os próprios taxistas sabem disso...
ExcluirCarlos Mauricio Farjoun,
ResponderExcluirEsse seu texto deveria chegar as mãos do prefeito e do pessoal que cuida dos transportes...
Parabéns... não tem o que por ou tirar no texto.
É bem como foi dito: - Uma mafía.
ResponderExcluirTenho certeza que mesmo que algum politico tenha alguma intenção de criar os incentivos para uso das caronas terá problemas dentro do partido, inclusive.
Sem falar que saí 10 ônibus de cada bairro com o mesmo sentido, centro. Apesar da força de expressão, é bem isso que acontece. Muitas vezes tem um ônibus lotado, ao lado de um vazio indo para quase o mesmo lugar.
Era necessário reutilizar mais o ônibus, com trajetos mais curtos para os menores, mais longos para os maiores. Sendo necessário mais baldiações até o centro. O cara pega uma van no bairro que o leva até a avenida. Na avenida, pega um ônibus que vai até um terminal ou o próprio centro.
Mas no Brasil, esquece. Por isso utilizo minha moto nos dias de semana, minha outra nos fins de semana e carro só quando vou fazer compras ou sair com a namorada para um lugar mais "chique" rs
Abs
Carona solidária é uma coisa factível só para pessoas que só usam o carro para ir ao trabalho e voltar. Se muitos a praticassem, aliviaria o trânsito nos horários de pico, e não mais que isso. As outras pessoas só estão fazendo viagens esporádicas ou trabalhando com o carro, e isso não tem jeito... a Cidade precisa urgentemente de metrô, não no "padrão tucano para inglês ver", mas "padrão Nova York", com linhas locais e expressas em ambas as direções - o que permite tirar rapidamente do Centro as pessoas que vão para a periferia, e fazer a manutenção de uma linha com a outra em uso, permitindo a operação 24h. Mas o "mindset" nacional é pensar pequeno e viver economizando - senão não sobra para os políticos e seus apaniguados, não é mesmo?
ResponderExcluirAqui em Santos usam do mesmo expediente nas duas avenidas principais da cidade, a Ana Costa e a Conselheiro Nébias.
ResponderExcluirDas 6 as 9 da manhã a Ana Costa perde uma de suas três faixas de rolagem de um lado e das 17 as 20h do outro... a Conselheiro, das 17 as 20, fica privada de uma de suas DUAS faixas de rolamento... creio ser desnecessário descrever o pardieiro viário que se instaurou com essa atrocidade.
Fato: se houvesse algo que realmente valesse a pena entrar em um ônibus muita gente deixaria de bom grado o carro em casa... duvido que alguém aqui entraria num ônibus superlotado se não for por extrema necessidade.
Se nosso transporte público fosse equivalente ao que se vê em outros países a conversa seria outra... enquanto for essa estrumeira as pessoas vão continuar comprando carro e usando.
CMF,
ResponderExcluirSeu texto resumiu perfeitamente a situação que vivemos aqui em SP.
O maior problema é que o atual prefeito, o Sr. Haddad, um perfeito sequelado, gosta de colocar o carro como "o vilão" da história. Pelo jeito, não há ninguém no mundo capaz de mudar o pensamento dele, infelizmente.
Sobre a faixa exclusiva para quem apoia a carona solidária, seria necessário, também, retirar/multar os "insulfilms" de 90% da atual frota de SP.
90% nao 99%
ExcluirHá há há
O QUE !? Ir para a faculdade ( ou qualquer outro lugar ) ocupando com pessoas, todos os assentos de um veículo, de forma habitual, que foi projetado para tal, paga impostos para tal, pode dar multa ? Pode ser um crime ? Como assim ? Isto levanta no mínimo uma centena de questionamentos aos quais, desta vez vou me abster, pois juro que não posso digerir tal informação. Estou com uma ânsia, vou ali vomitar e já volto...
ResponderExcluirEntra governo sai governo e tudo o que se vê é a mesma coisa de sempre: Corrupção, roubalheira, brigas por poder, uma propaganda governamental maravilhosa, mas resolver os problemas, nada! O PT, então, se revelou um partido de práticas tão populistas quanto nunca se imaginava. O objetivo deles está claro que é se perpetrarem no poder. Tudo pelo poder, tal e qual a ditadura que eles mesmos combatiam. Na real, o que eles querem é fazer exatamente como fazia-se no passado: mandar, fazer o que quiser, como quiserem e exploda-se a opinião dos outros. Se possível fazê-los se calarem, melhor ainda.
ResponderExcluirMas na verdade, talvez a nossa maior mazela seja a existência aqui de uma classe política que acredita que assumir um cargo público eletivo é ser premiado com uma estadia num resort de luxo. De certa forma até parece mesmo, tamanha a quantidade de benefícios que lhes é garantido. Uma vez ali, trabalham arduamente para continuarem alí.
Eu sou contra reeleição, e de uma forma bem radical inclusive. Para mim, o legislativo deveria ser integralmente trocado a cada eleição. Quem hoje é deputado, senador ou vereador deveria estar impedido de disputar a próxima eleição. No poder executivo deveria-se ir além, com a obrigatoriedade da troca do grupo político inteiro. Toda a coligação que venceu a última eleição deveria ser impedida de disputar a próxima. Na minha opinião precisa haver alternância em cargos eletivos. Uma pessoa que é deputado "a vida toda" acaba fazendo disso uma profissão, o que não julgo como bom. O cara faz de tudo para continuar alí, mesmo que seja ilícito ou imoral. Se houvesse algum dispositivo que impedisse isso, creio que procurariam ocupar este tempo que lhes foi confiado de uma maneira melhor possível.
Mas mesmo assim eu ainda tenho lá minhas dúvidas que as coisas melhorariam somente com isso. No fundo eu acredito que a questão fundamental seja outra. Há uma "tara", um "fetiche" generalizado por poder e riqueza. Tudo o que se quer é mandar, enriquecer e acumular. Ao custo que custar, da forma mais fácil e rápida possível. E a máquina pública tem sido posta para funcionar para isso, no sentido de ajudar quem está no poder. Ajudar a enriquecer. Quem está no poder se sente no direito de fazer o que quiser e de ajudar os seus "amiguinhos" como quiser. Literalmente é aquele negócio: "aos amigos, tudo, aos inimigos os rigores da lei". Por isso que só interessa fazer as políticas públicas que dão retorno, seja monetário, seja eleitoreiro. Claro que isso não pode ficar muito evidente. E aí entra em cena a publicidade oficial, que maqueia tudo.
E entra governo, sai governo, o que se vê é sempre a mesma coisa. Discursos magníficos, promessas, mas fazer diferente, que é bom, nada. Eu sinceramente não vejo muitas esperanças de melhorias enquanto a coisa pública for tratada assim, como um mero meio para o benefício particular de quem "está na vez".
Concordo plenamente com o fim da reeleição, em todos os níveis. Política não pode ser profissão. Um cara ser deputado por quarenta anos é demais, pois durante esse tempo só
Excluirvai apadrinhar mais gente e se envolver em negociatas com empresários corruptos. Muitos
deles ainda elegem os filhos, para perpetuar a mamata.
Hoje em dia, os eleitos para cargos executivos no dia da posse já começam a se articular
para a reeleição, distribuindo benesses e cooptando políticos de outros partidos, através da
nomeação para cargos em empresas públicas, tribunais etc.
Podemos iniciar uma campanha nas redes sociais, para acabar com a reeleição. De quantas assinaturas precisaremos para apresentar um projeto de lei? Alguém sabe? Abaixo a reeleição!!! Hadad oito anos ninguém aguenta...
O que as pessoas querem são mais ônibus, querem esperar menos no ponto, não querem ir de pé, apertadas. Tanto faz aonde o ônibus anda, se é numa faixa exclusiva, numa faixa não-exclusiva, pelo ar, pela terra ou pela água.
ResponderExcluirJoão Paulo
Em cidades pequenas, a câmara de vereadores é disputada por uma legião de gente que vê alí a última alternativa de se dar bem na vida. É cada tipo que aparece.... Os caras não sabem fazer mais nada na vida. Acordar cedo e dar duro dá muito trabalho. Então só acaba sobrando tentar ser vereador. Ph*da....
ResponderExcluirAnônimo11/04/14 16:42
ExcluirConcordo em gênero, numero e grau! QUando ser verreador em cidade pequena era cargo não remunerado, somente pessoas conhecidas na sociedade pela sua participação e atitudes e com intenção de participar da politica se candidatavam. Eram industriais, comerciantes, advogados, pessoas ligadas ao comercio (funcionários, muitos deles), pessoas que viam na Camara uma chance de participar das decisões do municipio.
Depois que virou cargo remunerado, aparecem radialistas, narradores de rodeio, ex pastores evangélicos, botequeiros, jogadores de baralho profissional e aplicadores de pequenos golpes. O pior de tudo: São eleitos!
Ótimo texto; apenas um parenteses:
ResponderExcluirAqui em Curitiba os ônibus recebem por KM rodado e não pelo número de passageiros. E mesmo assim é subdimensionado o número destes, e o transporte coletivo de Curitiba esta hiperlotado (eu demoraria brincando 4 horas para chegar ao meu trabalho).
A prefeitura de Curitiba parou no tempo, com soluções da década de 80 sem a menor evolução.
[Ironic mode ON]
ExcluirComo você pode criticar Curitiba, a cidade mais civilizada do Brasil? Curitiba não tem metrô porque não precisa, já que o sistema de ônibus e canaletas é ultramoderno e superpremiado. Quem pode querer metrô quando se pode andar no melhor ônibus do mundo?
[Ironic mode OFF - sugestão: leia a última frase como o locutor das propagandas da Hyundai.]
Solução para o transporte no dia a dia? Compre uma moto e seja feliz.
ResponderExcluirE compre um caixão e faça um seguro de vida também. Aqui na Grande SP, ou morre-se acidentado ou por latrocínio, pois os malacos estão roubando motos adoidado.
ExcluirSem condições trocar carro por moto, pois além do risco de vida, toma-se chuva, poluição na cara, a namorada ou esposa fica com o traseiro lá prá cima e nem um radinho dá para ouvir.
Se passar por tudo isso é ser feliz, prefiro continuar triste no meu carrinho "véio"...
Só doido anda de moto em transito!!! Tem umas motos com 2 ou 3 rodas, fechadas, cabinadas, que se fossem ultra-reforçadas,blindadas e com ar condicionado, daria para usar. As motos normais, jamais.
ExcluirEngraçado que eu andei de moto de 95 a 2008 sem um acidente sequer - exceto por uma queda provocada por não ter retirado a trava do disco na saída da faculdade em 2002.
ExcluirSó dou razão aos anônimos no tocante a roubos, isso eu não contesto... moto não é perigosa, perigoso é quem a usa sem critério.
"Só dou razão aos anônimos no tocante a roubos, isso eu não contesto... moto não é perigosa, perigoso é quem a usa sem critério."
ExcluirIsso se a pessoa fizer questão de comprar uma Honda ou Yamaha. Hoje há diversas marcas e, antes que comecem a falar mal das Dafras e Kasinskis que tem por ai, atualmente nada como um mecânico de confiança para resolver seus problemas (isso se de fato você precisar).
Kasinski, qual a real situação dessa fábrica?
ExcluirTenho acompanhado as notícias em foruns da web e não são nada animadoras... concessionárias fechando, gente reclamando que não tem mais assistência.
Ótimo tópico, este se superou de tão bom!!
ResponderExcluirAo invés de soluções populistas e irresponsáveis este prefeito deveria aprender um pouco do que está acontecendo e dando certo no mundo e adotar aqui as medidas mais pertinentes, como bem exposto neste post!!
É uma pena que cada vez mais e mais cidades venham a sofrer prolemas de mobilidade urbana. A população cresce, aumenta seu poder de compra, "livra-se" do ônibus e compra um carro com o objetivo de ganhar em qualidade de vida. Porém é cada vez maior a parcela da população que acaba fazendo isso, ruas se entopem cada vez mais de carros (com motoristas abaixo da media, o pior) e a qualidade de vida vai caindo, afinal de contas, mobilidade urbana influencia significativamente na mesma.
ResponderExcluirNão sou contra a aquisição de um automóvel, porém ao mesmo tempo em que é compreensível o cidadão não querer ficar a mercê do transporte coletivo, esse aumento no poder de venda implicou numa modificação na mentalidade do brasileiro tal que o carro é algo "indispensável". Eu particularmente tenho minhas dúvidas.
Gosto de carro (afinal não estaria comentando por aqui), mas dirigir um carro todos o dia é desnecessário. Principalmente em meio ao horário de pico, onde passamos muitas vezes por ruas em mal estado de conservação, limites de velocidade subdimensionados e temos que lidar com todo o tipo de motorista que pode-se ver pela frente, ocupando significativo espaço da via.
Por essas que eu apoio fortemente a motocicleta como segundo veículo, pois além do fator preço de aquisição e custo operacional, tem maior agilidade e é infinitamente melhor para estacionar. Acho que tendo uma moto para ir e voltar do trabalho (salvo dias de chuva) e um carro apenas para prazer ou carregar peso, é o melhor que se poderia fazer. Levando em consideração o Brasil do jeito que ele é atualmente, não vejo alternativa melhor que essa, para uma boa parte da população.
Ótimo texto.
ResponderExcluirMe fez lembrar dos 5 anos dividindo as despesas das minhas viagens entre a faculdade e São Paulo.
Quanto a questão de obter lucro, a solução é bastante simples. Revezamento. Quero ver algum legislador provar que você esteja lucrando com isso.
Aposto que haveriam pessoas sem escrúpulos que tornariam seus carros em táxis (problema de cárater de uma parcela cada vez maior de brasileiros). Mas a maioria iria aproveitar muito bem uma possível "pool lane".
O melhor dos mundos seria, como de um amigo que conheci em Nurburgring, ir de transporte público todos os dias para o trabalho e aos finais de semana poder aproveitar um belo carro (no caso o cara tem um R8).
Antes um trafego controlável do que vivermos sem lei como na Índia e com o trânsito parado.
Cairia bem um slogan: "Dou carona e chego mais rápido"
Hoje encontrei em SP avenidas que a CET alterou o horário das faixas de onibus para até 9 horas da manhã e ninguém percebeu, tudo parado e faixas vazias...
ResponderExcluirSrs; raciocinem! Onde está a lógica de não melhorarem? O caos interessa a muitos! Mais multas, ônibus lotados, confusão, etc. Enquanto formos governados por bandidos, poderemos esperar o que? Alguém acha que vão ler um texto deste, bem feito, sério e que quer o melhor para a cidade? Esqueçam. Não leem este nem nenhum outro. Já cansei de falar aqui; OU PARAMOS ESTA CORJA OU ELES VÃO NOS PARAR!!!
ResponderExcluirPrezado Carlos Mauricio Farjoun,
ResponderExcluirPrecisamos que se candidate para votarmos no senhor!
Embora eu fosse argumentar de modo diferente, usar outros termos e outra lógica, eu assino embaixo! Espero que as pessoas divulguem, como eu farei, caro CMJ, pois as ideias são excelentes mas, se não for cobrado, não é colocado em prática.
ResponderExcluirCaian.
o top gear resolveu fazer videos de ultilidade publica nessa ultima temporada e caem bem:
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=iCt7T20N07U
https://www.youtube.com/watch?v=Q5ZuvmyQ_p4
Outra coisa, pra quem puder assista: S21 ep 5. A conclusão deles é q os motoristas hoje são meio que forçados, por medo, a respeitar os ciclistas, e que o maior problema é justamente os onibus.
Na verdade, em partes é as duas conclusões deles, que ciclista é folgado, desatento e lento comparado aos carros (então ai é uma questão educativa de quem usa bicicleta) e que os onibus não os vêem, não os respeitam, e numa batida a chance de ir parar em baixo daquilo ali é enorme... logo a conclusão deles é a mesma que a minha e adiciono, os onibus, as motos e os caminhões (nessa ordem) são o problema no fluxo do transito, eles estabelecem o caos no sistema harmonioso dos carros. :oD
CMJ: O seu artigo é muito bom! Você argumentou tudo de forma muito coerente e lógica.
ResponderExcluirNão dá para ler um "hater" de partido político e sim alguém que pensou a situação de forma que eu nunca vi. Parabéns!
Para piorar a situação, temos uma SPtrans com a coragem de tirar ônibus de linhas cheias para trocar articulados no lugar. Ou seja, tem alguém ganhando mais grana aí. Que vergonha. A única coisa que eu esperava do novo prefeito seria melhorar o transporte coletivo. Não deu.
A carona solidaria seria uma ótima solução, mas teria que ter enfase no solidaria, pois do contrario teríamos táxis clandestinos e outros problemas, como já ocorreu anteriormente em diversas cidades pelo Brasil. eu e um amigo revezamos semanalmente quem vai dirigindo e com qual carro para o trabalho, trabalhamos juntos e moramos coisa de 1km de distancia um do outro, na minha semana eu volto 1km para passar na casa dele, e na semana dele o mesmo faz um desvio para poder passar na minha casa de mais ou menos 1km, dividimos o custo do estacionamento e temos sempre a camaradagem de um trocar o dia com o outro quando necessário, caso de consultas medicas ou manutenções no veiculo de cada um.
ResponderExcluirMas essa solução nem sempre é bem aceita por todos, há aqueles indivíduos, que não por maldade ou qualquer outro sentimento negativo, mas por puro traço de personalidade, que não se adaptam a estarem amarrados a agenda de outras pessoas, algo que na carona solidaria há de ocorrer.
No fundo, se o transito fosse mais calmo e as pessoas educadas, acho que tudo seria melhor e mais fluente, se o básico de não jogar lixo no chão fosse respeitado, o mundo já iria melhorar bastante.
O pior é que isso se espalhou por outras cidades com prefeitos do mesmo ParTido como uma doença.
ResponderExcluirEm cidades da Grande São Paulo que sofrem deste mesmo mal, foram implantadas faixas assim também, o resultado: uma via importante mas que é uma rua estreita, as 2 faixas deram lugar a 3(faixa exclusiva de ônibus em somente um sentido), agora imaginem esta rua estreita, vindo ônibus de dois lados e mais um carro junto, onde não há espaço para isso. É isso que esses governantes falsos moralistas querem fazer, e ainda posar de alguém que soluciona algo. Vêm uma multidão para passar por uma portinha, e o que fazem é mandar todo mundo "relaxar e gozar" e que se danem, esse é o recado já dado pela ex-prefeita de São Paulo, coincidência ou não, do mesmo partido do atual prefeito que botou em prática idéias tão brilhantes.
Outras metrópoles que tem algo funcional para eles serve somente de passeio com o nosso dinheiro, pois qualquer comparação é descabida.
Senhores, não tem à ver com o assunto do post, mas tem com todos nós. Vejam o descalabro que o digníssimo senhor disse: http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2014/04/12/internas_economia,518380/mais-etanol-nao-desgasta-motor-diz-associacao.shtml E quem tem carro mais antigo, dane-se para esse, né? Eita Brasil...
ResponderExcluirE meta medida protecionista guela abaixo ! Mais álcool na gasolina... de novo, isso levanta mais de uma centena de questionamentos, vou ali vomitar mais uma vez... Tá difícil ser brasileiro viu. Que falta que faz alguém do calibre do Enéas Carneiro, acho que hoje, talvez, ele teria alguma chance. É uma pena que um brasileiro tão brilhante tenha surgido 2 décadas antes do tempo ideal e não haverá outro com as qualificações e sagacidade deste sábio líder que tivemos a chance de ter nos representando.
ExcluirMuito bom o texto! Os problemas de Sampa se encaixam perfeitamente aqui em Salvador... Temos a mesma situação, senão pior... Não temos metrô (a piada de mais de 10 anos de obra), o trem suburbano é parco e os trilhos são ainda os do tempo do Império (não é ironia, são mesmo!), enfim... A malha urbana praticamente é a mesma dos anos 70... Poucas avenidas surgiram nesse tempo... A falta de ordenação no crescimento da cidade foi e é gritante, olha no mapa e pouco se vê de "quadras" em Salvador, é tudo emaranhado... As empresas de ônibus, sindicato dos rodoviários, prefeitura, SET, tudo formam uma "rede" de amigos em que um lava a mão do outro em proveito próprio e dane-se a cidade... Agora uma simples diferença cultural, aqui também tem as faixas exclusivas para ônibus, mas uma boa parte dos motoristas tanto de carros quanto dos ônibus não a respeita... É muito comum ter carros nela nos horários em que são proibidos e ônibus andando lá na outra ponta da avenida, na extrema esquerda...
ResponderExcluirEles nunca vão resolver nossos problemas. Se resolverem os problemas, o que vão prometer nas eleições?
ResponderExcluirSr. Carlos, muito obrigado por este texto extremamente lúcido.
ResponderExcluirAqui o uso de faixas "solidárias", para carros com mais de três pessoas, seria impossível. Razão: as películas estilo "insul-film", pretas como saco de lixo. Não teria como as autoridades rodoviárias estaduais aferirem quantos ocupantes tem o automóvel sem pará-lo.
ResponderExcluirQuem conhece Los Angeles sabe quem nem lá usam películas tão escuras quanto aqui (na Flórida, por outro lado, muitos usam películas bem escuras quanto aqui.
Por fim, concordo com os demais post, pois esses problemas nunca serão resolvidos aqui. Infelizmente.
Leo-RJ.
Bom, vamos lá. A faixa exclusiva de ônibus foi criada para beneficiar quem já anda de transporte público. Os proprietários de veículos automotores, não vão deixar o conforto do seu habitáculo para pegar ônibus lotado, mesmo que isso se reflita em economia de tempo. Concordo sim que a estrutura do transporte público na Grande São Paulo é um caos. E tenho consciência que o que deve ser mudado, em primeiro lugar, é a cultura. Precisamos primeiro aprender a valorizar o próximo, a entender que os direitos do próximo são iguais aos meus. Também já fiz várias vezes, comparações com outras cidades, países, culturas. A comparação é importante sim, mas deve ser feita com cuidado. Há quanto tempo ( por exemplo ) as linhas metrô de Nova Iorque foram construídas ? O Brasil "escolheu" o transporte rodoviário em detrimento ao ferroviário na década de 60. E isso não mudou. A grande massa de veículos que temos em circulação hoje, é reflexo da suposta "melhora econômica" dos últimos 10 anos. E falar que são "invejosas" as pessoas que não tem carro é julgar sem conhecer cada uma das pessoas que se utilizam de transporte público. Um comentário bastante interessante é o fato de incentivar positiva ou negativamente. Tem que haver o incentivo positivo e também a punição. Você que conhece tão bem o transporte em São Paulo, já deve ter notado que, quando o farol fica amarelo, mais da metade dos motorista pisa no acelerador, ao invés de reduzir. Já deve ter percebido que "farol vermelho" não significa mais nada. E por que isso acontece ? Mesmo havendo lei que "proíba passar no farol vermelho" ainda assim tem gente que faz ? E não são poucos. Existe lei mas não existe punição. Concordo que o ser humano vive em função de estímulos ( sejam negativos ou positivos ). Que tal se, incentivássemos nossos filhos a serem solidários desde pequenos ? Que se incentivássemos nossos filhos a lerem mais ? A serem mais educados ? A respeitar o próximo ? A serem éticos ? A darem valor ao que é certo ? Compreendo que essas atitudes não darão resultado a curto e nem a médio prazo. São ações que poderão ser vistas somente em 30, 40 ou 50 anos. Mas demos o primeiro passo e isso é importante. Valorizar a vida é o mais importante. Para finalizar a questão da edução, que é onde nos falta "incentivos" ( não do governo ), tenho um exemplo. O meu local de trabalho, fica em uma avenida na zona sul, que já tem a faixa exclusiva de ônibus implantada. Todos os dias, sem exceção, há motoristas passando por elas. Eu disse, sem exceção. Eles são punidos ? Ou melhor, são incentivados para não utilizarem a faixa ? Então, por que fazem ? Nesta mesma avenida, há um cruzamento. Após o sinal ficar vermelho, consigo contar até 5 veículos passando como se estivesse verde, ou não existisse sinalização. O que é isso ? Falta de incentivo negativo, positivo ou ambos ? E com relação aos horários de utilização das faixas, há placas sobre as mesmas informando os horários de utilização. Mas como não fomos incentivados a ler, é mais cômodo considerar que é responsabilidade do governo informar de forma mais ostensiva o que ele já faz. Como não fomos "incentivados" a respeitar a sinalização, por que olhar aquela placa ali, sobre a faixa exclusiva de ônibus, que informa o horário de funcionamento ?
ResponderExcluirSua análise é bastante interessante. Gostei muito de lê-la, tanto pelo conteúdo quanto pelo bom português.
Att,
Marcio
Guarulhos-SP
O principal problema do trânsito é o excesso de deslocamento de pessoas. Isto acontece porque necessitamos de transporte veículos motorizados para executar tarefas diárias. Para resolver esse problema seria necessário redesenhar cidades aproximando serviços de pessoas.
ResponderExcluirFarjoun, seu texto é excelente! Parabéns, não só pela abordagem lúcida e inteligente de um problema público, mas também por fazer o que a grande maioria dos reclamantes não se dispõe a fazer: sugerir soluções.
ResponderExcluirAs avenidas de Salvador, como as de São Paulo hoje, estão tomadas por faixas exclusivas para ônibus. E aqui, sem dúvidas, a sugestão de permitir a circulação de veículos com ao menos três ocupantes nessas vias seria muito produtiva, principalmente nos locais mais críticos já conhecidos.
Mas também aqui temos um setor rodoviário fortemente articulado, que de tempos em tempos coloca a cidade de joelhos, e tem força até para influenciar as decisões sobre o modal de transporte coletivo a ser adotado no intuito de melhorar a mobilidade futura da cidade: se metrô, VLT (veículo leve sobre trilhos) ou BRT (Bus Rapid Transit), preferido por eles. E só há acordo quando eles conseguem abocanhar pelo menos parte do projeto, ainda que em detrimento do interesse público.
alguns comentários:
ResponderExcluir1- o que esperar de um atual alcaide que, um ano antes da queda do Muro de Berlim, publicava um trabalho no qual o comunismo ainda era visto como viável?
2- uma das primeiras medidas do novo alcaide, logo no início de sua gestão, foi aumentar a quantidade de passageiros por unidade de área nos ônibus. medida essa que passou despercebida na imprensa "engajada" - ou seja, quase toda a imprensa.
3- o alcaide havia dito, por ocasião dos protestos de jun/2013, que iria "abrir a caixa preta" do transporte público em SP. o discurso foi exaustivamente repercutido pela imprensa "engajada" (a mesma que se esqueceu de repercutir o ponto 2 acima), e depois sumiu da mídia. meses depois, o alcaide propôs um abusivo aumento de IPTU com a justificativa de suportar os repasses do transporte público de SP, espremidos pelo não aumento havido em junho. ainda bem que não passou. e - cá entre nós - não seria o atual secretário de transportes de SP que iria abrir a tal "caixa preta", não é mesmo? logo ele? claro que não.
Sou de Florianópolis, passei uma semana na capital de São Paulo, voltei super estressado. A cidade simplesmente funciona mergulhada no caos. É tudo saturado, desde Restaurantes à estações de metrô. O fato é; existem muitas pessoas para pouco espaço. São Paulo não tem mais jeito, é prédio em cima de prédio, verdadeiros cortiços amontoados uns sobre os outros, não há malha viária ou transporte coletivo que dê jeito nisso. Adorei o metrô, a nova linha amarela é exemplar, definitivamente é espetacular a rapidez com que se move. No entanto, para funcionar adequadamente deveria ter 1/3 dos passageiros atuais, pois, até nos finais de semana, os vagões estão superlotados. Resumindo, bolsa vasectomia e laqueadura já!. Quando uma espécie procria demais, inclusive a humana, problemas haverá.
ResponderExcluirÉ para rir ou chorar: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1440794-cet-pinta-faixa-em-zigue-zague-em-rua-da-zona-norte.shtml
ResponderExcluirSabemos a que solução ideal é deixar o carro em casa ir caminhando até o trabalho, mas muita coisa teria que mudar. Por exemplo, adaptar a cidade e seus serviços às pessoas ao invés de construir-las em função do uso exclusivo carro.
ResponderExcluirAdilson
ResponderExcluirEu e os leitores agradecemos o presente, a fotografia verbal do perfeito exemplo do formigueiro!