google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): General Motors
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O Chevrolet Biscayne das fotos foi alvo de uma restauração de três anos de duração, típica dos americanos, que resulta em carros em condição melhor do que quando saíam de fábrica, conhecidas como over-restoration (sobre-restauração). Muita gente não aprova esse tipo de tratamento, mas antes de condenar a prática, precisamos saber o motivo.

Fazer um Chevrolet aparentemente tão simples e de alta produção ser assim tratado e ficar nessa condição tem um motivo muito especial. É um carro que precisa ser entendido para ser admirado por todos que consideram importantes a história da General Motors e de Zora Arkus-Duntov (1909-1996) em particular. O ex-engenheiro-chefe do Corvette, que chegou a esse cargo por ter sido o responsável pela transformação de um pacato conversível no ícone esportivo americano, é também o mentor desse cupê concebido para uso policial.

O Biscayne, fabricado a partir de 1958, é diferente desse carro de 1959, quando praticamente todas as marcas americanas começaram a fabricar carros mais baixos. O estilo de 1959 é único, o 1960 já sendo diferente novamente.

A traseira é curiosíssima, com a tampa do porta-malas parecendo um par de asas, acima de lanternas de desenho curioso. Um verdadeiro show!


Sim, parece um Corvette 

A tentativa de fazer um esportivo ou grã-turismo familiar não é nada atual, como prova esse conceito da outrora maior do mundo, a General Motors Corporation. Com poucas informações e fotos disponíveis, e sem sabermos como ele se comportava andando, o modelo acabou por ser ofuscado por muitos outros conceitos, chamados de dream cars (carros de sonho) à época, de estilos muito mais ousados e futurísticos.

Os anos 1950, os "Fabulous Fifties" são incomparáveis no que se refere a novidades de desenho de automóveis americanos. Foi o máximo dos máximos para a GM e  indústria automobilística americana de uma maneira geral, quando a maioria dos modelos era extensamente modificada ano após ano, e o consumidor se via enlouquecido diante de tantas novidades e versões que, se perder era fácil demais. Se eu pudesse voltar no tempo com foco automobilístico, seria  nessa década de 50 o meu desembarque!

Para divulgar o trabalho imenso do estilo da GM, os executivos da empresa continuaram e aumentaram a extensão do Motorama, a exposição que a GM fazia ao redor dos Estados Unidos para mostrar sua visão de futuro e que pode ser considerada a maior e mais consistente clínica de pesquisa de todos os tempos,   que vinha ocorrendo desde 1931 com interrupções normais devido a crises econômicas e guerras. 

Para o ano de 1956 surgia um Corvette grandalhão, que adotava o nome Corvette Impala. E já que o carro não foi produzido, o ótimo nome viria a ser aproveitado pouco tempo depois.

Corvette já era um nome famoso e empolgante para os autoentusiastas americanos, e a Chevrolet pretendia aproveitar o embalo para trabalhar bem essa marca e ter uma linha de modelos, ou ao menos o esportivo tradicional e esse Impala, para ao menos se criar a possibilidade do banco traseiro e o uso em grupos e famílias.






Pressionado por necessidades familiares em uma viagem longa em que muito asfalto passaria por debaixo das rodas em quatro estados americanos, era requisito haver lugar certo para bagagem e que ela não interferisse com os passageiros. Vans são boas nisso, na Chrysler Caravan que vi antes de me decidir pelo Chevrolet Tahoe espaço para malas não faltava.

Mas quando a funcionária da locadora me perguntou se eu não preferia um Tahoe pelo mesmo preço da Caravan, meus desejos se realizaram. Não por não gostar das vans, mas pela vontade de utilizar algo mais americano ainda, e com um V-8 GM, melhor ainda.

O modelo que aluguei foi um LT com tração nas quatro rodas temporária sem reduzida, ambos itens opcionais para todas as versões (LS, LT e LTZ), sete lugares, sendo os dois bancos no porta-malas dobráveis e removíveis. Mesmo com eles lá, cabem cinco malas grandes – não tamanho-jumbo – uma ao lado da outra.

Com os todos os bancos no lugar, o porta-malas é de 478 litros. Retirando os dois bancos da terceira fileira, são 1.707 litros. Como eles seriam apenas rebatidos, uns 1.500 litros estariam à disposição. A tampa traseira abre para cima, junto com o vidro, mas este pode ser aberto independentemente para manuseio de volumes menores ou quando o carro está próximo de paredes, por exemplo.


Só com um banco da terceira fileira escamoteado

Com os dois bancos da terceira fileira escamoteados

Tampa traseira aberta ou...

...apenas o vidro traseiro

CX à frente com o irmão EX ao fundo

Há alguns anos, o norueguês de Oslo, Per Ekstrom, criou dois carros interessantes. No primeiro, ele partiu de um Saab 99 e adicionou elementos do mais moderno 900, porém diminuindo o entreeixos, bem como a altura das colunas, fazendo os vidros mais baixos, além de outras alterações interessantes. 

Atormentado pelas maiores dimensões do 900 em relação ao seu antecessor, tanto no entreeixos quanto nos balanços dianteiro e traseiro que o tornou um pouco desproporcional em relação ao 99, Ekstrom radicalizou na sua criação, e fez um mini Saab para ele mesmo, algo que muitos entusiastas da marca acreditavam ser uma saída para a empresa. 

Como nunca houve um modelo verdadeiramente barato dessa empresa sueca, uma das soluções para aumentar as vendas seria algo desse tipo. Na verdade, chegou-se por diversas vezes a divulgar para os meios de comunicação que a Saab planejava alguns carros menores ao longo de seus anos de crises financeiras – quase todos os de sua existência, para dizer uma triste verdade. Vários conceitos foram até mesmo apresentados em exposições internacionais, mas nenhum nunca saiu da fábrica como carro normal de produção.
Quadros do filme do falso incêndio

Uma rede de televisão americana, a NBC, tentou enganar uma nação anos atrás, mostrando um impacto de um carro de passeio contra a lateral de uma picape da General Motors.

O precedente dessa farsa foi nos anos 80, quando a Audi quase foi posta para fora do mercado americano, após outra emissora, a CBS, colocar no ar uma matéria completamente infundada sobre aceleração súbita nos carros da empresa. O súbita é uma tradução ruim. Na verdade, o termo unintended aceleration significa aceleração não intencional, ou desintencional, se essa palavra existisse.
Foto: Aston Martin

“Não estamos aqui para fabricar automóveis. Nós trabalhamos aqui para fazer dinheiro fabricando automóveis.”

A frase acima é atribuída a Alfred P. Sloan, Jr, executivo supremo da General Motors entre 1923 e 1956. Sloan é a pessoa que tornou a GM a maior empresa do mundo, e criador de um método de negócio para a indústria que foi copiado por absolutamente todo o mundo. A obsolescência programada liderada por departamentos de estilo, o ano-modelo, a compra financiada, o desenvolvimento contínuo de novos modelos, tudo foi criado por ele, e hoje é universal e básico.

Esta frase na verdade é praticamente um resumo da missão da vida desse genial empresário. Sloan transformou, aplicando métodos de gestão empresarial, uma indústria ainda liderada por amadores, por provincianos inventores de fundo de quintal feito Henry Ford, em negócios de verdade. Com uma gestão lógica, pragmática e científica, Sloan tornou sua General Motors em uma empresa realmente profissional, liderada por gerentes profissionais, e focada no objetivo máximo de qualquer empresa: o lucro.

Alfred P. Sloan, Jr (foto: General Motors)

Nada de errado nisso, lógico. Algumas pessoas hoje até podem ter dificuldade de acreditar que era diferente antes, que a frase de Sloan é óbvia e sem impacto algum, noção esta imprimida em seus cérebros por uma sociedade moderna onde absolutamente tudo é negócio, e a lógica de que o lucro é o mais importante sempre é corrente até em lugares como hospitais e escolas, incrivelmente. Mas na indústria automobilística do início do século XX, era realmente uma noção nova.

Mapeamento de superfície a laser - Cadillac Eldorado 1957
Foto: Hexagon Metrology

Alguns dias atrás o Bob escreveu aqui sobre as miniaturas da coleção de carros nacionais que está no mercado.

Descrevia ele a perfeição de cada um deles, e posso dar minha opinião que são mesmo muito próximas de um carro de verdade miniaturizados. Tenho alguns e é mesmo notável. O que mais impressiona nesses carros e em outros vários que existem em lojas que trabalham com produtos de boa qualidade é a forma geral do carro, não apenas detalhes.

Quando olhamos miniaturas antigas ou de marcas de pouca expressão, podemos ver carros tortos, que são deformações do original.  Esses produtos que não são fiéis ao carro de origem tendem a desaparecer, pois o consumidor e colecionador está cada vez mais exigente, como o comprador de carros de verdade.

O Aerotech de 1992, com cauda longa

Recordes automobilísticos são um assunto polêmico, cuja validade para o mundo dos automóveis de rua pode ser contestada quando o recordista nada tem de parecido com o carro que existe à venda.

Se os recordes de velocidade, os mais populares, são de validade discutível, o mesmo não se pode dizer dos recordes de distância, que se traduzem na vida real como durabilidade. O tempo ou distância que um carro funciona de forma correta é uma característica que talvez seja a mais importante, ao contrário de outras que aparecem mais em propagandas, mas que não garantem a imagem de uma marca, como desempenho, por exemplo.

Claro que há pessoas sem nenhum amor aos automóveis, e que conseguem estragar qualquer tipo de carro, até mesmo um blindado de uso militar. Mas esses são usuários fora do normal, que não devem ser considerados ao se projetar e construir um carro. Se assim fosse, todos os carros seriam excessivamente reforçados em todos os seus sistemas, o que significaria um peso absurdamente alto, que traria preço mais alto ainda, consumo monstruoso e tudo mais de ruim que decorre de excesso de massa. Seria penalizar a maioria pelo erro da minoria.
Fotos: GM Media, Autoblog, Florida Today, Dreamstime, autor e outras fontes


Nesse dia 7 de maio, sábado, ocorreu um evento bastante interessante.

Para comemorar os 50 anos - meio século, dá para acreditar? – do primeiro americano no espaço, uma parada foi realizada em Cocoa Beach, cidadezinha próxima ao Cabo Canaveral, onde o Kennedy Space Center está localizado. De lá saíram e saem todos os voos espaciais americanos, e Cocoa foi residência de muitos astronautas.

O Corvette era o carro da maioria dos astronautas, inclusive de Alan B. Shepard, que saiu da atmosfera terrestre e voltou em cerca de 20 minutos, no dia 5 de maio de 1961. Foi um voo suborbital, ou seja, em forma aproximada de uma parábola, sem voltas ao planeta Terra.

O evento em Cocoa reuniu cerca de 30 carros, todos Corvettes, levando a bordo astronautas de várias épocas e missões, além de alguns familiares dos que já se foram. Os carros abrangem todas as carroceria dos Corvettes, combinando com a época das missões de cada astronauta.

Motor BMW V-12

A revista americana Automobile, que assino, fez uma levantamento interessante comparando os dados de motores atuais e antigos de alguns modelos com pelo menos 15 anos de diferença.

Com um representante americano, um alemão e um japonês, o resultado mostra que os motores de entrada das versões básicas de cada modelo atual superam as versões equipadas com os motores mais potentes no passado. Graças à tecnologia, os motores menores de hoje superam os maiores e antigos em potência e igualam-nos em torque. Controles eletrônicos em vários sistemas, sofisticados mecanismos de acionamento de válvulas e indução de ar forçada ajudaram muito a aumentar a potência de carros como o Mustang, o BMW série 7 e o Honda Accord.

E potência é o que nós gostamos! Mesmo nesse mundo cheio de restrições ao prazer.

Nesse período de séria turbulência para os fabricantes norte-americanos, resolvi reler um grande livro que todo apaixonado por carros e também por negócios deve ler.
“Meus anos com a General Motors”, de autoria de Alfred P. Sloan Jr. (1876-1966), o principal executivo de 1923 a 1946 da General Motors, a Great Mother, ou ainda a Grande Mãe, conta nessa obra, publicada em 1964, o nascimento e o crescimento daquela que foi por muito tempo a maior empresa da indústria automobilística no mundo. Vale a leitura. Justamente para entender o que é a GM e o que representa, para o mundo automobilístico e econômico, sua bancarrota. Esse livro, se não justifica, explica muita coisa.
Sloan conta como a General Motors se estruturou desde os primeiros dias, a política de crescimento utilizada pelos seus administradores, os princípios da empresa, os objetivos, como enfrentaram a crise de 1929, a Segunda Guerra Mundial, a política de remuneração dos empregados, entre outras informações muito interessantes e inspiradoras.
O melhor é que esse livro é facilmente encontrado na internet. Em uma busca rápida, se acha a edição para compra.
Visto em Lindóia uma das mais legais criações da recentemente defunta Pontiac:


Opcional nos Pontiacs grandes de 1960 a 1968, a 8-lug wheel é uma pequena amostra do que já foi a hoje tão combalida General Motors. Um pequeno detalhe que mostra quão diversificada era a companhia em seu ápice; cada divisão do gigante não se diferenciava apenas em detalhes de estilo, mas em engenharia, motores, suspensoes, rodas.

Hoje em dia, uma corporação como a GM só desenha uma roda nova por força de estilo. Nunca mais veremos um carro normal fazer uma roda melhor projetada como foi essa, "só" porque propiciava menos massa não-suspensa.

Para quem não percebeu ou nunca ouviu falar dela, a 8-lug, na verdade, é uma roda na qual apenas o aro e as abas onde estão os furos para os 8 parafusos são roda realmente; o resto é tambor de freio.

Na foto abaixo, pode se ver melhor o esquema:





MAO


Richard Teague foi um entusiasta do automóvel, nascido em 1923. Estudou no colégio com Ed Iskenderian, e também fez seus hot rods para correr nos lagos secos da Califórnia. Após estudar desenho no Art Center College, a mais importante escola de design automobilístico do mundo, passou por Kaiser, Packard, General Motors, Chrysler e American Motors.

Sua sequência de trabalhos é fabulosa e pode ser encontrada em vários sites , caso se tenha mais interesse.

Na Packard, foi o responsável pelo Predictor, um conceito de 1956 no qual ele tentou incorporar todos os elementos que se imaginava serem característicos do futuro.

Na American Motors a partir de 1959, todo seu talento foi utilizado para fazer trabalhos memoráveis, os mais bonitos na minha opinião, sendo a série AMX, composta pelos 3 modelos abaixo.

O AMX conceito de 1966:

O AMX/2, em duas vistas:


E o AMX/3 de 1969:

Mas o que me chamou mesmo a atenção na sua história foi o fato de ele ter apenas um olho funcional. Teague sofreu um acidente de carro que deixou sua mãe inválida e ele, cego do olho direito, com a idade de seis anos.

Mesmo com essa deficiência, conseguiu progredir nos estudos e mostrar ao mundo sua criatividade.

Os modelos que entraram em produção e que nasceram de suas idéias são o Marlin, o Javelin (este muito similar ao primeiro conceito AMX, de 1966), o Hornet, o Matador, o Gremlin e o mais estranho e criticado de todos, o Pacer. Mesmo não podendo ser rotulado de bonito, temos que concordar que é um carro que chama a atenção:

O Javelin é particularmente bonito, e um dos mais raros muscle-cars:

Um modelo muito diferente e inovador, com um desenho que se pode chamar de dinâmico, é o do conceito Cavalier, de 1968. Este carro parece estar se lançando para a frente, querendo correr, mesmo parado, e não parece, de forma alguma, ter as 4 portas que tem:

Com apenas 61 anos de idade, Dick Teague se aposentou e, como entusiasta, não poderia ficar lendo jornal na varanda. Construiu uma casa próxima a San Diego, que ele se referia como "a garage with an attached house", onde restaurou vários carros, fazendo a maior parte do trabalho por si mesmo.

Faleceu em 1991 aos 68 anos.


Aprendi mais uma hoje: a General Motors desenvolveu um carro a célula de combustível (fuel cell no original inglês) em 1966.

Lá se vão 43 anos agora e, mais uma vez, nos deparamos com uma das grandes verdades do mundo. Poucas coisas divulgadas como absoluta novidade são realmente novas.

O que acontece é que o progresso tecnológico em diversas áreas permite que idéias antigas sejam reeditadas de forma mais simples e econômica.

Devemos notar que as naves espaciais do programa Apollo utilizaram células de combustível na mesma década de 60. Aliás, o problema ocorrido com a Apollo 13 foi justamente nesse sistema.

Mesmo assim, os carros movidos a fuel cell ainda devem demorar uns bons 7 a 10 anos para serem comercializados em volume normal.

Veja um site que conta mais detalhes dessa criação da GM: