O Chevrolet Biscayne das fotos foi alvo de uma restauração de três anos de duração, típica dos americanos, que resulta em carros em condição melhor do que quando saíam de fábrica, conhecidas como over-restoration (sobre-restauração). Muita gente não aprova esse tipo de tratamento, mas antes de condenar a prática, precisamos saber o motivo.
O Chevrolet Biscayne das fotos foi alvo de uma restauração de três anos de duração, típica dos americanos, que resulta em carros em condição melhor do que quando saíam de fábrica, conhecidas como over-restoration (sobre-restauração). Muita gente não aprova esse tipo de tratamento, mas antes de condenar a prática, precisamos saber o motivo.
Os anos 1980 trouxeram ao mundo diversos mitos e marcos históricos, tanto bons e memoráveis quanto muitos ruins e lastimáveis. A queda do Muro de Berlim, a criação dos computadores pessoais, "Thriller" de Michael Jackson, o lançamento do Super Mario. Por outro lado, a moda de vestimentas estilo Restart, músicas deprê, José Sarney.
No mundo automobilístico, seus altos e baixos também foram marcantes. Os supercarros vieram com tudo, a lendária disputa Ferrari F40 vs Porsche 959 vs Lamborghini Countach. Por outro lado, encerraram o Grupo B de rali e tivemos a Autolatina.
Exatos trinta anos atrás, saía de linha um dos mais famosos automóveis dos anos oitenta, e não famoso por suas vendas, seu desempenho ou seu preço, mas sim por causa de um filme. Uma trilogia, na verdade, que todo entusiasta conhece de ponta a ponta. Em 1982, morria o DeLorean DMC-12, o sonho que virou pesadelo, e foi imortalizado no clássico filme "De Volta para o Futuro", de 1985.

CERV-1 é o nome de um de seus conceitos mais interessantes, a sigla representava abreviadamente Chevrolet Engineering Research Vehicle, ou veículo Chevrolet de Pesquisa de Engenharia, e o "1" era devido a ser o primeiro da família, nascido em 1960.

http://www2.uol.com.br/bestcars/cpassado2/chevy-v8-3.htm
Muito tempo depois fiquei sabendo que aquela revista foi o único lugar onde a carta foi publicada, e que a revista hoje é item de colecionador... Acredito que minha tradução, então, seja a única já feita para o português. E na época não achei na web o texto, mesmo que fosse em inglês! Pensava que algo tão legal e conhecido fosse mais fácil de se obter.
Será que isto mudou? Alguém conhece um lugar na net com o texto em inglês?
MAO
Em 1954, Zora Arkus-Duntov, que ficaria famoso depois como “Mr. Corvette”, estava em seu segundo ano como engenheiro na Divisão Chevrolet e ainda sonhava com a sua carreira como piloto de competição. Nos dois anos anteriores tinha participado da 24 Horas de Le Mans dirigindo Allards de seu velho empregador, Sidney.
Nesse ano, acabou sendo convidado pela Porsche para dirigir um 550 Spyder de 1,1 litro e 72 cv na famosa corrida. Como a GM andava em negociações com a Porsche a respeito de patentes de sincronizadores e suspensões independentes traseiras (a serem usadas no futuro Corvair), Zora acabou indo correr com permissão de Ed Cole, com os custos pagos pela Chevrolet e ainda recebendo os dias como trabalho. O plano era que após a corrida Zora passasse algum tempo na Porsche em Stuttgart-Zuffenhausen.
Pois bem, Zora acabou ganhando a corrida na classe 701-1.100 cm³ (talk about bragging rights), para total alegria sua e da Porsche. Como o russo era extremamente carismático e falava bem alemão, acabou desenvolvendo sólida amizade com o bigodudo e divertido Barão Huschke von Hanstein (gerente de competições da Porsche) e com Ferry Porsche Himself.
Durante a corrida, Zora tinha percebido que o comportamento em curvas do Spyder deteriorava sobremaneira quando o tanque de combustível esvaziava. Lógico, a distribuição de peso se alterava com o tanque dianteiro e motor entreeixos traseiro daquele carro levíssimo.
Zora sugeriu a Helmuth Bott (engenheiro de suspensão) alguns desenhos de barra estabilizadora dianteira para resolver o problema. Nesta época, a Porsche testava carros na rua. Já a GM usava o vasto campo de provas de Milford, que contava inclusive com “skidpad” (para quem não sabe, um círculo de concreto imenso, 200 pés (61 metros) de diâmetro onde se faz curva até o limite de aderência), e tinha zilhões de procedimentos, experiência, e principalmente, métodos de medição e comparações objetivas, vindos na maior parte de Maurice Olley, segundo Zora o homem que mais entendia de suspensão na face da Terra.
Zora apresentou tudo isso a Bott e à Porsche; arrumaram uma pista de aeroporto vazia para simular o skidpad e Zora ajustou barras estabilizadoras dianteiras de vários Porsches lá. Ensinou método, trocou experiências.
Carros transformados da água pro vinho, Zora para sempre no círculo de amizades dos cabeças da Porsche. Zora deu a Bott uma cópia do livro de seu chefe Maurice Olley, "Road Manners", e traduzido, este livro virou bíblia na Porsche. Por anos, Zora se correspondeu e trocou experiências com Bott, Barão e Ferry Porsche.
E todo Porsche, a partir do ano-modelo 1955, teve uma barra estabilizadora lá na frente....
MAO
Para saber mais:
Zora Arkus-Duntov: The Legend Behind Corvette – Jerry Burton