google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Rally
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Uma das formas mais puras de competição automobilística é o rali. Terreno sem preparação e carros não muito diferentes do que encontramos nas concessionárias e que podemos comprar formam uma ótima combinação para um evento sensacional.

Quando falamos de rali, existem diversos tipos. Um dos mais conhecidos é o de regularidade. Ao longo de um traçado determinado, alguns pontos de controle são posicionados e os carros devem passar por eles em um tempo/horário determinado. Nem antes, nem depois, o fator determinante de vitória é a regularidade. Particularmente, não acho muito interessante, mas requer uma grande habilidade e raciocínio rápido em contas.

Já o rali de velocidade, em que o fator determinante de vitória é a a própria velocidade, este sim, é um espetáculo à parte. Nada além de “corra o mais possível”. Volto a dizer, nada contra o rali de regularidade, que também é um esporte muito interessante, apenas não é o que mais me agrada.

Desde os primórdios, estradas vazias tanto de asfalto quanto de terra, ou mesmo cobertas de neve, são usadas como palco para as mais emocionantes e desafiadoras corridas de automóvel. Desde os anos 1930, muitos ralis de velocidade são disputados em todos os cantos do mundo, onde quer que haja pilotos dispostos a desafiar os limites do carro e de suas habilidades.
Fotos: Quatro Rodas, awdwiki.com, Blog do Capelli, Motorpásion Brasil, F1 Corradi Blogspot, Piston Heads, PhotoBucket, European Car, km77.com.ar, francocunico.it



Esse carro andou pelo Brasil e pelo menos um ainda está por aqui. A própria Ford trouxe algumas unidades para avaliações, pesquisas de mercado, verificações de viabilidade de importação e outras atividades para saber se alguém compraria o carro, quanto pagaria e qual seria o lucro para a empresa. Aquela coisa toda que um monte de gente é paga para fazer de forma lógica, clara e organizada, e que entusiastas resumem em uma frase, “Estão esperando o quê para começar a vender aqui?”

Pois bem, ficou só em estudos, para tristeza de quem aprecia esportivos ou pseudo-esportivos de uso prático, com bancos na altura de carros normais, fácil de entrar e sair, lugar para passageiros no banco traseiro e espaço para bagagem no porta-malas.

O Escort RS Cosworth tinha o lado negativo de fazer o comprador de XR3 se sentir desprezado por não ter mais o carro topo da linha, mas a situação era  facilmente contornável no mercado europeu com a homologação da FIA e o uso em competições, que  justificava facilmente a existência do carro acima do topo.

Corridas fazem bem para as marcas, isso onde se presta atenção em corridas, e os ralis são a melhor aplicação de carros de rua que se pode fazer em termos de propaganda. Ainda há pessoas que se importam em comprar um carro que tenha durabilidade, ou ao menos uma certa robustez. Cada vez parecem ser em menor número, já que a maioria prefere saber que itens eletrônicos um carro possui, mas, acreditem, há clientes que se importam em saber quais amortecedores estão montados em seu carro novo, evitando comprar algo que só vai durar seis meses.

Timo Salonen e Seppo Harjanne vencendo em Portugal, 1985


 "Life is a tale told by an idiot, full of sound and fury, signifying nothing." (A vida é uma estória contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada)
William Shakespeare - Macbeth (Ato V, Cena V).

O assunto desse texto é dos que mais gosto. A julgar pelo entusiasmo dos comentários dos leitores toda vez que colocamos algo sobre ralis e principalmente sobre os carros do mítico Grupo B, a preferência não é só minha. Quem gosta de ralis dificilmente diz que existe alguma outra modalidade mais emocionante no esporte motorizado.

É uma história incrível, bela e trágica ao mesmo tempo, onde heróis foram forjados, outros pereceram e vários tiveram a confirmação que eram apenas seres humanos normais que tentaram enfrentar monstros. Não é possível colocar em poucas palavras algo que foi tão importante à época, e que gerou tantas mudanças no esporte, em poucas palavras. Profissionais altamente gabaritados com anos de experiência em ralis retrataram essa parte da história da modalidade, e as obras estão publicadas para quem quiser se aprofundar. Tentei então fazer uma descrição geral do que foi o Grupo B, e o que aconteceu para que fosse banido.

Na parte técnica dessa máquina que nos une, o automóvel, chegou-se a extremos que proporcionaram espetáculos inesquecíveis para quem viu de perto. Quem não viu, como eu, tem que se contentar com os filmes disponíveis e os artigos de revistas e alguns livros.

Introduzido em 1982, o regulamento técnico do Grupo B para o Campeonato Mundial de Rali, conforme foram definidos pela Fisa (Fédération Internationale du Sport Automobile – Federação Internacional do Esporte Automóvel), o então braço esportivo da FIA (Fédération Internationale de l'Automobile – Federação Internaconal do Automóvel), resultaram em carros muito rápidos e que se provaram perigosos, pelo nível de exigência imposto aos pilotos,  principalmente pela ausência de limite de potência. Competiram de 1983 a 1986. O Grupo B também era aplicável para provas em circuito, com diferenças de regulamento de acordo.

Já em 1979 a tração nas quatro rodas estava permitida pelos regulamentos de ralis, o que muitos dizem ser resultado de negociações do grupo Volkswagen para a marca Audi entrar no campeonato mundial. Seja quem for que fez as pressões necessárias, 1983 começava descortinando uma categoria que iria experimentar o gosto amargo de perder alguns personagens importantes.



Mais um carro que faz trinta anos agora em 2012, e entra para a lista dos legalmente importáveis para o Brasil.

Em 14 de dezembro de 1981 era anunciado o Lancia 037, um carro para ralis do grupo B, cuja homologação dependeria de ter um mínimo de duzentas unidades produzidas, como na história do Ford RS200. Para atingir esse número mínimo, Cesare Fiorio, diretor esportivo do grupo Fiat, informava que haveriam carros para as ruas. Os entusiastas salivaram.

Foi um trabalho para o qual a Lancia contratou Pininfarina e Abarth, resultando em um carro apresentado no Salão de Turim de 1982.



Nesse domingo terminou o Rali Dacar 2012, pelo quarto ano seguido realizado na América do Sul e sem passagem pelo Brasil. Mais uma vergonha nacional, e mais uma prova de que aquela propaganda de posto de gasolina, afirmando que brasileiro é apaixonado por automóvel, é mais uma das inúmeras mentiras dos “marketeiros”. Balela pura.

O Audi Coupé Quattro Raid mostrado aqui deveria ter sido mais desenvolvido para chegar a competir no Dacar, a mais exigente e longa competição fora de estrada, cuja simples participação é algo notório, chegar ao final é espetacular e vencer pode ser parcialmente explicado apenas por quem já conseguiu. Não é fato para passar em branco, nem para ser pouco festejado.


O 911 é sem dúvida um do carros de corrida mais vitoriosos de todos os tempos. Desde seus primeiros modelos até os recentes RSR, o 911 conquistou vitórias por todos os lugares que passou, assim como a própria Porsche. Diversas variações e especificações do carro passaram pelas pistas do mundo, tanto na terra como no asfalto, mas sempre preservando o conceito original do carro que favorecia a tração, com o peso do motor atrás do eixo traseiro motriz.

Em 1982, novas regras e categorias foram estabelecidas pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) para reorganizar os carros em função de peso, motor e limitações técnicas. Surgiu o famoso Grupo C para os protótipos fora-de-série, que a Porsche dominou por anos com os 956 e 962; o Grupo A foi estabelecido como a categoria para os carros de turismo produzidos em larga escala (5.000/ano), com determinadas modificações autorizadas; e também nasceu o Grupo B (tanto para rali como para circuitos) para os carros de baixo volume de produção com quantidade mínima de 200 unidades em 12 meses exigida para homologação e com menos restrições técnicas.

O Grupo B de rali foi grande sucesso, gerando lendas como Audi Quattro e Lancia Delta S4. Visando o novo mercado em potencial, a Porsche iniciou o programa para desenvolvimento de um carro de corrida que atendesse o regulamento do Grupo B, podendo vender seus carros a particulares, como já fazia com o 911. Como era necessário veículo de produção para homologação, em 1983 foi apresentado o conceito Gruppe-B, de onde nasceria o lendário 959 de produção em 1986. Por trás desta empreitada, lá estava o neto do Professor Porsche, Ferdinand Piëch, que na época trabalhava no desenvolvimento do sistema Quattro da Audi. O conceito seria tanto um laboratório para a nova tecnologia de 4x4 como um showroom sobre rodas da capacidade de engenharia da Porsche.


Porsche Gruppe-B conceito


A sobrealimentação é uma das formas mais conhecidas de se extrair mais potência de um determinado motor. O aumento da pressão na admissão - em vez de depressão - e consequentemente a pressão efetiva no cilindro, faz com que os valores de rendimento sejam alterados.

Tanto para extrair mais potência visando o desempenho, como para otimizar o consumo de combustível nos mais recentes casos, em especial o downsizing (redução do deslocamento volumétrico do motor e adição de sobrealimentação para compensar a menor área de pistão), a sobrealimentação está presente desde os primórdios do automóvel.
Fotos:
Citroen BX16-valve club
home.planet.nl/~koper193/groupb
autor



Se hoje em dia a Citroën deita e rola no Campeonato Mundial de Rali (WRC), pela pilotagem absurdamente eficiente de Sebastian Loeb, navegação perfeita de Daniel Elena e confiabilidade dos Xsara, C4 e agora DS3, é devido a aprendizados doloridos ao longo do tempo.

Essa dupla, com apoio da fábrica, controla o WRC desde 2004 com o Xsara, de 2007 a 2010 com o C4, e agora em 2011 com o DS3, e há mais um Sebastian, o Ogier, para dividir as vitórias. Aliás, parece que para ser “pilotão” tem que ser chamar Sebastião! Vejam que na Fórmula 1 é a mesma história.

Mas vitórias e gracinhas à parte, houve um tempo complicado para a marca.
Foto: continental-circus.blogspot.com



Que os finlandeses são entusiastas das competições motorizadas, todos sabemos. Afinal, um país de pequena área e população de pouco mais de 5,3 milhões de habitantes em 2009, ter todos os campeões de automobilismo que tem, mostra que o pessoal gosta do assunto.

Um dos entusiastas dessa terra fria mas com muito calor automobilístico é Antti Kalhola, cuja existência era desconhecida para mim até essa semana.

Nos anos 80, a categoria principal do Mundial de Rally era denominada de Grupo B. Assim como o Grupo C, no rally também tivemos o ápice da insanidade. Ainda eram tempos em que se diferenciavam os verdadeiros pilotos de corrida dos demais, pois poucos eram aqueles loucos o suficiente que domavam uma máquina como esta.

Mais de 230 km/h de velocidade em meio à árvores, muros, despenhadeiros, sobre terra, cascalho ou gelo, em carros com mais de 600 cv em pequenos motores turbo-alimentados. Grandes nomes passaram pela categoria, como Ari Vatanen, Henri Toivonen, Walter Röhrl, Massimo Biasion, Hannu Mikkola e Attilio Bettega, e ela levou consigo a vida de alguns destes. Diversos fabricantes tinham equipes oficiais, como a Audi, Lancia, Ford, Peugeot, Renault e Toyota.

Depois de alguns anos de acidentes fatais com pilotos e com o público que ficava na beira da pista, a FIA cancelou a categoria em 1987. Uma perda, mas que trouxe ao mundo a futura realidade dos rallies, como a tração integral que a Audi usou e revolucionou o mundo com o Quattro, posteriormente adotada por todos, os motores de menor deslocamento sobre-alimentados, a aplicação de novos materiais como titânio e fibra de aramida. Hoje os carros do WRC são excelentes máquinas, mas não tão rápidos como os carros do Grupo B, que talvez nunca mais veremos algo parecido.