Lotus Eleven |
Acho que posso falar alguma coisa sobre isso, já que tenho bastante experiência com eles e até agora nenhuma falta. Nunca, devido a cuidados e também sorte, aconteceu de machucá-los, seja externa ou internamente. Amor e respeito, essa é a fórmula básica.
O título especifica “esportivos” porque apesar de também ter guiado clássicos não esportivos, o número desses é bem menor, já que não os procurei tanto. Dos não esportivos gosto, admiro, mas não amo. Já os esportivos clássicos, sim, são uma de minhas paixões viscerais. E quando é paixão, já viu, a gente anda atrás cansando pouco; tal qual, mesmo sob um sol escaldante, o nosso caminhar se faz leve e fresco ao seguirmos um sensual balançar de saias na calçada.
O primeiro impulso é a tremenda curiosidade de sentir o carro. Como ele se comporta? Qual é o seu ronco quando ouvido de dentro, ou melhor, quais os seus roncos ao longo de sua faixa de giros? Onde é sua pegada? Em baixa ou em alta? Quando ela vem? E nas curvas? Neutro, frentudo ou traseirudo? Será traiçoeiro nas curvas, com chicotadas estúpidas de traseira, ou será dos que nos avisam amigavelmente? Quando e quanto poderei meter motor nas saídas de curva? E a direção? Lenta ou rápida? E os freios? Freará equilibrado? Vão fazer o carro afocinhar? Estarão com forças bem distribuídas entre dianteiros e traseiros? E por aí vai. Haverá um monte de coisas a se descobrir.
E descobri-las será um grande prazer, principalmente se o modelo for um bom carro e se o exemplar estiver bem cuidado, em perfeito estado.
Bem..., é tanta informação que o nosso cérebro vai captando, principalmente quando temos a felicidade de poder dirigi-los numa boa pista de autódromo – sem sustos, sem preocupações com outros motoristas ou buracos, fora o fato de, ao repetirmos as mesmas curvas e retas, e diante do descobrimento do carro, podermos ir aperfeiçoando a tocada –, que ao longo da experiência mal nos damos conta do quanto estamos aprendendo sobre ele. Creio que isso é devido ao nosso cérebro ser capaz de tanto receber informações como também raciocinar em cascata.
Nosso cérebro faz muitas coisas ao mesmo tempo. Um computador, por exemplo, por mais rápido que seja, só consegue proceder em modo seqüencial. Sendo assim, recebendo do carro informações em cascata, vamos associando-as à experiência que temos e achando o jeito de lidar corretamente com o carro. Fica parecendo instintivo, mas não é. É só raciocínio rápido e, como disse, em cascata.
Benjamin |
Se o leitor me permite, darei um exemplo do raciocínio em cascata. Digamos que mal nos apresentem pessoalmente e eu já lhe dou um tapinha no ombro, dizendo: “E aí, cara! Tudo bem?”. Você imediatamente saberá minhas intenções com esse gesto, pois em cascata seu cérebro vai analisar, por exemplo, a intensidade do tapa, a localização do tapa, o meu estado de ânimo, o ambiente em que estamos, se estou exaltado, contente, ou se estou de cara amarrada, com jeito estúpido, se a pessoa que nos apresentou é dos que costuma ter amigos boa gente ou se ele costuma ter amigos cretinos, vai analisar minha expressão facial, se sou maior que você e lhe ofereço algum perigo, ou se com um chega pra lá você já poderia me estatelar na calçada etc, etc.
Tudo isso você analisará numa fração de segundo e imediatamente terá resolvido qual o modo de reagir ao meu gesto, se é com um sorriso ou se é com um chute no meu saco. Isso é raciocínio em cascata e para nos entendermos com um carro fazemos a mesma coisa. Vale aqui lembrarmos que os esportivos clássicos, em regra, são muito diferentes entre si em termos de comportamento.
Tudo isso você analisará numa fração de segundo e imediatamente terá resolvido qual o modo de reagir ao meu gesto, se é com um sorriso ou se é com um chute no meu saco. Isso é raciocínio em cascata e para nos entendermos com um carro fazemos a mesma coisa. Vale aqui lembrarmos que os esportivos clássicos, em regra, são muito diferentes entre si em termos de comportamento.
O Corvette Sting Ray, por exemplo, tinha a direção muito desmultiplicada, mesmo a caixa mais rápida delas (você podia escolher a caixa na hora da compra, se mais rápida, pesada, ou lenta, leve), e isso é um transtorno quando, por exemplo, temos que corrigir uma escapada de traseira, pois até você colocar as rodas dianteiras na posição correta de contra-esterço, já passou da hora. Era um defeito e isso foi corrigido quando ela passou a vir com assistência hidráulica, o que permitiu aumentar a velocidade de resposta da direção.
Outro exemplo é o Porsche 911. O primeiro 911 apresentado à imprensa, segundo o piloto/jornalista/engenheiro belga Paul Frère, veio com 35 kg de chumbo escondidos no pára-choque dianteiro, isso porque o pesado motor boxer de 6 cilindros 2-litros pendurado na rabeta deixava a frente leve demais. Pra tocada em pista o 912 era melhor, portava-se melhor, pois usava o boxer 4-cilindros 1,6-L vindo do 356, e o carro ficava menos traseirudo.
Mas a Porsche soube lidar com a coisa e tratou de aumentar o entre-eixos em 8 cm levando o eixo traseiro mais para trás, isso sem que levasse também para trás o conjunto câmbio/motor, e assim o motor "entrou" um pouco mais para dentro do carro. Além disso mudou a posição da bateria; na verdade ele passou a ter duas baterias, uma em cada extremidade dianteira do carro. Com isso o carro já melhorou muito.
Então, corrigindo defeitos daqui e dali, os esportivos foram, todos, se aproximando do ideal, aproximando assim uns dos outros.
Abarth Vignalle |
Um princípio, um tabu a ser imposto a si mesmo, quando vamos dirigir um esportivo clássico, principalmente quando ele não é seu – e todos aqui bem sabemos que sua significação em valor monetário sempre é muito menor que seu valor sentimental –, é evitar a possibilidade de causarmos algum dano ao carro. Portanto, tabu: nunca correr riscos. Isso não significa tocar devagar. Significa tocar dentro da faixa de segurança.
Caso o proprietário não seja conhecido seu, um que já lhe deposite total confiança, o melhor é primeiro deixá-lo dirigir e ir de carona – ao menos é assim que há tempos resolvi proceder. O sujeito está óbviamente aflito e, dirigindo-o, ele lhe mostrará como acha que seu carro deve ser tratado. Tudo bem, já que todo carro, principalmente os esportivos clássicos, têm suas manhas, suas dicas, e em respeito ao dono e sua experiência devemos estar atentos às suas recomendações.
Em seguida é bom invertermos as posições. Você guia e ele vai ao lado. Se você tratar o carro melhor do que seu dono o faz, pronto! O carro é seu! O dono gosta e daí para frente você pode sair sozinho sossegado. Se ele tiver outros carros, esse ritual não precisa mais ser seguido. Ele lhe joga as chaves e lhe incentiva a sair e mandar a lenha.
Ao você chegar ele vai lhe perguntar o que achou do carro, não só do modelo em si, mas do estado do carro, se você achou que estava tudo em ordem, motor, carburação, ignição, freios, amortecedores, molas, embreagem, alinhamento, câmbio etc. E aí é bom ser sincero, porque, afinal, estamos falando da máquina dele, e não do filho ou da esposa. Se você já tiver dirigido um ou mais modelos iguais, ótimo, pois você poderá opinar com maior propriedade.
Agora, uma das dificuldades ao pegar um modelo que nunca havia antes dirigido é saber filtrar o comportamento do carro, saber se o modelo é assim mesmo ou se aquele carro que você tem em mãos é que está desarranjado. Isso é difícil. Por exemplo: como saber se os freios daquele Alfa Romeo 6C 1750, de 1933, estão freando como freavam quando o carro era novo, saído da fábrica? E não se esqueça que você tem que escrever sobre isso, e não escrever besteira (quando não tiver opinião formada, omita, cale a boca, que em certos casos essa é sua única saída honrosa), então você tem que se lembrar de carros semelhantes que dirigiu, carros da mesma época, com o sistema de freios semelhante, peso etc, para ter um parâmetro. O mesmo vale para avaliar o motor, caixa de câmbio, muitas delas "secas" (não sincronizadas).
E vale lembrar que esse carro não é um modelo novo à venda. Não é como numa avaliação tipo as nossas de lançamento ou "no uso", portanto, caso o exemplar que testou esteja falhando, engasgando, mal carburado, por exemplo, ou com amortecedores fracos, isso não interessa ao leitor. Você, portanto, terá que filtrar isso e tratar de avaliar o modelo, e não o aquele exemplar.
Então, dirigir avaliando esportivos clássicos é um enorme prazer, mas também é um trabalho bem sério, pois, afinal, você tem que passar informações corretas ao leitor apaixonado, cuja maioria nunca dirigiu e provavelmente nem vai dirigir tal modelo. Se o leitor confia em você, você vai formar opinião. É uma responsabilidade, portanto. Não é brincadeira.
Ferrari 308 GTS e o boa-vida Magnum (Tom Selleck) |
Fora que sempre há especialistas em tudo quanto é carro, e especialista, já viu, é aquele xiita doidamente apaixonado que vem com os olhos injetados e babando com os bolsos carregado de tijolos para meter-lhe uns na testa por você ter escrito que tal rabinho de peixe veio no ano 1958, quando na verdade veio em 1957, mas modelo 1958. É por aí.
Bem, o assunto se estende e, caso agrade e interesse ao caro leitor, me permito seguir com ele em um próximo post. Até lá!
AK
Um vídeo de um Ferrari 308 GTS 1978 sendo testado em Interlagos: O áudio não está bom, mas dá para se ter uma boa idéia de como é o carro.
Legal o teu texto, curti muito. Muito bem mencionada a parte que de como o cérebro se acostuma rápido com esse detalhes complexos enquanto a gente segue se divertindo.
ResponderExcluirÓtima postagem, AK! Está permitido seguir adiante hehe
ResponderExcluirEste artigo está na linha do "dividir para multiplicar". Quando o AK relata alguns de seus segredos de ofício, fica a impressão de que ele está entregando o ouro para eventuais concorrentes, ou querendo ampliar o número de colunistas do blog.
ResponderExcluirNas entrelinhas do texto, compreendi que precisamos de mais "AKs" neste ambiente, escrevendo com propriedade sobre um assunto dominado por muito poucos: os clássicos esportivos.
Quem já não leu um texto superficial e frio, sem personalidade, sobre um carro esporte, onde o autor do texto mal consegue alinhavar os dados técnicos do motor? - E tome fotografias de todos os ângulos para compensar.
E o que falar dos pretensos engraçadinhos, montados em metáforas para esconder a falta de conhecimento do carro?
Pessoalmente, me enquadro entre aqueles que tem muito o que aprender. Por isso eu voto para que o AK continue no assunto.
Faltam jornalistas que realmente gostem de carros. Creio que o maior problema é esse. Mas não digo isso querendo dizer que eles não entendem de carro, mas falta conhecimento de outros tipos de carro além dos mais comuns, que são os urbanos e os esportivos de luxo (até porque não podemos viver só da realidade hehe). Eu pessoalmente sofro muito quando vejo um Troller ou um Defender ser avaliado por programas ou revistas não especializados em 4x4. Até a Car and Driver, que muito me alegrou por ter jornalistas mais enturmados com os carros, me decepcionou na avaliação feita de um Troller Praia, com um excesso de metáforas feitas que fiquei com pena do jornalista.
ExcluirJean, seu voto não vale. Você é amigo pessoal, amigo velho. Não vale. hehe!
ExcluirArnaldo,
ResponderExcluirÉ isso. Saber avaliar e ter sensibilidade, além de filtrar os defeitos próprios daquela unidade. Lembro de um filmagem sua, acho que com o Ferrari Dino em Interlagos, quando na subida do café você não estica o motor até o limite de giros por estar numa subida e não querer forçar demasiadamente. Se fosse com um carro mais novo, ainda mais no aclive, certamente esticaria até o limite. Quando colocou seu Escort, com mais de 150.000 Km no track day, também tomou cuidados em não exigir demasiadamente o motor e conjunto na pista? Seria interessante uma matéria mostrando os cuidados que os pilotos de track day devem ter com seus carros de uso diário, antes, durante, e depois de terem passado por um track day. Já ouvi que depois da prova é interessante fazer um troca de óleo do motor, mesmo dentro da quilometragem prevista, pois o motor foi exigido demais e pode ter degradado o lubrificante. E por aí vai....Abraço!
Thiago,
ExcluirO coitado do Escort 16v tomou um ralo nos conformes. Não poupei motor coisa nenhuma, já que o motor está jóia. Só poupei os freios, que as pastilhas não eram boas e logo deram sinal de pouca pegada.
Não precisa trocar óleo do cárter. Nem força tanto assim e além do mais o carro foi feito pra isso. Carro novo, na pista, desça a lenha. Só recomendo que na última volta vá mais devagar e evite usar os freios, para que eles esfriem, porque se parar nos boxes com eles quentes eles sobreaquecem o fluído e o fluído sendo comum pode borbulhar e quando vc vai sair pra rua o pedal bate lá embaixo. Digo isso porque já aconteceu comigo e o que salvou foi o freio de mão. Bom, mas eu estava na pista com 5 pessoas no carro e nas freadas a coisa pegou mais pesado pros freios.
AK,
ExcluirE o Escort Ztec aguenta isso mesmo????
Abç!
Leo-RJ
Então carros automáticos vão sofrer em dobro em track days, já que a maioria não tem freio-motor...
Excluir1k2
ExcluirEm pista, andando rápido, não se usa freio-motor, só os freios das rodas. Só quando se deseja poupar freios, como nas provas longas, é que o freio-motor é usado.
Fantástico texto Arnaldo! Já esperando uma continuação!..
ResponderExcluirJá faz um tempo, eu lhe fiz uma pergunta diretamente ligada à avaliação dos carros, e como se famializar com eles; à resposta:
Henrique,
Essa sua pergunta me fez parar pra pensar, porque hoje avalio os carros naturalmente, já que há bastantes anos estou constantemente descendo de um carro e montando em outro. Hoje consigo arquivar as sensações que tive ao guiar tal carro e, ao sentar para escrever, toco a rememorá-las como se assistisse um filme.
Bom, mas para se avaliar realmente um carro é preciso ficar com ele por alguns dias, andar com ele no seu trajeto diário, ir pro trabalho, etc, e, de preferência, viajar com ele - já que, como diz o Bob, carro e mulher a gente só conhece direito viajando.
Isso para carro comum, para avaliar como ele realmente é em cidade/estrada. Carro comum em pista, tipo Interlagos, não quer dizer muita coisa, não, já que é uma condição específica e não dá pra saber se é duro ou macio, já que o asfalto é perfeito, etc. curvas sem rugosidades, etc. Além do mais, em pistas como Interlagos, grandes, espaçosas, o carro precisa ser muito potente para nos impressionar.
O importante é a prática, o exercício, tal qual qualquer atividade, e variar de carro, para estar sempre comparando. E é importante vc se concentrar quando guia, tentar se desligar de tudo e sentir as forças que atuam em seu corpo. E nessas vc vai fazendo de cachola uma espécie de "check-list", testando cada situação, forçando situações, simulando.
Agora, importantíssimo, não bancar o moleque idiota e fazer besteira. Sempre ir somente até onde vc tem certeza que dá e não vai dar merd... de jeito nenhum. Escolher lugar realmente próprio. Em suma, ser responsável. Tem muita história de jornalista que fez merd.., estampou carro por aí, muita história mesmo e não quero passar por isso.
De qualquer modo, como tudo na vida, muita prática e dedicação. Dom, meu velho, conta, mas o que conta mesmo é a seriedade com que vc se dedica, e, só falar o que tem certeza, já que cada carro é resultado de muito trabalho sério e a gente sempre tem que respeitar o trabalho sério dos outros.
Fazer um curso de pilotagem ajuda muito!
Creio que os vossos ensinamentos são extremamente válidos! Por isso, vale a pena trazê-los e abordá-los novamente para um melhor aprofundamento!
Atenciosamente
Henrique.
Belo texto, AK, me fez enxergar um lado desses testes que eu nunca havia pensado, a possibilidade de o carro não estar 100%!
ResponderExcluirVocê poderia fazer uma continuação explicando as artimanhas para fazer amigos que sejam donos de belos esportivos clássicos!
Filipe, não sou uma pessoa de artimanhas. Sou só bem educado, mas sei dar coice em quem merece, também.
ExcluirAK, na Internet o que mais tem é "especialista" criticando as avaliações de quem realmente põe a mão na massa. Inclusive gente que não se dá o trabalho de fazer um test drive antes de criar uma opinião sobre algum carro, já sai criticando pois "o motor é fraco" ou "o visual é ruim".
ResponderExcluirPara mim, o AE é imparcial, preciso e divertido nas avaliações e agradeço com sinceridade por disponibilizarem esse espaço e tantas informações.
Quando abri o e-mail e fui ler, pensei: Esse é do AK.
ResponderExcluirAcho que tou ficando meio viciado nos textos dele...
Mais, mais.
Você podia fazer uma série, clássicos que dirigi, tipo a do Jag.
Jivago, meu amigo de Floripa, estou é pensando em fazer uns clássicos aqui para o blog. Tem mais clássicos esportivos a serem guiados por aí.
ExcluirOpa
ExcluirBoa AK.
Vamos todos ficar no aguardo de mais um delicioso texto, isso pareceu comida...
E pensar que desde pequeno, já lia pessoas tão brilhantes lá no BCWS. Já fazem 12 anos que eu leio textos do Arnaldo, e só agora depois do AE que fui me dar conta.
Um salve ao Google!
Todo mundo precisa ter amigos que fazem as coisas assim, com paixão mesmo.
Mais um texto gostoso de ler, estilo bate-papo, típico do AK!
ResponderExcluirAutorizado a prosseguir!
Ak, se eu tivesse um clássico esportivo ou só um esportivo já estaria te convidando agora mesmo para andar no meu.
ResponderExcluirPerneta, não esquenta com isso, não, porque guio qualquer coisa e me divirto experimentando qualquer carro, menos os da lata-velha do Huck.
ExcluirOs "lata-velha" do programa do Hulk são cafonas e, em regra, ficam ridículos! Poderiam fazer algo bem melhor, mas preferem seguir o padrão "engraçadinho" do apresentador, com "badulaques" e otras cositas más!
ExcluirAquela Ford Pampa com a frente do Mustang antigo e o Chevette roxo, ambos "tunnados(??)" pelo programa estão sendo vendidos no Mercado Livre (há mais de 3 anos) por meros R$ 50.000,00 (isso mesmo, cinquenta mil reais!!).
Por fim, excelente texto, AK. Estamos no aguardo dos próximos!
Abç!
Leo-RJ
Boas as dicas Arnaldo, sendo que podemos aplicá-las também ao se testar carros modernos, pelo menos em um primeiro momento.
ResponderExcluirE queremos mais textos sim!
Abc!
O melhor texto do arnaldo que li foram dois, ambos na falecida 4R Clássicos. Um sobre a Ferrari Dino, outro sobre a Ferrari 250GT0 . Os dois textos tinha alma, aquilo que faz a gente entender perfeitamente o que a pessoa está escrevendo e sentir as mesmas sensações, o que é raríssimo encontrar no setor. Grande abraço, AK.
ResponderExcluirTenho esses exemplares bem guardados!
ExcluirMas para escrever assim o jornalista, antes de tudo, tem que ser um apaixonado por carros. Se nao for..... , por melhor conhecimento tecnico e habilidade literaria nao sai igual.
Acho que o AK é um cara que respira carro desde sua infancia (assim como muito de nos leitores). Teve esportivos do naipe de Jaguar XK120 e Porsche 914/6. Pilotou kart o que forja uma sensibilidade e braço esperto , como poucas categorias em automobilismo... Por sua profissao e sorte, pode dirigir um numero sem igual de autos classicos dentro e fora do pais.
Acho que é isso que faz o Autoentusiasta ser uma fonte de informacao e entretenimento diferenciado. A enorme bagagem, experiencia diversa, e paixao pelo assunto da sua equipe de redatores!
Anônimo, o 914 era um de 4 cilindros e não 6. Motor de 2-litros e só uns 120 cv, mas que me permitia viajar acima de 160 km/h de cruzeiro. Outros tempos, outras estradas. Por essas e outras que dou risada quando falam que tal e tal carro têm pouca potência...
ExcluirBons tempos aqueles, quando 120 cv eram respeitáveis. Qualquer carro com mais de 200 cv já era parrudo, se chegasse aos 300 cv então... Quando lançaram o Ferrari GTO 1984, com seus 400 cv de um pequeno V8 de 2,85-litros biturbo, simplesmente pirei! E não havia rodas e pneus mega-ultra-hiper gigantes também...
ExcluirAlguem ai lembra da propaganda do gordini? "Surpresa em 40 cv de emoção" e o carrinho saltando? http://marcelonlobo.blogspot.com.br/2010/09/gordini.html . Não é do meu tempo mas acho que aqueles 40 cv faziam mais sorrisos que as potências atuais.
ExcluirSó temos a agradecer pelo conteúdo gratuito e de extrema qualidade publicado neste blog pelos especialistas e respeitados autores.
ResponderExcluirConfesso que tenho os meus favoritos aqui, mas não vou citar... hehehe
Ando com muita vontade de comprar um carro que eu possa sentir coisas assim sempre q estiver estressado...
ResponderExcluirSpeed boy, faço votos que consiga comprá-lo, ou melhor, antes disso faço votos que não fiques estressado. Tem stress que carro nenhum cura.
ExcluirDelícia de texto, que venham mais! E que venham mais avaliações de esportivos clássicos também, carros pelos quais tenho verdadeira paixão. Lembro-me de quando estava no encontro de antigos em Águas de Lindóia, 2005 ou 2006 e, ao ouvir o Ferrari Testa Rossa sendo ligado, saí correndo feito criança, só para ouvir o bólido de perto!
ResponderExcluirOutra coisa deliciosa é o som metálico da alavanca de câmbio contra a grelha dos câmbios dos Ferrari antigos, como o 308 do vídeo. Som que "mórreu" junto com o modelo 355 sem o câmbio F1, infelizmente...
Arnaldo,
ResponderExcluirMuito bom, e gostei bastante do vídeo da " Ferrari do Magnum " .
Vale um post, tu explicando que até esquentar e a libragem subir nos dianteiros ela estava " frentuda" , as duas acelerações paulistas-pura diversão , uma na volta completa 1 na saída do sol e outra na volta 2 na Chico Landi , a excelente tração desses carros e o ótimo tempo de volta( aposto que tu nem mediu) para as condições filmadas, 2 min26,5s, num carro de 35 anos de idade.
Num é nada disso? Então......Teremos o post?
AE cada dia mais.
Alexei, o carro recém chegara dos EUA e havia muito que não andava, daí a alavanca de câmbio estar meio pesada, o que me obrigou a fazer algumas trocas de forma lenta. O mesmo se passava com os freios, que pegavam bem mal no começo e foram melhorando, mas isso deixarei para explicar direito no próximo post. OK?
ExcluirFez em 2:26? Se meter a lenha daria para baixar muito esse tempo, certamente para menos de 2:10.
O 308 é mesmo delicioso.
Arnaldo,
ExcluirQue nem lenha verde , depois que esquenta péga-fogo?
308 , mito , essa aí enxuta e desejável, como diria escriba aqui da minha terra, " queimando óleo 20 "
Sim, virou 2.26 facinho, na saída do bico de pato entre voltas, que no mergulho final já resfriava a máquina, agora se tu diz 2.10, só faz aumentar ainda mais a ansiedade da espera do post.
Abraço,
10!!!!!!! Teste e texto excelentes!!! Foram mencionados grandes clássicos,grandes sensções, e comportanentos, por falha de projeto ou não...........Mas, Raramente estariam com os mesmo comportamentos de quando eram novos!!! Uma vez que tudo desde o envelhecimento até as mudanças no reparo e mudanças no processo de fabricação das peças. Percepção é algo importante para o bom funcionamento da máquina. Ficaria feliz, mesmo matando dengue com um GT Malzoni ou puma DKW....ou um Willys interlagos sem matar dengue!!! A percepção é tudo!!!
ResponderExcluirO melhor de tudo. Câmbio manual na Ferrari, sem borboletas, deixem-as para os pilotos de F1.
ResponderExcluirAK,
ResponderExcluirParabéns pelo texto, você consegue passar emoção quando escreve, algo que não é mais tão comum entre jornalistas em geral. Para falar a verdade, parece que a regra virou fazer piada sobre tudo o tempo todo.
E sobre a 308, vi uma bem de perto hoje e pude perceber o quanto ela é mais "usável" que as atuais. Não é grande, não tem o assoalho quase raspando no chão, usa rodas 14 X 7,5 e os pneus tem um perfil alto - pelo menos para o padrão atual. Parece um carro que pede para ser bem guiado em qualquer lugar, não apenas sobre tapetes, ao mesmo tempo que dá a impressão que se fizer besteira o resultado será bem proporcional ao que foi feito.
E o melhor de tudo é que ela é um dos modelos mais baratos do mercado, mesmo que esse "barato" no caso ainda esteja bem longe para mim.
Obs.: Sim, eu sou um daqueles que não consegue falar "um" Ferrari mas sim "uma" Ferrari. Alguns velhos hábitos não se perdem.
Texto emocionante AK !!
ResponderExcluirRealmente, nada como curva após curva, com respeito e cuidado, p/ conhecer e apreciar as sutilezas que essas jóias podem nos proporcionar.
AK,
ResponderExcluirExcelente post!
Parabéns e muito obrigado por compartilhar seus conhecimentos e experiências.
Eu vejo que, além dos clássicos, muitas destas dicas valem também para carros comuns que temos a oportunidade de dirigir.
Ak, mais um texto que chama a atenção dos "especialistas", leio todas as revistas atuais sobre carros e algumas importadas, e vejo cada pérola que dá um nó. Vc o BOB e os outros deste Blog, nos fazem ver que "entender" de carros é bem diferente de "GOSTAR" de carros, gostando de carros nos fazem entender mais um pouco deles, mas entender como dizem os reporteres atuais, não obrigatóriamente os fazem gostar dos mesmos, e cometem grandes erros, justamente por não serem humildes de reconhecer que não gostam tanto de carros para entende-los.
ResponderExcluirMais uma vez obrigado.
BOB, tô mudando meu Apelido no Blog, pois motosantigas faz alusão a um site com o respectivo nome, e em respeito a este e ao proprietário do site, que são meus amigos, estou alterando, para meu nome, agradeço.
Boa noite Arnaldo,
ResponderExcluirPrimeira vez que posto em uma coluna sua, acompanho eventualmente e rapidamente o blog. Mas este seu artigo prendeu minha atenção, e em consequência me chamou a seu trabalho.
Explico. A um ano comprei um clássico esportivo. Ok, talvez nem tão clássico nem tão esportivo, ao menos ao senso comum. Senso que fui guiado a esquecer já no primeiro dia, o que me pôs obrigado a fazê-lo um carro mais compreendido e mais valorizado.
Portanto me dispus a escrever um blog. Um blog sobre um carro velho que no final das contas iria contar um pouco do que é o carro, bom, isso não falta na internet. Mas seu post me chamou a atenção porque encontrei os mesmos percalços, tomei as mesmas preocupações, e ao final também senti que a tarefa é complexa. Se você enchergar que estas máquinas são maiores que você, a aflição de cometer alguma injustiça é grande.
Você coloca em sua fórmula inicial o respeito. É uma coisa difícil de explicar para alguém alheio a isso, o respeito a um carro. Acho que um carro merece seu respeito no trato. Principalmente um clássico, quiçá então um esportivo. Seja no manejo da direção, câmbio, no sentar, nos comandos, ao abrir e fechar das portas, estas obras lhe obrigam resgatar a delicadeza dedicada a uma paixão de carne e osso.
O descobrimento, dado um carro em bom estado, sim. Costumo dizer que meu carro é, parafraseando aqui um performático do Polishop, "uma experiência multisensorial". A imersão em um mundo de sensações, sempre além das esperadas, das aguardadas, abre um sorriso em seu rosto. Os detalhes, costumo dizer. Sempre os detalhes. São as pequenas coisas, também na vida, que nos alegram, nos emocionam, nos motivam. São tantas, que seu único desafio é digeri-las, a partir daí valorizando-as. Só valorizamos algo se percebemos, identificamos o real trabalho despendido, divago eu.
Mas sim, é velho. E agora ? Será que essa caixa era assim ? A manutenção está em dia, mas sabe como são as máquinas, basta um momento de descuido, um momento de negligência para sabotarmo-as com a nossa ignorância e mania de nos colocarmos sempre acima de tudo. Mas enfim, está ligeiramente dura, dura, comparado ao que você está acostumado no mainstream, que não é parâmetro para nada nisto que você está sentado. Claramente objetivaram-a mais dura que o "normal", sim, mas será que... não sei. Então omitirmos, perfeito. Quem sou eu para cometer uma injustiça com anos de desenvolvimento, décadas de mercado, e mais algumas décadas ainda de culto.
E assim tentamos descrevê-los. Sem cair na mesmisse. Sem citar indiretamente alguma outra fonte, isso é ridículo. Sem forçar uma relação que não existe. Mas sempre abertos a qualquer relação vagamente proposta, agarramos qualquer oportunidade de conversa, de interação, de lição.
É sempre bom ver que não estamos sozinhos em nossos devaneios, parabéns!
Minha primeira paixão por clássicos:
http://licoesdeummiata.blogspot.com.br/
E suas lições:
http://www.youtube.com/watch?v=lyCLt1Hn8zc
Prazer e um abraço!