Foto: www.terrordonordeste.blogspot.com
Quando demos a notícia no dia 28 último da aprovação do Projeto de Lei nº 15/2006 pela Câmara Municipal, dissemos que população paulistana, submetida à vergonha do rodízio de veículos há quase 17 anos, esperava que o prefeito Fernando Haddad, num lampejo de inteligência, sancionasse o PL. Mas a julgar pela cara dele nesta foto de abertura, esse lampejo não poderia mesmo ocorrer e hoje ele vetou o que a Câmara Municipal havia aprovado, numa atitude típica de inimigo público nº 1 de São Paulo. Afinal, o que será que esse cara quer, o que veio ele fazer aqui?
Primeiro, desmantelou um sistema de inspeção veicular para emissões que funcionava bem, sem apresentar alternativa. Depois, ante o clamor da população diante do aumento das tarifas de ônibus, colocou-se contra ela dizendo que não voltaria atrás (mas voltou, como um cachorro com o rabo entre as pernas).
Em seguida, entupiu a cidade de faixas exclusivas de ônibus, prejudicando o trânsito de automóveis – para ele automóvel particular deve ser "coisa de rico". Mas quem autorizou um livro escolar que diz ser certo falar ou escrever, por exemplo, "nós pega o peixe", quando ocupava a pasta da Educação, é quase certo não saber fazer conta de dividir, pois se soubesse veria que se a população da cidade é de 11 milhões e a frota circulante é de 7,5 milhões, são 1,46 habitantes por veículo. Isso população geral, contando-se aí crianças, adolescentes e idosos, que não dirigem. Portanto, prejudicar o trânsito de automóveis é prejudicar a população.
Agora, num flagrante desrespeito à casa parlamentar municipal — e, principalmente, ao povo, veta o PL que punha fim a esse incômodo, a essa vergonha, a essa aberração chamada Operação Horário de Pico, vulgo rodízio.
Justamente num momento em que a Câmara Municipal de São Paulo readquiria o respeito da população paulistana ao se redimir de trapalhada de 3 de outubro de 1997, que resultou na Lei nº 12.490 autorizando o executivo a implantar programa de restrição à circulação no formato conhecido, a diabólica invenção do vivaldino prefeito Celso Pitta.
Não satisfeito de ferrar os paulistanos, esse inimigo público nº 1 fala em expandir a zona de restrição circulação, que é já descomunalmente grande, como se São Paulo fosse dele. Aliás, o tal do "centro expandido" onde o atual rodízio é aplicado, mais do que gozação, é um dos maiores eufemismos que já se viu. Fala também em estabelecer uma vaga de garagem por apartamento.
Não dá mais para ter um cara desses dirigindo São Paulo. Processo de impeachment – seria pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo? – já!
Bob Sharp
Editor-chefe