Corcel conversível
Em 1968, por incrível que pareça, a Ford-Willys, recém-incorporada, já pensava em um Corcel versão conversível.
Este projeto nunca saiu do desenho para a produçãom embora algumas concessionarias Ford como a Souza Ramos, a Sonnervig, a Cia. Santo Amaro de Automóveis etc, tenham feito algumas propostas do Corcel conversível de maneira totalmente artesanal.
A grande dificuldade encontrada para a conversão é que quando se remove o teto do veículo, sua resistência à flexão e principalmente à torção se reduz drasticamente, gerando problemas de durabilidade e também de movimentos de chacoalhar da carroceria, com desconforto aos ocupantes do veículo.
Fazendo uma analogia, é como tirar a tampa de uma caixa de sapatos.
A plataforma deve ser obrigatoriamente muito mais reforçada para compensar a remoção do teto, gerando elevado custo para desenvolvimento e fabricação, além do inevitável aumento de peso.
Desenho do Corcel conversível assinado pelo Paulo Roberto, super-competente designer da Ford-Willys (desenho do meu acervo particular) |
Outro desenho do Corcel conversível feito pelo Paulo Roberto (desenho do meu acervo particular) |
Como boa referência para este assunto, veja o post do Paulo Keller, de 10 de janeiro de 2009, mostrando o Corcel II conversível feito artesanalmente pela concessionária Ford Sonnervig e avaliado pela revista Quatro Rodas em 1978
Corcel II - JPS
Em 1979 a Ford homenageou a equipe John Player Special com o lançamento do Corcel II - JPS, em edição limitada sob encomenda.
Neste ano de 1979 os veículos de Fórmula 1 da equipe John Player Special eram equipados com motores Ford-Cosworth DFV V-8 de 3 litros, com 480 cv de potência a 10.500 rpm. Por mais de 20 anos os motores Ford-Cosworth brilharam na Formula 1.
O Corcel II 1.6 - JPS era todo preto e dourado, com a insígnia John Player Special nas laterais
Corcel II - JPS 1979 modelo 1980, com placa Ford, fazendo gracinhas em
evento de Marketing no Campo de Provas de Tatuí (foto de meu acervo particular) |
Não sei se ainda existe algum exemplar do JPS com algum colecionador. Espero que sim e que possa ser divulgado aqui no Ae.
Como curiosidade, veja foto bem parecida do Corcel 1968, em propaganda de seu lançamento também "decolando":
Corcel 1968 "decolando" (Foto de meu acervo particular)
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A picape Beta
A história da picape Beta foi iniciada através de um rascunho feito pelo engenheiro Luc de Ferran em um pedaço de papel de forrar mesa de restaurante.
Parece incrível, mas é a pura verdade. Eu trabalhava na Engenharia Avançada da Ford no CPq, nos idos de 1978, quando recebemos o referido rascunho para dai então começarmos a trabalhar no projeto.
Todo o anteprojeto da Beta foi feito por um grupo formado por poucas pessoas, no qual me incluo: Ferdinando Zandomenni, projetista de carrocerias; Alfredo Lindenberg, projetista de chassis; Luciano Dolenc, engenheiro de suspensão e direção; Valério Lopes, engenheiro para integração dos sistemas; Sérgio Mechenas, também engenheiro para integração dos sistemas; Paulo Roberto, designer do estilo do produto; e eu, engenheiro de freios e motor/transmissão.
Do anteprojeto saído da Engenharia Avançada foi feito um protótipo funcional para avaliações preliminares de estrutura, dirigibilidade e desempenho, conduzidas pela Engenharia de Veículos e que para o nosso orgulho funcionou melhor que as nossas expectativas.
Inaugurado em 1978, o Campo de Provas de Tatuí foi fundamental para todo o desenvolvimento da picape Beta, testes estruturais e durabilidade, avaliações de freio, suspensão, direção, enfim todo o trabalho que nós engenheiros gostamos de fazer... Somos autoentusiastas desde cedo!
Todos os estudos de estilo foram conduzidos pelo Paulo Roberto e, paralelamente, com a minha ajuda, testes de aerodinâmica em túnel de vento.
Fotos da picape Beta, modelo em escala, sendo testada no
túnel devento do CTA em 1979 (fotos do meu acervo particular) |
Todo o processo de projeto e desenvolvimento das peças, internamente e com os fornecedores, externos foi feito pela Engenharia de Componentes, também no CPq
Chegou a hora de escolher o nome para a picape Beta! Fez-se um concurso entre todos os funcionários da Ford para a escolha do nome. Tinha que ser um nome marcante que identificasse uma picape "pau pra toda obra". E não deu outra, o nome escolhido foi Ford Pampa!
Apresentada no Salão do Automóvel de 1982, a Pampa marcou época, sendo um dos mais bem-sucedidos projetos de uma picape derivada de automóvel no Brasil.
Produzida pela Ford Brasil entre 1982 e 1997, a Pampa constituiu-se em uma das picapes derivadas de automóvel mais vendidas na história, com mais de 350 mil unidades comercializadas, incluindo a versão 4x4 lançada em 1984.
Agora, para matar a saudade...
Propaganda de lançamento divulgada na revista Quatro Rodas em 1982 |
A estréia da Pampa foi publicada na mídia especializada em abril de 1982. Disse Quatro Rodas: "O desempenho da Pampa é semelhante ao do Corcel, velocidade máxima de 148 km/h e aceleração de 0-100 km/h em 17,5 segundos" Dizia também o texto, de Claudio Carsughi, que "a válvula equalizadora do freio traseiro evita o travamento das rodas traseiras com a caçamba vazia, comum em picapes".
Como curiosidade, a primeira folha do projeto preliminar da válvula
proporcionadora do freio traseiro, assinado por mim (meu acervo particular) |
Manual do proprietário, primeira edição de
março de 1982 ( meu acervo particular) |
Propaganda da Pampa na Quatro Rodas mostrando as duas versões, 4x2 e 4x4 |
Hoje morando na cidade de Tatuí, interior de São Paulo, tenho muito orgulho de ver ainda várias Pampas na ativa, rodando com cargas das mais variadas e ainda servindo de "pau pra toda obra", como foi sempre a sua vocação!
Só posso ser grato ao Ae por me proporcionar a alegria de publicar este e outros posts e compartilhá-la com o leitor, o que me traz excelentes recordações de quando eu era mais jovem.
CM
Esse Corcel I conversível ficaria simplesmente perfeito devido à minha característica favorita do cupê de duas portas: as janelas laterais traseiras descendentes. Já imaginaram que coisa linda não seria um LDO 77 branco, com aquele interior marrom e bege, e a capota aberta?
ResponderExcluirAlexandre
ExcluirJá estou vendo !
Obrigado
Sim, até porque sempre achei o Corcel I, sem sombra de dúvida, muito mais bonito do que o Corcel II.
ExcluirRealmente o design do Corcel I é bem mais equilibrado.
ExcluirBelo post nostálgico! Nunca imaginei um Corcel conversível, teria ficado muito bonito! Já o Corcel II conversível, nunca gostei muito, as proporções não me agradam. E a Pampa dispensa comentários, a melhor proposta de picape pequena voltada para trabalho em sua época.
ResponderExcluirRafael,
ExcluirRealmente a Pampa é considerada um ícone voltado para o trabalho!
Obrigado
Gosto de carros assim, bem no estilo Alfa Spider.
ResponderExcluirCoisa linda esse Corcel I conversível. Se existisse ainda hoje arrancaria olhares por onde passasse.
Fico imaginando um desses com um Zetec (qualquer um) embaixo do capô.
Rapaz, ficou sensacional esse Corcel "I" conversível, lindo mesmo! Eu nunca sequer soube desse projeto. Já o Corcel II da Sonnervig é amplamente conhecido, eu tinha até essa revista. A Pampa...ah, a Pampa. Posso praticamente dizer que tive uma, pois embora fosse do meu avô materno, tinha liberdade total para usar a qualquer hora, o tempo todo, como se fosse minha de fato. Trabalhei demais com ela para os serviços da fazenda dele, e usava também como meu carro de passeio nos finais de semana. Muito valente a danada, resistente, pau para toda obra. Adoraria ter uma hoje, original, e cuidadosamente restaurada, deixada "0km" mesmo, só para curtir sem judiar com serviço pesado. Saudade da minha companheira de labuta, he, he!
ResponderExcluirMr. Car,
ExcluirLegal receber um comentário seu ! Realmente a Pampa marcou época
Meccia,
ResponderExcluirNós, do Ae, é que temos de lhe agradecer pela sua inestimável contribuição.
Sobre o Corcel I conversível, uma pena que não tenha sido produzido. Disse Soichiro Honda em sua autobiografia que "quem faz o mercado é o industrial, faça um bom produto e ele será sucesso." Esta semana li o livrete "Steve Jobs - as verdadeiras lições de liderança" que o Paulo Keller deu a cada um de nós na reunião do AUTOentusiastas sábado passado e lá li algo que me surpreendeu por ser minha opinião também, que intuição vale muito mais que pesquisas de mercado ao se pretender lançar um produto. Faltou intuição à direção da Ford Brasil e o belíssimo Corcel conversível não foi produzido.
Um abraço!
E erraram feio com o Maverick, com pesquisa de mercado.
ExcluirSe a Ford e as demais empresas soubessem como são feitas, na realidade, essas "pesquisas de mercado", não jogariam dinheiro fora.
ExcluirOcorrem durante a semana, em horários de expediente normal. Logo, desempregados e subempregados recebem uma ajuda de custo para dizer amém ao que lhes é apresentado (sob risco de não serem novamente chamados).
E é isso mesmo, um bom produto com uma boa campanha de marketing institucional (não necessariamente do produto) funcionam às mil maravilhas!
Erraram tão feio com o Maverick que um GT V8 vale hoje somente uns 100 mil reais...
Excluir"Vale", vírgula: no "ML" está cheio deles anunciados há anos por especuladores esperando um trouxa que pague uma fortuna por um deles, e a grande maioria mais para sucata que para qualquer coisa que se aproxime de poder ser chamada de raridade. Em tempo: não estou dizendo que o Maverick em si não seja muito bacana, ainda mais o meu preferido disparado, o SL quatro portas com banco dianteiro inteiriço e alavanca de câmbio na coluna de direção.
ExcluirE lembrando do sucesso do Escort conversível aí se vê como a Ford perdeu tempo e dinheiro!
ExcluirEntão responda rapidinho quantos Opalas e quantos Maverick foram vendidos?
ExcluirO Maverick só passou a ser valorizado depois que a Ford parou da fabricá-lo e mesmo assim só os V8.
Pra começo de conversa, quem faz a pesquisa tem no máximo um conhecimento raso sobre o produto, pois são profissionais de marketing. Já aparece um grande viés, pois são eles que elaboram as pesquisas.
ExcluirE outro ponto, já muito comentado em diversas esferas, é que as pessoas raramente sabem o que realmente querem. Quem tem de saber isso é quem desenvolve os produtos.
Anônimo 13:22. Quantos % desses 100 mil reais vão para a Ford? Nada. A Ford ganhou ou deixou de ganhar dinheiro com o Maverick 40 anos atrás, não agora. Se tivesse sido sucesso, não valeria esse tanto, valeria hoje o que vale um Opala.
ExcluirPara conhecimento:
ExcluirForam fabricados 1.000.000 de Opalas no período de 1968 a 1992 = 24 anos enquanto que a produção total de Mavericks no Brasil foi de 108.106 unidades, no período de 1973 a 1979 = 06 anos.
A fabricação do Opala durou todo esse tempo, porque mesmo no final de sua vida, ainda era bem vendido.
Já o Maverick sucumbiu por falta de vendas.
PS.: Naquela época, eu era fã número 1 do Maverick, enquanto abominava seu concorrente Opala, mas números são números e ninguém pode contestar.
E quem viveu aquela época sabe que o maior motivo das vendas fracas do Maverick, foi devido ao seu espaço interno, principalmente o traseiro, que era exíguo.
CCN,
ExcluirCertamente o Meccia poderá nos esclarecer muito melhor. Mas, até onde sei, o caso do Maverick não foi um erro: ele veio de propósito. No início da década de 1970, quando a Ford pretendia lançar um concorrente para o Opala, o franco favorito nas pesquisas de opinião foi o Taunus. Só que a Ford não tinha um motor compatível com ele. Então, quando se deram conta de que o Maverick aceitaria o motor 3,0 do finado Itamaraty, bateram o martelo.
Anônimo 13:22,
Tudo bem, é o mercado, paga quem pode e quer. Mas os preços do Maverick, especialmente do GT, estão fora da realidade. Por 100 mil é possível comprar carros americanos da década de 1970 muito mais interessantes, como um Mercury Cougar ou um Oldsmobile Cutlass, por exemplo.
CCN28/05/14 14:35 "abominava seu concorrente Opala"
ExcluirCaramba primeiro cara que ouço que detesta Opala ,não estou te criticando respeito sua opinião.
Muito legal vcs terem esse tipo de reunião autoentusiasta. Quero chegar à maturidade com um grupo de amigos assim...
ExcluirMeu caro amigo Bob Sharp,
ExcluirReceber um elogio seu é demais gratificante ! Fico muito feliz de poder mostrar estas preciosidades esquecidas no tempo.
Abração
Acrescente-se que durante o período em que Opala e Maverick estavam em linha (1973 a 1979), vendia-se cinco Opalas para cada Maverick que deixava a linha de montagem da Ford.
ExcluirA pipocada da Ford seria menos provável de acontecer se, em vez de fazer o Maverick, fizessem o Taunus, que era indicado como o modelo mais apropriado para o Brasil (pelo óbvio fato de ser basicamente o que um Opala ou Rekord C seria se fosse feito com as peças da Ford).
Um Taunus nacional também facilitaria a estratégia da Ford a posteriori, pois seu conjunto motor-câmbio foi aquele basicamente utilizado por seu sucessor Sierra na Europa, apenas trocando seu final de um eixo rígido para uma suspensão traseira independente. E não duvido que um Sierra nos anos 1980 tornaria muito mais difícil não só a vida de seus concorrentes diretos (Santana e Monza) como também a do próprio Opala (se pensarmos em carros de tração traseira que possam ser utilizados tranquilamente para todos os usos normais de um veículo de passeio).
Eu "abominava" o Opala por ser Fordmaníaco naquela época. Mas com o tempo tudo muda e hoje não "torço" mais para time nenhum, hehehe...
ExcluirO anônimo das 13:07 nao crê em pesquisa de mercado
ExcluirMas o problema que a Ford ignorou os resultados das pesquisas de mercado. Se tivesse seguido teria lançado o Taunus e nao o Maverick
Difícil quando se mistura ignorância e prepotência e se escreve besteiras ao vento ....
Graças às pesquisas de mercado, somos órfãos da tração traseira até hoje, e por muito tempo ainda... Será que não há demanda para um único carro pequeno ou médio com a sonhada tração traseira aqui no Brasil ? E aposto que sim, e quem lançasse arrecadaria boas moedas.
ExcluirAce
ExcluirSonhada tração traseira? Os problemas da tração dianteira acabaram há mais de 40 anos, comportamento em curva principalmente.
Por falar em Steve Jobs, Ford e pesquisas de mercado, lembrei agora que uma vez ele tinha mencionado Henry Ford: “Se Henry Ford tivesse feito uma pesquisa de mercado, as pessoas responderiam que queriam cavalos mais velozes.”
ExcluirÉ o clássico: "A isca deve agradar ao peixe, não ao pescador" A Pampa nunca tive uma mas tenho ainda muita vontade (gostaria de ter uma 1.8 S)...
ExcluirCarlos Meccia,
ResponderExcluirFaz favor: pára de escrever esses textos maravilhosos! Já sou fã da Ford...
Brincadeirinha... Obrigado por mais essa aula.
Abraço
Mineirim
ExcluirAbraço a você também
Ficaria muito feliz se o Sr.Meccia respondesse duas perguntas:1-Por quê a Ford insistiu tampo tempo com o CHT,ao invés de lançar um moderno motor,como as demais concorrentes fizeram.2-A Autolatina,afinal de contas,foi benéfica a Ford,ou foi uma "zica"histórica que a prejudicou e muito!!
ExcluirAnônimo, 29/05/14.
ExcluirNão sei responder
Meccia nós é quem somos gratos a você por compartilhar seu inestimável acervo.
ResponderExcluirVocê irá nos brindar também com a história do protótipo do Corcel II 4 portas? Outra curiosidade que também tenho é sobre o tentativa da Ford de trazer para o Brasil o Ford Taunus e o Ford Sierra.
Abraço.
Em relação ao Sierra, uma história que sei é que o pessoal liderado pelo Luc de Ferran inclusive chegou a testar um protótipo com o motor CHT.
ExcluirSierra com CHT só pode ser piada de mau gosto
ExcluirO pinto, ops digo Maverick teve o Hurricane, anava pior que 4 e bebia mais que o 8. Quer piada melhor do que está?
ExcluirSensacionais esses relatos do sr. Meccia trazendo detalhes do nascimento dos carros da Ford por quem fazia parte do time da fábrica.
ResponderExcluirRevendo agora essa bela roda da Pampa, fica a pergunta: seria tão dificil, com a tecnologia atual, fazer rodas de aço com desenho interessante ao invés das horrorosas rodas pretas e parcialmente escondidas com calotas do plástico mais ordinário ?
Difícil não é, basta lembrar que tivemos dezenas de rodas de ferro lindas no passado, mas...se as de ferro originais forem lindas, como vão vender as de liga como caros opcionais, he, he?
ExcluirItalo,
Excluira própria Ford faz rodas de aço estampado com desenho bacana no Ecosport, desde o lançamento em 2003.
Os Dacias também tem rodas de ferro bem interessantes...
ExcluirÉ mas xixi de cachorro detona todas elas.
ExcluirNem da tempo...os buracos arrebentam td antes do xixi fazer efeito...elas por elas.
ExcluirQue coisa linda este Corcel l conversível!! Seria um carro de sonho para qualquer colecionador atualmente.
ResponderExcluirParabéns pelos artigos. Bastidores das montadoras nos bons tempos são sempre bem-vindos. Até pouco tempo atrás havia um Corcel II JPS à venda no Mercado Livre em condições bastante razoáveis de conservação e aquisição. Ficou um bom período por lá. Claudio
ResponderExcluirEng. Meccia, fiquei ansioso para ler mais um capítulo seu sobre o período mais fértil e criativo da indústria automotiva brasileira. E, por mais uma vez, me surpreendi ao saber que a válvula do freio traseiro da Pampa, que eu julgava tivesse vindo de qualquer utilitário americano, fora sua obra, resultado da capacidade de formação de engenheiros brasileiros.
ResponderExcluirRenovo meu voto de ansiedade pelo próximo capítulo. Um grande abraço.
Sacco, obrigado pela sua colocação
ExcluirNão conhecia esse Corcel John Player Special, parece ser muito interessante (e como o Corcel II era bonito, linhas que não cansam). Quanto ao projeto Beta, a famosa Pampa, é de se imaginar o seu orgulho por ter participado de um projeto que se tornou referência no mercado nacional em robustez e eficiência à época. Memórias sensacionais Carlos, vou ficar aguardando por mais delas no futuro!
ResponderExcluirDavi Reis,
ExcluirObrigado pelo comentário sempre bem vindo. São muito boas historias de um tempo que o engenheiro tinha que botar a mão na massa realmente
Como eu queria q esses blog tivesse 25 postagens por dia, a quantidade de cultura automotiva acumulada nessas mentes brilhantes é invejosa!!
ResponderExcluirObrigado CM, e toda a equipe do AE por vir aqui e compartilhar isso, faz gerações mais novas como eu (tenho só 19 anos) ficarem ainda mais apaixonadas!!
E os post com historias dos carros antigos são as melhores (junto com os posts técnicos!!!) , e qnd o assunto é indústria nacional o negócio foca melhor ainda!!!
Obrigado dudurodriguez
ExcluirPerfeito! Fico imaginando como seria ver esse carro ao vivo, assim como o Del Rey Omega do último Post. Obrigado pelas histórias!
ResponderExcluirObrigado Lucas,
ExcluirAbraço
Esse Corcel II JPS seria o série campeões?
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/carros/noticia/2012/08/internauta-mostra-corcel-ii-criado-para-homenagear-formula-1.html
Fantástico! quantas informações históricas da área de criação da Ford,em particular sou fã da Pampa,picape muito robusta e bem construída .
ResponderExcluirSpeedster,
ExcluirRealmente a Pampa é muito legal
Obrigado
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBelo post. Me fez lembrar de uma Pampa cabine dupla que meu pai dirigia em meados dos anos 90. O carro pertencia à empresa onde ele trabalhava e, eventualmente, ia parar na nossa garagem nos fins de semana. A propósito, alguém sabe quem fazia a adaptação da cabine dupla?
ResponderExcluirPrezado Carlos,
ResponderExcluirtenho acompanhado com muito gosto a série de reportagens sobre a linha Corcel. E para mim - vindo de uma família que teve seis modelos dessa linha (uma Belina I; dois Corcel II; duas Corcel Belina II e uma Del Rey Belina), é especialmente emocionante ler esses relatos de primeira pessoa.
Mais que isso, fico imaginando como deve ser ver um fruto das próprias mãos prestando continuamente seus serviços e sendo a fonte de sustento de muitas famílias brasileiras por mais de 30 anos - especialmente, pelas inúmeras (mas inúmeras mesmo) Pampas que ainda rodam Brasil afora.
Se eu já tinha vontade de ter uma picapinha dessas, agora, conhecendo sua história a partir das palavras de um de seus autores, o desejo só fez aumentar!
Abraço e meu muito obrigado!
jvdacosta,
ExcluirMuito obrigado pelos comentários
Abração
Lendo a trilogia Memórias, cheguei a uma conclusão: a Ford teve nas mãos um corpo de engenharia tão capaz quanto o da Volkswagen brasileira, mas faltou alguém da envergadura do Wolfgang Sauer no comando da empresa.
ResponderExcluirAntônio do Sul
Meccia,
ResponderExcluirincriveis estórias, adorei mesmo.
O Corcel JPS / Campeões era uma loucura de bacana. Comando e carburação diferentes apenas, ou estou enganado ? Sei que andava junto ou pouco mais que o Passat TS.
Sobre Pampa, incrível projeto, esmiuçado e muito amplamente avaliado também com carga pela revista Motor 3, aquela que alimentou a muitos aqui.
Volte sempre.
Juvenal Jorge
ExcluirMuito obrigado pela colocação
Abraço
Caro Meccia, hoje, o único problema da Pampa é achar uma para comprar, pois quem tem não vende.
ExcluirAndei procurando uma para o meu genro lá em Pirassununga, e vários negociantes conhecidos de lá me disseram pra desistir.
Essa, além de aguentar o tranco, era a "picapinha do patrão", devido ao conforto proporcionado.
Arnaldo,
ExcluirEspero que você ainda encontre uma para comprar
Abração
O Corcel JPS foi lançado durante o GP Brasil de Fórmula 1, no autódromo de Jacarepaguá, em 13 de março de 1983.
ExcluirA pintura é preta com faixas laterais douradas, as rodas são do tipo “bumerangue” douradas com fundo preto, possui faróis de milha e espelho retrovisor também do lado direito. A moldura dos faróis também é dourada. No interior, o volante é de quatro raios, possui relógio digital, cinto de segurança de três pontos retrátil e inercial, bancos dianteiros individuais reclináveis com encosto para a cabeça, painel das portas com descansa-braço e cinzeiro da versão LDO e conta-giros. Como opcionais, tem ar condicionado, rádio AM/FM toca-fitas e teto-solar. O motor é o 1.6 a álcool com câmbio de 5 marchas e sistema auxiliar a vácuo para o freio.
Mas o Passat TS , andava bem mais que ele...
comando em motor cht vareteiro, tás tolo ô Juvenal?
Excluirass. manézinho da ilha
Aqui nas minhas bandas esse CHT varetado funciona bem mesmo e no butijao de gás!
ExcluirZé da Leste
Ao Arnaldo Keller
ExcluirVi uma pampa 4x4 em uma agência na cidade de Divinópolis, 120 km de Belo Horizonte. O vendedor disse-me que o 4x4 estava funcionando, ela é de cor branca. Se houver interesse, tenho um primo que possui uma oficina mecânica nas proximidades da agência, posso pedir uma avaliação do carro. contato ancesa@gmail.com
Anônimo detalhista das 18:22 hs,
Excluiresse Corcel JPS/ Campeões tinha comando de válvulas diferente, permitindo maior cruzamento de tempo abertura/fechamento, e carburação modificada para combinar com esse comando diferente. Andava junto com o TS, em algumas faixas de rotação podia até ser mais rápido.
Não viaje, entenda.
Vale lembrar que a Pampa durou bem mais que o "Adão" que lhe cedeu a "costela."
ResponderExcluirAquele Corcel I conversível ficaria perfeito com a roupagem GT.
Muito bom post hein.
ResponderExcluirA pampa realmente é boa demais, forte robusta; um veículo impar na indústria automobilística. Achei ruim quando ela saiu de linha, mas a courier acabou se mostrando ainda melhor (apesar de mais urbana e macia).
Marcus Lahoz,
ExcluirConcordo que a Pampa foi muito bem no mercado. A Courier também cumpriu o seu papel !
Sr. Meccia, obrigado por brindar-nos com brilhantes textos sobre a história da industria nacional, em especial a da Ford. A Pampa é reconhecida até hoje pela sua robustez, porém a versão 4x4 não deu certo nela e nem na Belina. Li que muito dos problemas (quebras, vazamentos e baixa confiabilidade) poderiam ser causados pela relação diferentes de diferenciais. Agora, sendo o senhor um dos responsáveis pelo projeto, poderia dizer honestamente o que aconteceu?
ResponderExcluirUm grande abraço de um fã da Ford, proprietário de um descendente do Corcel conversível (XR3 conversível).
Daniel
Juvenal sempre implicando com o Passat.
ResponderExcluirMeu caro, esqueça, nunca um corcel vai andar na frente dum passat ts
Na verdade ele nao implica com o Passat , mas sempre puxa a brasa para inalado da Ford, por apreço , gosto pessoal e histórico de carros em família
ExcluirMas isso e em vão...
E como dizer que um Focus e melhor que um Golf... Nao tem cabimento!
Esses anônimos que eu tenho quase 100% certeza de quem são me entristecem.
ExcluirVou passar a noite chorando... snif....snif.....snif.
Infantis.
Lembro de, numa viajem até Curitiba ,pela BR 101 aqui em Santa Catarina, a bordo de um Passat TS 79, no verão de 1980, levei um belo coro de um Corcel II 1.6 Branco com placas de São Bernardo do Campo..., meu Passat era novo, era TS, " reguladinho ", eu tinha 20 anos de idade e " bom de braço " ... mesmo assim aquele " pacato ... " Corcel II deitou e rolou..., a propósito, meu TS tinha aqueles maravilhosos Goodyear G 800 e cansei de bater 190 no velocimetro dele, não era dos mais fracos... na media Corcel I e II eram manquinhos mesmo, mas alguns eram originalmente " diferentes... " meu pai teve um " 69 " quatro portas nos anos 70 que cansou de dar bomba nas Variant's 1,6, Brasílias 1,6, Zé do caixão, Fuscão... " apertar " Opala 2,5, Chevette...Gol Boxer 1,6...um amigo tinha um Corcel Luxo 1975 que também era " chegado " a dar benga nos " outros " nos peguinhas que fazíamos na época aqui em Florianópolis... aquele " 69 " pricipalmente, era fantástico... abs.
ExcluirMeccia, poderia falar um pouco sobre a Pampa/Belina 4X4?
ResponderExcluirTestes de época mostravam um problema crônico no sistema de tração, a Ford tinha conhecimento?
Abraço
Aff !!!!!!
ExcluirQuem não almeja conhecimento, sempre despreza a sede alheia...
ExcluirQue sensacional as histórias! Não me lembro em nenhum lugar ter relatado a história deste Corcel conversível!
ResponderExcluirMais uma vez parabéns ao AE!
Li certa vez que essa Válvula Equalizadora do Freio Traseiro existe de dois tipos, a corte fixo e a corte variável.
ResponderExcluirNo manual da linha Palio e Strada vem escrito regulador de frenagem a corte fixo. Deve ser o padrão, quando não há ABS e seu inseparável EBD, claro.
ExcluirTô quase indo atrás de um Corcel I pra cortar o teto, e fazer igual o da primeira imagem. Espetacular o desenho.
ResponderExcluirImagino quantos carros espetaculares as mentes pequenas dos diretores nos fizeram ficar sem conhecer. Claro que existem contas que precisam ser feitas, e talvez o momento econômico do país fosse outro, o foco era fazer carro simples, robusto e barato (será que tô falando de passado, ou presente?!) mas que o carro seria espetacular, seria...
Não vai atrás não, cara!
ExcluirVocê vai ficar cansado, ou o dono do carro vai pensar que você está seguindo ele...
Procura um nos classificados, desses que fica no fundo de gaiola de passarinho, voçe vai achar...
Se você encontrar um que já foi capotado, pode fazer esse tipo de maluquice.
ExcluirEngº. Carlos Meccia,
ResponderExcluirSeus artigos aqui no Blog são excelentes. Nunca havia aparecido alguém que descrevesse tão bem como era a engenharia de uma fábrica de automóveis dos anos 70 e 80 como o Sr. Realmente nessa época projetar e construir um automóvel era uma arte, por isso que os carros antigos tem uma personalidade (ou carronalidade) tão forte.
Espero que venham muitas outras memórias para vermos. Gostaria muito de saber principalmente como foi o desenvolvimento do primeiro Escort brasileiro, o Mk3.
Bosley De La Noya,
ExcluirObrigado.....vamos pensar em um post falando do Escort sem duvida
Obrigado sr. Carlos Meccia, por compartilhar sua vivência e parte da história da engenharia automotiva do Brasil.
ResponderExcluirEm tempo: Ford, cadê sua camioneta? Tirou a Courier de linha e não deixou substituta...
Bera Silva,
ExcluirBoa pergunta.....espero que a Ford pense em uma substituta da Courier o mais rápido possivel
Um comercial da Hilux (acho que era ) fazendo coisas de circo ela quebrou! Era um salto e quando atingiu o solo a suspensao quebrou. Eu li por ai.
ResponderExcluirE esse comercial do cavalinho vermelho, ele aguentou o salto?
Depois desses saltos aí, esses carros foram baixados como PT.
ResponderExcluirIsso é fato!
Que post lindo. Por isso vale a pena passar todos os dias aqui neste site. Abraços.
ResponderExcluirRubergil Jr.
ExcluirObrigado e continue prestigiando o Ae
Carlos,
ResponderExcluirMais uma vez, muito obrigado pelo post!!
Esse Corcel JPS não seria a série "Campões" lançada por ocasião do GP Brasil de 1983? Lembro que houve uma espécie de gincana onde os pilotos utilizaram esses carros.
Aguardo posts sobre o Maverick!!!
Hareton continue prestigiando o Ae.........logo vem mais
ExcluirOs JPS's foram uns pouquíssimos " especiais " da série Campeões...se não me engano tiveram alguma coisa haver com o Lotus JPS que o Ayrton Senna pilotava na época .
ExcluirMecciones,
ResponderExcluirÉ um prazer ler suas histórias aqui no AE!!
Parabéns pelo trabalho´!
Luis Gozzani
Obrigado querido amigo Luis Gozzani. Continue prestigiando o Ae.
ExcluirAbração !
Carlos Meccia
ResponderExcluirBelo post, parabéns. Aguardamos novas pérolas. Esse Corcel I conversível na versão GT, um sonho.
Prezado Carlo Meccia, que texto maravilhoso e logo percebemos que você era um dos "caras" lá da Ford. Muito bom compartilhar todo seu conhecimento e experiência. Não tive oportunidade de comentar o artigo anterior, sobre os projetos gamma e omega, com extenso desenvolvimento em túnel de vento... Como diz o Bob, faltou intuição para Ford produzir, um carro certo, na época certa, e essa cochilada lhe custou caro: os pequenos passos de modernidade na década de 80 ficaram com a Chevrolet e seu Monza, que logo veio a se tornar líder de vendas, e principalmente com a Fiat e seu revolucionário Uno. O Escort também veio, moderno na carroceria, mas não na motorização. Nunca compreendi a dificuldade da Ford da época em oferecer algo a mais que o CHT 1.6, já que o 2.3 OHC estava na prateleira e ainda era oferecido na pick-up F-100. Não sei quais são as dimensões e o peso desse motor, mas acredito que não seja nada muito longe do AP 1.8 e 2.0 que veio a impulsionar todos os Fords na época da Autolatina, inclusive a Pampa e o Escort. Já a Pampa, foi de longe a melhor pick-up derivada de automóvel produzida naquela época, não tinha nem como compará-la com Saveiro e Chevy. Dessa vez o cochilo foi da Fiat, em oferecer a Fiorino derivada do Uno apenas em 1988. Ainda assim, a picapinha mineira, só empatava com a Ford: ganhava em modernidade e desempenho, empatava em consumo e perdia em robustez, que é ponto fundamental para quem usa esse tipo de veículo. Não que o Fiorino não seja resistente, a questão, é que a Pampa é um tanque de guerra: praticamente indestrutível! Aquelas que não se perderam em acidentes, rodam até hoje, com um mínimo de manutenção. Aqui no interior de Goiás, é possível ver algumas guerreira, cansadas, moídas, mas ainda trabalhando duro, e só aqui - não sei se algum outro lugar do Brasil existe isso - elas não funcionam nem com álcool, nem com gasolina: é com GLP, gás de cozinha, mesmo! Segundo comentários que já ouvi mas redondezas (e dêem o devido desconto ao exagero) um botijão de 13 Kg ao custo de R$ 42,00 é suficiente para uma Pampa bem acertada, rodar 250 Km!
ResponderExcluirTenho que confirmar que já ví algumas Pampas funcionando com o gás de cozinha no interior de Goiás.
ExcluirMas a Ford desistiu desse segmento e resolveu apostar na Ranger de cabine simples para atender aquelas pessoas que precisam de uma pickup pequena. Creio que isso faz parte do planejamento "Ford One".
CM, resta comentar que o Corcel foi o promeiro carro da Ford em todo o mundo com tração dianteira. O primeiro Fiesta foi lançado em 73/74 na Europa. Em 1.993 2 Pampas foram rodando até o Campo de Provas da Ford em Michigan. O tal projeto N, que surgiu da Willys junto com a Renault e foi abortado , era baseado no Renault 4, um pequeno carro urbano, mas como o Fiesta estava sendo desnvolvido , a Ford cortou a associação com a Renault, Um ou 2 exem´lares do Corcel I foram para a Europa e ajudaram o desenho da suspensão dianteira do Fiesta, e houve problema de copyright com a Renault. Meu pai trabalhou 46 anos na Ford, desde os tempos da rua Solon, e foi seu contemporaneo, e alguns dos detalhes de desenvoivimento eu acompanhei, assim como as peças para a equipe do Greco, que dominava a Divisão 3 com os Mavericks, ( sem ocntar o da equipe Hollywod , feit oem conjunto do o Berta na Argentina - este carro e o seu incrível motor ocm cabeçote Westlake esta no museu do grande Paulo Trevisan em Passo Fundo) . ABS Vitão
ResponderExcluirVitão,
ResponderExcluirMuito bom o seu comentário !
Somente para cultura geral, o primeiro carro do mundo com tração dianteira foi o ALVIS FWD em 1928 e o que fez maior sucesso foi o Citroen Traction Avant lançado em 1934. Alem de ter tração dianteira, foi o primeiro chassis monobloco do mundo.
Abraço
Boa noite, sou um fã incondicional do corcel, meu primeiro foi um modelo luxo 1974 branco com teto de vinil, isso em 1980 quando tinha 15 anos... mas gosto mesmo é do corcel ll , tenho 5 exemplares atualmente. Tenho muita curiosidade em saber quem foi o desenhista que projetou o modelo, pois apesar ter toda base mecânica e plataforma do modelo 1 a construção e mesmo as linhas do modelo 2 se assemelham muito com o maverick, modelo que também possui muitos exemplares. O desenho da carroceira do corcel 2 é também muito semelhante ao dos mustang da mesma época, inclusive as enormes portas... embora muitos critiquem o seu desempenho, acho que ele é satisfatório, levando-se em conta a época do seu projeto e as condição das estradas de então. Possui um modelo a álcool 1983 que ficou comigo por 20 anos sem nunca ter tido seu motor retificado virando o hodômetro por três vezes... infelizmente foi roubado... Abs Paulo
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