google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 outubro 2012 - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)


Lada Laika (foto: www.mercadolivre.com.br)

O Lada Laika tem uma delícia de câmbio. Isso mesmo, o feioso e meio desengoçado Laika é muito gostoso de cambiar. A troca marchas nele parece com a dos pequenos esportivos ingleses da década de 1960, Triumph e MG; têm o mesmo jeito, apesar de ser um projeto italiano, Fiat. Tem cinco marchas. Seus engates são curtos e precisos, e a alavanca tem base pivotante até que alta em relação ao banco do motorista.

E já que a arquitetura do carro é dos mais tradicionais – motor dianteiro, em posição longitudinal, e tração traseira – a alavanca incide direto sobre a caixa de câmbio, que está no túnel central, bem onde encostamos a perna direita, então essa proximidade e essa ausência de cabos e/ou varetas a se interpor entre a alavanca e a caixa faz com que recebamos na mão muitas informações diretas e sem interferências de como as coisas estão se passando.

Corvette Sting Ray (foto: www.corvettefever.com)




O Peugeot 208 será fabricado no Brasil, em Porto Real (RJ)


A notícia de unir as operações da Opel com as da PSA Peugeot Citroën vem ocupando as manchetes do setor na Europa esta semana. Num mercado difícil como o atual, espera-se que o volume de vendas de automóveis e comerciais leves na Zona do Euro, até dezembro, seja similar ao de 1993 e sem sinais de retomada firme para 2013 ou 2014. Uma fusão desses dois fabricantes europeus para muitos seria como a luz no fim do túnel, mas de um lado um trem de alta velocidade TGV francês ao encontro de um ICE alemão, em sentido contrário. 

O mundo anda maluco. Até há pouco, as fusões entre tradicionais fabricantes de automóveis tinham entre os objetivos resultados já no curto prazo. Para tanto, buscavam-se o máximo de sinergias, complementaridade de produtos e/ou mercados com um mínimo de sobreposição, no caso de ambos terem produtos concorrentes diretos. Se houvesse concorrência em mais de um segmento ou nos mais importantes, menos viável seria a fusão, e é exatamente esse o "case Opel–PSA". Para cada produto alemão, há seu equivalente francês, ou vice-versa. Ambos concorrem em todos segmentos num mercado em contração. Qual dos trens tem bolsa inflável mesmo?

Fotos: BMW AG, exceto onde indicado

Projeto espetacular. Foto: cartype.com

Frankfurt, 11 de setembro de 1987. Ocorria a apresentação do BMW Z1, um laboratório de idéias transformado em carro pelo aclamado fabricante alemão, após o anúncio feito a 1° de agosto de 1986 de que a divisão Technik tinha o seu primeiro produto com conceito finalizado, estava com ele em franco desenvolvimento, e que seria vendido em breve.

O BMW Z1 é um esportivo muito interessante, pelas pequenas dimensões e pelas portas que abrem para baixo, se embutindo nas laterais da carroceria. É um Mazda Miata alemão, porém com muito mais motor. A letra  Z do nome vem da palavra alemã zukunft (futuro) e esse foi o primeiro BMW a usar a hoje popular designação. É muito mais raro que o pequeno Mazda, ou que qualquer Z3 que veio a seguir, infelizmente perdendo as características de inovação do Z1.

Foram produzidas 8.000 unidades, fabricadas de março 1989 a junho de 1991. Existe a informação divulgada em fóruns de discussão de modelos BMW, de que doze carros foram feitos antes do lançamento, em 1986 e 1987, e isso só pode significar que eram os protótipos construídos para testes. Talvez seja por isso que a BMW não os conta como produzidos, já que protótipos não podem ser vendidos, exceto se for convertido em um carro com todas as peças iguais às de produção, tiver marcação de número de chassis e homologação para venda, algo inviável pelos custos envolvidos e desprovido de lógica.
Fotos: autor

Acura NSX Concept



Como design, o Acura NSX Concept encanta. Ao vivo, garanto, é ainda mais harmonioso que nas fotos; seu estilo traz algo de fresco, original, e todos os detalhes estão ligados a uma mesma história, ao mesmo enredo, e isso é essencial quando se analisa um objeto que pretende ser uma manifestação de arte. O antigo NSX deixou saudade por sua dirigibilidade extremamente prazerosa. Pena que o próximo, se vier, não terá um Ayrton Senna para deixar seu comportamento ao ponto.


A JAC Motors tem uma jóia nas mãos, o J3S, mas que falta ser lapidada. Ele virá com um motor mais forte, de 1,5-L e 127 cv (álcool, será flex). Se o J3, que pesa 1.060 kg, já anda bem com seu 1,33-L de 108 cv, esse J3S será uma bala. O senão deste J3 apimentado, que considero importante, é ele continuar com suspensão elevada demais. Caso a tivesse na altura de projeto, mais assentado, certamente conquistaria boa fama. Como está, faltará chão para o tanto que vai andar. É fácil acertar isso.


Um video muito interessante está circulando pela internet nos últimos dias. Um japonês muito feliz mostra um de seus carros especiais, devidamente emplacado e licenciado na sua cidade. Até aí, apenas mais um dono de carro legal.

O fato é que o nipônico motorista anda pelas ruas com um Porsche 956 pintado nas cores da Rothmans. Nada mau, não?


Fotos: autor
Um hatchback compacto e espaçoso


O AUTOentusiastas passou uma semana com o Sandero 2013 e seu novo motor 1,6-litro Hi-Power, descrito no post do Bob de 26 de agosto último. A versão é a Privilège, pacata, sem nada da conotação esportiva da GT Line. Rodamos na cidade e fizemos uma viagem ao litoral paulista.

Logo se nota que suspensão é bem macia para o porte do carro, o que o faz um dos melhores da categoria para suavizar a buraqueira de ruas mal asfaltadas. Outro atributo é o bom espaço interno, que permite levar até quatro adultos sem aperto e até mesmo cinco, bem como o bom porta-malas de 320 litros.

Suspensão macia, boa para piso ruim, caso comum no Brasil



A Companhia de Engenharia de Tráfego, que administra o trânsito de São Paulo, enlouqueceu de vez. Não satisfeita com o estrago feito nos últímos dois anos, reduzindo a velocidade máxima permitida em inúmeras vias e com isso travando a circulação de veículos na cidade a olhos vistos – e engordando o Caixa da prefeitura com multas, a ponto de o Ministério Público Estadual argüir a Secretaria Municipal de Transportes e aquela "companhia" sobre a redução de velocidade a respeito de quais os critérios para tanto – vem agora a notícia que irão baixar ainda mais os limites de determinadas vias. A alegação? Claro, a mesma esfarrapada de sempre, diminuir acidentes e atropelamentos.

A notícia foi publicada ontem no sítio do O Estado de S. Paulo, conforme um leitor gentilmente nos alertou.
Quatro motores de válvulas deslizantes: MCollum (1909), Knight (1908), Continental (1926) e Sargent (1914)


Uma visão geral

Vimos na primeira parte que o sistema de válvulas circulares convencionais se tornou um paradigma universal, adotado por todos os fabricantes de motores de ciclo Otto e Diesel, salvo raríssimas exceções em aplicações especiais.

Vimos também que o sistema vigente está longe da perfeição, algo sabido desde os primórdios da história do motor a combustão.

Nos apegamos a ele como se ele fosse a única alternativa. A maioria dos autoentusiastas sequer imagina que existem sistemas alternativos e como eles podem funcionar, quando na verdade, a diversidade de sistemas é imensa.

Estas alternativas foram largamente exploradas na aurora do uso do motor a combustão interna, mas a maioria não passou da fase de proposta ou de protótipo. Ainda assim, há propostas inovadoras mesmo nos tempos atuais.

Mas estes sistemas surgiram e depois desapareceram ao longo dos anos. Alguns obtiveram grande sucesso, como o sistema Knight nos automóveis de luxo, e o sistema Argyll, em motores aeronáuticos, ambos de camisas móveis. Alguns até foram lançados em motocicletas, mas a maioria dos sistemas, entretanto, não passou da fase experimental ou de patente de conceito.

Estes sistemas não seriam mais que mera curiosidade técnica se o "Papa" da engenharia dos motores, o engenheiro inglês, de Londres, Sir Harry Ricardo, não tivesse publicado em 1927 um extenso estudo onde relacionava todos os problemas  com as válvulas convencionais e mostrava (dentro da realidade técnica da época) que motores com este tipo de válvula não iriam muito além dos 1.500 cv.

Muito do que ele afirma neste estudo serviu de base para a primeira parte deste artigo. Em sua substituição, Sir Ricardo propunha o uso de válvulas de camisas móveis.


Sir Harry Ricardo (26/5/1885–18/5/1974)
Fotos: Supercars.net, exceto onde indicado

Um cupê esportivo único

A marca britânica MG, Morris Garages, anteriormente ao fechamento da fábrica de Longbridge em 2005, tinha carros que eram pouco atrativos ao mercado local. Basicamente Hondas modificados e com estilos externo e interno próprios. As marca MG e Rover eram produzidas sob o mesmo teto, nessa muito antiga instalação.

Rapidamente, já em 2007, a MG foi ressuscitada pelos chineses da SAIC Motors, que sabiamente retomaram algumas atividades de montagem e de desenvolvimento em parte da antiga fábrica, já no ano seguinte. Dos MG atuais, os componentes são fabricados de verdade na China, mas não há como dizer que a marca é do Reino Unido se não fosse feito algo por lá mesmo. Ponto positivo para os chineses, mesmo não tendo mantida a fabricação completa por lá. O quanto de conteúdo local cada modelo tem, hoje, é difícil saber ao certo. Boa parte da montagem, porém, é feita em solo da Rainha.
Fotos: arquivo pessoal e Clássicos Caslini
Material de época, fornecido à imprensa, sobre o Galaxie Ambulância

No final de 1968 revistas especializadas em automóveis soltaram a notícia de que o centro de “estilo” da Ford estava desenvolvendo uma nova carroceria para o – ainda novato – Galaxie 500. Seria uma “perua” como os paulistanos chamavam na época as stations wagons. O automóvel era desenvolvido nas horas de folga, mas tanto tempo foi empregado para o tal veículo que era impossível conceber a idéia de que seria apenas um protótipo, mas foi – ou melhor, realmente é!


Ambulância Galaxie, hoje, na restauradora Clássicos Caslini




Há exatamente 15 anos, 22 de outubro de 1997, nascia o Best Cars Web Site, pelas mãos de um garoto de 22 anos, de Pindamonhangaba (SP), chamado Fabrício Samahá. Hoje ele está com 37 anos, mas continua com a mesma energia, pois para fazer o que ele faz, só mesmo tendo-a muito. O Best Cars está na rede mundial de computadores ininterruptamente desde então e muito me orgulha ter visto seu nascimento, acompanhado seu crescimento e dele ter participado, para ser hoje uma referência em sites automobilísticos.

A história do Fabrício é incrível. Eu era editor técnico e de testes da revista Autoesporte e começamos a receber cartas de um leitor, excepcionalmente bem escritas. Pelos textos eu imaginava alguém por volta de seus trinta anos de idade, com sólida formação acadêmica, Um dia, ao responder uma das cartas, convidei-o a conhecer a redação quando viesse a São Paulo. E ele veio.


Foram produzidos pouquíssimos, não chegaram a 150, unicamente no ano de 1967. Convivi com ele porque neste ano, em maio, entrei para uma sociedade que era uma concessionária Vemag, no Rio de Janeiro, que era também concessionária Puma, e o vendíamos: Puma GT.

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Foto: Best Cars

Por isso, andei muito nele, seja nos carros de clientes – a título de experiência de oficina, obviamente – seja no um de úm sócio, o Maurício Ribeiro. Este sim, dirigi-o bastante.

O Puma GT é evolução do GT Malzoni, produzido em pequena série em 1965 e 1966. A reestilização coube a Anísio Campos, dando-lhe os belos traços que, numa certa medida, faltavam no GT Malzoni. O resultado foi mesmo incrível, o carro era muito atraente no seu tempo, tanto externa quanto internamente.


A vitória da Toyota na 6 Horas de São Paulo em 15 de setembro último foi uma surpresa para quem esperava ver os carros da Audi dominando a corrida. Assim como em Le Mans, cada competidor tem que estar sempre inovando para ser o mais rápido.

O Toyota TS030, equipado com um V-8 a gasolina de 3,4 litros e aspiração natural, junto com o sistema híbrido com tração unicamente traseira, tinha dificuldades em acompanhar os Audis em pistas de velocidade mais altas. A aerodinâmica ainda poderia ser melhorada, e este foi o caminho adotado.

Como hoje em dia, por conta do rígido regulamento, é dificil extrair mais potência dos motores, a solução foi tentar aprimorar a dinâmica do carro. Os engenheiros da Toyota então vieram com uma solução muito criativa, e claro, controversa. 

Já na corrida de Silverstone, pouco menos de um mês antes, o TS030 estava equipado com uma asa traseira modificada, com elementos extras nas laterais, que deixavam o carro com aspecto de ter uma asa da largura do carro, o que é proibido pelo regulamento (largura máxima da asa traseira: 1.600 mm; largura máxima do carro: 2.000 mm).


Fotos: autor
Modelo Tourer vem com porta-malas

Assim que vi a Kawasaki Versys 650 pela primeira vez, de cara pensei comigo: “Opa! Essa é legal! Posição ideal para pilotar, motor suficientemente bom, suspensões com bastante curso e nada pesada”.

Pois é, após passar uma agradável semana com ela, vejo que não errei nessa primeira “avaliada”.

Para quem tem 1,80 m, como tenho, a altura do banco (845 mm) está num bom limite, pois facilmente plantamos os dois pés no chão. A posição de guiada é ótima para o dia a dia e para passeios; não cansa. Costas eretas, pernas levemente flexionadas, como quem monta a cavalo para caminhar, trotar, ou tocar a galope curto por um período longo. É a posição que menos nos cansa, menos nos provoca incômodos após a cavalgada, tanto é que logo nas primeiras aulas de equitação, seja na roça ou na hípica, logo se ensina a postura correta. O mesmo serve para motos. Para horas "à sela", essa posição se mostra a ideal.

Conta-giros analógico e velocímetro digital


Hoje, ao abrir o Google e encontrar a imagem acima, fui lembrado que 161 anos atrás era publicado aquele que é meu livro favorito, "Moby Dick", de Herman Melville. Ok, o meu livro favorito que não fala de carros... Mas a verdade é que existem obras que transcendem o tempo e são imortais. 

Como é o caso deste épico de Melville, que conta a epopéia de um certo Ismael, um jovem marinheiro do barco baleeiro Pequod, e da obsessão de seu capitão Ahab com um grande cachalote branco.  Muita gente boa considera este o maior romance americano, e é sem dúvida uma história daquelas que parece que sempre existiu, algo difícil de acreditar que foi escrito, inventado até, por uma pessoa de carne e osso.



Aqui no AE, já prestei uma singela homenagem a esta obra maravilhosa e imortal:

O VW POLO, A ESTRADA, E UM CERTO ISMAEL

Baleias assassinas e capitães tresloucados pela vingança podem não ter ligação alguma com automóveis, mas mesmo assim não podia deixar passar o dia sem, novamente, me curvar ao talento de Melville, e comemorar a sua obra-prima. E lembrar da primeira vez que abri a primeira página do livro, e li a famosa frase inicial:
"Chamai-me Ismael..."

MAO


Outro dia um leitor pediu para explicar como achar a velocidade por 1.000 rpm em cada marcha, a v/1000. É relativamente fácil o cálculo e uma calculadora ajuda, embora faça tempo que só uso a calculadora do computador (Iniciar, Todos os Programas, Acessórios, Calculadora). Se você não a conhece, veja foto no final.

É preciso saber a relação de cada marcha, a relação de diferencial e o diâmetro da roda completa, que é roda mais pneu.

Conhecendo a medida do pneu, acha-se o diâmetro da roda. Multiplique a seção transversal pelo perfil, tomando o cuidado de dividir por 100. Por exemplo, pneu 195/55R16: (195 mm x 55) ÷ 100 = 107,25 mm (na verdade considere o perfil dividido por 100, que é 0,55, e faça uma conta só). Multiplique esse resultado por 2, pois são dois flancos no pneu, o que dá 214,5 mm. Some ao diâmetro da roda, que sendo no exemplo de 16 polegadas, tem 16 x 25,4 = 406,4 mm de diâmetro. Somado com 214, mm, dá 620,9 mm. Esse é o diâmetro da roda.



Os limites e propriedades das válvulas circulares convencionais

Todos nós temos uma grande unanimidade debaixo do capô dos nossos amados carros. Dentro de cada motor que circula em um veículo pela cidade, quer seja um automóvel, quer seja um caminhão, quer seja um motor de ciclo Otto ou Diesel, do fabricante que seja, todos eles utilizam o mesmo tipo de válvula, em formato de tulipa, para controlar a entrada e a saída de gases dos cilindros.

Entretanto, esta não é exatamente uma unanimidade singularmente burra, como nos lembraria Nélson Rodrigues, pois ela é fruto de um processo técnico que já contei aqui, chamado de convergência tecnológica.

Se todos os fabricantes usam este tipo de válvula é porque ao longo dos anos de evolução esta se mostrou a melhor solução para controle de fluxo dos motores a pistão.

Há, entretanto, esquecido no fundo da gaveta dos projetistas, todo um universo de sistemas de válvulas que hoje não passam de mera curiosidade. Parte deste universo será explorado nas próximas partes deste artigo.

Embora a convergência tecnológica tenha tornado essas opções hoje mera curiosidade técnica, nada impede que que um dia ressurjam para o mundo real, já que o sistema de válvulas que usamos hoje possui muitas imperfeições.

É sobre essas imperfeições e demais caracteristicas das válvulas o tema desta parte.

Manchete típica do Notícias Populares; veja outras, sensacionais, ao longo deste post

O caro leitor que me perdoe pela manchete bombástica, mas sou fã do extinto Notícias Populares, o tal do jornal que pingava sangue e que fez muito sucesso na década de 1970. Suas manchetes eram de rachar de rir, tanto que meu irmão as colecionava colando-as na parede do quarto. "Morta riu e levantou-se no velório", "Bebê diabo assombra o ABC", "Velho castrou-se com marreta no hospital" (aos 90 anos ficou inconformado por ficar impotente...), “Cachorro fez mal à moça” (ela comeu um cachorro-quente estragado...), "Disco voador colidiu com ônibus na BR-116" (deve ter sido um disco-voador de alegoria de carnaval...), e por aí ia, uma mais saborosa que a outra; distorcidas, mas que tinham lá seu fundo de verdade. Sendo assim, bolei a minha: "O Governo decreta o fim do carro flex", e vamos ver se ela também tem seu fundo de verdade.

Há governos que dão com uma mão e tiram com a outra, que nem mágico, e esses são os bonzinhos. E há governos que tiram com as duas. O nosso é desses últimos. Tal qual o velho da marreta, nosso governo deu sem dó sua marretada de 30 pontos porcentuais de IPI no couro de quem lhe pagará impostos ao comprar um meio de locomoção. Para almofadar essa marretada no consumidor, os fabricantes terão que satisfazer intrincadas novas regras, que, por sinal, ninguém sabe onde vão dar. Uma delas é só aliviar os 30 p.p. de IPI adicionais se pelo menos 65% das compras de peças forem feitas aqui mesmo. Essa, a princípio, vai na contramão da moderna economia mundial, onde todos se beneficiam das vantagens da economia de escala e da aptidão de cada país.

Fotos: autor



Em 3 de setembro do ano passado publiquei post do Peugeot 408 Griffe, carro que apreciei bastante. Pouco depois, em janeiro deste ano, saiu a mesma versão com motor 1,6-litro turbo em acréscimo à de 2-litros de aspiração atmosférica, a qual faltava o AE avaliar. Todas as características do modelo em versão Griffe foram descritas nesse post anterior, de modo que, para não ser repetitivo, neste vou focar no motor e em outras diferenças pertinentes.

Além do motor turbo com interresfriador de injeção direta, só a gasolina,  de 165 cv a 6.000 rpm e 24,5 m·kgf a 1.400 rpm, ante o aspirado de 151 cv a 6.250 rpm e 22 m·kgf a 4.000 rpm (flex, números com álcool), este Griffe, como antes, só é oferecido com câmbio automático. Mas agora é um seis-marchas em vez de quatro, também com operação manual seqüencial pela alavanca alternativamente à automática (para frente sobe marcha). O novo câmbio é outro ponto alto do carro. Inclusive pelo bloqueio do conversor de torque da 2ª à 6ª, somente em 3ª e 4ª no 4-marchas de antes.

O Griffe 1,6 turbo custa R$ 75.990. Por ocasião do teste anterior o preço do 408 Griffe 2-litros era R$ 79.900, mas hoje é R$ 75.300 com a redução do IPI. Portanto, a versão ora avaliada está R$ 690 mais cara por conta dos novos motor e câmbio. Só houve um truque da Peugeot, tirar o ajuste elétrico do banco do motorista da lista de itens de série e passá-lo a opcional, por R$ 2.000, o que torna o 408 Griffe THP R$ 2.690 mais caro na realidade. Aliás, é o único opcional. Não é propriamente uma pechincha, carros no Brasil são caros, mas por R$ 75.990, considerando tudo o que oferece, o 408 Griffe THP é um sedã dos mais atraentes.

Os dois 408 Griffe pesam exatamente o mesmo, 1.527 kg. O bloco do motor 2-litros é de ferro fundido e o do 1,6, de alumínio, mas turbocompressor, interresfriador e outros acessórios contribuem para o empate. A aceleração 0-100 km/h melhorou bem, de 11,9 para 8,3 segundos, em razão do maior torque e numa rotação bem mais baixa, o que resulta em maior potência disponível em baixo giro. A velocidade máxima subiu de 208 para 213 km/h.

A elegância discreta de um interior




Quase dois anos atrás, em 16 de dezembro de 2010, publiquei o post "Extermínio em 2014" falando do fim do Uno por conta da obrigatoriedade de todo carro comercializdo no Brasil a partir de 1º de janeiro daquele ano ter de ser equipado com bolsas infláveis. Nem falei no sistema de freio antitravamento, outra exigência para todo carro poder ser licenciado no Brasil daqui a pouco mais de um ano. Mas depois do post de anteontem do MAO sobre a Kombi e a discussão que se seguiu, considero oportuno falar um pouco mais sobre este utilitário.

Para começar, a absurda exigência está tirando de produção simplesmente o utilitário mais vendido do Brasil – 8º comercial leve em 2009 com 27.614 unidades, 8º em 2010, 26.104, e 6º em 2011, 24.902 veículos. Este ano, de janeiro a outubro, 21.006, tudo indicando que baterá em 25.000 unidades quando dezembro terminar. À frente da Kombi estão as três picapes derivadas de automóveis, Strada, Saveiro e Montana; a picape média S10; e os três utilitários esporte, Duster, Hilux e Ecosport. Portanto, a Kombi sair de produção é um ato que classifico de insano.
Foto: EVO

Quem não pensou alguma vez na possibilidade de guiar um supercarro ou um clássico antigo? “Ah, um dia vou guiar um desses...” já passou na mente de todo entusiasta. Sempre há um modelo, ou mesmo uma marca,  que povoa os sonhos e as vontades de cada um de nós.

Como sonhar é de graça e não atrapalha nada a vida de ninguém, além de fazer bem para nossas cabeças termos sonhos e objetivos na vida, por que não pensar em alguns automóveis que fazem parte destes sonhos, e quais gostaríamos de guiar?

Estes são algumas escolhas pessoais, e como são muitos os carros que realmente atraem a atenção, aqui estão listados (sem ordem alguma) os superesportivos homologados para andar na rua. De corrida não vale agora!

Vamos aos supercarros:

- Bugatti Veyron
O supercarro criado sob os cuidados do Dr. Ferdinand Piëch, chefão do grupo VW, nasceu para mostrar ao mundo do que a engenharia germânica era capaz, e o resultado foi o carro mais rápido do mundo, quebrando ainda a marca dos 1.000 cv de potência.


Uma obra da engenharia moderna (foto:autor)

Fotos: MAO e VW



Desde que o meu amigo Bill Egan se mudou para São José dos Campos, a uns 100 km da capital paulista pela via Dutra, regularmente vamos para lá nos fins de semana. O Egan adora receber os amigos e, portanto, volta e meia fazemos um churrasco ou coisa parecida por lá.

Mas um bom tempo é perdido na estrada. É claro que isto, normalmente, não é um problema, pois adoro estrada. Mas neste caso, onde o objetivo é encontrar os amigos e papear, me dá uma sensação de tempo perdido. Também me dá uma sensação de ineficiência, porque só o Egan e a esposa estão lá em São José, o resto do povo todo tem que entrar no carro e rodar os cento e tantos km. Daí me veio uma idéia...

O que fiz foi alugar uma Kombi. Lembram dela? Ainda é fabricada em série, desde o final de 2005 com o motor EA111 1,4-litro refrigerado a água do Fox de exportação. Muita gente tem asco deste carro, e o acha um anacronismo injustificável. Mas não estou entre estas pessoas.

A Kombi é na realidade, até hoje, um exemplo de eficiência automobilística. Um monobloco rígido que carrega o que pesa. A forma mais econômica de se carregar uma tonelada, mesmo meio século – mais, 62 anos – depois de seu aparecimento. Nada consegue sobreviver tanto tempo sem qualidades excepcionais, não importa o que se diga por aí.

Mas fazia muito tempo que não andava numa, e nunca tinha dirigido uma com o quatro em linha lá atrás, então pensei que era uma boa chance de me atualizar a respeito deste carro que admiro sobremaneira e, last but not least, fazer a festa do Egan começar mais cedo e acabar mais tarde!

 
Foto: automotto.com



O AUTOentusiastas saúda todas as crianças do mundo desejando-lhes um dia muito feliiz. E saúda, claro, todos os papais e mamães dessas que são o amanhã – com todo o autoentusiasmo!

A equipe do AUTOentusiastas
Foto: Gazeta do Povo



Foi um leitor que nos chamou a atenção. O título é a mensagem publicitária presente nos táxis de Curitiba (foto acima). Mas o que ela gerou bem mostra como as coisas estão mesmo ficando cinzas quase pretas (há que tomar cuidado com o politicamente correto...), no mundo hoje, mas aqui no Brasil parece que o pessoal surtou de vez. 

O importante jornal Gazeta do Povo, na seção Blogs de sábado passado, publicou matéria intitulada "URBS sabota sistema de ônibus curitibano", criticando a Volkswagen e a Urbanização de Curitiba S.A. (URBS) por autotizar anúncio nos vidros traseiros dos táxis da capital paranaense.

Veja parte do texto:

"A situação é simbólica e beira a piada pronta. Na prática, ela é tão bizarra quanto seria ver um outdoor da Unimed no postinho de saúde do Boa Vista ou a propaganda do grupo Bom Jesus nas creches do Bairro Novo. A questão não é a propaganda em si. É legítimo que montadoras (N.d.E.: montadoras, o grande vício nacional...) queiram vender carros e que usem a publicidade como ferramenta para estimular o consumo. Mas que o façam nos meios privados. O que é incompreensível é essa lógica obtusa em que o próprio poder público, ao invés de estimular o uso do transporte coletivo, acaba incentivando o uso do veículo individual motorizado. Mais carros nas ruas significa menos passageiros para o sistema público. Perdem os taxistas, perde a própria Urbs e perde toda Curitiba, que fica cada vez mais congestionada. A decisão também não faz o menor sentido do ponto de vista econômico. Dificilmente a receita financeira com a venda do espaço publicitário cobrirá o prejuízo no longo prazo da perda dos usuários que trocarem o ônibus ou mesmo os táxis por um Gol zero quilômetro."

É mole? Leia a íntegra da matéria. Tem mais besteira lá. Mas uma delas tem caráter discriminatório:: publicidade da Unimed não pode exisitr em determinadas regiões?
...do que a vida em um minuto. Infelizmente o Brasil está entre os países onde mais vidas se perdem em acidentes de trânsito, e boa parte dessas mortes ocorrem em acidentes banais que poderiam ser facilmente evitados com um pouco mais de calma e cuidado por parte dos envolvidos. 

                                                             Foto: Fernando Rajão

A operação do BRT (Bus Rapid Transit) aqui no Rio de Janeiro, recém-implantado, com ônibus articulados transitando em faixas exclusivas, acabou chamando a atenção da população tal a quantidade de acidentes graves e/ou fatais em tão curto espaço de tempo. Deixando de lado alguns problemas de projeto, tais como faixa para travessia de pedestres muito espaçadas, o fato é que o grande causador dos acidentes é a pressa quase irracional das pessoas. 

Foto: Fernando Rajão

Fotos: autor
O Brasil, nossa terra 

Toda picape acaba me dando dor nas costas. Não que a Volkswagen Amarok tenha ergonomia ruim; longe disso. O banco do motorista é ótimo, macio; o volante vai e vem e sobe e desce, ficando na posição ideal e os pedais estão bem posicionados, tudo muito bom para quem vai na frente. Além disso, esta já veio com um bom câmbio automático de 8 marchas que trabalha perfeitamente bem. Quando lançada, a Amarok não tinha este conveniente opcional; vinha só com câmbio manual de 6 marchas. Confortável e de manejo fácil, portanto, ela é. O galho é a tal da caçamba. Aquele vácuo ali formado por ela – fique alerta, caro leitor – tem o poder de mexer com a cabeça das nossas esposas! E é isso acaba nos dando dor nas costas.

A primavera chegando
Foto: Zero Hora

Castrinho (1953–2012)


Notícia triste: o piloto gaúcho Castrinho (Luiz Alberto Ribeiro de Castro. na foto) perdeu a vida neste sábado (6/10) numa colisão frontal de sua motocicleta contra um veículo na rodovia BR-290, no município de Butiá.

Castrinho era um dos mais consagrados pilotos do Rio Grande do Sul, tendo brilhado nos anos 1980 na Fórmula Ford, em que foi vice-campeão brasileiro duas vezes, e vencedor quatro vezes da tradicional prova 12 Horas de Tarumã. Tinha 59 anos.

Após parar de correr, nunca se desligou do automobilistmo e estava sempre nos boxes em todas as provas. Deixa dois filhos, ambos pilotos, Matheus e Christian (dentro do carro da Copa Montana, foto de abertura).


Castrinho em 1981, aos 28 anos (Foto: Blog do Passatão)

Aos amigos gaúchos e aos filhos do Castrinho, as condolências do AUTOentusiastas.

R.I.P., Castrinho


BS
Fotos sem crédito: Volvo



Quando vejo um Volvo moderno passar por mim, fico um pouco pensativo. Fico imaginando que, para um jovem qualquer, a marca tenha pouco ou nenhum significado. Talvez ele tenha ouvido falar algo sobre “segurança”, talvez algum vendedor mais afoito lhe tenha dito que é o carro mais seguro do mundo, ou um outro exagero parecido. Talvez ele ache, vendo a aparência do carro, que seja algo como uma Hyundai sueca, talvez. Se for um jovem como os que tenho visto hoje em dia, provavelmente não saiba nem que Volvo é sueca. E muito menos tenha ideia que seus donos são hoje chineses...

Mas também pudera. Depois de anos no poder da Ford, e agora com os chineses, o quanto será que ainda existe da velha empresa sueca lá dentro? Certamente o design, apesar de moderno e agradável hoje em dia (ainda que de uma forma meio coreana), já não tem mais nada a ver com o conservadorismo que outrora fez a marca famosa. Ainda assim, os mais sensíveis à história do automóvel podem ver um pouco de um famoso Volvo do passado na traseira de todo C30 que passa por aí, seu dono modernoso certamente completamente ignorante de tão importante reverência ao passado. Este famoso Volvo do passado é a semi-perua esportiva P1800ES, abaixo.

foto: Volvo / mecanews.com


Recentemente, um grande amigo aqui do blog importou um cupê P1800E, antecessor imediato da semi-perua ES, e tive o prazer de andar um pouco com ele. O que me deu a oportunidade de pensar um pouco mais sobre esta marca sueca tão desconhecida dos brasileiros em geral, e ao mesmo tempo ajudar a jogar um pouco de luz na história desta companhia que só agora se torna relativamente comum por aqui.



Um leitor fez a gentileza de nos alertar: a Federação Nacional dos Policiais Federais publicou em seu local na internet (www.fenapef.org.br) notícia alarmante no dia 1/10, relativa a 132 veiculos Mitsubishi Pajero Dakar 3,2 Diesel, câmbio manual, para uso em policiamento ostensivo pela corporação. Os veículos foram fornecidos com pneus 235/70R16 e não com os especificados em catálogo, inclusive no local da Mitsubishi na internet, 265/65R17. As rodas são de aço em vez de alumínio, uma escolha acertada até, mas perder 30 mm de seção nos pneus está longe de ser aconselhável para veículos cujo uso nada tem de normal. Pelo contrário.

A nota prossegue dizendo que, em consulta a concessionárias, tal medida de pneu não existe no catálogo. Foi apurado que o Termo de Referência, que é o documento usado nos processos de licitação e contratação que especifica as condições gerais de execução do contrato e das características do bem ou serviço adquirido, prevê que os veículos deveriam vir equipados com “rodas em liga leve ou aço, nas medidas e tamanhos, inclusive dos pneus, estipuladas originariamente pela fábrica, de acordo com a versão do veículo que será oferecido, com estepe de mesmas características.”

Fotos: autor

O Hans, feliz da vida!

Isso é totalmente absurdo. Com uns 110 km/h e acelerando bastante forte, estou passando um caminhão enorme. O vento bate no meu rosto porque na minha frente só tem um pedacinho de vidro como pára-brisa. Eu escuto um barulho de moto forte, de um V-twin de dois litros, mas na minha mão tenho um volante. Estou sentado num banco de couro muito baixo, uns 20 cm acima do solo e no meu lado só tem um pedacinho de alumínio, nada de porta, nada de vidro. Na frente daquele pára-brisa pequeno estou vendo uma roda de moto, e na direita… deve ter mais uma roda, mas é um pouco dificil ver no outro lado do capô.