google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Volkswagen
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O maior de todos os Ferrari
Recentemente o programa britânico Top Gear mostrou uma matéria sobre o novíssimo Ferrari F12, uma maravilha tecnológica que literalmente voa pelas estradas.

O inolvidável Jeremy Clarkson mostrou detalhes interessantes e que fazem salivar os entusiastas das novidades. Magnífica é a cobertura que se abre no pára-choque dianteiro para aumentar a área de passagem de ar para os freios, comandada pela informação de sensores de temperatura, apenas um exemplo de alta tecnologia empregada no modelo. Há tanta coisa na máquina italiana que nem dá para lembrar. É necessário consultar ficha técnica e mais um descritivo do carro para entender o conteúdo. 

Mas Clarkson, após muito explorar a potência e agilidade do carro, disse que há dois problemas. Uma direção rápida e leve demais, que não dá tranquilidade ao motorista, e excesso de potência. Pela primeira vez na vida ele reclamou de excesso de potência. Foi realmente cômico escutar isso de Clarkson, e mais ainda os comentários de seus colegas de apresentação do viciante programa da BBC.

Como é possível um carro tão magnífico, feito por uma empresa com uma história tão significativa, conceber um produto que gere comentários negativos sobre dois dos sistemas que são dos mais importantes em carros de grande desempenho, direção e trem de força?

E eu, mais uma vez, me vi pensando no F40, meu Ferrari preferido.

Ùnico exemplar azul de fábrica
O F40 veio em uma era em que o mundo já estava ficando muito complicado, e ele mesmo tem ao menos um sistema bem sofisticado, que é sua injeção de combustível.

Mesmo assim, é um carro bem simples comparado ao conteúdo elétrico, hidráulico e eletrônico que se tem hoje em Ferraris e mesmo em muitos carros mais normais, ao ponto de ter apenas um item de conforto, o indispensável ar-condicionado. O carro todo é apenas funcional, sendo considerado mais um veículo de corrida do que de rua. Notando isso, chegamos à origem da marca, que seguramente é a mais conhecida do mundo no que se refere a carros, mais que a Ford com o modelo T, ou a Volkswagen com o Fusca.




Dois membros da escola de Engenharia de São Carlos, da USP, interior de São Paulo, apresentaram em 1982 o protótipo de um carro esportivo com motor Volkswagen refrigerado a ar, a que batizaram de Griffon. Foi um trabalho prático de formatura, onde o Prof. Dr. Dawilson Lucato e Mário Bellato Jr. se basearam na experiência anterior de projeto de uma aeronave e aplicaram inclusive um túnel de vento para definir o carro. Lucato é engenheiro aeronáutico e tem cursos e especializações numerosas em várias entidades, inclusive fora do Brasil. Teve também atuação como relator da área de segurança veicular do Código de Trânsito Brasileiro em vigor, bem como muitos trabalhos nessa área. Sobre Bellato não consegui informações plausíveis, assim, peço desculpas se não creditei algo a seu favor. 

A revista Motor 3 publicou uma matéria escrita por Expedito Marazzi, que andou no carro em Interlagos, e relatou com sua habitual clareza o comportamento de dois protótipos que lá estavam.
Fotos: MAO e VW



Desde que o meu amigo Bill Egan se mudou para São José dos Campos, a uns 100 km da capital paulista pela via Dutra, regularmente vamos para lá nos fins de semana. O Egan adora receber os amigos e, portanto, volta e meia fazemos um churrasco ou coisa parecida por lá.

Mas um bom tempo é perdido na estrada. É claro que isto, normalmente, não é um problema, pois adoro estrada. Mas neste caso, onde o objetivo é encontrar os amigos e papear, me dá uma sensação de tempo perdido. Também me dá uma sensação de ineficiência, porque só o Egan e a esposa estão lá em São José, o resto do povo todo tem que entrar no carro e rodar os cento e tantos km. Daí me veio uma idéia...

O que fiz foi alugar uma Kombi. Lembram dela? Ainda é fabricada em série, desde o final de 2005 com o motor EA111 1,4-litro refrigerado a água do Fox de exportação. Muita gente tem asco deste carro, e o acha um anacronismo injustificável. Mas não estou entre estas pessoas.

A Kombi é na realidade, até hoje, um exemplo de eficiência automobilística. Um monobloco rígido que carrega o que pesa. A forma mais econômica de se carregar uma tonelada, mesmo meio século – mais, 62 anos – depois de seu aparecimento. Nada consegue sobreviver tanto tempo sem qualidades excepcionais, não importa o que se diga por aí.

Mas fazia muito tempo que não andava numa, e nunca tinha dirigido uma com o quatro em linha lá atrás, então pensei que era uma boa chance de me atualizar a respeito deste carro que admiro sobremaneira e, last but not least, fazer a festa do Egan começar mais cedo e acabar mais tarde!

 
Foto: Quatro Rodas


Alguns dias atrás o MAO e eu tivemos uma discussão sobre dois carros que povoaram muitas garagens até pouco tempo. No mesmo estilo dos nossos textos sobre Ferrari Daytona e Lamborghini Miura, fizemos o mesmo para esses nacionais que a maioria conhece bem de perto.

Como foram carros que tivemos em casa, o assunto é vasto e as lembranças, ótimas. Esperamos que vocês tomem partido e comentem com bom humor e mais memórias.


Passado e Futuro
Por Marco Antônio Oliveira

Para mim é quase impossível falar objetivamente sobre os dois carros que o Juvenal Jorge propôs para nosso segundo duelo de opiniões. São carros que povoaram minha infância e adolescência, menos que os para mim onipresentes Chevettes e Opalas, mas mesmo assim de uma forma muito marcante. Sendo assim, minhas opiniões a respeito dos dois são permeadas pela forma absoluta e sem ambigüidades que caracterizam os jovens. Não há tons de cinza aqui, o Passat é nada menos que maravilhoso, um carro com estabilidade sensacional e um desempenho esportivo, enquanto o Corcel é uma barca balouçante e letárgica destinada aos velhos de todas as idades. É isto que penso.

Mas, para não ser completamente injusto, e formar algum argumento para sustentar essa arraigada opinião, um pouco de objetividade se faz necessária, e, portanto, não farei o que gostaria de fazer, deixar apenas este parágrafo acima registrado e continuar minha vida tranqüilamente, povoando a cabeça com outros afazeres diários. Não, por respeito ao leitor, e por culpa do Juvenal que inventou esta discussão absurda, tenho que elaborar mais um pouco.




Aqueles de vocês que tiveram sorte de acompanhar de perto os gibis de super-heróis da Marvel durante a juventude certamente conhecem a série de histórias “E se?”. Para os serem humanos menos privilegiados neste assunto, alguma explicação é necessária.

Estas histórias exploravam realidades alternativas basicamente. Em um ponto qualquer da história dos personagens, escolhas ou eventos acontecem de forma diferente, e o futuro é alterado. Coisas como: “E se o Tio Ben do Homem Aranha não tivesse morrido?”, ou ainda, “E se o Capitão América não sumisse depois da guerra?”. Este tipo de coisa é também muito explorado na literatura e no cinema, por ser realmente um exercício interessantíssimo, e que põe qualquer um a pensar o que seria da própria vida se tivesse feito algo diferente em alguma das várias encruzilhadas que o mundo nos oferece.

Pois bem, quando falamos sobre a VW e Heinz Nordhoff semana passada, passei muito rapidamente pelo que aconteceu atrás dos portões da empresa em Wolfsburg antes da morte de Nordhoff. Saquei então de minha estante o terceiro volume da caixa de três livros chamada “Exellence was expected”, onde da página 1207 até a 1211 estão todos os detalhes do carro que, não morresse Nordhoff em 1968, seria o novo Fusca: o projeto EA 266.

Como o primeiro Golf de 1974 que foi lançado no lugar do EA 266 foi o carro que realmente tornou unânime a preferência mundial pelo motor transversal e tração dianteiros, o que seria do mundo hoje se ele não tivesse existido? Como não trabalhamos com ficção aqui no blog, esta parte fica para cada um de vocês imaginar. Vou me ater apenas a contar a vocês como seria este VW.


O amigo Carlo Gancia, filho de Piero Gancia, também grande amigo mas que se foi em novembro do ano passado, me mandou este artigo acima intitulado e publicado na revista alemã Stern em 16 de outubro de 1966. O artigo, de autoria do jornalista Jörg Andrees Elten com fotos de Fred Ihrt (que infelizmente não vieram) fala de Friedrich Wilhelm Schultz-Wenk, o alemão que convenceu Heinz Nordhoff, o diretor-superintendente da Volkswagen, a abrir uma filial no Brasil e construir uma portentosa fábrica em São Bernardo do Campo. 

Schultz-Wenk dirigiu a Volkswagen do Brasil de 1953, ano de fundação, a 1969, quando faleceu ainda jovem, aos 55 anos, vitimado por um câncer cerebral 

Pelo valor histórico, achei que deveria reproduzi-lo no AE. Espero que apreciem.

BS


HALLO, SENHOR VOLKSWAGEN

Ele parece exatamente o que a Metro-Goldwyn-Mayer quer em um astro de cinema: esbelto, alto, elegante, grisalho nas têmporas, olhar penetrante, sorriso de vencedor, dentes brancos e tudo isto envolto em uma colônia cara.  Esta foi minha impressão quando o conheci pessoalmente pela primeira vez no Hotel Vier Jahreszeiten (nota: Quatro Estações) em Hamburgo, onde estava recebendo amigos e parceiros de negócios. Ele tinha acabado de chegar do distante Brasil. onde ele é o CEO do maior empreendimento alemão no estrangeiro: a Volkswagen do Brasil. A recepção tinha realmente a atmosfera de filme, “Bobby” (assim os seus amigos chamam o nosso homem no Brasil) era o astro e desempenhava seu papel com maestria. As referências às damas eram do tipo “A senhora está de novo arrasadora”, e aos senhores, “Eu sei como o senhor anda ocupadíssimo e mesmo assim foi maravilhoso ter vindo”. Isto saía naturalmente de seus lábios, como se tivesse decorado as linhas com o diretor. E obviamente sua imagem junto ao seu público era, mais uma vez, excelente.

Enquanto garçons de fraque passavam caviar e as rolhas de champanhe francês espocavam, para o deleite dos convidados, o anfitrião era discretamente chamado ao telefone: Rio, Londres, Zurique.
Fotos: Divulgação VW


Depois do CrossFox lançado em novembro de 2009 e da Saveiro Cross, em fevereiro de 2010, e um ano depois do novo SpaceFox (o primeiro é de abril de 2006), chega o terceiro modelo aventureiro da Volkswagen, a Space Cross. Como na SpaceFox, há opção entre câmbio manual e robotizado e, ao contrário do Crossfox, o estepe não é externo, o que merece aplausos por não recorrer ao “exagero decorativo”, como fabrica mesma diz no material de divulgação à imprensa. Custam R$ 57.990 (manual) e R$ 60.690 (robotizado I-Motion), e compartilham o motor EA-111 de 1,6 litro VHT (Volkswagen High Torque) de 101/104 cv G/E. O Space Cross é produzido na fábrica VW em General Pacheco, na Grande Buenos Aires.

Nada de estepe externo: nota 10



No primeiro semestre de 2010 fui convidado para ser o jornalista responsável pela cobertura eletrônica da Gol Fest, uma comemoração oficial dos 30 anos do VW Gol, organizada pela própria Volkswagen.

Hoje descobri que alguma fotos ficaram perdidas em um cartão de memória...Considerando que eu não sou nenhum Paulo Keller da vida, eu nem deveria expor essas fotos, mas acho que algumas pessoas vão gostar.

Foto: Fiat

Se pararmos para pensar, daqui a três anos (31/12/2013) esse carro aí em cima deixará de ser fabricado. Motivo, tornou-se perigoso. O quê? Como assim, perigoso? Será que morreu tanta gente assim, por culpa dele, desde que foi lançado aqui em 1984? Cadê a estatística mostrando o número de acidentes em relação aos Unos produzidos, que já atingiram a marca de três milhões em 26 anos de produção, proporcionalmente mais que o Fusca brasileiro (3,3 milhões) em 30 anos?

Tudo resultado da lei 11.910/09, sancionada pelo presidente da República em março de 2009, que determina que a partir de primeiro de janeiro de 2014 todo automóvel novo, fabricado aqui ou importado, só será licenciado se tiver airbags frontais. A lei foi regulamentada pela resolução 311 do Contran, de 3.4.09. Dura lex sed lex,  a lei é dura mas é a lei, só que neste caso o pé de letra da conhecida citação em latim é esquisito e soa até inapropriada.

Andar com pessoas como o BS, o AK, o MAO e outros colunistas do AE é muito bom. Mas também aumenta muito minha responsabilidade. Estar entre eles nos eleva, nos faz querer fazer as coisas de um jeito melhor, principalmente com relação aos posts. Ultimamente, a rotina mais agitada que o normal tem me impedido de fazer algo mais elaborado ou que eu julgue à altura do que essa responsabilidade pede.

Mas hoje, ao ver algumas fotos minhas, o MAO me estimulou a fazer esse post. Confesso que até agora não tenho nenhuma ideia de como ele será feito. Então, como eu mesmo já disse várias vezes para outros colunistas, sentei aqui na frente do teclado e estou começando.

Sábado passado a VW comemorou os 30 anos do Gol num grande evento lá no Sambódromo de São Paulo. Peguei minha Nikon e fui lá simplesmente para refrescar a cabeça fazendo fotos casuais e sem nenhum compromisso. Nem com esse post.

Queria simplesmente distrair a cabeça de outros pensamentos. Certa vez li algo sobre um grande fotógrafos, Henri Cartier Bresson, que me marcou muito. Ele disse: “minha paixão nunca foi a fotografia em si”. E descreveu essa paixão como “a possibilidade de esquecer de si mesmo capturando a emoção de um objeto e a beleza de sua forma numa fração de segundo”.

Então fui sozinho, sem horário, sem compromissos, sem expectativas... não é sempre que conseguimos isso.
Mas essa introdução foi apenas um exercício inspirado pela introdução de um post feito pelo MAO, Quando os mamutes andavam sobre a terra.

Bem, agora vamos ao Gol. Não vou ficar aqui descrevendo o evento em detalhes, muito menos falar sobre a história do Gol e sua evolução. Acho que o Gol ganhou um status muito maior que isso e falar de sua história seria uma chata repetição.

Primeiro pensamento: Gol 30 anos, eu vi o primeiro Gol, logo tenho mais que 30 anos, 40, então já tenho histórias pra contar.

Segundo pensamento: o Gol teve alguma importância na minha vida, boas passagens por ela, e ajudou a formar uma parcela do meu entusiasmo.

Com esses dois pensamentos já dá pra começar.

Aprendi a dirigir em um Chevette 81, com 11 anos de idade. Até os meus 16 anos meu pai era só GM. Primeiro Opalas, depois Chevettes para minha mãe e em 1986 um Monza. Esse Monza foi o primeiro carro que um pai “liberou”. Mas não era meu. Mais tarde com o falecimento de meu avô, passei a usar um Fusca 1500 1971. Foi um período maravilhoso. Eu nunca tive o menor problema em andar com ele, e inclusive comecei a namorar minha mulher nessa fase.

Junto com o Monza tivemos uma Parati 84, preta, que nas férias na praia eu podia usar. Sucesso total com as garotas! Quando por aí a VW lançou o Gol GT, com aqueles faróis de longo alcance e neblina, as rodas em estrela, cromadas e pintadas, os bancos Recaro, a suspensão mais firme, e aquele escapamento com duas saídas que fazia um som bem encorpado, eu achei que aquele seria o meu carro. Até hoje tenho uma grande paixão por pocket rockets. Acredito que o GT tenha contribuído muito para a solidificação do meu autoentusiasmo.

Nessa época meu pai mudou de emprego e tinha um carro bacana da firma. Um Passat GTS Pointer, branco. Nem posso contar tudo que fiz com o Passatinho. Mas foi com ele que descobri o real prazer de dirigir. Até que em 92 meu paizão me deu um carro.

Ele disse:
- Esse aí é seu. Cuide bem dele que é o primeiro e único que vou te dar.

E então ganhei um Gol GL 1.8 1991! Nessa época eu estava bem comportado, querendo me formar logo e juntar dinheiro para casar, enquanto alguns colegas trocavam o comando e equipavam seus Gols com rodas e pneus maiores. Usava o Gol para ir para a faculdade e viajar nos finais de semana. Aprendi boas lições de direção após algumas batidas leves. Em 94, depois do carro ter sido roubado e recuperado, vendi o Gol para comprar um apartamento. Perdi uma grande chance de fazer muitas experiências mecânicas com esse carro.

Depois disso nunca mais tive um VW. Mas a percepção de que o Gol é um carro durável e robusto, confiável e de manutenção extremamente fácil e barata, e de fácil revenda, sempre me acompanhou. Mas junto com essa percepção também vem a ideia de preço mais alto que os concorrentes, seguro caro e grande possibilidade de roubo ou assalto. Por esses motivos e por facilidades em adquirir carros de outras marcas o Gol não voltou a habitar minha garagem.

Agora alguns breves comentários gerais sobre minhas impressões sobre o Gol G5.

Sem dúvida a evolução dessa nova plataforma, com motor transversal, é mais do que bem-vinda e muito tardia. Mas entendo o dilema da VW em fazer uma grande alteração como essa no modelo mais vendido do país. Enquanto o povo compra, ou nenhum concorrente faz algo muito melhor, qual o argumento para mexer? De qualquer modo, para mim, esse Gol G5 na verdade é um G2.

O G5 para mim é o carro mais bonito entre os concorrentes. Tem uma esportividade natural dos hatches ressaltada pela frente mais em cunha e faróis afilados. Nada de mega-faróis como os do Agile ou desse novo Fiesta que está para sair. E justamente essa esportividade clama para que a VW lance um GTi! Bem que poderíamos fazer um abaixo-assinado para isso.

Mas acho que a VW perdeu a chance de fazer um carro um pouco maior, para atender a família moderna. O espaço interno do Gol continua crítico. Algo mais na direção do Sandero seria bem interessante.

Como já estiquei demais, vamos às fotos. Selecionei algumas onde realmente consegui esquecer de mim, e outras mais ilustrativas.

O primeiro pocket rocket (foguete de bolso) nacional e que com certeza despertou o autoentusiasmo em muitos garotos.

O G1 a ar, primeiro Gol placa preta do país, e seu tataraneto G5, um pouco tímido.


O Gol Vintage - com 30 anos já pode ser considerado antigo - feito pelo departamento de design da VW para comemorar o aniversário. Ficou muito bonito.


Carro do povo; do povão! Não acho demérito e sim que a VW sabe o que faz.


Criando autoentusiastinhas. Esses garotos nunca esquecerão do Gol!


Vermelho. Combina com esportividade. Combina com o Gol.

Pão e circo: é disso que o povo gosta. Os entusiastas querem algo mais...

Deficientes?

Vários GTS 1.8 e um GTi 2000 no canto direito. Nunca entendi esse GTS. Ser mais barato por ser 1.8?


Testando o ABS com uma das poucas unidades que devem sair da fábrica com esse equipamento. Afinal uma tunadinha é mais importante!


Tanta gente para ver um "simples" Gol 1.6. Sinal de sucesso!


Parabéns ao Gol por esse aniversário especial!

Tem mais algumas fotos disponíveis no álbum VW GOL 30 ANOS.

PK

Eu sempre tive orgulho de nunca ter gostado de um carro somente pela aparência. Sempre releguei isso ao segundo plano, e fatalmente, carros bons para dirigir acabavam por parecer lindos para mim. Quantas vezes, depois de um memorável rolê com meu Chevette preto, fiquei a observá-lo languidamente enquanto abria a porta da garagem de casa, ao suave som dos estalinhos que emitia enquanto esfriava lentamente. Um Chevette não é um carro bonito, mas para mim era maravilhoso; igual àquela menina que, surpreendentemente, cria uma ligação sensacional contigo durante o ato, a ponto de te deixar bobo observando-a em seu sereno sono por horas....

Não, carro tem que ser bom, sempre foi esse o meu lema. Se perguntar a alguém o que acha de um carro, e me responderem "é lindo!", já mudo o rumo do papo para algo diferente, pois sei que não vou gostar. Lógico, ainda fico pasmo com coisas realmente belas de uma forma pura, como por exemplo um cupê Jaguar XK-E de primeira série. Coisas desse tipo são impossíveis de ignorar, e, como todo mundo, abro exceção para elas.

Mas certa vez, tenho que confessar, eu comprei um carro pela aparência. E não era um Jaguar XK-E ou similar, e sim uma reles Parati com um monte de cromados pendurados.

Tudo aconteceu no final do ano de 2002, quando, na verdade, estava decidido a comprar um Ford Focus. Já tinha dirigido o Focus algumas vezes, e sabia que era um carro sensacional. Mas aí, a VW apareceu com a Parati Crossover, uma versão mais alta, e com detalhes cromados como a grade e alguns frisos extras, que estranhamente (odeio versões mais altas de qualquer coisa, e até o nome Crossover me provocava ojeriza) me chamou, e muito, a atenção. Uma coisa era clara: ficava maravilhosa em preto.


Naqueles dias, tinha também um Opala 74, preto, com detalhes cromados como a Parati. Existe algo em carros profundamente negros, decorados com cromados bem colocados e discretos, que toca em todos os centros de prazer de meu pequenino cérebro perturbado. Quando estava negociando o Focus, numa concessionária Ford na Avenida Ibirapuera, em São Paulo, resolvi dar um pulinho na VW, do outro lado da rua, para ver se eles tinham uma lá para eu ver.

Para sorte da VW, bem no meio da loja, lá estava ela: uma Crossover no mais escuro preto perolizado já saído da planta de São Bernardo do Campo, sua grade e discretos frisos cromados quase me cegando ao refletir o sol forte do domingo. Dei uma volta nela, olhando com cuidado, e quando cheguei na traseira, parei: além das lanternas traseiras " em pé", novas naquele ano, a combinação do spoiler traseiro e os novos emblemas e frisos cromados com o preto era sensacional. Um sorriso apareceu no meu rosto, e decidi mandar o feio Focus às favas: desejo emocional, visceral, ilógico, não deve ser negado.



Ajudava que a Parati podia ser comprada então com o melhor motor já projetado e construído no Brasil para Brasileiros: o 1.0 Turbo da VW. Até o emblema também era lindo e evocativo: 16VT, cromado, mas com o “T” vermelho, tal e qual os "I" vermelhos dos Golf GTI quando tinham 180 cv. O interior do carro também era maravilhoso. Os bancos tinham "bananas" pronunciadas, anunciando que me segurariam em curvas, e um tecido vermelho clarinho combinando com cinza, lindo de morrer. E ainda, gatilhos de porta e outros detalhes também cromados, criando uma aura de algo diferente e agradável, bem longe do Gol normal.

Até o aumento de altura da Crossover, e seus enormes pneus 195/55 R15, algo que normalmente abomino, foi totalmente irrelevante: ela era perfeita de se ver, e não consegui me imaginar me resignando com a mais simples, mas teoricamente melhor Parati Turbo "básica", com suas rodas de 14 polegadas. Hoje em dia não faria mais isso, mas apenas porque um dia, já fiz.


Sabia também que seria veloz. O motor se revelou uma jóia, potente, suave e girador. Mas também, inesperadamente para um motor tão pequeno com turbocompressor, ótimo também em baixas rotações: a partir dos 2.000 rpm já se sentia a turbina empurrar, e a 3.000, já puxava feito um motor de duas vezes o seu tamanho. Um verdadeiro rato que ruge!


E como um bônus, era extremamente econômico. Lendo uma extensa matéria que our own Bob Sharp tinha publicado na revista da SAE sobre o motor, sabia que a partir dos 4.000 rpm, o motor começava a refrigerar a cabeça do pistão por sobrealimentação. Ou seja, jogava mais combustível dentro da câmara para refrigerar o pistão, mais do que o necessário para fazer o bicho andar. Sabendo disso, em viagens com a família, mantinha-me abaixo dessa rotação (que ainda assim permitia ótimos 140 km/h no velocímetro em quinta marcha) e, mesmo com ar condcionado ligado o tempo todo e a família toda no carro (naquele tempo, três pessoas e a nossa dachshund, a Salsicha) carregado, conseguia médias acima de 14 km/l de gasolina, e certa vez cheguei aos 15.

Pode não parecer muito em vista das médias que aparecem por aí na imprensa, mas eu simplesmente nunca, nem antes nem depois, gastei tão pouco. Hoje o Focus de 1,6 litro faz 12. Um amigo próximo da época, pé pesado, tinha uma Parati Turbo também, e só conseguia média de 8 por litro, antes de saber da dica mágica do Bob... Quase 200 km/h de final, e 14 km/l andando carregado a 140: quem honestamente pode pedir mais?


E me agradava o fato dele ser tão avançado. Para uma criança dos anos 70/80 como eu, era algo de sonho: todo em alumínio, duplo comando no cabeçote, variador de fase de comando, quatro válvulas por cilindro, turbocompressor com resfriador de ar... Uma verdadeira jóia mecânica.

O carro, apesar do aumento de altura, não devia nada em estabilidade. Na verdade, era excelente, o problema ficando mais no fato de que era dura como um carro esporte. Mas se percebia isso quando andava em outros carros apenas; a suspensão era mais para o lado do duro, mas não insuportavelmente. Imagino que o eixo de rolagem estava próximo em altura do ponto H do motorista, porque, da cadeira do motorista não rolava como um carro alto de forma alguma. Era realmente ótima, e excepcionalmente segura, às altas velocidades que tão facilmente alcançava. Era também um carro pequeno, mas com uma filha de três anos apenas na época, mais do que suficiente em espaço. Sendo uma perua, espaço para malas nunca faltava.

O câmbio ficaria melhor se a quinta fosse de efeito overdrive, mas na verdade, em vista da suavidade e baixo ruído do motor, não incomodava em viagens, e seu acionamento era ótimo, por meio daquela gostosa alavanca pequena da VW.

Comprei-a logo no lançamento, e portanto foi um grande sucesso de público na pequena cidade onde então morava, fazendo me sentir como um outdoor ambulante da revista Playboy: todo mundo olhava. Mas comprar ela tão cedo acabou sendo um problema: acertei um cachorro imenso na via Dutra certa vez, que me fez perder um para choque. Fiquei um mês esperando chegar o friso cromado na concessionária. E sim, o pobre animal veio a falecer, mas provavelmente passou um tempinho no purgatório canino pelos problemas que me causou...

Como vocês podem ver, o carro tinha tudo para ser algo memorável, se não fossem alguns problemas impossíveis de resolver. O primeiro deles era a guarnição de borracha da porta traseira esquerda: sem motivo aparente, rasgava-se em poucos meses. Troca-se guarnição, regula-se porta, rasga de novo. Passei por três guarnições novas, e vendi o carro com ela rasgada. O segundo foi o fato do tal tecido vermelho dos bancos, que perdeu a cor e ficou com cara de coisa velha em pouco tempo.

Ambos os problemas são extremamente irritantes, mas empalidecem em face do pior deles: a polia de comando com variador de fase, a famosa VVT. Um barulho enorme começou a aparecer dela, um cléc-cléc-cléc alto e sonoro. O carro funcionava ainda aparentemente bem, mas mesmo para o mais relaxado dos motoristas, era impossível de conviver com tal barulho. Era claramente o som de dinheiro sendo moído. O pior foi quando, saindo da casa de um amigo, ao ouvir o barulho, ele mete a cabeça dentro e pergunta, todo contente: "é Diesel?!?!"...Eu mereço!

Na segunda vez que troquei a polia, já no fim da garantia, adivinha o que fiz? Coloquei o carro a venda.

Uma pena, seria um carro realmente memorável, mas foi estragado por problemas do pior tipo: aqueles que não têm solução. Muita gente viu o problema da polia como um fato inevitável para um motor avançado tecnologicamente; obviamente isto é ridículo. O que é imperdoável é colocar carro em produção sem testes suficientes que previnam problemas recorrentes deste tipo.

Mais inacreditável é que, mesmo tendo deixado escapar um problema tão grave como este, a empresa simplesmente não tenha desenvolvido uma solução de campo para ele! Parece que preferiu apenas tirar o motor de linha. E o sujeito que comprou um carro da VW com seu suado dinheirinho? Ah, coitado...

Meu atual Focus (5 anos, 80 mil km e sem problemas) me provou que a escolha cerebral pode ser menos emocionante que as feitas em impulso, mas com certeza é a melhor na maioria das vezes. Hoje tento ignorar essas futilidades todas quando escolho um carro para mim. Mas não posso dizer que me arrependo da Crossover preta; nem muito menos que acho que as pessoas não devam comprar carros por impulso. É na verdade necessário fazê-lo pelo menos uma vez a cada dez anos, para manter a sanidade e nos fazer sentir vivos. E, olhado com as lentes róseas da memória, a minha Parati foi ainda assim um grande carro.

E fazia um par perfeito com meu Opala 74 na garagem...

MAO

PS: Este post só existe pela insistência do leitor Marlos Dantas, que ficou curioso quando falei que tive uma Parati. Nunca pensei em falar sobre ela, e portanto, para o bem ou para o mal, a culpa é dele! E as fotos são do MAO, o pior fotógrafo conhecido pela humanidade, e portanto não fazem jus à beleza do carro.

Interessante "raio-x" do nosso famoso Gol BX equipado com motor refrigerado a ar, ressaltando o "ótimo desempenho em qualquer temperatura", e a coluna de direção colapsível para segurança do motorista em caso de acidente.



Polo BlueMotion: altura de rodagem europeia

Ontem eu e o Arnaldo Keller fomos ao Clube do MG, na Lapa, para a manhã de autógrafos do livro "Interlagos - Um sonho de velocidade", do jornalista Moraes Eggers, lançado no final do ano passado. Fomos no Polo BlueMotion que está comigo e durante o trajeto comentei com o Arnaldo a questão da altura deste Polo ser menor 1,5 cm que os demais da linha e como isso era benéfico para o comportamento tanto quanto para a aerodinâmica, ao diminuir a área frontal.

Já falei bastante sobre o Polo BlueMotion neste blog (POLO BLUEMOTION OU "4+E", O RETORNO, BRASILEIRO EUROPEU, IDIOTICE DIDÁTICO-RODOVIÁRIA), de modo que é desnecessário falar mais sobre o carro. A questão a comentar agora é genérica e tem a ver com o terceiro dos três posts acima: o mal que as lombadas fazem.

Um dado fundamental em todo projeto de suspensão é a altura de rodagem. A partir dela são estabelecidos os ângulos de braços de controle ("bandejas") e das barras de direção em relação à horizontal. Esses ângulos têm enorme influência no comportamento do veículo.

No caso dos braços de controle, temos a variação de cambagem da roda ao longo do curso da suspensão, por sua vez intimamente ligada à rolagem (inclinação do veículo nas curvas). Também, a posição dos braços de controle infuencia a altura do centro de rolagem, igualmente importante para as características dinâmicas em curva.

Nas barras de direção, o efeito sobre a convergência de acordo com o sobe-e-desce da suspensão é sensível. Por isso, essas barras precisam estar o mais próximo da horizontal possível.
Quando a altura de rodagem é alterada, para cima ou para baixo, ocorre uma natural e inevitável desarrumação desses ângulos. Para que todos esses ângulos fossem mantidos, a suspensão teria que ser redesenhada.

No Brasil, como já vimos no terceiro dos posts citados acima, é preciso maior altura de rodagem em razão das defectíveis lombadas por todo o país e das inacreditáveis valetas da cidade de São Paulo. Só que para dar essa maior altura de rodagem nenhuma fábrica, em sã consciência, vai redesenhar a suspensão.
É claro que uma altura de rodagem que "desarrume" os ângulos não vai tornar o carro inseguro ou perigoso, mas certamente vai deixá-lo pior. É o que se chama de efeito colateral ao se fazer uma determinada modificação.

Inversamente, uma altura de rodagem menor, que "rearrume" esses ângulos, tornará o carro melhor, deixando-o dentro daquilo para o que foi previsto. É o que se percebe nitidamente ao dirigir o Polo BlueMotion com sua altura de rodagem 1,5 cm menor em relação aos demais Polos.
 
Seu comportamento surpreende quando se leva em conta que os pneus são bem estreitos (165/70-14) e foram feitos com o objetivo de serem mais fáceis de rolar (para menos consumo de combustível), não para melhorar a aderência nas curvas. A precisão da suspensão deste carro impressiona.
 
Foi o que expliquei para o Arnaldo, o que agora compartilho com os leitores, a quem recomendo experimentar um BlueMotion numa concessionária da marca.
 
Esse assunto é extenso e num outro post vou falar sobre essa mesma questão, porém aplicada em competição.
 
BS


Sabem o que é isso? É o calculador para escolha de combustível, entre gasolina e álcool, uma criação do André Dantas, autor de grandes posts neste blog, e minha. Chama-se FlexCalc e serve para o motorista de carro flex escolher, na hora de reabastecer, o combustível que proporciona o menor custo para rodar.

Isso porque existem duas variáveis nesse caso, a saber, os preços diferentes dos dois combustíveis e a diferença de consumo com um e com outro devido aos seus respectivos poderes caloríficos. Essa diferença, chamada de autonomia relativa, é de 70% em termos médios, razão de a seta vermelha estar sob o número 70.

Mas se o carro apresentar autonomia relativa diferente da média, por exemplo, 65%, é só usar este porcentual em vez de 70%.

Aproveitando a praticidade do FlexCalc, a Volkswagen iniciou uma campanha que consiste em enviar aos seus clientes, por mala direta, um folheto intitulado "O bom desempenho do seu Volkswagen começa neste guia" (abaixo) contendo dicas de como dirigir economicamente, com um calculador FlexCalc junto. Claro, com a devida autorização dos inventores.

A autorização concedida incluiu liberdade para algumas modificações nas cores-padrão do FlexCalc e, naturalmente, a inclusão do logo VW.

Trata-se de um louvável iniciativa da Volkswagen, que além de propiciar aos seus consumidores informações sobre como aproveitar cada gota de combustível e com isso ajudar na contenção das emissões de CO2, oferece uma maneira prática de escolher o combustível que seja mais vantajoso em termos de custo para rodar.

O FlexCalc, em configuração genérica (sem conexão com a marca VW) pode ser adquirido na Empório Divino, Al. dos Nhambiquaras, 904, Moema, em São Paulo, por R$ 6,00. Vendas também mediante depósito em conta-corrente e envio por correio, despesa postal de R$ 3,25.



Pode também ser encomendado por empresas para ser oferecido como brinde corporativo, com a logomarca impressa no centro do disco móvel. De acordo com o volume pedido, o preço cai consideravelmente. Mais informações, inclusive para venda por correio, pelo e-mail flexcalc@emporiodivino.com.br.

BS
(Atualizado pelo autor em 10/04 às 13h45)