google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): segurança
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Há pouco mais de um ano, escrevi para o AE o post “SEGURANÇA A FÓRCEPS”, questionando a iniciativa do governo de, com uma canetada, “resolver” a questão de segurança dos automóveis vendidos no Brasil obrigando que estes sejam equipados com bolsas infláveis e freios ABS (antitravamento) a partir de 1º de janeiro de 2014.

Os maiores de 40 anos devem se lembrar da motonetinha Confuso, do desenho "Carangos e Motocas", que sempre terminava os episódios com o bordão “mas eu te disse, eu te disse”. Pois é, em 19 de julho de 2011 o AE alertou para a possibilidade de algum ou de vários fabricantes colocarem os itens de segurança obrigatórios a partir de 2014 apenas para cumprir a legislação, sem que, contudo, isto representasse um real avanço na segurança passiva do veículo. Mas a legislação, que apenas fala dos itens de segurança, estaria atendida.



Repare bem na foto acima: É a foto de uma rodovia do Distrito Federal chamada EPTG – Estrada Parque Taguatinga (Seria "Estrada Parque" uma tradução ao pé da letra de "Parkway", um dos termos usados nos EUA para vias expressas?).

Recentemente ampliada, ela conta com 4 largas faixas de tráfego, asfalto bem liso e bom escoamento de água para os dias chuvosos. Conta ainda com uma pista marginal de duas faixas para acesso aos bairros que ficam às suas margens, de forma que suas entradas e saídas são todas oblíquas, para que os carros tenham um bom espaço para aceleração e desaceleração. Seu limite de velocidade é 80 km/h, que considero baixo para uma via com estas características, pois 100 km/h seria perfeitamente seguro ali, talvez até 110 km/h pudesse ser adotado com total segurança.

O ponto onde a foto foi tirada (15º49'36"S, 48º1'47"O) é o início de uma descida. Esta descida se estende por 1,6 km, com uma declividade média de 5%. A curva que pode-se ver ao fundo está a 2,2 km adiante de onde a foto foi tirada. Como se nota, tirei a foto a partir do acostamento, por segurança.



Em 18 de março de 2009, o então presidente Lula sancionou a lei 11.910, cujo texto altera o CTB, passando a obrigar que a partir de 1º de janeiro de 2014 todos os veículos novos vendidos no Brasil sejam equipados com airbag,

Em pouco mais de 2 meses o Contran editou as resoluções 311 e 312, a primeira regulamentando a lei e determinando os prazos e porcentuais mínimos em que seriam exigidos os airbags para motoristas e passageiros e a segunda, tornando obrigatório também o uso de ABS.

Entendo a boa intenção dos legisladores nestes casos. O Brasil é um país de demanda automobilística fortissimamente reprimida, ou seja, na prática, o que for posto a venda irá ser vendido, pois a população é ávida por automóveis. Sendo assim, as fábricas aqui instaladas e alguns importadores se aproveitam desta situação, vendendo pelo maior lucro possível veículos que custem o mínimo possível, como forma de maximizar os seus lucros.

Os fabricantes levam a redução de custos ao extremo, tanto que brinco que os carros aqui só saem de fábrica com volante e rodas porque sem eles seria difícil manobrá-los para levar da fábrica ao concessionário. Até no combustível economizam, os carros 0-km são entregues com apenas 1 ou 2 litros de combustível no tanque, de forma que a primeira parada após tirar um carro novinho da concessionária é obrigatoriamente o posto de gasolina mais próximo.

Sendo desta forma, os fabricantes são relutantes a colocar nos carros mais populares, os mais vendidos no país, qualquer coisa que não seja obrigatória por lei, principalmente itens relacionados à segurança, pois aqui no Brasil segurança não "vende": O consumidor prefere pagar 5 mil reais num teto "Sky Window" ou colocar um kit de rodas esportivas e aerofólio a usar este dinheiro para equipar seu carro com airbags e freios ABS. Por sinal, aqui no Brasil estes itens têm um preço muito alto quando são oferecidos, parece que nossos fabricantes acham que segurança é coisa "de rico" e que devem que esfolar bastante os consumidores mais conscientes em relação à ela. Tais equipamentos não teriam por que custar tanto, pois já são relativamente comuns nos países mais desenvolvidos.

Sendo assim, nossos legisladores acharam por bem intervir para por uma ordem nesta situação. Só que normalmente legisladores não possuem muito conhecimento técnico (o que é facilmente comprovável ao vermos a lista dos deputados que são eleitos, são eles que fazem nossas leis) e então acabaram, na boa intenção (ou não, vai saber...) aprovando a exigência de ABS e airbag para todos os carros a partir de 2014.

Por que alguém seria contra isso? Talvez não seja tão óbvio, porque tais itens são itens de segurança, como alguém pode ser contra? O problema, caro leitor, é que estes itens são apenas soluções possíveis, não são as reais causas dos problemas que foram apontados. Explicando melhor: Seria como tornar obrigatório o uso do catalisador, uma vez que ele reduz os índices de emissões. Ótima iniciativa reduzir as emissões. O problema é que o catalisador é apenas uma das soluções possíveis para o problema "emissões".

O Kadett é um exemplo de não ter catalisador até 1996 e atender limites de emissões (foto cargurus.com)
 Suponha um carro totalmente elétrico, que por si só tem emissão zero. Se o catalisador fosse obrigatório, ele teria que vir de fábrica com um catalisador preso embaixo do carro, mesmo sem ter sistema de escapamento, só para atender a lei que diz que catalisador é obrigatório. Mas, em termos de emissões, o legislador foi mais inteligente e fez o que se faz mundo afora: Impôs limites ao PROBLEMA, ao determinar qual o máximo que cada veículo pode emitir. Se a fábrica vai atender esse limite com injeção multiponto sequencial, catalisador, ignição mapeada etc, isso é problema dela, ela deve achar uma solução para o problema de emissões. Pode até ser um carro elétrico, desde que a emissão seja menor do que o máximo permitido pela lei, vale qualquer coisa.

Por isso acho que em vez de obrigar airbag e ABS, a lei deveria ter limitado a distância de frenagem em pânico (que é o que o ABS soluciona) e o máximo possível de ferimentos no caso de uma batida (que é onde o airbag atua). Isso sim seria atacar o problema, sendo que a solução aplicada teria que fazer o veículo atingir tais índices exigidos de solução do problema.

Nos EUA tornaram obrigatório o uso do airbag, mas porque o sistema legal deles tem dificuldade em obrigar o cidadão a usar o cinto de segurança. Na Europa, airbag não é obrigatório por lei, o que existe é a classificação do EuroNCAP , e adivinhem: nenhum carro consegue ter boa classificação sem airbags hoje em dia. Todos acabam saindo com o equipamento, mas não que a lei obrigue a isto. No dia em que inventarem algo melhor que o airbag, pode-se mudar para esta solução.

Proteção é o que importa, independente de haver ou não airbags (Foto bmwblog.com)

Outro problema em fechar na solução é que, para se atender à lei, basta apenas que esta esteja aplicada, independente se é efetiva ou não. Como a lei só indicaria "ABS" e "airbag", nossos queridos fabricantes colocariam os modelos mais baratos destes itens, só para cumprir a legislação, independente de sua eficácia.

Imaginem airbags numa Kombi, por exemplo, protegendo o rosto do motorista, mas continuando a expor suas pernas e tronco da forma que a própria posição de dirigir do veículo os expõe. Iriam estar cumprindo a lei, mas estariam cumprindo sua função?

Por isto, considero que esta lei, apesar das melhores intenções, foi mais um equívoco. Se bem que ela só existe porque falta ao mercado brasileiro uma maior facilidade de importar veículos de outros países, o que aumentaria a concorrência dos importados com as carroças nacionais que nos são empurradas pelos fabricantes aqui instalados.

Neste ponto, parabéns aos chineses que estão chegando, quem sabe a concorrência deles faça nossos fabricantes se mexerem. Bem, a Ford já reduziu em 4 mil reais do dia para a noite o preço do Fiesta com ABS e airbags, itens que o concorrente JAC J3 traz de série. E olha que o J3 paga 35% de Imposto de Importação que o Fiesta não paga...

CMF





Lendo o jornal hoje na internet, deparei-me com a notícia de um automóvel que havia capotado na rua Cardeal Arcoverde, bairro de Pinheiros, em São Paulo. A foto acima, mostra a parte inferior dele, um Honda Fit.



Logo de cara me chamou a atenção a localização do tanque de combustível: exatamente entre os eixos do veículo, na posição mais segura possível. Pois uma batida, para atingir o tanque e provocar vazemento de combustível, precisaria afetar até embaixo do banco do motorista. Ou então partir o carro em dois.



Apesar do motivo principal da Honda de ter colocado o tanque ali ter sido o aproveitamento do espaço sob o banco traseiro, esta posição do tanque imediatamente ativou na minha memória um texto que eu havia lido na revista Quatro Rodas há muitos anos, no início dos anos 80 (dezembro de 1981): uma matéria sobre a insegurança dos tanques de combustível dos carros daquela época. A chamada da matéria era um acidente em que o motorista bêbado de um MP Lafer bateu atrás de uma Caravan.

Foto: Fiat

Se pararmos para pensar, daqui a três anos (31/12/2013) esse carro aí em cima deixará de ser fabricado. Motivo, tornou-se perigoso. O quê? Como assim, perigoso? Será que morreu tanta gente assim, por culpa dele, desde que foi lançado aqui em 1984? Cadê a estatística mostrando o número de acidentes em relação aos Unos produzidos, que já atingiram a marca de três milhões em 26 anos de produção, proporcionalmente mais que o Fusca brasileiro (3,3 milhões) em 30 anos?

Tudo resultado da lei 11.910/09, sancionada pelo presidente da República em março de 2009, que determina que a partir de primeiro de janeiro de 2014 todo automóvel novo, fabricado aqui ou importado, só será licenciado se tiver airbags frontais. A lei foi regulamentada pela resolução 311 do Contran, de 3.4.09. Dura lex sed lex,  a lei é dura mas é a lei, só que neste caso o pé de letra da conhecida citação em latim é esquisito e soa até inapropriada.


Não é possível como a cada dia que passa, a falta de capacidade e bom senso parecem ser cada vez menores por parte das pessoas que deveriam justamente solucionar os problemas da cidade, ou pelo menos não agravá-los.
Todo dia passo pela Rodovia Raposo Tavares, que desde o começo do ano está em obras próximo à saída que eu utilizo. As obras estão levantando o muro central da pista, praticamente dobrando sua altura.


A justificativa para tal serviço é que em pontos específicos, mais exatamente perto das passarelas, os muros estão sendo erguidos para coibir a travessia de pedestres pela rodovia. Até aí, nada de mais, até uma ação válida em termos de tentar reduzir os atropelamentos, uma vez que as pessoas ignoram as passarelas por preguiça de andar até elas.
Só não pensaram em um pequeno detalhe. Ergueram o muro no meio da curva. No começo da rodovia, próximo a São Paulo (não conheço do km 50 para frente), o muro central é da altura do retrovisor de um carro comum, ou seja, é possível olhar por sobre ele e ver o que acontece do outro lado, e numa curva, é possível ver bem mais adiante no seu sentido. A foto abaixo mostra isso. (desculpem a qualidade péssima das fotos, foram tiradas com o celular).

Podemos ver por cima do muro (ignorem o poste...) bem o outro lado. Em diversas curvas, é essa a altura do muro, coerente com a necessidade do lugar.

A primeira tentativa de impedir a travessia de pedestres foi colocar uma grade tipo alambrado, mas o efeito é o mesmo do muro alto. A única diferença da grade é que em uma curta distância é possível ver o outro lado, como dá pra ver na foto acima pela Montana passando no outro sentido, e sem visibilidade atrás dela.


A foto acima mostra exatamente o problema: não dá para ver nada a alguns metros à sua frente, em um local onde é muito comum o trânsito parar repentinamente em todas as faixas. A velocidade máxima local é de 90 km/h (regularmente o trânsito flui a 100 km/h, rápido o suficiente para não permitir uma manobra rápida e frenagem segura em caso de emergência para a maioria dos motoristas comuns.
Resumo da ópera: talvez vão salvar a vida de alguns desmiolados que atravessam a rodovia a pé, mas vão causar diversos acidentes em um trecho que já não é dos mais seguros, provavelmente com mais vítimas fatais que nos atropelamentos.
Gostaria de saber quem é o imbecil que pensa nessas coisas... deve ser alguém que nunca passou pela estrada e não faz a menor ideia do que Situação de Risco e Área de Visibilidade significam. Só podia estar atrás de uma mesa assinando papel... E viva o Brasil.
Com a aprovação da obrigatoriedade de airbags em automóveis, faltando apenas a sanção do presidente da República, para posterior regulamentação técnica pelo Contran, chego novamente à mesma conclusão de sempre: este é um país imbecil.

Pode parecer uma palavra forte, mas não encontro outra melhor. Tornar obrigatório um dispositivo de segurança passiva apenas, na linha de um pensamento mais ou menos assim: pode bater que o airbag te salva!

Onde está o investimento de governos e empresas na educação, no aprender a dirigir? Segurança ativa de verdade.

Tornar obrigatório o ABS é muito mais lógico, e isso deve ocorrer só em 2014. Se podemos utilizar a tecnologia e aumentar o custo dos carros, que seja primeiro em dispositivos para evitar acidentes, não para proteger quem já bateu. Evitar é a chave da maior segurança.

Vou falar um negócio bem sério aqui: governos não sabem nada de carro, nem de ruas e nem de estradas. Há sei lá quantos milhares de quilômetros de vias no Brasil com sinalização errada. Eu conheço alguns trechos da Rodovia Rio-Santos que tem a sinalização horizontal totalmente equivocada, até mesmo invertida, permitindo ultrapassagem para quem vem no sentido contrário com menor visibilidade.

Há trechos com visão plena e sem edificações por perto, só mato, e que têm faixa contínua, proibindo a ultrapassagem. Quem presta atenção nisso deve ter visto outros muitos lugares com esse problema, e esse é só um exemplo.

Mas na mesma estrada tem camerinha fotográfica, multando quem anda um pouquinho acima da baixíssima velocidade permitida, mesmo que com plena condição de segurança. Caça-níquel na cara-dura, sem vergonha mesmo.

Mas tudo isso é típico do brasileiro, esse povo alegre, alto-astral, bonito e ...PASSIVO!!!! De uma passividade imbecil, aquela coisa de ver um governo federal confiscar o dinheiro de todo mundo no banco e deixar só 50 mangos para cada um, e esse povinho continuar assistindo novela, futebol e carnaval, em vez de sair para as ruas e parar tudo. Nesse ponto, precisamos aprender bastante com nossos vizinhos portenhos.

Espero que o Contran realmente utilize cérebros técnicos para regulamentar o airbag que será obrigatório. Faço votos que esse corpo técnico se lembre que os impactos laterais são mais fatais que os frontais. O ocupante está mais próximo do ponto de impacto, não mais do que a espessura da porta e mais um espaço mínimo, e os cintos de segurança pouco ajudam na retenção do tronco e nada da cabeça nesses casos.

Além disso, terríveis experiência feitas com macacos vivos mostraram que apenas uma boa chacoalhada de lado já é suficiente para matar, pois o amortecimento do impacto dentro do cérebro é muito menor nas laterais da cabeça do que na frente, na testa. Então, se for para ser obrigatório o air bag, que sejam os laterais, preferencialmente os de cortina, para proteger a cabeça.

O Juvenal Jorge-protection-pack, definido por ordem de prioridade técnica, ficaria assim: cintos de segurança com pré-tensionadores, mais sistema anti-bloqueio de freios (ABS), mais airbags laterais de cortina. Por último os airbags frontais.

Se extrapolarmos esse raciocínio, tudo isso deveria vir depois de ótimos pneus, freios que não "cansam" (que não dão fading), amortecedores e demais componentes de suspensão de primeira classe, além de um sistema de direção sensível e rápido, sem ser excessivamente leve.

Isso tudo somado seria eficiente para evitar acidentes e salvar vidas.