google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): carro esporte
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Lembra o Diablo, e com motivo

Em 1987 a Lamborghini foi comprada pela Chrysler, que via no fabricante italiano um negócio atraente para expandir sua capacidade de fazer carros exclusivos e vendê-los com muito lucro. Até mesmo um motor Lamborghini na Fórmula 1 existiu, de 1989 a 1992, através dessa injeção de dinheiro, que visava tirar o honorável fabricante italiano dos problemas financeiros de muitos anos, algo que até mesmo Franco Gozzi (1932-2013), o veterano assessor de imprensa e braço direito de Enzo Ferrari, lamentou certa vez. Diante de um Silhouette com o qual o jornalista Mel Nichols fora visitar a fábrica do Commendatore, ele disse, balançando lentamente a cabeça: “Que tragédia que as coisas estejam tão ruins para uma empresa que faz carros como esse”.

Óbvio que entrar na casa italiana com soluções americanas não poderia dar cem por cento certo, e alguns funcionários e prestadores de serviços resolveram abandonar a área, levando com eles décadas de conhecimento.

Quase ao mesmo tempo, Claudio Zampolli, um ex-engenheiro de testes de desenvolvimento que trabalhou na Lamborghini de 1966 até 1973 nos projetos do Miura e do Countach, fundou uma empresa junto com o produtor musical e compositor Giorgio Moroder, para fabricar um carro considerado excessivo.

Um modelo não funcional ainda na Lamborghini. Seria bastante modificado.

Pelas portas já sabemos ser algo especial

De 1992 a 1994, a Mazda fabricou um carro pequeno junto com a Suzuki. Muito interessante, por ser minúsculo e com motor dotado de turbocompressor e trocador de calor ar-ar, o AZ-1 ou Suzuki Cara tinha motor 657 cm³ com dois comandos de válvulas e quatro válvulas por cilindro, desenvolvendo 64 cv a 6.500 rpm e 8,7 m·kgf a 4.000 rpm.  A faixa vermelha do conta-giros estava a 9.000 rpm. 

Pouca potência para qualquer carro normal, mas não para ele, que tinha massa em ordem de marcha de 720 kg, com 56% disso sobre as rodas traseiras, permitindo um bom desempenho do motor de 3 cilindros. Com apenas dois lugares numa diminuta carroceria de 3.295 mm de comprimento, tinha portas abrindo para cima, sua característica mais exclusiva e chamativa e entreeixos de 2.235 mm com as rodas bem nos cantos, permitindo uma agilidade enorme.


Toyota MR-2

No meu post sobre o Chrysler CCV publiquei uma foto do motor, onde se vê o capô dianteiro aberto. Acesso fácil, de alto a baixo. E mais uma vez fiquei pensando por que nenhuma fábrica pensa seriamente em fazer algo assim para grande produção. 

Ao menos para carros simples e baratos, destinados principalmente a frotistas, em que um fácil acesso mecânico se traduz em menor custo de manutenção e menos tempo com carros parados.

Basta ver por exemplo os capôs de caminhões com cofre separado da cabine, ou nos “cara-chata”, cuja cabine bascula para frente. Isso se tornou quase padrão na indústria dos pesados, mas ainda não chegou aos carros.
 
No extremo oposto da acessibilidade mecânica estão os carros com motor entre cabine e eixo traseiro, adorados por muita gente e considerados a única verdadeira configuração de um carro esportivo de verdade, puro. Poderíamos falar de inacessibilidade mecânica no caso deles. Basta ver a foto de abertura do post, ou essa aqui abaixo de um Audi R8. Em regra, é preciso remover algumas coisas do caminho, exceto se o carro tiver estrutura tubular e coberturas articuladas grandes, como no Ford RS200, por exemplo.

Audi A8: removendo o pára-choque fica mais fácil
Fotos: Supercars.net, exceto onde indicado

Um cupê esportivo único

A marca britânica MG, Morris Garages, anteriormente ao fechamento da fábrica de Longbridge em 2005, tinha carros que eram pouco atrativos ao mercado local. Basicamente Hondas modificados e com estilos externo e interno próprios. As marca MG e Rover eram produzidas sob o mesmo teto, nessa muito antiga instalação.

Rapidamente, já em 2007, a MG foi ressuscitada pelos chineses da SAIC Motors, que sabiamente retomaram algumas atividades de montagem e de desenvolvimento em parte da antiga fábrica, já no ano seguinte. Dos MG atuais, os componentes são fabricados de verdade na China, mas não há como dizer que a marca é do Reino Unido se não fosse feito algo por lá mesmo. Ponto positivo para os chineses, mesmo não tendo mantida a fabricação completa por lá. O quanto de conteúdo local cada modelo tem, hoje, é difícil saber ao certo. Boa parte da montagem, porém, é feita em solo da Rainha.
Fotos sem crédito: Volvo



Quando vejo um Volvo moderno passar por mim, fico um pouco pensativo. Fico imaginando que, para um jovem qualquer, a marca tenha pouco ou nenhum significado. Talvez ele tenha ouvido falar algo sobre “segurança”, talvez algum vendedor mais afoito lhe tenha dito que é o carro mais seguro do mundo, ou um outro exagero parecido. Talvez ele ache, vendo a aparência do carro, que seja algo como uma Hyundai sueca, talvez. Se for um jovem como os que tenho visto hoje em dia, provavelmente não saiba nem que Volvo é sueca. E muito menos tenha ideia que seus donos são hoje chineses...

Mas também pudera. Depois de anos no poder da Ford, e agora com os chineses, o quanto será que ainda existe da velha empresa sueca lá dentro? Certamente o design, apesar de moderno e agradável hoje em dia (ainda que de uma forma meio coreana), já não tem mais nada a ver com o conservadorismo que outrora fez a marca famosa. Ainda assim, os mais sensíveis à história do automóvel podem ver um pouco de um famoso Volvo do passado na traseira de todo C30 que passa por aí, seu dono modernoso certamente completamente ignorante de tão importante reverência ao passado. Este famoso Volvo do passado é a semi-perua esportiva P1800ES, abaixo.

foto: Volvo / mecanews.com


Recentemente, um grande amigo aqui do blog importou um cupê P1800E, antecessor imediato da semi-perua ES, e tive o prazer de andar um pouco com ele. O que me deu a oportunidade de pensar um pouco mais sobre esta marca sueca tão desconhecida dos brasileiros em geral, e ao mesmo tempo ajudar a jogar um pouco de luz na história desta companhia que só agora se torna relativamente comum por aqui.


O Fusca todos conhecemos
Discussões sobre carros são sempre complicadas. Há carros modernos e novos em folha que não representam nada, exceto serem um veículo para condução humana, pois não tem história atrelada a eles. Nunca tiveram a marca que os originou conseguindo algum sucesso em provas de competição, a mais importante modalidade delas sendo os ralis. Outros nem mesmo tiveram um criador, são frutos de reuniões de comitês que decidem investir nesse tipo de indústria, com tal tipo de produto.

São marcas absolutamente competentes, atendendo os anseios de muitos consumidores, mas que não entusiasmam.
Quando Gordon Murray criou o McLaren F1, criou o que seria o ápice do carro esporte até ali. Eu sinceramente não acreditei que nada mais perfeito teoricamente poderia ser feito para o motorista entusiasta, escrevi longas odes a ele, e coloquei seu criador num pedestal.

O que Murray fez foi pegar tudo que então se acreditava ser ideal e juntar tudo num carro só. Este conceito do carro ideal na verdade apareceu logo depois da Segunda Guerra Mundial e, personificado no grande Colin Chapman, ganhou aceitação completa, foi perseguido por todos, mas só conseguiu chegar a seu ideal perfeito, ao limite de onde poderia chegar, pelas mãos de Murray e Ron Dennis no F1.