Amigos, andei novamente de Del
Rey depois de exatamente 21 anos. O jovem amigo Eric
Erbert, um cara que podemos classificar de forma respeitosa como esquisito, atendeu
de pronto meu estranho pedido de tirar da garagem seu médio luxuoso, em vez
de um dos seus outros dois carros que seriam uma escolha mais lógica. Ele tem
dois Dodges nacionais, um Dart absolutamente malvado, animalesco, com motor
muito modificado e cerca de 400 cv, além de outro Dart Gran Sedan totalmente
original, que ele chama de vovô.
Ele não tem carros mais novos para utilizar, o mais atual sendo justamente o Del Rey Ouro mostrado nessas fotos. Não é exatamente o perfil normal de uma pessoa com menos de 40 anos de idade e que goste de carros. Mas está valendo, já que ele saiu verdadeiramente dos lugares-comuns com o Del Rey.
Ele não tem carros mais novos para utilizar, o mais atual sendo justamente o Del Rey Ouro mostrado nessas fotos. Não é exatamente o perfil normal de uma pessoa com menos de 40 anos de idade e que goste de carros. Mas está valendo, já que ele saiu verdadeiramente dos lugares-comuns com o Del Rey.
O sedã médio de luxo é
de 1984, com motor CHT, na cor de lançamento, um amarelo-dourado metálico cujo
nome não encontrei até agora. O ano de 1984 é importante pela adoção do motor
de 1,6 litro batizado de CHT, igual ao já usado no Ford Escort nacional desde o
início, em 1983. No Brasil, foi o
primeiro caso de aplicação de um mesmo motor em posição longitudinal e transversal,
como era instalado no Escort.
CHT significa Compound
High Turbulence (alta turbulência composta), se referindo ao projeto de
coletor, dutos de admissão e pistões que forçavam um movimento turbulento na mistura,
de forma a atomizar ao máximo o combustível e permitir a queima eficiente,
diminuindo o consumo específico do motor. A origem desse motor está bem
explicada nesse post aqui.
Funcionava bastante bem,
já que foi um aperfeiçoamento do motor do Corcel, que foi o primeiro motor a álcool com funcionamento
correto no Brasil, sem dificuldades para fazer ligar quando frio e ser capaz de
andar de forma civilizada (sem trancos) na fase de aquecimento. Com números de
consumo bastante baixos em relação a média dos concorrentes, ajudado pela
cilindrada, apenas 1,6 litro (1.555 cm³), esse motor permitia obter-se algo como mais de 8 km/l com
álcool andando na cidade. Lembremos-nos que carros de projeto pré-onda da
segurança de final dos anos 1990 são quase sempre mais leves que os atuais. Esse
Del Rey pesa cerca de 1.020 kg em ordem de marcha com o tanque de 57 litros
cheio. Além de a mistura ser formada por um carburador de corpo duplo; nada
das injeções modernas de hoje.
O Del Rey que eu havia
utilizado mais de duas décadas atrás era um Ghia 1,8 duas-portas, que
havia sido comprado zero-quilômetro em 1990 por meu pai que, ao decidir trocar
de marca após a descontinuação do modelo, passou-o para mim, vendendo meu velho Escort XR3, já bem baleadinho. Meu
pai adotou um Honda Accord 1992 pouco rodado em 1993 e, assim, a Ford perdeu um bom
cliente, que já havia tido 10 carros da marca. Era algo já previsto, quando vi
as notícias sobre o lançamento do Versailles, um Santana travestido, obra de
uma coisa estranha que aconteceu no Brasil, a joint venture da Ford e Volkswagen, batizada
de Autolatina e apelidada imediatamente de "Autolatrina". Melhor mesmo o belo
Accord branco na garagem.....
O carro do Eric me fez
lembrar imediatamente das sensações de aprender a dirigir e usar um carro do qual sempre tive boas
recordações e que me passa familiaridade, coisa de se sentir em casa.
Foram vários Corcel, Corcel II e Del Rey na garagem, intercalados a carros de
outras marcas que tinham sempre confiabilidade duvidosa, nunca se aproximando
dos Ford. Não vamos comentar os piores, já que todos os carros tinham problemas
sérios, mas abrangeram as outras marcas principais presentes no mercado
nacional: Volkswagen, Chevrolet, Fiat e Dodge.
O melhor dos Corcel/Del Rey para quem os utiliza sempre foi o conforto ao rodar. A suspensão absorve bem a maior parte dos obstáculos que são normais em nossas maltratadas vias. Isso acontecia com carros novos e no do Eric continua funcionando muito bem, como confirmei ao rodar por ruas remendadas com a qualidade das administrações públicas, ou seja, um lixo puro.
Um tanto antes, me
lembro bem de um feriado chuvoso no litoral sul paulista, numa semi-deserta
Peruíbe, onde comecei meu aprendizado de direção, justamente no primeiro Del
Rey de casa, um duas-portas 1982. Isso deve ter sido em 1984. Claro,
então, que esse carro tem certa importância na minha vida automobilística.
As duas portas foram um
problema trazido já do Corcel II. Enormes e pesadas, eram um estorvo em todas
as garagens e estacionamentos com pouco espaço. Pior que o Corcel II e o Del
Rey nesse ponto só mesmo o Maverick, com uma porta que parecia pesar uma tonelada.
Foi bom andar no carro
do Eric e constatar que esse problema não existia com as quatro portas, versão
que, infelizmente, nunca tivemos em casa, onde todos os quatro Del Rey foram
duas-portas. Ainda bem que hoje há vários modelos de qualquer marca que nem
mesmo são fabricados com duas portas. Só servem mesmo para picapes cabine
simples e carros esportivos puros, já que tornam incômodo demais o acesso ao
banco traseiro. Mesmo com pouco espaço entre a coluna B (central) e o banco, é mais fácil
passar por ali do que se esgueirar para chegar ao banco traseiro pela abertura de porta
dianteira.
O Del Rey é de fácil
definição. Trata-se de um Corcel II bastante enfeitado e melhorado em muita
coisa, que por alguns anos, até 1986, foram também adotadas parcialmente no próprio Corcel II. A linha do tempo desse carro
está mais detalhada neste post aqui. onde as versões ao longo dos anos pode ser
conhecida.
Mas só isso não explica
o que esse carro trouxe à indústria brasileira. Depois dele, todos os outros
carros tiveram que melhorar seus interiores, tanto em termos de conteúdo quanto
de qualidade de acabamento, das matérias-primas empregadas à
montagem de peças. Além de, mandatoriamente, se tornarem mais silenciosos no interior.
Bastante conforto na frente |
Bancos dianteiros totalmente recuados |
Era comum ver carros de todas as marcas com pouco tempo de uso, digamos dois anos, com tecidos desbotados ou até mesmo decompostos pela exposição à luz solar. Com o Del Rey, esses carros começaram a deixar clara a sua vergonha, já que o tecido de bancos e das portas, bem como do teto, eram de uma construção nova no Brasil, formada por fios conhecidos como trilobal, à base de poliéster, onde um corte transversal do fio mostrava três lóbulos, ou gomos, contra os dois dos tecidos aqui existentes, refletindo mais a luz e dando uma aparência mais brilhante, mantendo os bancos menos quentes e aumentando sua durabilidade. O carro tinha tecido e carpete em toda a área interna e no porta-malas inclusive, onde apenas a tampa não tinha revestimento.
O relógio digital fabricado
pela Philco, instalado num pequeno console no teto, era uma característica chamativa desse
interior, já que não existiam carros com algo além de uma luz de cortesia,
alças e pára-sóis ali A intensidade da iluminação diminuía ao se acenderem
as luzes externas para não incomodar à noite.
A iluminação dos
instrumentos, em azul e laranja, era inspirada no painel de aviões comerciais. O
quadro de instrumentos tinha pela primeira vez, um circuito elétrico impresso no lugar de um amontoado de fios e conectores. O desenho e iluminação eram
realmente chamativos, mas não totalmente eficiente, talvez pela posição das
lâmpadas em relação à face dos instrumentos. Velocímetro, conta-giros, nível de
combustível, temperatura do motor, pressão de óleo do motor e voltímetro eram
os seis instrumentos reunidos ali, um quadro de instrumentos que marcou época.
Compare com os carros novos que nem marcador de temperatura de motor possuem,
uma verdadeira afronta à inteligência do motorista, algo que deveria ser proibido
pela Constituição ou, mais ainda, pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todo homem tem o direito de saber a temperatura e variações
desta no motor de seu veículo”...
Quadro de Instrumentos incomum ainda hoje |
O famoso relógio de teto |
Os vidros elétricos com
comando centralizado na porta do motorista eram os primeiros com funcionamento
de velocidade decente e sem ruídos em excesso, como de um outro modelo
ítalo-brasileiro que já os tinha antes do Del Rey. Travas de porta elétricas
faziam conjunto, uma comodidade que hoje é mandatória para qualquer
carro acima dos modelos de entrada do mercado.
O pára-brisa é
laminado, algo também pouco comum para três décadas atrás, e que depois se
tornaria obrigatório pelo Contran. Realmente não sei dizer se o Del Rey foi o primeiro assim
equipado, mas a certeza é que a indústria de vidros ainda engatinhava nesse
produto aqui no Brasil e o pára-brisa era importado nos primeiros anos do
carro.
Nas portas, luzes de
cortesia com lente em forma de persiana, vermelha, com as aberturas inferiores
transparentes. A luz era vermelha para quem via o carro por trás, mas branca
para iluminar a área onde os passageiros pisariam. Havia também um
interessante cinzeiro em forma de semi-círculo, giratório.
Cinzeiro fixado em moldura do painel de porta |
As lentes da luz de cortesia |
Painel de porta em tecido e carpete, suave ao toque e espumado |
Os tecidos com base de
espuma de boa espessura ajudavam bastante na redução de ruído, principalmente o
de rodagem pneus-solo. O motor ainda era bem audível, principalmente
acima de 3.500 rpm e havia outros carros no mercado mais silenciosos. Mas
nada que comprometesse e o fizesse desconfortável, mesmo após muitas horas de
estrada.
Os espelhos externos
tinham controle remoto por cabo, ligados a um pino com cabeça em forma de
esfera. Era inexplicável a distância entre o espelho e o comando, que ficava
numa altura em que se batia a perna facilmente, um defeito que incomodava. Havia luzes de leitura
individuais na frente e atrás, quatro lâmpadas e quatro interruptores.
O carro do Eric não tem
ar-condicionado, opcional mesmo no modelo-topo Ouro. Esse sistema tinha aquecimento,
refrigeração e desumidificação, retirada do excesso de umidade, permitindo a
ausência de embaçamento dos vidros. Somava-se ao melhor sistema de ventilação
interna de carros nacionais, originário do Corcel II, e era muito similar aos
sistemas atuais, todo integrado e com os comandos simples e claros, logo acima
do rádio/toca-fita. Este no carro do Eric é original, Philco como o
relógio e funciona: basta ver que ele tem várias fitas cassete no porta-luvas
que não são apenas para enfeite.
Rádio de fábrica, e funcionando |
Fitas cassete! |
Direção hidráulica opcional, e depois de algum tempo, já em final de 1982, caixa automática de três marchas, importada da França, de fabricação da DRM, para motor longitudinal e tração dianteira.
Foi uma manobra de
mercado importante. Só haviam carros grandes e de motores também com opção de câmbio
automático nesse ano, o Opala seis cilindros e o Landau. O único potencial
concorrente havia saído de produção em 1981, o Dodge Polara. Depois, no final
de 1985, vieram o Chevette e o Santana com caixa automática também de três marchas.
Como a caixa era européia, o
foco era, além de atender a quem não quer trocar de marcha, manter o
consumo contido. Mas tinha trocas pouco suaves, nada a ver com uma automática
americana. Era bem diferente dessas, com quatro embreagens
multidisco, conversor de torque, diferencial e três marchas à frente. Tudo num só bloco, pois era um transeixo. Havia sido lançada no mesmo ano na Europa para clientes
como Volvo, Renault e Peugeot. Mais incrível ainda, a anos da primeira injeção
eletrônica de combustível, essa caixa já tinha comando eletrônico, com a central
fixada na parede de fogo. Havia lâmpada de verificação no painel,
ao lado da do freio de estacionamento. A luz se
acendia quando se girava a chave e, se tudo estivesse em ordem, apagava-se após três segundos de
funcionamento do motor. Havia a característica de mesmo com problemas, ser
possível movimentar o carro em terceira marcha ou ré.
Além disso, o programa
já permitia uso tranqüilo ou esportivo, como hoje. Se pisar mais fundo, as
trocas são feitas a rotações maiores. Era mesmo bastante moderna para o ano de
1983, quando começou a ser vendida.
O passo mais importante
que a Ford deu com o Del Rey foi no modelo 1985, quando um sistema muito criticado foi alterado junto com o facelift
de grade, faróis, rodas, molduras de porta e lanternas, além do primeiro forro
de teto moldado do Brasil e alterações na forma do banco traseiro e nas
regulagens do encosto de cabeça dianteiro. Modificações de suspensão o fizeram
atingir um nível de estabilidade tal que apenas os mais atentos perceberam.
Na revista Motor 3 houve uma explicação desse fato, com uma ótima foto para explicar o novo comportamento. A revista alugava o autódromo de Interlagos e fazia uso para seus carros em teste. Essa foto abaixo foi feita lá, e a qualidade está ruim devido ao escaneamento feito por mim.
Surpreendente nas curvas a partir de 1985 |
Vindo de um comportamento notoriamente subesterçante, (saía muito de frente), o carro passava a ter várias modificações na suspensão, conforme explicava José Luiz Vieira: “Mantendo o mesmo desenho básico, os engenheiros de suspensão realizaram modificações nos amortecedores, buchas, barras estabilizadoras e conjunto roda-pneu”.
Com essas alterações e direção hidráulica e ar-condicionado o peso era ao redor de 1.070 kg.
Detalhando o que havia
sido mudado, amortecedores com carga maior para controlar mais os movimentos
verticais, algo notoriamente amplo em um carro com entreeixos curto, 2.438 mm e
balanços dianteiro e traseiro longos.
A barra estabilizadora dianteira foi aumentada de 19 para 21 mm de diâmetro, a traseira de
14 para 16 mm. No modelo de topo, agora batizado de Ghia, as rodas de aço com
calotas passaram a ser 6J x 14 contra as
anteriores 5J x 13, que permaneciam no modelo básico (apelidado desde o início de
prata), e novos pneus 195/60HR14. O mais notório na mudança do comportamento foram
as buchas.
Nas palavras de JLV “os isoladores dos amortecedores agora são
compostos de duas partes, que diminuem a pressão específica e a pré-carga,
melhorando suas características de transmissibilidade de choques para as
borrachas. O diâmetro externo do isolador aumentou de 32 para 46 mm. Sua
montagem é por arruelas metálicas adequadas à nova configuração. Os isoladores
do braço inferior e superior da suspensão dianteira e do braço central da
suspensão traseira têm novo desenho e são mais compridos (51 mm), absorvendo
melhor os impactos. Os isoladores dos tirantes de cáster também foram
modificados, com desenho visando maior progressividade e novo composto de
borracha com melhores características de isolamento de ruídos e vibrações”.
Além disso, entrava em
cena a direção hidráulica regressiva, que diminuía a assistência com o aumento
da rotação do motor. Leve para manobras, mais pesada em estradas, fazia também
diminuir a quantidade de voltas de batente a batente, com 2,9 ante as 3,4 da
direção não assistida. O ponto que eu não gostava muito é que ela era leve demais, como a maioria dos carros.
Isso tudo tornava o Del
Rey apto a gerar saídas de traseira quando se levantava repentinamente o pé do
acelerador em curva, justamente o comportamento mais desejado de um tração
dianteira moderno, que faz a frente voltar para dentro da curva em emergências,
quando o motorista se assusta com uma escorregada de frente e para de acelerar.
Hoje, todos os carros mais bem desenvolvidos fazem isso.
No meu carro 1990, com essa
suspensão evoluída, era mais fácil ainda fazer essa brincadeira em uma famosa
curva em descida no bairro da Saúde, em São Paulo. Mesmo com piso ruim, a rua
Ribeiro Lacerda, com duas faixas na descida e duas na subida, permitia
ultrapassar por fora carros mais lentos que insistiam em ficar na esquerda.
Como não poderia deixar de ser, hoje há uma maldita lombada eletrônica e o
limite imposto para a segurança da arrecadação municipal é de 40 km/h. No Del
Rey, passava por ali tranquilo a 70 km/h sem oscilações exageradas da
carroceria, numa São Paulo que já se julgava cheia de gente e carros, mas que comparado
a hoje, era um deserto. E isso com pneu original, os duríssimos Firestone S-660.
Imagino como seria com pneus superiores.
Mesma coisa acontecia
em uma alça de acesso entre duas avenidas ali próximas. Sempre que havia um “piloto” chegando na
traseira do suposto carro de tiozinho, eu entrava nessa alça do mesmo jeito em
que vinha na reta, entre uns 80 e 90 km/h, desde que houvesse trânsito livre,
claro. Sempre, invariavelmente sempre, o
gênio freava, e eu ia consertando as saídas de frente com a dosagem de
acelerador e pequenos contra-esterços muito facilitados pela levíssima direção
do verdinho. Claro, ia perdendo velocidade na curva, mas muito menos que carro que
antes estava colado na traseira.
Isso ocorreu por acaso
numa primeira vez, mas posteriormente eu realmente procurava as oportunidades
de deixar carros de várias procedências para trás nas curvas complicadas.
Tempos bastante
divertidos de se andar com um carro que fazia curvas de forma totalmente
diversa de sua imagem no mercado. E melhor ainda porque praticamente ninguém
sabia das melhorias de suspensão efetuadas em 1986, e não entendiam o que
estava acontecendo quando viam o luxuoso se distanciando à frente. Momentos
mágicos esses, que eu contava a meu pai, deixando-o bravo, pois ele dizia que
Del Rey era para andar tranqüilo, não como "um moleque maluco".
Com todas essas
alterações, praticamente desaparecia o movimento mais chato de todos que os
Corcel e os primeiros Del Rey faziam na suspensão, um balanço da dianteira em
curvas, sobre a roda externa, onde o peso maior se apoiava. Esse cabeceamento
era um tanto desagradável nos carros pré-1986, e fiquei pasmo ao dirigir depois de muitos anos
um Fiat Marea novinho, veículo de test drive de concessionária, e descobrir o
mesmo comportamento.
Ruim mesmo era o
desenho do volante que foi usado durante toda a vida do carro. Na moda entre os
estilistas da época, o "V" invertido não permitia apoio dos polegares na posição
correta, 15 para as 3, e cansava depois de muito tempo dirigindo.
Tudo isso pode ser
contestado por quem utilizava carros de projeto muito mais moderno, e aí é que
estava o mérito do Del Rey, que nada mais era do que um Renault 12 projetado na
França na década de 1960, melhorado ao longo do tempo pela Ford, e funcionando
bem três décadas depois.
Haviam dois problemas
básicos que o colocavam em desvantagem, uma delas mais importante para o
conforto, que era o entreeixos idêntico ao do Corcel, permitindo pouco espaço
para as pernas no banco traseiro. O outro, menos grave, era o motor de 1,6
litro que tinha 71,7 cv movido a álcool, a uma rotação de 5.000 rpm, quando os
dois principais concorrentes, o Santana e o Monza tinham motores de 1,8 litro,
com potências bem superiores, mais de 20 cv de diferença em ambos. Vantagem do Ford era o consumo, ajudado pelo
ponto de torque máximo a apenas 2.400 rpm, apesar do número em si não ser alto,
11,9 m·kgf.
Acesso ótimo ao CHT |
Os números não mentiam. De 0 a 100 km/h, 15,9 segundos, com o Santana precisando de 11,2 e o Monza apenas 10,7. Na velocidade máxima, mesma disparidade, com 157 km/h para o Del Rey, 176 km/h o Santana e 177 km/h o Monza.
O câmbio teve
alterações importantes no sistema de trambulador, fazendo os engates muito mais
precisos que no Corcel, e a alavanca comprida garantia esforço bastante baixo
do braço.
Sobre a fama real de não
quebrar e durar muito, há que se manter a cautela. Maus donos ou usuários de
carros são capazes de quebrar qualquer coisa, até um tanque de guerra. Devemos
então pensar sobre a visão generalista que se tinha sobre os carros dessa
época. Aí sim, era claro que esses motores eram dos que menos freqüentavam
oficinas. Tinha probleminhas, um deles apenas chato, um vazamento mais ou menos
comum na junta de borracha da tampa de válvulas e na tampa de enchimento de óleo. Acontecia em vários carros,
mas nada que fosse prejudicial de verdade, apenas de visual desagradável e que
não comprometia no nível de lubrificante, exceto se o dono esquecesse de trocar
nas horas certas.
Com a adoção do motor e
câmbio VW, ocorria mais um aumento de massa, com o carro completo indo aos
1.100 kg, já que o motor AP é mais pesado que o Ford CHT. Andava mais
realmente, mas não tão melhor a ponto de ser considerado rápido, e o consumo
era desproporcionalmente maior, demonstrando que o velho motor Ford tinha suas
vantagens claras.
Sem dúvida um carro
antigo, melhorado ao longo de sua vida no mercado com a adoção de equipamentos
de ótima qualidade e com um acabamento de primeira linha.
Pelo resgate das
sensações saudosistas que me trouxe, o carro do Eric merece menção honrosa,
mesmo não estando perfeito e precisando de algumas melhorias e tratamento de
detalhes que irão deixá-lo muito mais bacana do que já é.
JJ
Fotos: autor; preciolandia.com; Motor 3; mercadolivre.com
Belíssimo carro! Elegante, charmoso, super luxuoso e muito belo com esta cor . Quando vi o carro das fotos, logo me veio à mente o casamento dos meus pais, há exatos trinta anos atrás; só que o Del Rey que levou minha mãe à igreja era um branco, com todo o estilo! As más línguas falam que Del Rey é "carro de velho", "carro de tiozão"; mas eu com meus 24 anos e cabeça saudosista, adoraria ter a oportunidade de um dia dirigir um belo modelo Ghia 1.8.
ResponderExcluir"Questão de requinte", he, he, he! Del-Rey Ouro, com sua grade de barrinhas verticais cromada, o modelo que gosto mais. Ah, esse quadro de instrumentos maravilhoso (rivalizando com outro sensacional, o do Alfa-Romeo 2300 Ti-4), este arrasador interior monocromático clarinho, o veludo, a qualidade dos carpetes, o capricho geral de um tempo em que a Ford era referência em acabamento...Me deliciei com este post. Deveriam fazer um assim pelo menos a cada 15 dias, homenageando e relembrando em detalhes os nacionais que marcaram épocas passadas. E já que também falou nele, minha sugestão seria a de que dessem continuidade mostrando e esmiuçando esse Dart Gran Sedan totalmente original, meu Dart preferido, juntamente com o Magnum e o Le Baron. Sou fascinado por eles até mais que pelo queridinho de quase todo mundo, o Charger R/T. Juvenal, esse seu post sobre o Del-Rey levou o prêmio que acabo de instituir: o de melhor post autoentusiasta da semana, he, he! Valeu mesmo!
ResponderExcluirAbraço.
Mr. Car,
Excluirgrato pelos elogios e pela gentileza.
Uma coisa muito esquisita nesse carro, (como na linha Corcel II) era a buzina ser acionada em um botão na alavanca do pisca-pisca.
ExcluirPouco prático, nada inteligente, coisa de carro frances....
Não há nada de esquisito nem de pouco inteligente em o interruptor de buzina ser na alavanca na extremidade do indicador de direção, questão de escolha. Inclusive, prefiro-o nesse lugar. Mas o Renault Laguna tinha-o tanto ali quanto no volante.
ExcluirOs Celtas da primeira geração também vinham com a buzina "francesa".
ExcluirQuanto ao pára-brisa laminado, o mesmo já se fazia presente no Ford Galaxie/Landau desde sua reestilização em 1976.
O Escort de primeira geração no Brasil (83-86) também tem tal acionamento. Como proprietário de um, posso dizer que é excelente. Permite um toque breve, muito agradável, sobretudo para agradecer.
Excluir"Buzina na seta" IMHO (já tive Uno assim e sei que acabamos nos acostumando) não é a melhor opção em caso de emergência.
ExcluirAnônimo 19/02/14 15:15
ExcluirPelo contrário, nas emergências é até melhor, não é preciso procurar acertar o botão no volante ou achar o ponto em que a almofada central aciona o interruptor. Na seta, não é preciso tirar o polegar esquerdo do volante e ela pode ser facilmente acionada com os outros dedos.
Quanto ao motor, o EA111 1.0 também foi montado em duas configurações. Longitudinal no gol G4 e transversal nos G5 e G6 e no Fox.
ResponderExcluirO AP também... Longitudinal: Gol, Voyage, Parati, Saveiro, Passat, Santana e Versallhes... Longitudinal Apolo, Verona, Escort, Logus, Polo Classic. transversal. O motor GM família II também é usado na longituinal/ tração traseira no Omega/S-10... Creio que o Del Rey e o Motor CHT seja o primeiro caso.
ExcluirPor que não colocaram o motor 2.3 "canadense" nesse carro? Ele merecia, afinal era "Del Rey".
ResponderExcluirO motor 2.3 não é canadense. Esse termo era aplicado ao 302 V8, talvez por causa da fábrica de Windsor, Ontario, que dá nome a esses motores ("Windsor"). O 2.3 era feito no Brasil. A Ford preferia exportá-lo para ser usado no Thunder americano. O Del Rey foi um carro projetado na bacia das almas - por baixo, não passava de um velho Corcel, com aquela longarina transversal que lhe é característica. Seria impossível instalar o motor 2.3 nele, inclusive porque era pesado e afetaria negativamente o comportamento dinâmico do carro, que já era péssimo. Por isso, deram um tapa no motor do Corcel II e transformaram-no em CHT: "Concebido Há Tempos".
ExcluirLorenzo Frigério,
Excluirquando do lançamento da Pampa 4X4 houve a sugestão da revista Motor 3 para se fazer uma Belina 2,3 4X4. Dada a formação de engenheiro automobilístico do editor José Luiz Vieira, sua experiência em várias fábricas na Europa e Estados Unidos e seu acesso a pessoas de várias empresas, aqui e no Exterior, acredito que ele não estaria escrevendo algo que soubesse ser impossível.
Além disso, aprendemos nos bons cursos de engenharia, e muita gente aprende na prática trabalhando com carros, que poucas coisas são impossíveis de serem feitas, normalmente necessitando apenas tempo e dinheiro.
Talvez o dinheiro tenha sido o que a Ford Brasil não quis gastar.
Entendo sua bronca com o modelo, mas realmente não é necessário tentar convencer a todos aqui que era um carro ruim, já que naqueles tempos todos os carros nacionais tinham defeito sérios, e os Corcel e Del Rey estavam entre os que tinham menos problemas desse tipo, sendo facilmente os que menos se via "quebrados" nas ruas e estradas.
Veja por exemplo o fato de você escrever que o comportamento dinâmico do carro era péssimo. Péssimo nunca foi, e passou a ser muito bom em 1985, conforme bem explicado no texto e conferido por mim, nos quatro anos que dirigi o carro quase diariamente, nos dois últimos sendo o meu carro de uso diário. Lhe garanto que o que escrevi não era mentira, e nunca me esqueço dos carros mais modernos e de comportamento dinâmico tido como excelentes que ficaram para trás em curvas. Minha vítima preferida eram os Gols, desnecessário dizer.
Obrigado pelos seus constantes comentários.
Não sei se é fato, mas me parece que o Motor a 2.5 a gasolina da Ranger, de 1996 a 2005 é uma variação destes motor 2.3 do Maverick.
ExcluirEm que pese hoje ser um clássico, o Del Rey é mais uma prova das pipocadas da Ford brasileira, que à época poderia muito bem ter feito um esforço e lançado o Sierra por aqui, carro esse que seria um verdadeiro impacto, ainda mais em um mercado fechado com o nosso à época. Teria dado inclusive para fazer esforço conjunto com a Argentina, que tinha o tal modelo e usava o motor made in Taubaté no cofre. Arrisco dizer que se o Sierra fosse nacional ele poderia inclusive ter impedido a hegemonia que o Monza teve naquela década.
ExcluirTô rindo adoidado do significado de CHT que o Lorenzo escreveu... "Concebido há tempos" foi ótima.
ExcluirLindo este Del Rey. Meu pai teve um GL, azul, 87/88, 2 portas. Viajávamos de Porto Velho (RO) à São Paulo (SP), mais de 3 mil km de distância, nas férias de família, eram de três a quatro dias de viagem (dependendo das condições das estradas). Muito confortável e confiável, nunca nos deixou na mão. Tinha dois problemas crônicos, que era o marcador de combustível que queimou uma três vezes (na última cansou e passou a fazer as contas pelo hodômetro parcial) e o silencioso, que tinha que ser trocado anualmente, pois enferrujava facilmente. Segundo o que se comentava, era devido à corrosão provocada pela água do álcool. Meu pai o vendeu em 93 com mais de 150 mil km rodados. Até hoje se arrepende.
ResponderExcluirLeandro,
Excluirseu depoimento bate com a de muita gente que teve sorte de ter um carro desses. Confiabilidade era a palavra chave, sem dúvida.
Obrigado.
Concordo com o depoimento sobre durabilidade e confiabilidade. Meu pai teve um Ghia 1986 que rodou muito sem tê-lo deixado na mão.
ExcluirEsse carro foi meu quando eu tinha uns 20 anos de idade. Nada que combinasse com um garoto dessa idade, mas eu não estava nem aí. O meu tinha ar condicionado e quando saia da faculdade e pegava a avenida Brasil engarrafada no sol do Rio de Janeiro, eu dava graças a Deus por estar dentro daquele Del Rey.
Aquele painel maravilhoso, que depois foi adotado pela Miura, o acabamento excelente para a época, a marca registrada do carro que era o relógio digital no teto. Saudade daquele Del Rey Ghia Ouro Quartzo, placas EY 4616.
Parabéns Juvenal, belo post. Deu saudades do Del Rey. Quem sabe um dia.
Gosto de carros antigos. Tenho guardado um Omega 1996, que era do meu pai, CD 4.1 automático, painel digital, placa 4100. Acabei de adquirir um Opala SS 1978, sonho antigo, que começo ainda este mês a restauração.
grande abraço
Aeeeeeeee Marcelão, sabe quem vos escreve? Hehehe
ExcluirVida longa aos 4100, mas trate com carinho aquele 1.4!
Abraços
Meu pai teve um Ouro 83, 4 portas... gostava do carro mas não titubeou em trocá-lo num Monza SL/E 86 automático assim que teve a chance.
ResponderExcluirA mãe do meu primeiro amor de infância teve um Prata (apelido informal que o público deu a versão básica) 2 portas, creio que 83 ou 84, num tom de cinza bem sóbrio.
Era um carro bem macio e confortável... e, realmente, o destaque era o painel e o relógio digital.
Um antigo colega de trabalho tem um antigo Escort 1.6 CHT e ele me fala que em viagens é normal fazer mais de 16km/l.
ResponderExcluirRetíficas? Zero. O motor ainda é original de época e não solta fumaça pelo escapamento com 300 mil km rodados.
Muitas pessoas criticavam o desempenho e a qualidade deste motor (os três mancais e as regulagem de válvulas), mas é sem dúvida muito econômico e sem cuidado dura muito.
Fundi um CHT com 330 mil km com um Gol a álcool 1.6. O motor foi mal tratado (rodou na terra, regulagem de válvulas só quando batia demais, carburação ruim entre outras coisas.
ExcluirNa familia tivemos uma Belina vendida com 300 mil km. Fumava demais mas o motor não batia absolutamente nada. O problema era de anéis.
Vi certa vez um Gol a gasolina CHT com 600 mil km. Fumava e era fraco mas andava.
Nunca fui o maior dos fãs do CHT mas reconheço e tiro o chapeeu para sua durabilidade!
Os motores que equiparam Corcel, Belina e Del Rey, e depois os Escort já possuíam 5 mancais no virabrequim. Quem tinha 3 mancais de apoio eram os motores Ventoux/Gordini, utilizados até 1968 pela Willys.
ExcluirO motor do Corcel tinha uma propensão a lacear a corrente da distribuição (mesmo embora tivesse esticador hidráulico); quando isso acontecia, ele emitia um ruído característico. Era comum, mas ele não era um queimador notório de óleo. Essa "honraria" vai para o Chevette (especialmente pré-1.6S); os Passats mais antigos também davam esse problema - acredito que a qualidade dos retentores utilizados na época não devia ser boa, o que realmente não ajuda os motores com comando no cabeçote.
ExcluirO Cléon até mesmo antes de virar CHT em 1984, já possuia cinco mancais, o erro dele era só ter quatro contrapesos, o que foi corrigido na linha 1989, aonde passou a ter oito contrapesos no virabrequim.
ExcluirGrande Juvenal! Por isso gosto dos seus textos. Depois de tanto up! ,Golf Mk7, Cruzes e outros carros insossos, você apareceu para relembrar esse grande automóvel da Ford.
ResponderExcluirEssa cor, usada em 1984, se chama Ouro Champagne Metálico. CHT é a sigla para Mistura em Alta Turbulência, acho que esse composta não é a tradução correta não Juvenal.
A direção hidráulica progressiva, sempre da ZF só foi oferecida como opcional a partir dos modelos 86. Se ver um Del Rey anterior usando, é colocada por fora.
Pena que esse excelente carro morreu usando os motores AP, que apesar do desempenho espetacular, queimavam 1 litro de óleo a cada semana de uso. Ainda bem que essa fase da "Autolatrina", como você muito bem disse, já faz parte do passado, mas causou um prejuízo à imagem da Ford que se estende até os dias de hoje.
Grande abraço!
Corcelzão luxuoso... painel de avião !
ResponderExcluirJorjao
Eu sou um dos poucos que acham o Del Rey um carro bonito ainda hoje, acho que as dimensões dele ficaram tão marcadas na minha mente quando criança, lá no começo dos anos 90, que pra mim essas são as dimensões de um sedã clássico, assim como o Monza. Nunca andei em um, nunca ninguém na família teve um mas de algum modo o Del Rey me marcou automobilisticamente. Quando era criança eu já gostava muito de carros mas obviamente não entendia nada sobre modelos e marcas, então na coleção que eu tinha de miniaturas (herdadas do meu pai e completamente destruída por mim antes de completar 8 anos de vida) eu tinha o Monza e o Del Rey, mesmo que na verdade fossem um algum Mercedes e um Mustang II Conversível. Interessante como até hoje tenho vontade de ter esse carro e sair por aí pegando estrada a noite (pra acender a luz traseira, que pra mim eram a coisa mais bonita do Del Rey). Depois que a gente cresce aprende tanto sobre carro, motor, suspensão e estilo que a gente acaba perdendo os pequenos detalhes de um carro, esse post me despertou lembranças do que eu valorizava em cada carro nacional daquela época, obrigado JJ!!
ResponderExcluirGuilherme,
Excluireu também acho o Del Rey bonito hoje.
Obrigado pelo seu comentário.
Olá amigo, salvo engano esta cor é o Bege Estanho Metálico. A cor do modelo usado para as propagandas do lançamento. Para saber mais sobre o Del Rey, visite o blog www.forddelrey.wordpress.com
ResponderExcluirMarcelo, esse é um modelo 84, cor Ouro Champagne Metálico. Certeza!
ExcluirMeu pai teve 2: um ouro 84 e um glx 87. Aprendi a dirigir (com 11 anos de idade hahaha) no glx dirigindo no sítio da minha vó em 1992 aproximadamente. É um carro que quando vejo um na rua me dá saudade!
ResponderExcluirSempre ouvi falar que a caixa automática desse modelo de Del Rey era fabricada pela Renault francesa. Desconhecia a marca DRM.
ResponderExcluirA cor desse exemplar é Ouro Savóia, na documentação muito possivelmente conste como "dourado" já que "ouro" não faz parte da tabela de cores reconhecidas pelo CONTRAN. Mas a "cor de lançamento" a que v. se refere, é um outro tom de dourado que se chama Bege Estanho, presente até a linha 83 e bem mais escuro.
O mais incrível desse exemplar é o fato dele ser 4 portas, o que é algo incomum no Brasil dos anos 80.
Parabéns pelo Del Rey, eu também tenho menos de 40 anos e gosto muito desse primeiro modelo. A frente é bem mais elegante que a da versão 1985.
Fiquei com saudades dos interiores marrons...
Reportagem muito interessante, pelo simples fato de que eu, com 24 anos, conto nos dedos de uma mão só as vezes que eu vi um Del Rey em bom estado de conservação.
ResponderExcluirFica agora a dica pra fazer uma reportagem com um Accord igual ao que seu pai teve. Inclusive, na minha cidade (Niterói/RJ) tem um Accord 92 branco vendendo, aparentemente em estado impecável e com preço justo.
O apelido do Del Rey era "Corsário": Corcel de Otário.
ResponderExcluirA Ford o veiculava como "substituto do Landau".
O Del Rey foi uma verdadeira farsa sobre rodas, a pior em toda a história da indústria automobilística do Brasil - muito pior que o Agile, pois pelo ao contrário deste, o Del Rey já chegou como se fosse o "Rey da cocada preta".
A qualidade do acabamento foi engendrada para enganar o público (chamam isso de "marketing"), especialmente os fordistas cativos, ocultando o que havia debaixo da casca: uma plataforma dos anos 60 com uma nova "bolha" imitando o Granada, com um motor sub-sub-dimensionado para o carro, e uma geometria de suspensão e falsa maciez (herdados do Corcel II) que fazia o carro entrar em oscilação lateral. Do Corcel II, posso dizer que, quando chovia, ouvia-se o barulho da água espirrando nas caixas laterais e cubas de roda, e pode-se assumir que o Del Rey fosse igual. Cheguei a andar também em dois Del Rey automáticos. O carro não saía do lugar, pior que um Chevette. Quando era automático a álcool, então, com carburador simples, andava menos que uma Romi-Isetta.
Havia melhores opções na época (1982). Tirando o Landau e a Alfa Ti, que eram muito caros, havia os Diplomata de 6 e 4 cilindros, e o Passat LSE, uma versão de 4 portas do TS, nessa época já com o acabamento "alto padrão" da VW, que melhoraria ainda mais em 1983, com novas suspensões e motor melhorado.
Robert Gerrity, então Diretor de Marketing da Ford (posteriormente Presidente), soltou esta pérola para seu honorável público fordista: "Ninguém vai tirar a nossa liderança tecnológica".
Sei.
Em 1984, o Monza já havia passado por melhoramentos e o Santana estava estreando nas ruas. A Ford pagou caro pela arrogância e só se sustentou com o compacto Escort. Tendo optado pelo Del Rey ao invés de trazer o Sierra (o Monza tomou conta do mercado que poderia ter sido do Sierra), entrou em decadência e só sobreviveu por causa da infame Autolatina, quando o modelo ganhou uma sobrevida com motor AP - mas aí, o carro já havia ficado definitivamente para trás.
Perfeito, Lorenzo! Você está correto em tudo. Ser auto-entusiasta é, acima de tudo, não enganar-se e, se possível, não enganar.
ExcluirAté agora não entendi o que o autor quis dizer que a frase "Surpreendente nas curvas a partir de 1985" sob uma figura. Dizem que sonhos reais e álcool nos confundem, a ponto de levarmos crendices por verdades ao longo de toda uma vida.
Certas coisas marcam a vida de uma pessoa, como, por exemplo, músicas, lugares e mulheres (para aqueles que as preferem), mas sem dúvida alguma o carro é uma grande marca na vida, principalmente dos homens (espero que seja o mesmo com as mulheres). Assim sendo, é fácil compreender a empolgação do autor, mas grande parte do que ele disse foi fantasia de 21 anos atrás. Falta-lhe, talvez, "envelhecer" -- sentido sugerido por Nelson Rodrigues.
Xamanian
O grande Lorenzo e sua birra contra a Ford do Brasil S/A já se tornou até lendária!
ExcluirLorenzo Frigério,
Excluiresta é a sua opinião, e nunca achei que meu pai fosse otário em comprar Del Rey. Sempre nos serviu com perfeição e jamais teve algum defeito mecânico digno de ser lembrado.
Obrigado por comentar.
Juvenal,
ExcluirRespeito a opinião do Lorenzo mas observo o mesmo que ocorre com o Corolla hoje, só reclama quem não tem ou não teve.
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Muito bom seu comentário Lorenzo
ExcluirVocê sintetizou e nos deu um panorama cristalino e realista do mercado naquele época.
Na minha opnião a Ford subestimava o consumidor brasileiro...
Eu não me empolgo com esse carro...
Porém entendo o apego do JJ.
Muitas vezes temos uma ligação sentimental com carros. Esses nos fazem recordar boas fases vivenciadas em nossas vidase elmbranças de entes queridos.
Meu pai teve Corcel II e Belina II , vejo esses carros com simpatia e lembro dos bons momentos e grandes viagens que fizemos com eles... Mas nunca os achei grandes carros ..
O problema é que tem gente que se atém apenas nos números. 99% dos que tiveram Del Rey não tiveram todas essas impressões negativas, de forma tão aguda. No máximo, acham que o motor é fraco, mas suficiente pra fazer o serviço ou a suspensão "mole". E quanto a Ford ser desrespeitosa com seus consumidores, não chegava nem aos pés da VW que insistia em botar motor de fusca num carro que, em tese, nasceu moderno (Gol).
ExcluirJoão Paulo
Obrigado a todos pelas réplicas. Meu pai também teve carros interessantes... ele não tinha muito dinheiro, mas conheceu pessoas que lhe venderam carros usados bem legais, alguns em estado de novos, outros nem tanto. Darts, R/Ts, Opala 3800, Galaxie, Landau (este levou uma cacetada enquanto estacionado na frente de casa no dia seguinte ao que chegou, e nunca mais foi o mesmo), Santana e talvez o mais incrível, um Passat Iraque azul metálico com estofamento bordô, zerado. Ele nunca teve carroças como Corcel, Fiat e Chevette, e não gostava de Opala. Só teve Fusca porque todo mundo da geração dele teve, mas não teve seus derivados. Eu não morava com ele, então posso dizer que ele tinha bom gosto, sem saudosismo ou sentimentalismo.
ExcluirComentando a afirmação do André Luís sobre o Corolla, embora esse carro tenha o mesmo perfil que o Del Rey, o Corcel II LDO e o Opala 4 cilindros, trata-se de um carro feito por uma empresa séria, e sem "jeitinho". Não gosto do Corolla por causa do estilo "tiozão" da carroceria e da mecânica, que na verdade nada mais é que ser bom em tudo sem ser espetacular em nada (além, talvez, da confiabilidade mecânica, com a comparação aos outros carros do mercado). É um clássico carro sem "Gestalt" nem carisma, feito para quem não se importa com carro e não quer dor de cabeça. Mas funciona bem, e é isso que deseja quem o compra.
Xamanian,
Excluirao contrário do que você parece sugerir, nunca me utilizei de álcool, e fantasia deve estar apenas na sua cabeça quando leu o meu texto.
Obrigado pelo seu comentário, apesar de ele não ter acrescentado nada.
JJ, acho que o Xamanian quis dizer "sonhos reais OU álcool", o que muda o sentido da coisa.
ExcluirPerfeito, é exatamente minha opinião sobre o carro. Não sei como deixara-no publica-la.
ExcluirNão concordo com o radicalismo do pseudo analisador e Tec Spec automotivo hehehe..
ExcluirHoje é fácil falar mal comparando com uma visão mais atual.
Contudo, vale lembrar que os carros da época eram todos "cascas" e com projetos arcaicos vindos da matriz que não viam o mercado Brasileiro como prioridade.
Ou por acaso alguém que conviveu com fuscas, chevettes, 147, variants, opalas, consegue achar que eram algo do outro mundo??
IMPOSSÍVEL.
Não sou Fordista, bem pelo contrário, não vou muito com a cara da marca, mas tenho que ser justo e não ser um radical de olhos vendados.
Infelizmente para estes o Del Rey foi referência na época em acabamento e requinte interno, as partes que o “espertalhão” se refere, é chamado de BIW (Body in White), era realmente primitivo em todas as montadoras!
Quem quiser é só achar um chevette, 147, Opala...
A suspensão que agradava a maioria na época do projeto, era sim uma suspensão macia e durável, algo necessário em uma época em que 80% das rodovias eram de terra, com pedras, costelas de vaca etc.
Lembro-me até hoje, íamos de Cascavel-Pr até Passo Fundo-RS, dois dias de viagem, 700 km, nos quais muito mais de 50% de terra.
Pense, carros tidos como duráveis e confortáveis eram carros maiores, “banheiras” como Landau, Maverick, e nenhum deles possuía estabilidade, mas sim conforto!
Se buscava o conforto antes, com uma menor preocupação com estabilidade.
O motor era inadequado para quem buscava desempenho esportivo, mas para a clientela que buscava conforto e economia, era o suficiente. Vide o Passat TS que foi banido pela clientela devido ao altíssimo consumo do modelo.
Este motor CHT possuía torque abundante em baixa rotação relativo ao projeto de fluxo utilizado, batizado de Compound High Turbulence, devido à alta turbulência gerada na admissão, o que na prática melhora a miscibilidade do combustível, e consequentemente torque e consumo.
A VW era conhecida pelos acabamentos sofríveis, tanto que no “alto padrão” VW de acabamento o que mais se via, era o painel dos Passat rachando no meio do dashpanel, devido ao material vagabundo que não aguentava a exposição ao sol. VW Quality!
O ciclo de vida de um produto naquela época era muito superior ao de hoje. O Del Rey era uma continuação do corcel, que vendeu muito para a época, e que com o passar do tempo foi ficando para trás em modernidade e investimento.
Chega-se a um ponto na vida de um produto que é melhor um projeto novo que melhorar o existente, este momento se sucedeu com a chegada do Verona, Versailles.
A empáfia e soberba também passou pela VW, algo normal para um VW maníaco como do post, nunca perderemos para a FIAT.....e ai já se vão 12 anos de nabo....
Assim como a decisão da matriz Alemã em suspender as vendas do Gol, na época com motor 1.3 de fusca, era fiasco em vendas.
A Autolatina é apontada pelos especialistas como a pior decisão da Ford no Brasil.
No fim acho que o post do colega, é de uma pessoa tentando puxar bola de uma marca, e não uma análise sistemática de uma pessoa de bom senso.
Meu pai teve uma Ford Corcel II Belina, 1983, azul metálica, álcool transformada em gasolina por um dono anterior. Médias de 11 a 12 por um com gasolina, confortável e robusta. Ficou na nossa garagem por 6 anos. Meu pai até hoje considera ela como seu melhor carro, de todos os 42 (!!!) que ele teve. Até hoje tenho saudades dela, foi o carro no qual aprendi a dirigir. Excelente texto, me fez sentir saudade da Belina!
ResponderExcluirDaniel Libardi
Daniel Libardi.
ExcluirAcho incrível que mesmo com uma boa quantidade de depoimentos positivos sobre essa linhagem de carros da Ford como o que você dividiu conosco, ainda haja pessoas que não acreditem.
Mas é assim mesmo, até o Mensalão ainda é tido como mentira por muitos, fazer o quê, não é mesmo ?
Obrigado pelo seu comentário.
JJ, só vou discordar da história das quatro portas: O desenho do carro fica mais harmonioso, o ponto cego formado pela coluna central atrapalha menos, e é muito mais fácil de entrar no carro (pelo menos no banco da frente). Até para colocar cadeirinhas de crianças, acho que um vão maior para entrada e saída e a possibilidade de bascular o banco dianteiro proporcionam uma comodidade maior que o fácil acesso ao banco de trás que as quatro portas dariam.
ResponderExcluirChega a ser ridículo em certos modelos compactos ter que se espremer para passar por um vão de 40cm, só para sobrarem outros 35cm para acessar um banco traseiro que, digamos a verdade, a menos que você seja motorista de táxi, passará a maior parte do tempo sem uso! De mais a mais, se a pessoa para a qual eu oferecer uma carona achar incômoda a ginástica de acessar o banco, pode ir à pé que não me ofendo!
Não que eu seja contra as quatro portas. Em modelos de luxo, viaturas policiais, táxis, ou mesmo para vagas muito curtas, há lá suas comodidades. Mas defendo que há uma FALTA de opções em duas portas em nosso mercado, e não uma predominância de bom-senso, ou coisa que o valha...
Quanto ao Del-Rey, o que poderíamos dizer? O motor quase não fazia barulho, era um carro feito para uma crise de petróleo mais grave do que a que acabou acontecendo, e, comparado com os concorrentes, tinha o pior desempenho. O luxo que ele apresentava tinha o viés de se imaginar um peso muito maior que o do Corcel. Numa época de poucas e desencontradas informações, a fama de "fraco" grudou como uma camada de tinta. Para piorar, ele pegou emprestada a fama de beberrão dos Galaxie e Landau que estavam saindo de linha. Só pessoas menos interessadas em fama (e, portanto, mais sábias, logo, mais velhas...) deixavam-se levar pelo produto em si.
De certo modo foi bom: Com uns 15 anos de atraso, a Ford tinha um ótimo produto que atendia a um nicho importante na época (e, com o aumento da expectativa de vida, cada vez mais importante...), e que ficara meio orfã de produtos desde a saída do Aero-willys do mercado. Mas como era época de conquistar grandes números de vendas, e a Ford não queria a fama de "carro de velho" para mais um de seus produtos, ele foi um fracasso no que se pretendia e um sucesso estrondoso justo naquilo que não interessava...
Recordar é viver... Tivemos lá em casa um Del Rey Ouro 1982, 2 portas, comprado com um ano de uso. Foi o primeiro carro de luxo na família, o interior realmente impressionava. O sonho de consumo da minha mãe era um Alfa Romeo, mas este era muito caro quando novo e os usados ao nosso alcance naquela época geralmente já estavam muito "cansados". Optou pelo Del Rey então. O relógio digital no teto era a maior "chinfra", como dizíamos então. O som era de boa qualidade, as forrações aconchegantes, era gostoso mesmo lá dentro. Antes dele tínhamos uma Belina II, versátil, "pau para toda obra" e mecanicamente igual ao "irmão rico".
ResponderExcluirMas nessa mesma época a GM lançou o Monza hatch e logo em seguida o sedan. De repente, o Del Rey parecia muito ultrapassado, e dois anos depois tínhamos um Monza na garagem, este sim comprado zero Km. Não vinha com tanto luxo, mas tinha desempenho muito superior e design incomparavelmente mais avançado. Vieram outros dois na sequência nos dez anos seguintes.
JJ, muito obrigado por me trazer boas lembranças da infância, a bordo de dois Del Rey que tivemos em casa.
ResponderExcluirexcelente texto. retrata exatamente o que é um ford del rey, sem por nem tirar. um ótimo carro que fez história! obrigado! e parabéns ao eric que conserva esse belo exemplar.
ResponderExcluirFord Del Rey é referência em conforto.
ResponderExcluirUm tio meu (já falecido), não trocava o seu Del Rey por nada, mesmo o carro precisando de uma retifica, e os irmãos falando para ele tirar um carro zero, o guerreiro Del Rey se manteve com ele até os seus últimos dias.
Abraços
Admirava esse carro, pelo luxo e pelo conforto e era caro... Os colegas de colégio que chegavam num desses, não conseguia disfarçar o contentamento e o ar de superioridade. Naquela época ter um Del Rey era para quem tinha "bala na agulha"! Sei que jamais meu pai conseguiria, pois em meados da década de 80, era impossível financiar e preço de tabela era só na teoria, pois existia o tal ágio (sobrepreço). Carro para nós, era só usado, pago à vista, comprado de particular, nos feirões. Meu pai tinha trocado o seu Passat TS 1977 (aquele dos quatro faróis redondos) que andava muito mas que vivia nos deixando na mão por conta de um problemático carburador alemão (sem equivalente nacional na época, e que nem concessionária dava jeito...) por um Corcel ll 1980. Era o máximo que conseguimos nos aproximar do Del Rey... Mas nosso Corcel é de uma versão que nunca vi: não era L, nem GT, nem Hobby, muito menos LDO... Era algo que o mercado convencionou a denominar de Standard. Eu, tinha apenas 9 anos mas me lembro direitinho, o quão pé de boi era o Corcelzinho: bancos em curvim, tudo preto, câmbio de 4 marchas... Foi um carro histórico, pois nos levou de mudança do interior de Goiás para o Distrito Federal. E chegando lá, descobrimos que o motor, apesar de pouco rodado, jogava muita compressão para o cárter e o óleo que não vazava, subia pelo suspiro e melava o carburador (e como é que ele conseguiu fazer uma viagem de 200 Km, sendo que 100 eram em estrada de terra?)... Prejuízos com a retífica e mais uma surpresa desagradável: O danado era 1.4... Sim, meu pai imaginava que todo Corcel ll era 1.6, e logotipo nos paralamas dianteiros o enganou... Pois o velho entendia tanto de carro, que um logo errado era capaz de tapeá-lo. Com o motor recuperado, o Corcelzinho nos levou para muitos passeios... Desbravamos a ainda desconhecida e fascinante Brasília a bordo dele... O pai reclamava do desempenho, dizia que o carro perdia muita velocidade na subida... E de fato, ladeira acima observava muitos Fuscas e Brasílias a nos ultrapassar, mesmo com câmbio em 3ª e motor urrando! Depois de um ano vendemos o Corcel, devido a umas mancadas e dívidas que meu pai fez, ficamos três anos sem carro, quando com muita luta e sacrifício, em 1989, conseguimos juntar uma grana e colocar um Gol S 1983 na garagem... Outro que também precisou de retífica no motor VW 1600 arrefecido a ar, e que depois descobrimos que existiam pontos de ferrugens muito bem disfarçados, sem considerar os dois carburadores, que não se entendiam para uma boa regulagem. Mesmo com tantos problemas, era legal... Adorávamos nossos carros... era um membro da família! fazíamos festa quando conseguíamos comprá-los. Hoje com toda tecnologia e desempenho, com tantas melhorias (e que me perdoem os saudosistas) as pessoas não dão o mesmo valor e importância aos seus automóveis.
ResponderExcluirRogério Ferreira,
Excluirmuito bacana sua estória.
Obrigado pelo comentário.
Que saudade do CHT que girava suave e econômico. O Del Rey do seu amigo está ótimo por ser de uso, gostei. O painel tb, show. Lembro que completos assim, só o Alfa e Monza.
ResponderExcluirEste no carro do Eric é original, Philco como o relógio e funciona: basta ver que ele tem várias fitas cassete no porta-luvas que não são apenas para enfeite.
ResponderExcluirAvise para o Eric que justamente por ser toca-fitas, o Philco em questão está prontinho para reproduzir MP3, coisa que um tocador de CD não consegue. Como ele conseguiria fazer isso? Ele pode fazer a coisa mais simples, que é usar um adaptador P2, mas também ele pode ir mais além e usar Bluetooth ou até mesmo uma solução mais engenhosa. Com isso, não só dá para ouvir mais músicas que o todo dessas fitas cassete como também creio que dê para pôr a voz do GPS em mais alto e bom som.
Como você faz para escrever o texto em itálico???
ExcluirUsa-se tags, que são sinais gráficos que são convertidos na ação desejada. No caso do itálico, usa-se < i > no começo e < /i > no fim para que o texto apareça com tal efeito, assim como se usa < b > e < /b > para que fique em negrito. Quando for pôr as tags, pedirei que não dê espaço nas mesmas, coisa que só fiz aqui para que você pudesse ver o que se insere antes e depois de cada área de texto. Segue link falando a esse respeito.
ExcluirMuito obrigado. A gente sempre aprende algo novo.
ExcluirQue saudade! Dirigi milhas e milhas (ainda sem carteira hehee) um Ghia 88. Que delicia de carro. Suave, sem pretensões esporte. O carro do rei devora buracos. Eu percebia que devido a baixa altura, grande curso da suspensao e pneus com maior grip a carroceria rolava muito apesar de grudar no chao. Dentre os problemas comuns ficava a cruzeta interna junto a caixa que quebrava com uso mais severo. Nos carburadores que administravam alcool o desgaste pelo combustivel tornava o funcionamento irregular. Era necessario niquelar. Diziam que o motor que faltava no Del Rey sobrava no Escort L (mais leve dos Escorts). Se mal passada as marchar era notorio o embalo a frente causado pelo "golpe" do motor.
ResponderExcluirBons momentos.
Ass: Thiago Teixeira, que perdeu a senha
O carburador do Corcel II a álcool passou a ser niquelado a partir 1981. Foi o primeiro ("Para a Ford o álcool dá certo", chamada da época). Antes, todas as marcas só bicromatizavam. Em 1982, começaram todas a niquelar... mesmo porque a Brosol, que fornecia carburadores para a Ford, também fornecia para os outros fabricantes.
ExcluirLorenzo Frigério,
Excluircorreto. O gerente do laboratório quimico da Ford Brasil foi um dos mentores dos materiais decentes a serem usados nas peças em contato com o álcool. Ele é "amigo de um amigo" de meu pai, e por ser um cara casca grossa, era ponto de honra especificar de forma profissional e técnica o que deveria ou não ser usado nos Ford.
Não sabia que estas leves mudanças em buchas mudavam tanto o comportamento. Certamente é por isso que o carro vai mudando o comportamento de quando bem novo a um pouco mais usado. Acho que li o Bob falar disso certa vez, ao dizer de sua predileção por carro novo.
ResponderExcluirAnônimo,
Excluirnão fora apenas buchas, está detalhado no texto.
Eu nunca dirigi um desses. Mas, já andei algumas vezes, como passageiro, e posso dizer que é um carro inesquecível, assim como o Corcel II LDO. O acabamento, o conforto e o silêncio a bordo eram inigualáveis (dependendo do carro ao qual você comparasse os Fords). Deu até vontade de ter um desses, ao ler seu texto, JJ.
ResponderExcluirUm abraço!
Esse Del Rey vai ficar lindo com a placa preta.
ResponderExcluirBelo texto, JJ! me fez rememorar bons tempos.
ResponderExcluirApesar do desempenho pífio, me diverti muito com um gl 85, branco... Rodou mais de 400 mil quilometros nas nossas mão, mais de 150 mil desses em estadas de chão. Fizemos o motor umas 3 vezes, derreti vários pares de Goodyear GPS 185/13 com burnout´s, como aquele pneu cantava, kkkkk
Mas mesmo com aqueles pneus, o del rey andava muito bem em chuva, e eu gostava muito dos freios dele (aliás, usei muito o "freio de mão" dele)... Esse del rey me proporcionou boas lembranças (e algumas péssimas lembranças para alguns premios 1.5, gol star, voyages aonde eu morava, moleque não tem mínimo juízo mesmo, kkkkk)
Abraço, obrigado!!!
RHS
Del Rey... Tive um aos 18 anos, foi meu segundo carro. Um Ghia 1986 Azul, sem A/C. Era carro de velho em 1996, mas era gostoso de guiar, confortável, macio, mas pena que não andava e o espaço interno é pequeno pra quem é comprido como sou. Mas dava pra namorar dentro...rsrsrs
ResponderExcluirDeixou saudades.
O nome correto da cor desse carro é Ouro California. Exclusiva da linha 1984. Era mais cara que as outras cores metalicas. Nesse ano normalmente os modelos Ouro dessa cor vinham equipados com vidros cor Bronze, que eram todos importados.
ResponderExcluirSou um feliz proprietário de um Ford Versailles , acho que o autor foi um pouco preconceituoso com Versailles , mesmo sendo um santana , sempre o achei mais belo que o santana, alem de que havia detalhes mais bem feitos no painel e acabamentos internos comparando as versoes da vw.
ResponderExcluirSobre a matéria , muito interessante , ainda tenho a vontade de andar um um del rey ghia 1.8 completo e tem que ser duas portas , como o meu versailles.
Vitor Mendonça,
Excluirnão foi correto tentar substituir um Ford com um Volkswagen disfarçado, mesmo concordando que ele é melhor em aparência do que um Santana, aliás, nada dificil conseguir isso. Meu preconceito é contra a enganação da Autolatina apenas.
Comentário idiota, assim como falar que o Del Rey duas portas não presta, e que elas pesavam "uma tonelada" Eu tive uma Royale 2 portas, e nunca tive problemas com elas, além de ser mais bonita que as de 4.
ExcluirBem-vindo ao clube, Vitor... também acho o Versailles bem mais bonito que o Santana, a despeito de serem o mesmo carro.
ExcluirPode ser um carro estranho, não exatamente avançado; lerdo; apertado; tenta ser o que não é; mas ele ainda assim é um carro bem especial. Diria que ele é até mesmo extravagante.
ResponderExcluirE, afinal, o que seria do mundo se tudo tivesse que ser perfeito?
Eu sempre fui apaixonado pelo Del Rey tanto que foi meu primeiro carro em 2001 nem tinha 18 anos ainda, um exemplar Ghia 4 portas cinza e completo 89/90 1.8 que logo virou um 2.0 herdado de uma quantum 97.
ResponderExcluirSempre procurei um 1.6 entre 87 89 por achar mais original, mas apareceu este em bom estado e fiquei com ele.
1 ano e meio depois me acidentei com ele e precisei vender para quitar o conserto.
Excelente texto.
Só achei desnecessário o autor apelar pra clichês chulos, como "Autolatrina" ou se referir ao Versailles como "estranho", santana travestido". Visões depreciativas que não não refletem a realidade. Tenho um Versailles e acho ótimo a fusão do que há de melhor em dois mundos: a mecânica VW e o acabamento Ford.
ResponderExcluirJoão Paulo
Apesar da mecânica VW, o Versailles é "um Del Rey dos anos 90". Ele tem seu público, mas em minha opinião não passa de um Santana desfigurado. Você gosta, mas acho que VW fanboys não engolem esse carro. "Fusão do melhor de dois mundos" foi o Logus, apesar dos problemas mecânicos. Tinha cara de VW e um estilo muito bem resolvido, além do transeixo de Golf.
ExcluirA opinião é sua. Gosto da maioria delas, aliás. Mas quanto a mim, não gosto da ideia de ter que desmerecer uma coisa para exaltar outra.
ExcluirAbraço
João Paulo
João Paulo
João Paulo,
Excluiro apelido Autolatrina era tão falado na época que se tornou comum nas rodas automobilísticas.
Não me leve a mal. Escrevo para deixar registrado, e esse termo não poderia faltar aqui, bem como se escrevesse sobre os Escort nacionais. Os mais novos precisam conhecer esse tipo de informação.
Obrigado pelo comentário.
Carro espetacular! Pena ser difícil topar nas ruas com um inteirão hoje em dia. A gente vê 20 Fuscas conservados, 10 Opalas, mas Del Rey, com muita sorte, só um. Os poucos que ainda rodam foram condenados a prestar serviços a serralherias, carregando enormes portões de aço no teto. Uma pena.
ResponderExcluirQuanto ao para-brisa laminado, o Corcel LDO 78 do meu vizinho já tinha. E ninguém sabia disso! Outro detalhe curioso: o Corcel vinha de fábrica com pneus Goodyear G800, que tinham fama de "eternos". De fato, o Ford do vizinho foi vendido cerca de 10 anos atrás com um G800 no estepe!
Vidros degradé são laminados e vice-versa; portanto, são coisa antiga. Os que são só rayban são temperados, o pigmento faz parte do vidro. As últimas séries de Dodjões e Landaus, a partir de 1979, tinham rayban degradé de série.
ExcluirAlexandre Moreno,
Excluirprestando mais atenção, você verá que há mais Del Rey em bom estado do que parece.
E sobre carregar portões no teto, há muitos carros assim, não só Ford.
Conheço um pedreiro que usa um Santana para seus trabalhos, carro muito inteiro. Dei até uma leve "bronca" nele, dizendo para vender o carro e comprar um mais estragadinho para o serviço !
Juvenal, até que presto bastante atenção, mas Del Rey inteiro, pelo menos aqui em BH, tá difícil de ver nas ruas, o que é uma pena. E portões no teto realmente não são exclusividade dos Ford. Tem um cidadão aqui perto que carrega coisas no teto de um Voyage modelo novo. E o carro é rebaixado...
ExcluirQuanto ao comentário do Lorenzo, não entendi a explicação. Vou reler meus compêndios sobre vidros.
Quanto eu tinha meus 18-19 anos, tinha um vizinho que adorava o Del Rey. Ele tinha um 1.8 e um 1.6 na garagem, e tive oportunidade de dar uma voltinha nos dois, em sequencia.
ResponderExcluirO 1.6 claramente puxava melhor. Meu vizinho me confirmou que tinha a mesma opinião.
Tambem lembrei do Del Rey que meu padrinho tirou zero em 86. Ele ficou quase 20 anos com o carro, que estava muito bem conservado. Infelizmente ele acabou vendendo sem me avisar. Na mesma epoca meu carro tinha sido roubado e eu estava procurando um carro barato e bom para poder usar, pois a grana estava curta. O Del Rey teria sido perfeito.
Parabens pelo texto! Otimo artigo!
Aeroman,, em baixos giros o CHT empurrava melhor que o AP, fora a incrível suavidade. ...mas apertando o acelerador com vontade, o CHT perdia parte de seu brilho.... Era um ótimo motor para o uso civil, econômico, torcudo e liso... tivemos na família um Gol CHT 1.6...
ExcluirAbs
Gonzalez
ExcluirDesculpe, mas de jeito nenhum. Era a mesma coisa, pessoas achavam que o Gol 1,6 de motor boxer era melhor em baixa que o AP600, mas era só sensação, o cronômetro mostrava a verdade. Com CHT x AP, igual. Suavidade, depois que o AP passou a curso de 77,4 mm com bielas de 144 mm, ficou infinitamente mais suave que CHT. O motor CHT não era ruim, apenas não era nenhum destaque. Afinal, tinha engenharia Renault, que reputo das melhores. Uma vez eu estava com um Del Rey de teste na marginal do Pinheiros indo a 130 km/h e notei ao meu lado uma Kombi 1200... O velocímetro era "envenenado", da mesmo maneira que o Fissore era.
Bob, concordo com você que o AP 1600 em todas as circunstâncias é mais rápido que o CHT de mesma litragem, o cronômetro sempre mostrou isso... mas rodando, o CHT pelo menos na fase da autolatina passava essa falsa impressão, assim como o VW 1600 boxer. ..
ExcluirTivemos em casa um Gol LS 1985 AP 1600 com preparação leve, uma delícia, um Gol S 1983 1600 boxer e um Gol CL 1990 AE 1600...
Com relação à suavidade, nada como um girador AP 1600, mas o AE 1600 também impressionava nesse quesito em baixos e médios regimes...
Abraços
Bob, concordo com você que o AP 1600 em todas as circunstâncias é mais rápido que o CHT de mesma litragem, o cronômetro sempre mostrou isso... mas rodando, o CHT pelo menos na fase da autolatina passava essa falsa impressão, assim como o VW 1600 boxer. ..
ExcluirTivemos em casa um Gol LS 1985 AP 1600 com preparação leve, uma delícia, um Gol S 1983 1600 boxer e um Gol CL 1990 AE 1600...
Com relação à suavidade, nada como um girador AP 1600, mas o AE 1600 também impressionava nesse quesito em baixos e médios regimes...
Abraços
Amigo, você não se enganou? O 1.8 na minha opinião anda muito mais. Mas se fosse pra escolher, teria o 1.6 por ser mais econômico...
ExcluirAlguém deveria mostrar para a Ford de hoje como eram os interiores dos Fords antigos, ainda mais do saudoso Del Rëy Ghia...
ResponderExcluirOlá Pessoal,
ResponderExcluirMuito obrigado à todos pelo elogio ao meu Del Rey, que ilustra o texto!!!
Sim, eu tenho 29 anos e tenho um Del Rey.... é difícil explicar para os outros, pq desse meu gosto por Del Reys.... eu sempre quis ter um, desde que qdo eu tinha 4 anos (em 1988), eu viajei com o Del Rey Ghia 88 azul, 2 portas, a alcool do meu tio, recém adquirido 0km..... eu me lembro como se fosse hoje: eu de pé no banco traseiro, entre a coluna B e o banco do motorista, olhando aquele painel azul e aquele relojinho no teto... aquele cheiro de carro novo... isso me marcou!! Vou enfatizar o fato: EU TINHA 4 ANOS DE IDADE!!!!!
Depois de 23 anos, consegui comprar um Del Rey, que foi o máximo que eu achei como sendo um carro "a altura de um Del Rey".... não é um frente de plástico (que eu acho mais bonito), mas é um Del Rey com o mesmo reloginho no teto e painel azul!!!
Enfim, vi esse carro pela primeira vez, em Outubro/2007, qdo um grande amigo meu, o "tirou do seu primeiro dono"..... portanto, sou o terceiro dono do carro!!! Ele foi muito bem cuidado por todos seus donos nesses 30 anos de vida, e eu tentarei continuar o legado.... ele tem coisinhas para serem acertadas sim, mas eu adoro ele.... adoro Dodges e Galaxies, mas adoro Del Rey... não tem explicação!!
Por mais que as pessoas não gostem, todos tem alguma história com um Del Rey... é impressionante! Esse é um clássico, que ninguém ainda dá o valor devido!! Como disse um amigo em um comentário: "Há vários Opalas, Galaxies, Dodges, Fuscas, imaculados.... mas não um Del Rey".
Vender esse Del Rey??? Só em caso de doença, pq ele estacionou na minha garagem, em forma de sonho realizado, assim como era antigamente!!! Já tive boas propostas nesse "Quadradão", mas fico mais feliz em vê-lo na minha garagem, do que ter o dinheiro na minha conta.... ele é meu carro de uso diário, apenas em dias de chuva, prefiro poupá-lo.
Fico feliz em reviver as antigas lembranças do JJ e de outros amigos leitores, e poder proporcionar à vcs, uma volta no tempo!
Apenas para conhecimento, ele adquirá placas pretas em breve.... pegou 93 pontos na avaliação!
Fica a minha dica: compre Del Rey, Monza, Santana, enquanto ainda são baratos e se encontram carros bons.... em breve, acredito que os bons carros subirão de preço!!!
Grande abraço à todos!
Eric Erbert
Certeza isso! Vejam aí a quanto cotam Darts, Chargers e alguns Opalas. Os caras piraram.
ExcluirEric,
Excluirobrigado pelo comentário entusiasmado e por ter me mostrado o carro e deixado dirigí-lo.
Um abraço.
E obrigado Juvenal pela consideração em compartilhar conosco as experiências a bordo do carro. Sempre que puder prepare mais textos como esse. Tenho certeza que a maioria dos leitores aprecia os clássicos nacionais. Obrigado!
ExcluirTeria um fácil: Ghia - as rodas mais bonitas do mercado nacional (1990) - com motor "Autolatina" 1.8, vermelho por fora e com veludo marrom claro dentro.
ResponderExcluirTranspira elegância e guiei muito Belinas (1.400cm3 e 1.800cm3) aprendendo a gostar de um carro que a maioria desprezava.
MFF
Eu troco o veludo marrom pelo cinza clarinho. E tentaria descolar um AP 2.0 injetado pra por no lugar do 1.8.
ExcluirO quatro portas, assim como a maioria dos produtos feitos aqui nos anos 60 a 90 eram feios de dar dó. Só escapam dessa sina o Monza e a família Uno...
ResponderExcluirPergunta para os entendidos em CHT e "Renault" :
ResponderExcluirMeu Corcel 83 possui o motor pré CHT , OHV de tampa azul ( àlcool).
Vejo que nas fichas técnicas antigas das QR , consta que esse motor quando movido à gasolina , possuía valores de 4000 RPM para torque Máximo e 5600 RPM para potência máxima ,ou seja 5600 no meu entender é bastante giro... ( compare com o GOL 1.6 : Potência Máxima 5250 rpm Torque Máx 2500 rpm).
ENTÃO PERGUNTO : Que tanto o POVO reclama do sistema de acionamento por varetas dos "renault" e CHT se o mesmo gira quase tanto quanto um motor moderno ? Já ouvi muito: " cht não presta por que é motor varetado "
Isso tem alguma base???
O Comando no cabeçote tem sus vantagens, mas a maioria que reclama dos CHT, reclama com base só no que lê em revistas e não possuem base prática.
ExcluirJoão Paulo
Caro Anônimo, tenho dois CHT em casa e o seu limite máximo de RPM, segundo o manual, é 6000, podendo passar um pouco disto por alguns instantes. Muitos carregam um preconceito sem fundamento contra este motor, preconceito este formado somente no que leram em "revistas automotivas" da época que puxavam a sardinha para a VW (por isso só considero a Motor 3 e os fantásticos textos do JLV) e com muito pouca experiencia prática. O CHT é um motor robusto, silencioso e econômico, e no XR3 com motor Formula, muito competente para os seus 1555cm3, com potencia específica semelhante ao melhor da época, o AP 1800S. Até hoje voce pode refazer um CHT inteiro com peças de 1a. qualidade e gastando mixaria. O único penalty dele, como já disse aqui antes, era o tamanho do bloco, que impedia ter camisas com maior diâmetro e consequentemente, desenvolver maior potencia.
ExcluirJJ, se quiser dar uma volta em um XR3, 85 ou 87 conversível, ambos em estado de 0Km, estão a disposição. Obrigado pelo texto maravilhoso sobre o Del Rey, ainda terei um.
Abraços
Daniel
Já andei de CHT das últimas versões, mas gasolina. O motor era bom para a época apesar das críticas, realmente era econômico e resistente mas exigia cuidados com a regulagem das válvulas (que outros motores já dispensavam) e uns tinham folga na corrente como já escreveram.
ExcluirEm carros leves como o Escort ele puxava o carro muito bem e com economia, mas não tem comparação com um AP ou outro motor não varetado em desempenho. O CHT era o melhor dos varetados, mas continuava sendo varetado. A potência máxima em altos RPM significava um bom trabalho e um motor que apesar de bem datado ainda era comparável aos mais modernos. Mas não significava mesmo que ele igualasse motores como o AP, ainda que os números pareçam dizer que sim e que as críticas são só preconceito.
Também andei em muitos dos seus concorrentes, Gol e Voyage 1.6 AP e era clara a diferença de desempenho tanto em baixa quanto em alta. Em baixa até era pouca diferença, mas o AP era muito mais suave. Em alta o AP tinha muito mais disposição e não ficava uma lesma ao carregar um carro mais pesado como o Santana ou Del Rey.
O CHT era um bom motor para economia e baixa manutenção num carro leve, onde ele acabava ficando próximo em desempenho no dia a dia de motores mais modernos. Mas para carros mais pesados e desempenho esportivo, ele ficava atrás mesmo. Como já estava no limite, também não tinha mais para onde usa-lo.
Daniel "dabronza",
Excluirpor favor, entre em contato pelo e-mail no "fale conosco" para combinarmos de ver esses Escorts.
Obrigado.
Caro Anonimo 09:23
ExcluirNão tenho a pretensão de mudar a sua opinião, pelas suas palavras já foi formada há tempos. Mas me sinto no dever de desmitificar algumas informações que, infelizmente, são ventiladas pela Internet sobre o CHT, sejam por desconhecimento ou base no achismo mesmo. Eu não andei em AP ou CHT. Eu os tive. CHT foram 3, sendo dois CHT Formula que tenho até hoje. AP foram dois, 1.6 (Gol CLi 1996 0Km) e 1.8 (Parati GL 1991).
Os motores AP 1.6/1.8 eram ótimos? Eram, para a sua época, quando aplicados em carros leves como a linha BX e posteriormente no próprio Escort. Quando aplicado em um Santana, o resultado só era razoável. Basta consultar material disponível de época, com isenção. O primeiro Santana CD (em 87 GLS) era equipado com o AP 1.8. Resultado: Desempenho mediano, 0-100 em 13s altos era comum, sendo que o AT beirava os 16s. Em 1986 a GM lançou o Monza 2,0, imediatamente criando um senso de urgência na VW para desenvolver o 2,0 para o Santana, coisa que só aconteceu em 1988. Resultado: Monza líder em vendas em 1984, 85 e 86, resultado que o Santana jamais teve. Aqui na minha mesa tenho a Motor 3 de Janeiro de 1987, que compara o Santana GLS Automático e o Del Rey Ghia automático, equipados com AP 1.8 e CHT 1.6 respectivamente.
Números:
Aceleração 0-100
Santana GLS: 16,24s
Del Rey Ghia: 15,11s
0-400m - 19,78s e 20,74s respectivamente
Velocidade máxima
Santana GLS: 164,7 Km/h
Del Rey Ghia: 145,6 Km/h
Com análise isenta, posso afirmar que o AP 1.8 era insuficiente para o Santana e o Del Rey tinha aerodinâmica sofrível. E que o Del Rey era mais rápido e o Santana era o mais veloz.
Voltando ao CHT, não entendi o "problema" de regulagem de valvulas. Faço isso a cada 10000Km e em 20 minutos, eu mesmo, com ferramentas simples. Isso é um problema?
O CHT Formula, que equipava exclusivamente o XR3 e movido sempre a alcool, desenvolvia 86,1cv a 5600RPM, varetado, para 1555cm3. O AP 1.6, em sua versão a alcool, chegava aos 90cv a mesma rotação. Ambos em seu auge nos anos 80. Podemos concluir que são equivalentes, não? Conceitos sobre suavidade são objetivos, abstenho-me. Obrigado pela oportunidade de discussão sadia.
JJ, a tarde lhe mando um mail. Obrigado.
Abraços
Surpreso fiquei agora! Conhecia apzeiros, fieteiros e até VTqueiros Mas CHTzeiros, nunca. Você é o primeiro.
ExcluirDispenso tal rotulo, guarde-o para você. Aliás, o colega anonimo poderá conhecer muitos admiradores deste motor, basta sair do seu lugar-comum. Ou seria mais um troll da Internet?
Excluirdabronza, realmente o AP em carros mais pesados tinha desempenho mediano. Mas o CHT se arrastava num Del Rey automático por exemplo. Pelo que o próprio JJ disse e todos aqui confirmam, menos você, o carro tinha desempenho apenas suficiente nas versões básicas e nas mais completas e com câmbio automático era um carro com 0-100 na casa dos 20 segundos.
ExcluirEsses números da Motor 3 me parecem difíceis de acreditar, afinal seria de se esperar que o Del Rey manual fizesse 0-100 em 12 ou 13 segundos e ele não fazia. Já o Santana, tirando 2 a 3 segundos do 0-100 (o normal de diferença entre auto e mecanico) ficaria nos 13 segundos. Era por aí mesmo que ele ficava.
Não digo que você está mentindo, mas realmente o Del Rey desse teste devia estar com algo a mais. Também não acho o AP 1.8 insuficiente para o Santana, ao menos na versão manual. A concorrência com o Monza, como você lembrou, que fez com que ele ficasse muito para trás e acabou passando para 2.0 também.
A regulagem de válvulas não era um problema e é algo simples, mas lembro ser uma necessidade constante no que tive contato e quase sempre as pessoas esqueciam disso (resultando no famoso barulho). Para quem não tinha experiência com mecânica, se tornava mais um gasto e mais um procedimento de manutenção a levar em conta, sendo que outros motores já o dispensavam.
Não era um problema nem algo caro ou complicado, mas era algo a mais a se fazer e que em alguns casos chegava a incomodar pela frequência. O que tive contato, depois de estar mais rodado, precisava fazer isso a no máximo cada 15 ou 20 mil KM, se não era barulho e perda de desempenho. Com o tempo foi pedindo regulagem em até menos KM. Num ano chegava a ter que fazer isso 2 ou 3 vezes, o que acaba incomodando.
Infelizmente nunca tive contato de qualquer forma com os CHT Fórmula, que diziam serem muito bem acertados e um dos melhores motores álcool até hoje. O gasolina que conheci, já da última safra, já era bem acertado e liso (além de muito econômico). Imagino o Fórmula, mas sinceramente a comparação com o AP 1.6 é injusta.
O AP 1.6 álcool era um motor normal, o Fórmula já era uma versão esportiva como as disponíveis nos AP 1.8 e 2.0 dos Gols GT e GTi. Comparando versões esportivas entre si, não tinha chance para o CHT até por ser 1.6 contra 1.8. E pelo que consta, entre CHT Fórmula e AP 1.6 álcool ainda ganhava o Gol por pouco numa condução esportiva. Comparando as versões normais, me lembro que o CHT tinha cerca de 76 cv (gasolina) contra algo próximo no AP 1.6 gasolina. Me lembro que em baixa até existia comparação entre os dois motores, o CHT chegando a ser mais ágil vez ou outra. Já em alta, em condução esportiva, o AP era bastante melhor.
A questão de serem equivalentes é mais complicada que os números. A Ford fez um ótimo trabalho nesses motores, mas em termos de desempenho ainda assim o AP e os GM FII ganhavam por uma boa margem. A não ser que o critério fosse uma condução mais tranquila ou em baixos RPM, aí o CHT chegava a ser equivalente mesmo ou melhor. Foi nisso que ele se manteve no mercado por mais um bom tempo, pois cumpria bem essa tarefa e com muita economia.
Que cor são seus XR3? Gosto muito do modelo 2 nessa versão, acho um caro bonito até hoje dependendo da cor e do estado de conservação. Já as versões L/GL/GHIA achava mais interessante no primeiro modelo. Infelizmente esse é quase impossível de se achar em bom estado hoje.
Não adianta, não tem conversa. Podem falar mil maravilhas do CHT, que isso, que aquilo... mas, nos anos 80, na hora em que o sujeito acelerava um AP ou um Monzatech, pronto... o mundo do cara desabava. Que XR-3 que nada! O negócio era Gol GTS, Passat Pointer, Monza SR e Kadett GS.
ExcluirA eterna mania dos Q.I. baixo de desmercer uma coisa pra exaltar outra...
ExcluirJoão Paulo
Sei, sei... ter alto QI era andar de XR-3. O contrário seria andar nos outros citados?
ExcluirEntão tá.
Em termos de - vou falar logo o português claro - pega de rua ou sinal-a-sinal eu tenho que dar a razão pro anônimo das 7:55... XR3 CHT até chegava junto no começo mas depois era só choro.
ExcluirComo não é disso - ou SÓ disso - que se vive o XR3 encontrou seu público rapidinho, porque qualidades ele tinha.
Se bem que eu andei em um 88 uma vez e, caçarola, como tinha força nas primeiras marchas aquele carro... eu tinha um XR3 1.8 90 e fiquei de bobeira com tanta força.
Qual era o nome da perua do Dol Rey? Escala?
ResponderExcluirAcho que foi a perua mais luxuosa que andei até o meio dos anos 90 viu...
Até o Corcel sair de linha era Scala, para não confundir com a Belina do Corcel, mas depois da saída do modelo mais barato, o nome Belina migrou para o Del Rey, virando Belina Del rey (que em português arcaico significaria algo como "a menina bonita do rei", mas acho que ninguém notou isso...)
ExcluirQue maravilha de post! Viajei no tempo e na saudade. Mas gostei mesmo dos Del Rey 1.8. O câmbio era bem melhor.
ResponderExcluirO post está muito bem escrito, parabéns Juvenal! As informações técnicas muito me surpreenderam. Meu pai possui um Del Rey GL 87 há 14 anos, e o automóvel nunca nos deixou na mão. Já tem mais de 600.000 quilômetros, já nos levou a viagens de férias, já foi utilizado por mim e por meu pai para nos conduzir ao trabalho por longos percursos. Um ótimo carro.
ResponderExcluirMe divertia, quando usava ele para trabalhar, e ele estava fumando muito. Trabalhava no Banco do Brasil em uma agência 50 quilômetros distante da minha casa, e estudava em outra cidade. Um colega meu tinha acabado de comprar um Gol G5, logo no lançamento, e batia no peito falando que fazia 10km/l no álcool. Eu sempre o ultrapassava, em velocidades insanas, pois tinha o tempo muito escasso. Um dia, peguei carona com ele, e vi o segredo do consumo dele: ar-condicionado desligado, janelas fechadas, e 105 km/h (nem mais nem menos) o trecho todo, mesmo que um 1113 carregado e na descida estivesse atrás dele. Quando eu disse que fazia 11 km/l de álcool com o Del Rey ele ficou louco, porque eu saía bem depois dele, o ultrapassava e jogava fumaça no Gol novinho! Meu pai trocou o motor uns tempos depois, e eu mesmo faço a manutenção básica, pois tive um Escort GL europeu, 1993, CHT também, com o mesmo carburador Solex H30/34 BLFA.
Esse carro me alegra muito, pois andei em velocidades bem acima das regulamentares em trechos duplicados aqui no Paraná, e na última vez fiz 10,38 km/l de álcool, muito bom mesmo. Desculpe pelo relato longo, mas senti a vontade de compartilhá-lo.
P.S.: a alegria de ralar os outros com um Del Rey não tem preço, veja o link: S10 nova ralada por Belina
Jonas Jorge
Bob, há a possibilidade de configurar para comentarmos usando o login e a senha do facebook? Tornaria mais fácil o login, somente reparei isso pois frequento o site há muito tempo, mas fui comentar um post e me toquei que não lembrava mais da minha conta do google,e recuperar a senha é chato e demora.
ResponderExcluirGrato pela atenção.
Jonas Jorge
Apoiado, e poderiam usar também o intense debate, que é bom também...
ExcluirAnônimo 18/02/14 14:54
ResponderExcluirChequei o assunto e não dá, infelizmente.
" eu ia consertando as saídas de frente com a dosagem de acelerador e pequenos contra-esterços"
ResponderExcluirEu gostaria de saber como é que se conserta uma saída de FRENTE com contra-esterço... Isso não faz o menor sentido!
Anônimo,
Excluirrealmente não deu para entender 100% o que quis dizer.
Saía de frente, tira o pé, recolhe a frente, sai um pouco a traseira, acelera, sai a frente, tira o pé, e assim vai, acertando com acelerador e volante, metro a metro.
Conseguiu visualizar ?
Grato por me chamar atenção para o texto mal escrito.
Amigos, por volta de 1998, tive um Del Rey Ouro 83 com ar condicionado e cambio AT que comprei para minha esposa aprender a dirigir, pois também tinha um Monza Classic 1993 novíssimo e não queria correr o risco dela bater. Acontece que comecei a gostar do Del Rey, pois a manutenção era simples, muito confortável e não chamava a atenção. No fim eu usava mais o Del Rey que minha esposa. Resolvemos fazer uma viagem de fim de ano para Natal e Fortaleza, ai pintou a dúvida se iria de Monza ou Del Rey. Como na época o Guia 4 Rodas, dizia que tinha muitos buracos pelo caminho (e tinha mesmo) resolvemos ir de Del Rey. Não entendia nada de manutenção de carros, mas felizmente mandei revisar o cambio (apenas foi trocado óleo na hora certa) e meu mecânico deu uma geral no carro. Mas antes de viajar, fiz uma viagem de 500km ida e volta para saber se o bicho iria aguentar mesmo. Sem problemas nessa viagem teste, chegou o dia, resolvi antes passar num lugar que mexia somente com troca de óleo. Como não entendia nada, avisei que iria fazer uma viagem longa, coisa de 8000km ida e volta. O Fdp falou, tenho aqui um óleo ultra mega moderno para 10.000km. Pensei, é esse mesmo, pode trocar junto com o filtro. Bom saindo de viagem, ao chegar em Mairiporã, percebi que o mesmo estava estranho, o ponteiro da temperatura estava acima do meio, mas fui levando assim mesmo, pois não encostava no vermelho e como estava muito calor, estava usando o ar condicionado (talvez devido ao óleo não ser o apropriado). Bom, cheguei em Natal tranquilo, fiquei uns 4 dias, depois Fortaleza, mais 4 dias, e chegou a hora de voltar. Sempre que parava para abastecer, os frentistas diziam: "chefe, não quer olhar o óleo?". Eu dizia, não precisa, pensava, coloquei um óleo para 10.000km. Até que entrando em Governador Valadares, escuto o barulho do motor batendo... como ele não tinha luz de óleo, olhei para o marcador de pressão e estava zerado. Bom, parei imediatamente, peguei carona com um caminhoneiro até um posto. Comprei acho que 4 litros e segui a orientação do mecânico do posto, após colocar o óleo, ligue o carro e não acelere. Bom feito isso, liguei o mesmo e ele ficou batendo levemente. Cheguei em Gov. Valadares, parei numa oficina, e perguntei se dava pra chegar em SP para o mecânico. O mesmo disse que tinha um Corcel fumando e batendo motor a mais de 2 anos e que podia seguir viagem tranquilo. Bom, parei em outro mecânico e o mesmo me aconselhou a fazer a parte de baixo, conselho que segui e depois de 2 dias na cidade, acho que gastei 1 conto e voltei para SP sem maiores problemas. Depois dessa experiencia, nunca mais tive um carro quebrado por falta de manutenção preventiva. Ainda fiquei uns bons anos com o Del Rey, no qual me desfiz pois o cambio AT tinha um módulo eletrônico, que sempre dava pau, pois lavava o motor vez ou outra e caia água no mesmo. Até um amigo japonês, me alertar sobre isso (ele já teve del rey At) e a empresa que mandava arrumar o cambio não me avisava sobre isso... Mas foram bons tempos e até hoje tenho vontade de ter um Ghia 1988 1.6 4 portas... Achava muito legal pois no ínicio do Manual do meu Del Rey dizia" Parabéns, ao adquirir o Ford Del Rey você demonstra ser uma pessoa de muita classe e bom gosto..."
ResponderExcluirInfeliz comentário acerca do Ford Versailles. Fruto da AutoLatina, automóvel de excelente qualidade, dirigibilidade e mecânica para a época. Não pode ter sido efetivamente um sucesso em vendas, porém não há muito o que se reclamar do carro que não decepciona quem realmente conhece.
ResponderExcluirÀs vezes o desconhecimento pode provocar essa infeliz menção preconceituosa.
Acho que o JJ quis dizer que aquele carro com a marca da Ford não tinha nada a ver, assim como muitos produtos da época da AL ficaram completamente fora do lugar certo. Tirando Logus e Pointer, que realmente foram produtos mais bem projetados e realmente pareciam com um VW (apesar da plataforma Escort e do jeito diferente), o resto dos produtos da AL eram só trocas de nome e de logotipo. O Versailles não tinha nada a ver com um Ford e apesar de uma ou outra melhoria, não fazia sentido perto do Santana. O cliente das marcas era diferente, os carros mais ainda e os preços eram similares. O Versailles era tão bom quanto o Santana ou melhor, mas sendo vendido no lugar errado e do jeito errado. Também aconteceu isso com Apollo e outros carros.
ResponderExcluirNão tem necessidade do pessoal de carros mais antigos sempre vir tacando pedra com essa história de preconceito, isso cansa e não é verdade, parece que não pode falar um a de certos carros que por mais verdade que seja ficam reclamando depois. A AL em produtos simplesmente fez muita burrada e não agradou ninguém, nem a Ford ou a VW que acabaram desfazendo a união e desistindo até mesmo dos produtos bons que foram feitos (dizem que por motivo de política da VW, que não queria dar para a Ford o que a Ford dava para ela).
Gosto do Del Rey e do Versailles ,teria os dois, são belos e ótimos carros .Os carros não tem culpa dos desentendimentos da VW e da Ford ,quanto ao problema do Logus ,chama-se ruas esburacadas do Brasil ,que destroem as buchas e as bieletas da suspensão dianteira.
ResponderExcluirAcho que posso falar com certa propriedade sobre o velho Del Rey e seu sucessor o velho Versa (não o da Nissan, o da Ford/VW). Muitos que postaram aqui, inclusive o autor, passaram a infância num Del Rey, eu passei a minha em 3 Del Reys, 1 glx 85 e 2 Ghia (86 e 89), mas ao contrário do pai do autor, o meu permaneceu firme na Ford, foram mais dois Versas um GL 1.8 (93, salvo engano) e um GLX 2.0 (95), que foram substituidos por um Focus GLX (03), fora duas pampas que passaram pela casa em diferentes períodos. Será que o velho gosta de Ford?!
ResponderExcluirEu quando criança nunca gostei do Del Rey, era lento, sem graça, e apertado atrás, mas o acabamento era primoroso, o painel azul era lindo, e o relógio no teto um toque de exclusividade.
O Versa era um carro mecanicamente perfeito como seu irmão, mas sofria no que a Ford era imbatível, o acabamento. O painel apresentava, em quase todos os que eu vi, uma folga de um dedo na parte sobre o rádio. Era bastante confortável, o GLX 2.0 tinha regulagens de lombar.
Acho que todos que passaram, como eu e o autor desta coluna, boa parte da infância nesses carros olha para eles não só como uma máquina (boa ou má), mas quase como um Delorean a 88mph, uma máquina do tempo que nos transporta para um tempo já um tanto distante, viagens memoráveis, e saudade de um tempo em que tudo era tão mais simples...
Belíssima cor e modelo raro 4 portas, marrom e com esse motor cht em bom estado pelo jeito, mais raro que isso somente a perua, a Scala, depois dos anos 95-96 nunca mais vi nenhuma Scala nas ruas, estes dias um amigo meu falou que viu no mercado livre uma à venda linda, bege e ainda por cima com o ar-condicionado que este lindo del rey nao tem, era uma fortuna na epoca o opcional
ResponderExcluirlindissimoooooo carro...tenho um de mesma cor, porem 2 portas, mas ja esta bem deteriorado, pois o dono anterior o largou abandonado no tempo por 5 anos e qnd o vi, foi amor a primeira vista, comprei na hora por 1000 reais...uso p trabalho ... gostaria muito de reformar mas no momento nao tenho condicao.
ResponderExcluirOlá Luis, eu encontrei um tambem na minha cidade lindo que está em condicoes reformáveis, porém gostaria de saber qual o código /número desta cor na plaqueta do cofre do motor? Atualmente ele parece verde mas no documento está cor Ouro, me parece metálica
Excluireu tenho ate hoje 06/03/2014
ResponderExcluirum del rey 85 que não pretendo trocar por outro modelo gosto desse é meu carro do dia dia muito
bom carro essa historia de motor cht "Concebido há tempos" é uma besteira
Caro Juvenal Jorge...
ResponderExcluirMe chamo André Luiz, mas pode me chamar de Fusco...
Li o texto sobre o Del Rey (muito majestoso), e possuo um também, que foi herdado do meu pai e já fazem 25 anos que o tenho em mãos e apesar de nunca ter sido batido e nem reformado está em boas condições (não tão perfeito quanto o Del Rey da foto) mas está em bom estado...
O Del Rey está com 342.000 KM rodados e temos toda a documentação e manual originais do carro.
Respondendo a sua dúvida sobre a cor do carro (que é exatamente a do citado acima) é ''Ouro Califórnia Metálico''... Infelizmente o DETRAN só coloca ''Dourado'', mas...
Parabéns ao amigo proprietário do Ford Del Rey!
Abraços...
Até a próxima!
Podem falar o que quiserem desse carro, só não podem falar mal do acabamento interno dele. Vejam o tecido do revestimento dos bancos, das portas. Os carros de hoje em dia, podem sim, ter mais tecnologia e inúmeros opcionais, mas o acabamento interno do saudoso Del Rey ninguém bate!
ResponderExcluirAmigo, maravilhoso esse corcel, o tecido do banco dele é o mesmo do teto? Abraço
ResponderExcluirDUELO ENTRE DEL REY E MONZA
ResponderExcluirMeu nome é Rafael e tenho 29 anos. Ao contrário de muitos da minha idade, tenho verdadeira paixão por carros da década de 80 e 90. Entre os quase 40 carros que já tive, quatro deles foram Monza. Todos eles com fabricação entre 90 e 95 e apenas um deles sendo de 04 portas, mas todos equipados com o bom 2.0 litros. Já tenho algum conhecimento de sobre Del Rey e posso falar seguramente deste magnífico carro da Ford, pois no total foram três modelos até agora: um Série Prata 83 verde, um Série Ouro 84 dourado (igual ao das fotos desse post, mas de 02 portas) e o atual, GL 91 marrom metálico, já equipado com motor 1.8 AP. E é justamente esse último que figura o texto a seguir...
Imagine só: tarde da noite e você parado num semáforo de uma conhecida Avenida de São Paulo, a bordo de seu Ford Del Rey 91 GL 1.8 Álcool. E de repente – repentinamente – você é simplesmente surpreendido com um chamado para um "tira-teima" vindo do motorista do veículo ao lado. Até aí tudo bem! Porém, o mais inusitado é que o "convite" partiu de um senhor de idade já avançada (aparentando seus 70 anos), a bordo de seu Monza 85 SL/E (2 portas, vermelho) com motor também 1.8 Álcool.
Eu não podia acreditar no que estava vendo... parecia cena de filme ou de novela. Isso geralmente acontece entre carros esporte ou outros mais novos... mas quase que raramente entre um DEL REY e um MONZA. Pensei até que eu tinha voltado no tempo e isso era um teste daquelas famosas revistas automotivas. Dei risada comigo mesmo e achei que o "velho" estava blefando, e que não levaria sua proposta adiante... mesmo fiquei atento a luz verde do sinal, para dar a largada se necessário fosse. E não deu outra: o farol abriu, e aquele "experiente senhor" saiu em disparada com seu Monza vermelho, deixando a marca dos pneus no asfalto por vários metros... parecendo uma flecha desgovernada!
Como eu já estava preparado pra isso, não consegui deixar por menos... saímos emparelhados, meu Del Rey lado a lado com o Monza enquanto pisávamos cada vez mais fundo no acelerador... e o motorzão do DEL REY dando conta do recado com fôlego pra dar e vender, tanto que cantou pneu até de terceira marcha (embreagem nova e pneus semi-novos). Parecia um transatlântico desgovernado em alto mar. Digo, no meio da avenida.
Estávamos somente os dois naquele trecho, não tinha nenhum carro a nossa frente, muito menos atrás. A empolgação do momento tomando conta do meu ser, e a essa altura o Ford marrom estava pouca coisa a frente do Chevrolet vermelho, numa velocidade que já ultrapassava os 140km/h indicados no painel do Del Rey . Tudo estava indo muito bem (rápido), quando pensei que tudo estava ganho - distanciando cada vez mais do então "adversário" - e daí apareceu outro semáforo a frente indicando que era hora de parar.
E assim pusemos fim a "brincadeira", num percurso com pouco mais de 2km de extensão (semáforo a semáforo), sem radares por perto e, principalmente, sem colocar a vida de nenhum pedestre ou outro veículo em risco, além de nós mesmos!!! Não é todo dia que faço esse tipo de coisa... principalmente a bordo de um clássico desse porte, mas o momento e a ocasião falaram mais alto, em prol de um leve "tira-teima" muito interessante entre dois carros do passado, muito respeitados para sua época... época de ouro, inclusive, quando existiam carros de verdade predominando as ruas desse País, transmitindo aos seus proprietários e passageiros o maior conforto, qualidade, potência e estilo que se poderia ter para aquela inesquecível década de 80 e 90!
Abraços,
Rafael
A propósito, se houver algum interessado, estou vendendo o meu Del Rey 91 GL 1.8 Álcool. http://cidadesaopaulo.olx.com.br/ford-del-rey-1991-gl-1-8-alcool-para-colecionador-iid-647564240
ResponderExcluirMotivo: reaquisição do Del Rey 84 Ouro, citado no início desse post. Sim, apesar do excelente estado de originalidade e conservação do GL 91, com suas qualidades de motor e suspensão, pretendo voltar para o primor e requinte do Ouro, com seu velho e bom propulsor 1.6 CHT a Álcool.