A foto acima chegou ontem ao AE pelo boletim da revista inglesa Car e se refere ao BMW Z2 (primeiro plano) e Série 1 GT, ambos ainda distantes, 2016 e 2014, respectivamente. A novidade é algo temido pelos admiradores da marca bávara, entre os quais me incluo, mas sem nenhum temor de minha parte: tração dianteira. Esse assunto vem ao encontro do que o MAO escreveu sobre a vinda dos motores BMW 4-cilindros de alta eficiência, qual seja, novos tempos de parcimônia no uso dos combustíveis, embora eu já tenha manifestado estarmos diante de uma verdadeira histeria, a carbônica.
Por que não temo um BMW de tração dianteira? Simplesmente porque o comportamento dinâmico dos carros converge de maneira impressionante, pouco interessando quais são as rodas motrizes. Aquilo que o experiente jornalista automobilistico canadense Jim Kenzie disse há coisa de dez anos, "A tração é nas rodas que Deus quis que fossem motrizes", referido-as às rodas traseiras de um Cadillac que testou, perde sentido cada vez mais. Mesmo dirigido com máximo vigor, um carro de tração dianteira bem-feito nada deixa a desejar em relação a um tração-traseira projetado e fabricado com esmero.
Todos os males associados à tração nas rodas da frente, como sobrecarga de trabalho para rodas que deveriam ser apenas diretrizes, simplesmente desapareceram com a evolução. Dirija-se um VW Jetta ou Passat para comprovar.
Além disso, não existem carros de tração integral de elevadíssimo desempenho, representados pelo fantástico Bugatti Veyron, de 1001 cv? Ué, não disseram que as rodas da frente servem para dar direção apenas?
Um dos argumentos mais fortes contra a tração dianteira é a limitação de esterço. O que dizer então do Citroën DS 19 de 3.130 mm de entre-eixos com diâmetro minimo de curva de Fusca, 11 metros? Cadê a deficiência?
Com sempre digo, a hoje univeral junta homocinética tipo Rzeppa, inventada pelo engenheiro Alfred H. Rzeppa, da Dana, nos anos 1920, é marco divisor da história da tração dianteira. Ela permtie a transmissão de torque em ângulos de até 52 graus sem provocar efeitos parasitas na direção ou se esforce demasiado, vindo a se avariar, um mal das antigas juntas universais.
Uma junta homocinética Rzeppa em vista explodida (desenho aa1car.com) |
Outro argumento forte contra a tração dianteira era o maior peso nessa parte do veículo e a sobrecarga dos freios. Bobagem. Hoje os freios chegaram a tal ponto de eficiência, sem falar nos carbonocerâmicos, que normalmente nem pensamos mais neles, só sabemos que estão ali, prontos para nos tirar de situações perigosas.
A engenharia automobilistica consegue fazer carros de tração dianteira admiráveis e não há por que duvidar que a BMW, especialmente, não consiga fazer. O próprio MINI, marca dela desde 1994, o evidencia.
Muitos detratores da tração dianteira argumentam que será um duro golpe da BMW contra ela mesma, já que a fábrica sediada em Munique se notabilizou pela excelência dos seus carros de tração traseira, uma de suas marcas registradas. Nada a ver.
Quando a Volkswagen mundial, sob o comando de Rudolf Leiding, decidiu sair do "tudo atrás" para para o "tudo na frente" e motor arrefecido a líquido, com o Passat, em 1973, o mundo automobilístico ficou assombrado. Entretanto, a história provou que a decisão foi correta.
Eu era concessionário VW quando o Passat foi lançado aqui um ano depois Na convenção de lançamento praticamente a totalidade dos meus colegas ficou indignada com a mudança, que era o fim da Volkswagen, seus negócios seriam seriamente afetados. Fiquei perplexo diante daquilo, com a visão míope deles. O mesmo havia ocorrido 1 ano antes quando surgiu o Brasilia, o carro foi severamente criticado, para logo se tornar um estrondoso sucesso.
Passat, reviravolta VW que deu certo (foto ciadecarros.wordpress.com) |
Um grande parte dos donos de Passat, quando o carro pegou no mercado, não tinha consciência dea tração dianteira, Analogamente, estudos recentes da BMW mostraram que cerca de 40% dos motoristas de seus carros não têm percepção de que a tração é traseira – o que reforça a questão da convergência de comportamento independer do tipo de tração.
O atual estágio de suspensões e pneus deixam o carro como se andasse sobre trilhos, em que praticamente sumiram tendências visíveis de sub ou sobreesterço.
As primeira fotos do BMW Série 1 GT mostram que um dos pontos fortes da marca foi mantido, se não melhorado: o balanço dianteiro, responsável pelo baixo momento polar de inércia e a aptidão um carro para "mergulhar" nas curvas ao comando do volante.
O balanço dianteiro mínimo foi mantido (foto www.carmagazine.co.uk) |
Será que alguém duvida que este carro será fantasticamente prazeroso de guiar? A história está pontilhada de carros de tração dianteira que foram expoentes, como o Olsdmobile Toronado de 1966 e o Lancia Thema 8.32 de 1986, este com um V-8 3-L transversal de 32 válvulas, 215 cv a 6.750 rpm e 29,1 mkgf a 4.500 rpm, 0-100 km/h em 7,2 segundos e 240 km/h de máxima. Transponhamo-nos daquele ano para 28 anos futuro a dentro e podemos vislumbrar o que a BMW irá oferecer.
Alguém ainda tem medo de um BMW de tração dianteira?
BS
No ápice da argúcia de engenharia que o mundo se encontra não há motivos para duvidar da virtuosidade desses projetos.
ResponderExcluirAdemais, o uso intensivo e aprimorado de diversos comandos eletrônicos cria uma harmonia itinerante com todo o conjunto mecânico, corrigindo quaisquer esforços significativos.
Não há como reverter essas tendências, deveras auspiciosas...
Eu não tenho e não vejo diferença! O meu Omega tem 292 cvs, tração traseira e nem por isto curva mais que meu Galant, 165 cvs, tração dianteira. Comportamentos quase iguais, mesmo no limite. Aliás, penso que meu Galant curva mais, pois o limite do omega é mais lá em cima. Na prática, o Omega não seria legal com tração dianteira ( quase 300 cvs. Seu primo Impala puxa muito para o lado com esta mesma potência e carroceria de mesmo peso) mas o galant é. Moral: se o projeto for bem feito, pouco vai importar onde está a tração. Só dirigindo para dizer que não gostou. Abs. MAC.
ExcluirBob, nada disso importa. O mundo vai acabar em 2012 e essa heresia não irá se concretizar :-)
ResponderExcluirMas falando sério, basta dar uma olhada nas categorias onde o BMW Serie 3 compete para perceber que ele não é a força dominante que sua tração sugere. Eu lembro de um ótimo vídeo do BTCC de 1992 onde o humilde Vectra A e o Toyota Carina disputam em pé de igualdade com o modelo da BMW, se degladiando em vários momentos.
http://www.youtube.com/watch?v=bCij9mYIokA
E atualmente no BTCC, com a última versão do Serie 3, até o Chevrolet (Daewoo) Lacetti ganhou dele.
Bob,
ResponderExcluirJá que o assunto é tração dianteira e você ainda mencionou o Mini, eu gostaria de saber qual é a sua opinião sobre o Honda Civic SI.
Nunca vi comentário seu sobre este carro.
e qual a vantagem para BMW?
ResponderExcluirA BMW respeitava conceitos tradicionais até o lançamento da serie 3 no final dos anos 80, depois que virou carros de yupies endinheirados nos EUA , o que interessa é que venda e muito.
ResponderExcluirEu não tenho certezas comigo, pois certezas são garantias de frustrações ou surpresas. O que posso dizer é que tenho algo na minha essência, que chega a ser conservadora, que diz que a BMW é um traidora de si mesma. Como marca premium, de verdade, a mesma evidencia que se curvou pronta e de um modo bobo para a ganância e lucros. Lucros, pois carros com tração dianteira são mais baratos para produzir e para vender. Com isso, ela perde o status BMW de ser, e figurará, mais do que nunca, no mesmo patamar de Volks, Audi e Merdeces. Isso é ruim (?), não, lógico que não chega a ser uma tragédia, pois todas as marcas citadas são excelentes e produzem carros superiores em alguns e peculiares aspectos, mas a única a manter tradições de verdade era a BMW. Era. Talvez eu nunca tenha condições de ter uma, mas eu posso dar uma certeza apenas: se tivesse, seria de tração traseira e com mais de 4 cilindros.
ResponderExcluirRenan Veronezzi
Será que farão um BMW com as características de um Focus RS?
ResponderExcluirPara aguentar os mais de 300 cv e fazer curvas que nem o Mit EVO, Subaru WRX colocaram um diferencial autoblocante Quaife que aparenta dar poderes especiais ao carro.
Vejam vídeos dos RS para ver o comportamento dele em curvas.
Perneta
ResponderExcluirO Civic Si é fabuloso, carro típico de autoentusiasta. Publiquei em 2007 matéria sobre ele na revista Engenharia Automotiva e Aeroespacial com o título "Civic Si, nascido para empolgar". Se quiser ler, escreva-nos(autoentusiastas@gmail.com) informando seu e-mail e enviarei a matéria em Word.
faivic
ResponderExcluirTeoricamente, menos peso, menor consumo e porta-malas maior. Mas é preciso dirigi-lo para uma opinião conclusiva, evidentemente.
Olha, eu concordo com o leitor aí em cima que citou a BMW como tendo se mantido fiel às tradições. Num mundo ideal, as coisas seriam assim. Mas infelizmente, até a Porsche teve que se curvar ao mercado e lançar um SUV (o que por fim acabou salvando a marca e permitindo todos os outros esportivos de existirem e melhorarem). Dessa forma, não vejo grandes problemas num BMW fwd para os modelos de entrada (sub série-3). Até mesmo o 3 poderia-se discutir. Mas os esportivos e os grandes sedãs, esse, por favor BMW, deixe como está!
ResponderExcluirClésio Luiz
ResponderExcluirNo DTM carros de tração traseira tinham peso maior por questão regulamento. Para competição é evidente que a tração traseira é superior.
totiy
ResponderExcluirNada a ver, não existe carro disso, carro daquilo. Carro é carro e basta. Quem o dirige, não faz a menor diferença.
Renan Veronezzi
ResponderExcluirNão vale a pena alimentar preconceitos quando se trata de automóvel. Aliás, em qualquer assunto. O que vale é a excelência de projeto e fabricação, vide os casos Cayenne e Panamera. Quem dirige um deles fica cativado.
Mário Santos
ResponderExcluirDessa marca pode-se esperar o melhor, impossível pensar o contrário. Lembre-se que o Civic Si, de tração dianteira, tem diferencial autobloqueante tipo torsen.
Henrique
ResponderExcluirCreio não haver possibilidade de o Série 3 passar a tração dianteira. O que você comentou sobre a Porsche é perfeito, a marca pôde evoluir os tradicionais 911 e Boxster/Cayman com os resultados financeiros. Lembre-se que o 911 é um dos carros mais longevos hoje, com 47 anos desde que foi apresentado em Frankfurt em 1963. Tradição mantida na íntegra.
Eu nunca dirigi um desses Bob, mas certamente devem ser cativantes mesmo. Porém são caros demais, pesados demais e Porsche de menos. Mas é o que dizem, são esses carros que dão mais lucros. Lógico que eu não chego ao ponto de torcer o nariz para tais carros, e sei que são muito bons. Mas até agora, mesmo com todos os prós dessa modernidade e tendências que quase necessariamente devem ser seguidas, acho não muito entusiasmante ouvir falar num BMW de tração dianteira, mas, é o que muitos pensam e falam né, o que acontece é que as chances desses carros serem um sucesso é grande. Mas quando me lembro da beleza mecânica que é um eixo cardã girando como se fosse numa 550 Maranello.... é o pior item que um carro com pedigree pode perder.
ResponderExcluirPergunta: Por que o motor 2.0 da BMW rende só 136 cavalos, já que o 1.8 da Honda rende 140? Algum recurso que a BMW abriu mão?
Renan Veronezzi
Um bmw com tração dianteira é como um corvette com motor central traseiro. Ruim dificilmente fica, mas ninguém quer ver.
ResponderExcluirRealmente no mundo em que vivemos não dá para ser cético com nada. As nossas convicções devem ceder à razão.
ResponderExcluirNesta tarde de sábado, aqui no Rio, está um trânsito terrível no bairro em que moro (Jacarepaguá). Daí pergunto: deixa de ser entusiasta quem procura um carro pequeno, confortável, de baixo consumo, ainda que prejudicado pela falta de fôlego de um motor 1-L?
Por isso, essas ideiais puristas merecem a devida atenção nos casos específicos; tão-somente. No cotidiano, a história é outra!
É claro que uma coisa não impede a outra: a fabricação de modelos esportivos não precisa parar, bem como das picapes grandes.
O que precisamos, na verdade, é de carros resistentes, de baixo custo de manutenção.
ResponderExcluirEssa disputa entre fabricantes, para oferecer mais potência é inócua do ponto de vista prático. Deve-se investir, pois, na qualidade dos materiais empregados, quais sejam leves e resistentes, de proficuidade estrutural e aerodinâmica.
Prezado Bob,
ResponderExcluirExcelente matéria, obrigado pelas informações. Poucos profissionais têm coragem de contrariar abertamente mitos e preconceitos tão enraizados no mercado, ainda mais se tratando do nosso.
Renan Veronezzi
ResponderExcluirLembre o Civic Si é i-VTEC, como se fosse dois motores num só, daí ser possível extrair mais potência sem perder baixa.
Zezé
ResponderExcluirA analogia é ótima, mas, e se o Corvette com motor central-traseiro, fosse excelente, bom de guiar, melhor até que o de configuração original?
Eu acho muito engraçado que pessoas que não tem e provavelmente não terão BMW por falta de dinheiro fiquem revoltadinhos com as decisões da companhia.
ResponderExcluirMcQueen
Alexandre Freitas
ResponderExcluirAgradeço a mensagem. Sempre é preciso olhar todos os lados de uma questão.
Renan Veronezzi,
ResponderExcluirA unidade dois litros da BMW que rende apenas 136 cavalos é limitada eletronicamente, pois trata-se da versão ridícula Joy, vendida por R$ 110.000,00. É um carro destinado àqueles que fazem questão de aparecer, mas que na verdade compram uma BMW muito lenta, sem ar-condicionado digital, sem ajuste de altura do cinto de segurança e claro, com o câmbio "slowtronic". Além disso, para parecer uma BMW de verdade, eles colocam faróis de xenônio, rodas 17" e teto solar. Na hora de depenar o carro, a marca da bavária retirou até aquele detalhe da barbatana de tubarão no teto. É como se fosse a 118i das séries 3. Veja que esse mesmo motor, nas 320i Top, rende 156 cavalos, que também deixam a desejar, já que paga-se R$ 150.000,00 por eles. Não sou fã da BMW, mas tenho saudades das 320i antigas, 2.2, seis em linha com 173 cavalos.
Eduardo
Não acho que a adoção da tração dianteira para os veículos de entrada da BMW seja um sacrilégio ou heresia.
ResponderExcluirTal disposição permitirá que esses novos BMW compartilhem componentes com o Mini, que é uma pequena maravilha, prova da experiência da BMW com a tração nas rodas da frente.
Pelo menos mantenham o M3 e o M6 com tração traseira e pelo menos motor V8. Mas uma tração integral seria muito bem vinda.
Faço minha as palavras do Guilherme M. e já falei no post das BMWs com 4 cilindros do MAO. Não vejo problema num BMW “FWD”, SUV, Crossover ou trator, desde que se mantenham modelos com as características tão desejadas quando se compra um BMW e fizeram sua fama e historia.
ResponderExcluirA Porsche esta ai pra provar isso.
Adalberto
ResponderExcluirSíntese perfeita!
Já tive carro de tração traseira e sou daqueles que com carro de tração dianteira só tem casamento de conveniência mesmo. Troco imediatamente meu carro de tração dianteira por um de tração traseira que não tenha preço estratosférico como os que vemos aqui no Brasil. Nesse ponto, felizes os europeus, que podem ter um BMW Série 3 a preços tão mundanos como os de um Passat, e os americanos, que podem ter um Camaro na casa de US$ 20 mil. Porém, aqui no Brasil o que de mais barato há com tração traseira, o smart fortwo, é muito pequeno para meus usos.
ResponderExcluirTudo bem que os carros de tração dianteira muito evoluíram, mas o pessoal se esquece de alguns detalhes na condução da tração traseira que não há como um carro de tração dianteira chegar. Um deles é o da qualidade da direção. Em carro de tração traseira, você vira o volante sem ter a sensação de que está brigando com as rodas. E isso, meus caros, permite fazer as curvas de maneira mais natural. Portanto é impróprio dizer que um carro de tração dianteira nada deixa a desejar em relação a um bom de tração traseira, mesmo dirigido com vigor. Mesmo um bom carro de tração dianteira (e já dirigi muitos) briga contigo na hora de virar o volante).
Também temos a questão do esterçamento por torque. Por melhor que consigam fazer a suspensão de um carro de tração dianteira e conciliá-la com semieixos de mesmo comprimento, ainda fica algum. Falaram aqui do Focus RS, mas seria bom que vissem o vídeo do Top Gear mostrando que a tal RevoKnuckle não conseguiu solucionar o problema (http://www.youtube.com/watch?v=3GCT2zHKi_0). ainda que Jeremy Clarkson tenha gostado do carro, dá para ver o quanto que a roda esterça em cada acelerada. E quando falamos de um Vectra VXR/OPC, não dá para querer andar junto de um BMW M3 tracionando as rodas dianteiras (http://www.youtube.com/watch?v=vbvKv-PofzM). Não é à toa que o Insignia VXR/OPC não apenas tem melhor acerto de chassi como também traciona as quatro.
Há também a distribuição de peso. Para que a Audi tenha conseguido chegar aos 55-45 que vemos nos carros de plataforma MLP com tração dianteira (A4, A5 básico etc.), precisaram fazer muita engenharia em cima, a ponto de necessitar uma transmissão redesenhada, em que se jogou o eixo dianteiro para perto do encaixe com o motor. Até então, havia um balanço dianteiro gigantesco. Em compensação, BMW e outros modelos de motor dianteiro e tração traseira de outras marcas são 50-50 há umas três décadas ao menos.
E também questões práticas. Creio que todos aqui já tenham sofrido para fazer um carro de tração dianteira subir a partir do zero uma ladeira (mesmo asfaltada) em dia de chuva. Nem precisa ser ladeira das mais inclinadas, como pude comprovar ao tentar subir a Major Natanael nesta quinta-feira. Se for uma ladeira da Girassol ou da Ministro Rocha Azevedo, o vexame poderá ser maior ainda, de qualquer burro que não sabe qual o eixo que traciona aprender isso rapidinho ao ver fumaça sair dos pneus da frente.
Falou-se de balanço dianteiro pequeno nas imagens da revista Car. Porém, que ninguém esqueça que isso são só projeções. Quem quiser ler a matéria (http://www.carmagazine.co.uk/Secret-new-cars/Search-Results/Spyshots/BMW-Z2-2016-and-1-series-Gran-Turismo-2014/) lerá a seguinte observação: artist's impressions by R.Varicak/Motor Forecast. Fora isso, há recursos estéticos para que se disfarce um balanção dianteiro, como fazer a área dos faróis bem recuada em relação à área da grade. Pode-se até conseguir impressão estética de balanço dianteiro pequeno, mas isso não significa que o balanço vá ser obrigatoriamente pequeno ou que o eixo dianteiro estará distante da parede corta-fogo. Só se consegue isso com uma transmissão no mesmo eixo do motor (Mini original, por exemplo) ou com o diferencial à frente do motor (Toyota iQ).
Sobre o limite de esterço do Fusca, não esqueçamos que ele era causado pelo tipo de suspensão dianteira, que impedia que as rodas virassem mais. Tanto que nos 1303, dotados de McPherson, conseguiu se cortar 1,5 m de diâmetro de giro por haver mais espaço de esterçamento e rodas não-motrizes no eixo dianteiro. Que se tente fazer um carro de tração dianteira capaz de virar os 8 m de um Tata Nano ou os 7 m de um táxi inglês. Claro que em momento algum estou desmerecendo os 11 m do DS, até porque eles são exemplos de que há muito diâmetro de giro a ser cortado em carros de tração dianteira atuais. Quando vi que o C3 (tamanho aproximado de um Corsa B) vira em 11,5 m, notei que algo anda muito errado nos carros atuais. Aliás, 11 m mesmo em um carro médio-pequeno fazem-no parecer enorme. Cadê a deficiência? Está bem vivinha, como mostram os exemplos que dei, que, caso não houvesse o DS, seriam igualmente humilhantes quando comparamos com os 10,1 m que um Omega A consegue com seus 2,73 m de entre-eixos.
ResponderExcluirSobre golpe da BMW contra si própria, segue sendo um golpe contra si própria mesmo. O que um BMW pequeno ofereceria que um Mini não oferece? E o que um BMW de tração dianteira ofereceria para o segmento dos pequenos (se considerarmos o Mini como subcompacto) que um Alfa MiTo, um Citroën DS3 e um Audi A1 não oferecem? Que se note aqui que o golpe que a BMW dá contra si mesma é o de transformar seu produto em commodity. Acabamento esmerado? A Audi também oferece. Alta tecnologia? Nada que as três marcas aí citadas não ofereçam. Ela repete o mesmo tipo de erro que a Jaguar fez duas classes acima, quando lançou o tal do X-Type (que chegou a ter versão com duas rodas motrizes). O que ele oferecia que um Mondeo não oferecesse há muito tempo? E o quanto que ele ajudou a arruinar a reputação da marca? Até hoje estão tentando se recuperar. E o que dizer da Mercedes-Benz, que ao fazer o Classe A não conseguiu compartilhar uma peça sequer com os outros modelos da marca? O A daria um ótimo smart forfour, mas nem de longe é digno de ostentar a marca da estrela. E o mais desconcertante de tudo é ver que o chassi sanduíche permite motor central-traseiro (vide A38 AMG e seus dois motores) e até mesmo disposição clássica de tração traseira, com o cardã passando abaixo dos passageiros (vide o B55 recentemente apresentado).
Tivesse a BMW vontade de fazer de maneira mais própria um carro pequeno que não usasse cardã para as rodas traseiras, poderia ter seguido o exemplo do conceito Z13 (http://www.bimmerfile.com/2010/04/02/the-z13-bmws-secret-rear-engined-three-seater/) ou mesmo visto o Spirituals que a Rover apresentou como proposta para substituir o Mini (http://www.diseno-art.com/encyclopedia/concept_cars/mini_spiritual.html). Em ambos os modelos, a previsão era de o motor ser atrás, de maneira a liberar a frente tanto para gerar mais espaço como também para ter mais espaço de deformação. Quem aprendeu a lição direitinho? A Mitsubishi, com seu i (quem viu o i-MiEV no Salão do Automóvel notou que ele tem espaço interno mais que suficiente para quatro adultos grandes e porta-malas decente para o tamanhinho) e a Tata com o Nano (e conseguindo bom espaço interno para 3,10 m de comprimento). Em ambos, há um motor central-traseiro transversal com bloco bem inclinado para trás para gerar plataforma de carga em altura normal, e com os benefícios de o peso estar entre os eixos e por aí vai.
Comparar o carro com seus rivais diretos, em seus principais mercados destino, trará sempre uma ótica importante, o Serie 1 pertence ao segmento "C", na Europa, o mesmo do Focus, Golf, C4, 308, Megane, Astra, este tem na RWD alguns diferenciais importantes, que juntamente a outros, permitem a BMW cobrar aqueles 20-25% a mais, de carros de mesma potência/torque e similarmente equipados.
ResponderExcluirConcordo que hoje as tecnologias convergem, as diferenças dinâmicas já são imperceptíveis ao motorista normal há anos, os fabricantes sabem disso mais que ninguém, mas os valores intangíveis estão sendo afetados, o que faria um sujeito pagar os 25% a mais num Serie 1? Lembremos que Ford, GM, VW, também objetivam tornar seus carros próximos em excelência dinâmica aos BMW. Só emblema não segura valor, no longo prazo.
Motor longitudinal ou transversal????
ResponderExcluirEduardo, por qual motivo limitariam a potência de um motor que pode render mais? Creio que nisso há a falta, de como o Bob mencionou, do sistema (ou semelhante) Vtec entre o de 156 e o de 136 HP.
ResponderExcluirRenan Veronezzi.
Gilberto, esses BMWs de tração dianteira terão motor transversal, uma vez que compartilharão a plataforma com o Mini.
ResponderExcluirE o charme da tração traseira??
ResponderExcluirAnônimo
ResponderExcluir5/2 17:07
Acho que estamos falando de sssuntos diferentes. Má qualidade de direção, briga com as rodas, esterçamento por torque, dificuldade para arrancar em subidas, que carro você anda dirigindo? Sugiro que experimente um Jetta 2,5-L. E o assunto é carro de rua, não carro de corrida.
Anônimo 5/2 17:07
ResponderExcluirAlguém disse que Fusca esterça bem? O Fiat 147 esterçava em 9,6 m, acha pouco? E nessa conversa toda, alguém será obrigado a comprar esse novo BMW? Se não achar que não vale a pena, não compre, ora. Mas aposto que será um excelente BMW. Tem é que ser bem-feito, seja tração dianteira ou traseira.
Marco Aurélio,
ResponderExcluirAcho que é bem pouco provável que a BMW não tenho pensado nos aspectos de imagem e mercadológicos.
Box666
ResponderExcluirPara onde vai o charme quando a tração é integral? Acho que charme está no veículo como um todo, sem ligação com a tração.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ Bob. Apesar de concordar contigo que os tração dianteira evoluiram muito, pra mim a BMW perderia em caráter sim. É inevitável. E como o amigo pouco acima disse, já temos Mini, A1, MiTo, entre outros. A BMW seria "só mais um". Com tração traseira, o jogo muda, e vira mais um atrativo. Sim, é um tiro no pé, para os consumidores mais tradicionais. Para esse bando de novos ricos que não entendem muita coisa, não mudaria muito. (os tais 40%)Para um auto-entusiasta, eu acho que mudaria sim.
ResponderExcluirSe eu quiser um carro alemão pequeno tração dianteira, pego o A1. Isso é o que vai acontecer com a BMW, na minha humilde opinião. Vai virar apenas mais um.
Muito triste. Admito ser conservador nesse ponto, mas como tenho a BMW como marca do coração, temo que vire apenas, mais uma.
Quem tem medo? A própria fábrica deveria ter. Fazer um BMW FF ao invés de FR é se nivelar por baixo. Como disse o Diego Ribeiro, para comprar um tração dianteira eu compraria um Audi, que tem muito mais experiência no assunto. E os próprios Mercedes Classe A e B podem ser exemplo: quanto mais eles vendem em relação ao Classe C? São mais baratos, mas o volume de vendas compensa o desgaste da imagem da marca?
ResponderExcluirQuendo você tem a tradição de uma Mercedes Benz até pode se dar a esses luxos de fazer veículos para nichos inferiores. A BMW, como o próprio post sobre os motores de 6 ou 4 cilindros informou, adquiriu esse status de fabricante do segmento superior há não muito tempo, tanto que os modelos de luxo do pós 2ª Guerra não conseguiam competir com os Mercedes nem de longe, só com os Série 7 é que atingiram o patamar da marca das três pontas. Os esportivos BMW anteriores aos "neue klasse" (2002 tii) são mais cultuados hoje que na época.
Enfim, algum executivo com grandes conhecimentos adquiridos em cursos de MBA deve ter tido essa "grande" idéia. Deve ter sido, inclusive, colega de curso do pessoal que afundou o Goldman-Sachs e a GM americana...
O pessoal acha que a BMW vai acabar se fizer um veículo diferente. Não vai. Quer marca com mais tradição que Mercedes Benz? Por acaso a imagem dela se deteriorou no Brasil (e no resto do mundo) por causa do Classe A e Classe B? Tenho certeza que não.
ResponderExcluirBob, sobre dificuldade de um carro de tração dianteira arrancar em subida, é a dificuldade em arrancar parado em uma ladeira que esteja molhada. Quantas vezes não se vê o carro sofrendo, patinando as rodas para tentar subir aquele trecho que normalmente seria subido suavemente se o piso estivesse seco? E aqui, no caso, falando de carro comum, sem qualquer babá eletrônica.
ResponderExcluirAqui em São Paulo, por exemplo, ladeiras ótimas para quem quiser ver carro de tração dianteira sofrer para subir são as das ruas Girassol e uma no começo da Fradique Coutinho (ambas na Vila Madalena) e a Ministro Rocha Azevedo (nos Jardins). Girassol e Fradique são mais perversas, até pelo fato de fazerem esquina e terem semáforo. A Ministro não tem semáforo na parte mais inclinada, mas o gradiente dela é suficiente para que se sofra com carro de tração dianteira em dia de chuva, caso se precise partir do zero já na ladeira. Se você está andando já embalado desde a parte plana de baixo, o carro de tração dianteira irá embalado e sem problemas, mas sendo São Paulo, torça para que em dia de chuva um otário na transversal não corte sua frente, pois te obrigará a parar o carro e submeter-se ao constrangedor espetáculo de ver rodas patinando sem que tenha sido essa a intenção do motorista.
Outro exemplo simples de carro de tração dianteira e ladeira molhada não combinarem: tentar rebocar um barco de alumínio partindo do ponto mais baixo da rampa que dá acesso ao rio. Cansei de ver carro de tração dianteira sofrendo para subir esse tipo de rampa rebocando esse tipo de barco para pesca, que é bem leve. E aí você via pick-ups 4X2 de chassi (e portanto tração traseira), Opalas e até mesmo Fuscas e Chevettes subindo a tal rampa molhada de maneira suave e sem patinar rodas.
Anônimo 6/2 02:26
ResponderExcluirEmbora ninguém seja tão sábio que não possa aprender, acho que conheço um pouco de tração dianteira. Carros de tração traseira mesmo com repartição de peso 50/50% sofrem para arrancar em subida com pouca aderência. No caso dos tração dianteira, motores cada vez mais elásticos, o notável avanço nos pneus e os entre-eixos que só aumentam, minimizam essa dificuldades. Os exemplos de ruas que você mencionou, conheço-os todos e representam, sim, dificuldade para arrancar, exceto com carros "tudo atrás". Agora, quando se trata de rebocar é outra história, mas, responda, quantos tiram barcos da água no universo de veículos? Sejamos realistas.
È Mac Queen ,isso é amor, ele não faz sentido mais é muito forte e ruim de ignorar.
ResponderExcluirUm dia você vai sentir.
Bob, mais um post esclarecedor e lúcido. Apesar da minha preferência pessoal pela tração traseira, há ótimos carros de tração dianteira rodando por aí. Sendo um fã da BMW, não espero nada além da excelência por parte dos bávaros. Abraços!
ResponderExcluirBom, já foi escrito que o dono de um série 3 paga o triplo de um Civic por causa dessa tração traseira e por duas letras a mais no capô. Não acho que as BMW ficarão mais baratas para o consumidor final (talvez os Honda fiquem mais caros), mas tenho minhas dúvidas quanto a quantia de pessoas que pagarão tão mais caro por duas letras a mais.
ResponderExcluirA grade em duplo rim, por outro lado, não traz vantagem nenhuma e não há quem ouse movê-la de lá. Um sinal de tempos em que é mais importante parecer que ser? Não creio. Sempre foi mais importante parecer (pelo menos desde o Império romano).
De qualquer modo, sinto cada vez mais falta de soluções de engenharia diferentes. Em momentos da história foi possível escolher entre motores elétricos, de combustão interna, diesel, com turbinas, rotores ou pistões, dois ou quatro tempos, que carregassem qualquer número de passageiros entre um e nove, vários tipos de suspensão, refirgeração à ar, óleo ou água, qualquer número de portas entre uma e seis, etc.
Cada vez mais vejo os carros convergirem par o mesmo motor, mesma carroceria, número de portas, suspensão, transmissão, mesmo tudo. Que fique mais prático para o fabricante, mas está ficando cada vez mais chato tambem.
Aviso de antemão que não sou purista. Mas mesmo assim acho ruim a BMW fazer carros pequenos com tração dianteira. À parte a tecnologia e pouca diferença em handling devido à tração, que ela existe, existe, e é melhor tração traseira. Que beleza é acelerar e sentir as rodas traseiras empurrando...
ResponderExcluirConsiderando que os carros estão ficando cada vez maiores e pesados (isso é ruim), matar os pequenos com tração traseira é um sacrilégio, mesmo que sejam versões de entrada.
Se for pra fazer BMW's com tração dianteira, que façam justamente nos maiores. As versões M podem (e devem) continuar com tração traseira, claro.
Que mania as pessoas tem de achar que carros grandes são melhores... a não ser que dê mais importância para o tamanho do porta malas do que o handling.
Mercadologicamente falando, a BMW continuará bem, mas um cara como eu, que gostaria de ter um divertido 130i, agora ficará sem muita opção (se a tração dele virar dianteira) - apesar de eu não poder comprar um, tem gente que pode, e sonhar não custa nada.
O que estraga os preconceituosos pseudo-entusiastas é que não sabem diferenciar carro de competição de carro de rua, e aí ficam repetindo aquela bobagem de "tração onde Deus quis que fosse".
ResponderExcluirInfelizmente as pessoas querem seus carros à imagem e semelhança dos carros de corrida.
Parabéns Bob
Tração dianteira eu tenho no meu vectra, quero uma bm justamente pra poder brincar em retornos quando chove! se de opala já é bom imagina de bm...
ResponderExcluirNão, sinceramente, essa notícia ñ agradou. Tudo bem Bob, tu correu de maverick divisão 3, deve achar uma bobagem se divertir a 50 por hora num powerslide na chuva, mas eu adoro, e queria um carrinho novo que fosse tração traseira justamente pra poder fazer isso, um chevettinho moderno... Daí ficar sabendo que a idolatrada Fábrica de Motores da Bavária vai fazer carros com tração dianteira? a isso é lamentável, sinto muito.
Leonardo Pastori
O que mais entristece nessa história é que a senhora da tração traseira não sabe fazer carros pequenos de tração traseira como sabem fazer Mitsubishi (vide o i, cujo motor central-traseiro transversal permitiu ao mesmo tempo abrir um salão para quatro ocupantes e aumentar a zona de deformação) e Tata (vide o Nano, que também tem motor central-traseiro transversal, tendo mais espaço interno que um Maruti 800, tudo isso em 3,10 m). Sim, meus caros, a BMW submete-se ao ridículo de fazer um carro que basicamente não oferecerá nada muito diferente do que já oferecem MiTo, A1, Mini e DS3 e, pior ainda, mostrar que marcas que nunca tiveram na tração traseira um valor central sabem fazer carros pequenos de tração traseira que a BMW não sabe fazer.
ResponderExcluirLeonardo Pastori
ResponderExcluirQuantas pessoas gostam e fazem powerslide? Minoria das minorias. E só serão dois BMW de tração dianteira, o resto continua tração traseira.
Dica pros Autoentusiastas que estao aqui por Munique ou perto:
ResponderExcluirhttp://www.bmw-on-demand.de
Aqui da pra vc pegar BMW M3 por 32EUR/hora e soh paga no maximo 4 horas/dia
Abracos
Ótima dica Nickolas!
ResponderExcluirOs argumentos do Bob são incontestáveis... Mãããããs somos entusiastas! Não só não curti essa de BM FWD... Como "IMHO", BMW de verdade começa na série 3, isso independente do motor.
Agora... Podem criticar à vontade! Opinião cada um tem a sua.
Sds
Powerslide é coisa de AUTOaborrescente
ResponderExcluirFabio
ResponderExcluirVocê está dizendo que carro de tração dianteira mão é carro de entusiasta? Essa para mim é nova.
Bob, minha intenção não é te contrariar, como falei, esta é a minha opinião. Se algum dia eu tiver condições de ter um BMW, mesmo que usado, será um série 3, com tração traseira, conforme a tradição da marca.
ResponderExcluirPara ter um hatch, tração dianteira, prefiro um A3, só isso.
O entusiasmo do qual falei está relacionado com a marca.
Sds
Que venham os BMW de tração dianteira, mas deixem o 130i como está, haushuahsaushsasus!
ResponderExcluirOlá Bob. Você não acha que a tração traseira é imbatível para subidas íngremes e úmidas?
ResponderExcluirMarcelo, não é uma questão de não saber diferenciar, a BMW vai destruir uma tradição de muitos anos com isto...BMW é para quem pode ter, não era para virar carro de pé rapado! tenho uma 540i v8, sou completamente purista, e fan de carteirinha da BMW, chega a dar um desanimo, vão estragar com a exclusividade e status que o logo da BMW trazia até então.
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