google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 PORSCHE BOXSTER S - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

PORSCHE BOXSTER S

Fotos: Divulgação


Os carros esportivos são a ponta de lança da tecnologia automobilística. Assim como os aviões de caça, é neles onde as novidades do seu setor primeiro são postas em prática.

Esportivos como Porsche, Ferrari, Mercedes – tradicionais frequentadores das pistas, e ali vencedores – mais avançados são, pois grande parte da tecnologia nasce na guerra das competições.

O Porsche Boxster S expressa bem essa afirmação, pois reúne o que há de melhor no momento. Ele não é um "peso-pesado" dentre os esportivos, não é dos mais rápidos e velozes, mas é bastante rápido e extremamente prazeroso de guiar, pois segue precisa e instantaneamente os nossos comandos.

Seu motor 6-cilindros está colocado entre os eixos, logo à frente do eixo traseiro. Sua maior massa (motor e câmbio) se concentra onde resultará em melhor comportamento nas curvas e melhor tração. Assim também era o 356/1, o primeiro Porsche esportivo projetado por Ferry Porsche, em 1947, e assim era o 550 Spyder, o primeiro Porsche feito especificamente para competições, em 1952. Como se vê, a marca já nasceu sabendo qual era o melhor caminho para o bom desempenho.

Há três modelos Boxster, o “básico”, o S, e o recém-lançado Spyder. O primeiro tem motor 6-cilindros, 2,9-litros de cilindrada e 255 cv. Já o S tem 3,4-litros e 310 cv, e esses 55 cv a mais fazem bastante diferença. Enquanto o primeiro arranca de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos e atinge 263 km/h de máxima, o os números do S são: 5,0 seg. e 272 km/h. Já o Spyder é mais leve e seu motor rende 10 cv a mais que o S. Faz o 0 a 100 km/h em 4,8 seg. e atinge máxima de 264 km/h. Isso mesmo, o Spyder atinge menor velocidade máxima, pois sua aerodinâmica privilegia maior estabilidade nas curvas em detrimento do menor arrasto aerodinâmico.

Há duas opções de câmbio: o manual 6-marchas e o PDK (Porsche Doppelkupplung, dupla embreagem), um câmbio manual automatizado, de sete marchas, que foi o que testamos. As trocas de marchas, com ele, devido à dupla embreagem, são quase que instantâneas. Com o PDK, se deixarmos a alavanca no Drive e dirigirmos calmamente, ele se comporta como um dócil câmbio automático, com trocas suaves e tranquilas, porém, basta acelerarmos forte para ele entender que queremos fogo e assim reagir trocando marchas mais rapidamente.



Se quisermos fazer as trocas de marcha dando toques na alavanca, ou por meio das teclas do volante, basta trazer a alavanca de câmbio para a esquerda, para junto de nós. Há uma pequena tecla em cada lado do volante e ambas sobem e descem marchas. Apertando-as com o polegar elas sobem, e  trazendo-as para trás com o indicador elas reduzem. Simples e prático, apesar de eu ainda preferir o sistema dos Ferrari, Lamborghini e Maserati, onde há borboletas que ficam fixas à coluna de direção, pois assim sempre sabemos onde elas estão.

No sistema PDK, se apertarmos no painel o botão “SPORT S”, o câmbio nos obedecerá fielmente, só trocando marchas se assim comandarmos, levando o giro até o limite em que passa a “picotar” a alimentação. Isso é muito bom e é assim que tem que ser. Como se vê, o PDK é referência, pois atua perfeitamente de todos os modos possíveis.

O motor de 6-cilindros é um boxer, pois seus pistões trabalham na horizontal e contrapostos. Isso para que tenha um centro de gravidade baixo, o que favorece a estabilidade do carro. Além disso, tem cárter seco, ou seja, o óleo fica armazenado em reservatório separado e alimenta diretamente a bomba, o que evita que falte lubrificação durante as fortes e longas curvas. O carter seco, por não ter o reservatório sob o motor, também permite que o motor fique mais baixo.

O comando de válvulas é variável. Ele muda o tempo e a abertura das válvulas de acordo com a rotação do motor. É como se ele tivesse um comando “manso” em baixas rotações – para ter mais torque em baixa – e um comando “bravo” em alta – para ter maior potência máxima. O coletor de admissão também é variável, pelos mesmos propósitos.

Dirigindo-o, sentimos grande rigidez de chassi. Não torce um milímetro. Nem parece um conversível, já que os conversíveis costumavam torcer mais a carroceria devido à falta que a capota rígida faz na amarração estrutural do carro. Tendo chassi rígido, a suspensão trabalha com exatidão, e isso, claro, também favorece a estabilidade. Houve um grande avanço nessa área. Os bons conversíveis de hoje não pecam mais nesse ponto.

As suspensões, tanto a dianteira, quanto a traseira, são basicamente a McPherson com melhorias da Porsche, e ambas têm barra estabilizadora. A suspensão é primorosa. Não é nada incômoda em piso ruim e é bastante firme na hora do racha. Mais firme ainda fica se apertarmos o tal botão SPORT S, o botão do Shazam. O carro já entra nas curvas bem encaixado na trilha que lhe apontamos, rola lateralmente na dose certa, e segue certinho o traçado ideal. Aceita bem as correções diante de fatos inesperados, mesmo em curvas mais fortes.

Não tive condições de testá-lo no limite, mas não me pareceu um carro, digamos, perigoso, para motoristas menos experientes. Ele avisa com bastante antecedência suas tendências, o que dá bem tempo para correções. Está no ponto; muito bem acertado.

Este “peso-médio”, num traçado sinuoso, dá canseira em muito “peso-pesado”, não restam dúvidas.

Êta esportivo competente este Boxster S! É de impressionar.


Motor: 6-cilindros, boxer, 3.436 cm³
Potência: 310 cv a 6.400 rpm
Torque máximo: 36,7 mkgf entre 4.400 e 5.500 rpm
Entre-eixos: 2.415 mm
Peso: 1.380 kg
Relação peso-potência: 4,45 kg/cv
Cx: 0,31 
0 a 100 km/h: 5,0 s.
Vel. máx: 272 km/h

O Boxster S avaliado foi cedido pela Só Veículos, av. Europa, 863 - Jardins - São Paulo, SP
Tel. (11) 3089-4444. Preço do veículo: R$ 299.000,00 à vista. 

AK

23 comentários :

  1. Brinquedinho bom, hein, Arnaldo! Me parece mais um daqueles casos, em que menos é mais.

    Abraço

    Lucas crf

    ResponderExcluir
  2. Adorei o ''Porschinho''..deve ser puro prazer ao volante!

    OFFtopic: Aproveitando o espaço Arnaldo, tenho uma pequena dúvida aqui, pode parecer uma pergunta tola mas ela anda me perturbando últimamente. Em termos de comportamento dinâmico de um veículo- acerto de suspensão, barra estabilizadora, carga dos amortecedores,molas etc... Oque leva um carro a apresentar tendências a saídas de frente e saída de traseira? Em termos de concepção de projeto, como as fábricas preparam os carros dentro para apresentar tais comportamentos?.

    Desde já agradeço!

    Sou seu Fã!

    Henrique

    ResponderExcluir
  3. Muito boa a sua resenha, AK. Parabéns e obrigado.

    Agora, já dirigi esse Boxter S e acho que a Porsche deveria mandar alguns engenheiros estagiarem na TVR ou na Lotus. De passagem pela Inglaterra, tive a oportunidade de dirigir um Tamora, eram mais de 300 cavalos pra pouco mais de uma tonelada de massa. Resultado: muita, muita diversão. E o chassi foi tão bem projetado que o carro se mantinha estável, mesmo sem as muletas usuais, a sopa de latrinas (ABS, ESP, PQP etc.).

    O Boxter era pra ser o carro leve da marca, o batedor, o caça Zero. Contudo, em vez disso, é um paquiderme de quase 1.400 quilos (mais pesado que o Corolla com um motorista avantajado), lotado de perfumarias.

    Acho que é por isso que curto os ingleses e seus bólidos descompromissados. Um dia ainda importo meu TVR.

    Abraço.

    V. Medardo

    ResponderExcluir
  4. Mesmo sendo um "paquiderme", eu acho o mais bacana dos porsche atuais, com o DNA do 356...

    sei que os 911 é o top, mas mesmo a versão "pé de boi" deve ser bem diveritda

    ResponderExcluir
  5. Que delicia deve ser pilotar um desses numa bela estrada em uma manha ensolarada ou noite de lua , claro (capota baixa) e uma bela morena ao lado.. nem e preciso correr!
    O barulho desses motores contrapostos sao tbm fantasticos (pelos arrepiados)!
    Os Porsche de hoje sao os futuros classicos de amanha ... e como os bons relogios, nao se descartam , podem passar de pai para filho para neto...
    Bela materia AK!
    PS:parabens pelas avaliacoes dos carros que vcs tem feito. Continuem com esse excelente trabalho jornalistico e nao deem ouvidos a criticas infundadas. Infelizmente ha muitos leitores , que nada entendem do assunto , mas gostam de depreciar.
    Abs

    ResponderExcluir
  6. Arnaldo Keller25/02/2011, 12:10

    Henrique,

    Por coincidência estou escrevendo uma matéria que fala bastante sobre isso que quer saber. Não sou o mais categorizado aqui do blog para lhe responder, pois sou um simples jornalista e tento só escrevr sobre o que sei e chutar pouco.
    Então, por favor, espere uns poucos dias e veja se a matéria vai te satisfazer. Aí vc fala. OK?
    E sem essa de fã, que não sou pop-star e não mereço. Assim eu afrescalho.

    Medardo,

    também adoro carro leve, tanto que sou maluco pelo Lotus Exige, que nem você. Mas não senti o Boxster pesado. Creio que a Porsche tem mais compromisso com a segurança e só lhe resta aumentar o peso, apesar de lutar contra ele.
    E veja que a Porsche atende outro mercado, um cliente que quer mesmo esses equipamentos que acabam pesando.
    Ela não precisa fazer curso com ninguém. Ela faz assim porque quer.

    ResponderExcluir
  7. Arnaldo Keller25/02/2011, 12:13

    Soares,

    Conselho: enquanto vc não compra um Boxster, vai aproveitando e vai saindo com essa morenaça aí, nem que seja de bicicleta, que é isso que na verdade interessa. O resto é bobagem, ilusão que nunca satisfaz.

    ResponderExcluir
  8. Arnaldo,
    Ia escrever pra perguntar se esse Porsche aí dá mais prazer que um Exige, mas to achando que não!
    De um tempo pra cá tenho deixado de lado um pouco pelo fascínio que eu tinha pelos Porsche que, até então, considerava a melhor fábrica de esportivos. Depois que vi que o Europeu 911 é mais pesado que o tradicional americano Corvette, fiquei olhando a Porsche meio de lado.
    Tudo bem, como você disse, esse peso extra é necessário para a sobrevivencia (em mais de um sentido).

    Gosto muito do jeito que você escreve Arnaldo! Belo post!!

    ResponderExcluir
  9. Muito legal Arnaldo!

    Acho que nas famosas tábuas de Moisés, deveria existir uma adendo: " Décima-primeira: Todo autoentusiasta terá direito a andar ao menos uma vez de Porsche.."

    Porsche, cantando em prosa e verso há tantos anos, só aumenta a nossa fome de experimentar!

    Mister Fórmula Finesse

    ResponderExcluir
  10. Um belo carro sem dúvida. Mas uma coisa que tem me chamado muita atenção é que alguns carros aqui citados já não possuem um pico de torque máximo, e sim uma faixa de torque máximo. Explêndido! E isso sem os artifícios da turbina do A3 que o bob testou.

    Vou esperar sentado tecnologias como essa chegarem aos quase-inacessíveis "populares".

    GiovanniF

    ResponderExcluir
  11. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  12. Guilherme,

    Nunca dirigi um Exige, mas não tenho dúvida de que seja mais prazeroso que o Boxter. O Lotus é menos potente, mas compensa isso sendo mais leve, chegando, assim, a uma relação peso/potência mais favorável. Acho que deve ser um carro mais parecido com o Tamora, que deixa esses Porsches comendo poeira.

    Acho que os esportivos puro-sangue são uma espécie em extinção nesses dias de hoje. Tirando alguns fabricantes ingleses como Lotus, TVR, Atom, Morgan, ou suecos, como a Koenigsegg, não sobrou muita coisa. Os esportivos se parecem cada dia mais com sedãs de luxo e acabam sendo usados como caudas de pavão, só como ornamento para atrair parceiros.

    Essa do 911 pesar mais que o Corvette, eu não sabia. Fico feliz. Gosto dos Corvettes e da linearidade de sua evolução através do tempo. Seu motor OHV estado-da-arte me encanta. E ainda tem gente sem noção que critica só porque o carro não tem quatro válvulas por cilindro e usa comando no bloco. E já acho o máximo. Está aí um carro em que faço mais questão de andar do que em qualquer Porsche.

    Abraço.

    V. Medardo

    ResponderExcluir
  13. Caio Cavalcante25/02/2011, 16:12

    Fico imaginando pegar um desses em Stuttgart, rodar por uma Autobahn, cruzar as estradas sinuosas dos Alpes e rumar para a costa italiana. É, passeiozinho legal... Acho que algum dia consigo pelo menos alugar um.

    Esse sistema de tecla puxa-empurra para trocar marchas me parece um pouco complexo de usar na hora do aperto. Ainda bem que a Potsche não entrou na onda de extinguir a alavanca.

    Arnaldo,
    Belo post. Se vai tomar um café por minha conta, espero vc p/ tomar um café e batermos um papo qualquer dia.

    Grande abraço

    ResponderExcluir
  14. V.Medardo

    "Seu motor OHV estado-da-arte me encanta. E ainda tem gente sem noção que critica só porque o carro não tem quatro válvulas por cilindro e usa comando no bloco. E já acho o máximo. Está aí um carro em que faço mais questão de andar do que em qualquer Porsche."

    É exatamente isso que eu penso. O AG me influenciou um pouco nisso.. hehehehehe

    ResponderExcluir
  15. Pena que é muita areia pra mim... Na minha humilde opinião, mais bonito que o 911.

    ResponderExcluir
  16. Guilherme,

    Vamos comprar um meio a meio. Hehehe...

    Abraço.

    V. Medardo

    ResponderExcluir
  17. Pô Arnaldo, valeu mesmo! Fico a espera da matéria! Capricha aí hein?! rsrsrs..

    abs!

    Henrique

    ResponderExcluir
  18. Alexandre - BH26/02/2011, 04:18

    Acho que James Dean elegeria o Porsche Boxster S como seu 'little bastard' moderno!

    ResponderExcluir
  19. Carro legal mas perdeu um pouco o encanto para mim...sabado passado eu de Lancer Evo X em interlagos só levei fumo no Flying Lap de uma Gallardo, de 5 911 Turbo e de 430 Scuderia...os Boxster, vixe, dava até dó, principalmente em saidas de curva.
    Virei 2:00,2....sem sequer conferir calibragem de pneus...enquanto os da frente tinham até semi slicks...

    Na próxima, vai ser diferente.

    ResponderExcluir
  20. Sei lá, sou mais o Corvette e o Dodge Viper mesmo....

    ResponderExcluir
  21. Você é um cara de sorte mesmo hein, AK. Esse carrinho é a prova cabal de que não se precisa de 400 ou 500 cv para um esportivo ser legal. Mesmo se ele mantivesse a potência do primeiro Boxter, do fim da década de 90, continuaria interessantíssimo. Um Porsche desses e um boa estradinha sinuosa (sob um clima ameno e como uma boa companhia no banco direito) seriam, como diz o RC, o côncavo e o convexo...
    Grande abraço, AK!

    ResponderExcluir
  22. Arnaldo Keller28/02/2011, 08:45

    911 Turbo,

    Belo de um tempo para o Lancer! boa tocada!
    Pois é, lembrei de um cara que me disse que ia me deixar guiar um desses e até agora nadicas...
    Mas, escuta, porque o Boxster era lento nas saídas de curva? Faltava potência?

    ResponderExcluir
  23. Faltava tração...o Lancer AWD saia que nem uma bala....acelera tudo no meio da curva...o Boxster tem que ir modulando....

    Calma que o carro chegou hoje....está de pé o convite, só falta eu programar a data e pode chamar o Bob também.

    ResponderExcluir

Pedimos desculpas mas os comentários deste site estão desativados.
Por favor consulte www.autoentusiastas.com.br ou clique na aba contato da barra superior deste site.
Atenciosamente,
Autoentusiastas.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.