google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 BENZ, 125 ANOS DO PRIMEIRO AUTOMÓVEL E MERCEDES - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

BENZ, 125 ANOS DO PRIMEIRO AUTOMÓVEL E MERCEDES

O primeiro carro exposto no museu é o primeiro carro da Toyota, o modelo AA. Será que alguém adivinha qual é o segundo?

Réplica do Benz Patent Motorwagen, de 1886, no Museu Toyota. Note, na traseira, o grande volante do motor horizontal. Era rodado à mão para dar partida

Isso mesmo! O primeiro automóvel da história, ou o primeiro carro movido a motor, patenteado por Karl Benz (1844-1929) em 29 de janeiro de 1886. Há 125 anos!

Naquela época existiam muitos projetos de motor a combustão de dois e quatro tempos que estavam em pleno desenvolvimento. Karl Benz trabalhava tanto no desenvolvimento do "carro" quanto do motor. Ao mesmo tempo o inventor Nikolaus August Otto também patenteava os princípios do que conhecemos por ciclo Otto de quatro tempos.

Outros personagens dessa história que também desenvolviam motores foram Gottlieb Daimler (1934-1900) e Wilhelm Maybach (1846-1929). Seus motores, na época não conhecidos por Karl Benz, eram tecnicamente superiores.

Entretanto, foi Benz que conseguiu dar um importante passo à frente unindo um motor que funcionasse sem problemas a um carro que fosse propelido por esse motor, ambos desenvolvidos por ele, levando-o assim a ter o título de inventor do automóvel. E esse título é usado com ênfase, o que não é para menos, pela Mercedes-Benz.

Primeira página da patente com a data de 29 de janeiro de 1886

Benz Patent Motorwagen, primeiro conjunto funcional de motor e chassi ou automóvel

É claro que essa história é riquíssima e merece ser contada com mais detalhes. São muitos personagens e um emaranhado de detalhes até a consolidação da empresa e marca Mercedes-Benz.

Mas acho interessante contar mais uma curiosidade dessa história. Uma parte que já li para minha filha dormir quando ela tinha uns cinco anos de idade. E acho que agora, que ela está com10 anos, vou ler de novo.

É óbvio de se imaginar que o nome Mercedes tenha vindo de uma mulher. Mas na verdade veio de uma garota de 10 anos. Mercedes era a filha de Emil Jellinek, um comerciante natural de Leipzig, na ex-Alemanha Oriental, mas que se estabeleceu em Nice, na França. O nome Mercedes, espanhol, era sinônimo de sorte para ele. No entanto o curioso é que Mercedes era nome carinhoso dado pelos pais, pois seu nome era Adriana Manuela Ramona Jellinek.

Mercedes Jellinek, sorte para o pai Emil
Jellinek era um autoentusiasta e nos anos 1890 conheceu a Daimler, que já fabricava carros. Se tornou revendedor da marca em Nice. Porém, decepcionado com a velocidade máxima de 25 km/h o comerciante queria carros mais velozes, que ultrapassassem 40 km/h. E assim insistiu para que Gottlieb Daimler e o engenheiro Wilheim Maybach melhorassem seus motores.

Mas a dupla relutou dizendo que era impossível ou irresponsável. Porém Jellinek não deu o braço a torcer: "Não me quebrem a cabeça, construam motores mais potentes, façam o que quiserem, é coisa de vocês. Estou encomendando quatro carros e pagarei por eles; o assunto dos 40 km/h é problema meu, vocês não correm risco algum". Então ele recebeu os quatro carros e comunicou: "Vocês estavam enganados ao protestar; eu dirigi a 42 km/h! O carro não se desintegrou e nem eu me volatilizei".

Jellinek e seu Daimler Phoenix, antes de ser chamado de Mercedes
Participante de competiçoes automobilísticas em 1898, Jellinek recebe um automóvel com motor dianteiro de quatro cilindros e 24 cv, o Phoenix. Então, em 1899 ele participou do rali Nice-Magognon-Nice como seu Daimler Phoenix, batizado de Mercedes pela primeira vez. O nome lhe trouxe sorte e Jellinek venceu o rali com o Mercedes. A partir daí os carros da Daimler foram aperfeiçoados e graças aos triunfos esportivos dos anos seguintes, a marca Mercedes se consolidou e foi registrada em 1902.

Mas Mercedes, a filha, não teve muita sorte na vida. Morreu aos 39 anos de câncer ósseo.

Entre o início do século e a década de 20 tem mais uma parte importante dessa história que culminou com a criação da marca Mercedes-Benz em 1926 com a fusão das empresas de Benz e Daimler. Mas fica para outro post.

PK

Nota: Se eu não falasse o Bob com certeza o faria. Apesar de Mercedes ser um nome de mulher os carros Mercedes, como todos, são masculinos. Não tem coisa mais chata que escutar alguém falando "a Mercedes".

12 comentários :

  1. Muito legal o post...
    Mas ligando o famoso"chato mode on".
    É correto dizer "o mercedes" quando estivermos falando do carro, certo?
    Mas também é correto falar " a mercedes" quando estivermos nos referindo à marca, né?
    Ou não é?!

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  2. PK,

    Belo post. De fato o início de tudo.

    Há ainda outra personagem importante nessa história que faria a primeira "ação de marketing" da empresa.

    Bertha Benz - que viria a se casar com Karl Benz - o conheceu justamente pelo interesse no que o até então "inventor" estava planejando.

    Ela de família rica decidiu investir no projeto e na manufatura/construção dos primeiros protótipos. No entanto havia uma certa decepção de Karl pois seu projeto pronto era pouco entendido.

    Então, contrariando leis e costumes de época, que Bertha Benz decidiu visitar sua mãe regularmente, acompanhada de dois filhos adolescentes. A cena tão provocadora de uma "máquina qualquer" dirigida por uma mulher com família foi despertando o interesse das famílias rurais da época e aos poucos convencendo os benefícios e confortos do novo veículo automotorizado.

    Ela fez o trajeto entre Pforzheim e Mannheim no sudoeste alemão (aprox. 100km) em poucas horas por várias vezes para mostrar a utilidade e o quão fácil era operar a nova máquina, ao ponto de uma "do lar" conseguir fazer esse trajeto sem maiores problemas.

    Isso havia feito com que Karl Benz retornasse à idéia com força e então o projeto seguisse adiante - já com os primeiros possíveis compradores.

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  3. "A Puma", "a Fusca", "a Sinca"; soa muito brega, mas paraas peruas só consigo falar "a Kombi", "a Brasília", "a Belina", "a Caravan" etc..

    Renato

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  4. Rodrigo Laranjo07/02/2011, 13:55

    Pior!!! Quero matar quando falam "A Opala". A???? A??? Deveria ser crime hediondo chamar o opalão de "A"...

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  5. Juro por Deus que já vi pessoas falando "a Uno" (inclusive uma vez escrito num comentário deste blog), bem como "a Kangoo".
    Sobre o post, ainda bem que existiram essas pessoas geniais e um tanto corajosas. Deve ser realmente empolgante desenvolver algo absolutamente novo - e desacreditado por muita gente da época.

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  6. Nikolaus Otto obteve sua patente em 1867. Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach sempre trabalharam juntos; Maybach era o verdadeiro criador mas a capacidade empresarial competia a Daimler. Nenhum dos dois era engenheiro, tinham apenas um curso técnico de mecânica geral. Aliás a maioria dos pioneiros do automóvel carecia de curso superior (Benz,Porsche, Ford, Olds, Renault etc) Emil Jellinek era austríaco, de uma importante família de financistas e intelectuais judeus (na época a nacionalidade era atribuida pela origem paterna e não pelo local de nascimento). Ele dedicou-se a inúmeros negócios, principalmente na África do Norte onde se casou com uma sefaradí. Como este grupo étnico é de origem ibérica, sua filha recebeu o nome de Mercedes (alem dos outros citados). Com seu tino promocional ,ele tornou-se o maior revendedor da Daimler, daí a importância de suas opiniões frente à direção da fábrica. Sem o estímulo de Jellinek, Maybach não teria desenvolvido o Mercedes de 1901, sem dúvida o primeiro automóvel como o conhecemos hoje, abandonando a tecnologia das carruagens motorizadas. AGB

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  7. Anônimo 7/2 10:54
    Certamente. O (carro) Mercedes, a (fábrica) Mercedes. O mesmo com Ferrari.

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  8. Renato
    Correto. A (camioneta) Kombi, a (camioneta) Belina, a (caminhonete) S-10 etc.

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  9. "A Uno"? Só se for na Itália, lugar que a macchina é substantivo feminino.

    Por falar nisto...

    http://www.caras.com.br/edicoes/787/textos/ao-compor-do-latim-componere-juntar-com-harmonia-versos-ritmos-e-rimas-cheios/

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  10. PK,

    Imagine a minha emoção ao ver lado a lado o Benz e o Daimler num museu em Buenos Aires. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.

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  11. No Rio eles tem essa mania infeliz de chamar carro pelo feminino. A Uno, a isso, a aquilo....

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  12. Detesto os feios08/02/2011, 18:27

    O cagÁgile, a Monstrana, o Monzatech...

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