Outro dia o Bob levantou o tema de emissão excessiva de ruídos por veículos, nas grandes cidades. Comentei que acreditava ser frutos de brechas na legislação etc.
Neste feriado, dei-me um tempo para pesquisar as resoluções Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que dizem respeito a limites máximos de emissões de ruídos e como eu vejo que muitos veículos novos seguem não atendendo.
No site do Conama
consegui obter três resoluções sobre ruídos, sendo a última de número 272, de 14 de setembro de 2000. Comparo-a com a imediatamente anterior e noto que há uma significativa evolução entre ambas. Estou falando de caminhões e ônibus a diesel. Em veículos de carga, acima de 3.500 kg de PBT, enquadram-se os caminhões. Veículos de passageiro ou uso misto, com PBT acima de 3.500 kg, referem-se a ônibus. As tabelas mostram reduções respectivas de 101 para 80 dB(A) e 98 para 80 dB(A), caminhões e ônibus.
Notamos muitos caminhões com shields atrás do motor, que estão lá justamente para atingir os limites da lei. Mas, para mim, os verdadeiros vilões são os ônibus.
Pergunto-me: como são medidos ou controladas as emissões de ruído, com estes?
O fabricante do caminhão responde pelo produto final e fica fácil controlar. Mas seus chassis de ônibus seguem a inúmeros encarroçadores, que depois seguem ao cliente final (companhias de transporte urbano). Quem olha por estes?
Pude notar diversos modelos emitindo ruído excessivo, através de "janelas" na parte traseira, do lado oposto ao radiador, que não deveriam estar lá. É plenamente possível "encapsular' o motor, sem o risco de superaquecê-lo. Mas isso não está sendo visto aqui. Para ficarmos num exemplo simples, basta olhar os módulos de gerador encapsulados, bastante presentes em eventos, exposições, shows etc. Baixíssimos ruídos.
Além disso, há o fator motorista. Quantos de nós não perceberam que a maioria dos motoristas de ônibus sentem-se como pilotos de Fórmula 1 e põem os veículos em aceleração plena, mesmo quando há uma parada a poucos metros adiante? Que expõem os passageiros a riscos de ferimentos desnecessários, quando justamente são pagos para zelar pelos seus clientes?
Em viagem recente à Alemanha, estive caminhando em Stuttgart, quando um ônibus parou e pacientemente aguardou eu finalizasse a travessia de uma pequena rua. Era dirigido por uma senhora de meia-idade. Imediatamente veio a situação a minha cabeça. CARACA, ela não jogou o carro em cima de mim, não acelerou várias vezes com ele parado, para apressar meu passo, nem tampouco saiu "rasgando". O ônibus? Um MAN, extremamente silencioso. Para ilustrar minha explicação, anexei uma foto de um modelo articulado, apontando para uma abertura traseira, que está do lado oposto ao radiador. Ou seja, está lá para deixar passar o barulho. Não estou denunciando o fabricante especificamente, uma vez que praticamente todos os articulados que vejo, tem abertura semelhante. E desnecessária.
Nosso país é um dos maiores produtores de ônibus urbano do mundo, se não o maior. Por que nossos ônibus não podem se equiparar aos de países de Primeiro Mundo, no que tange a emissão de ruídos? Por que nossos motoristas podem dirigir perigosamente e inpunes? As próprias empresas de transporte economizariam milhões por ano educando seus motoristas para não acelerar desnecessariamente ou praticando condução econômica. Perdem enorme oportunidade.
Notamos muitos caminhões com shields atrás do motor, que estão lá justamente para atingir os limites da lei. Mas, para mim, os verdadeiros vilões são os ônibus.
Pergunto-me: como são medidos ou controladas as emissões de ruído, com estes?
O fabricante do caminhão responde pelo produto final e fica fácil controlar. Mas seus chassis de ônibus seguem a inúmeros encarroçadores, que depois seguem ao cliente final (companhias de transporte urbano). Quem olha por estes?
Pude notar diversos modelos emitindo ruído excessivo, através de "janelas" na parte traseira, do lado oposto ao radiador, que não deveriam estar lá. É plenamente possível "encapsular' o motor, sem o risco de superaquecê-lo. Mas isso não está sendo visto aqui. Para ficarmos num exemplo simples, basta olhar os módulos de gerador encapsulados, bastante presentes em eventos, exposições, shows etc. Baixíssimos ruídos.
Além disso, há o fator motorista. Quantos de nós não perceberam que a maioria dos motoristas de ônibus sentem-se como pilotos de Fórmula 1 e põem os veículos em aceleração plena, mesmo quando há uma parada a poucos metros adiante? Que expõem os passageiros a riscos de ferimentos desnecessários, quando justamente são pagos para zelar pelos seus clientes?
Em viagem recente à Alemanha, estive caminhando em Stuttgart, quando um ônibus parou e pacientemente aguardou eu finalizasse a travessia de uma pequena rua. Era dirigido por uma senhora de meia-idade. Imediatamente veio a situação a minha cabeça. CARACA, ela não jogou o carro em cima de mim, não acelerou várias vezes com ele parado, para apressar meu passo, nem tampouco saiu "rasgando". O ônibus? Um MAN, extremamente silencioso. Para ilustrar minha explicação, anexei uma foto de um modelo articulado, apontando para uma abertura traseira, que está do lado oposto ao radiador. Ou seja, está lá para deixar passar o barulho. Não estou denunciando o fabricante especificamente, uma vez que praticamente todos os articulados que vejo, tem abertura semelhante. E desnecessária.
Nosso país é um dos maiores produtores de ônibus urbano do mundo, se não o maior. Por que nossos ônibus não podem se equiparar aos de países de Primeiro Mundo, no que tange a emissão de ruídos? Por que nossos motoristas podem dirigir perigosamente e inpunes? As próprias empresas de transporte economizariam milhões por ano educando seus motoristas para não acelerar desnecessariamente ou praticando condução econômica. Perdem enorme oportunidade.
CZ
Caro Carlos,
ResponderExcluirConcordo plenamente com você. Já estive na França e os ônibus lá são muito, mas muito mais silenciosos que os nossos, mesmo alto regime de rotação. Dentro do ônibus, mesmo próximo ao motor, é possível manter uma conversa sem ter que gritar para ser ouvido. Aqui, principalmente naqueles ônibus mais antigos como motor dianteiro, era quase como presenciar um lançamento de um foguete. Ah, não esquecer que todos os ônibus em que andei na França, Paris, eram automáticos. Não só é menor o stress para o motorista, como também é bem mais confortável para os passageiros. E para completar, a passagem é bem mais barata que aqui, principalmente se levarmos em conta os planos mensais e anuais.
Resta a esperança que um dia possamos atingir o mesmo nível aqui.
PS: Excelente blog o de vocês, com ótimos textos!
Esquece...
ResponderExcluirEm BH ônibus com motor traseiro e ar-condicionado só em trechos de vias rápidas. E Ribeirão Preto, para manter as passagens a R$ 2,30, os ônibus com motor traseiro e ar-condicionado que substituíram os silenciosos trólebus foram substituídos "caminhônibus" comuns. E a CAIO pertence a uma "holding" de empresas que atuam no transporte coletivo de São Paulo. O máximo que se pode esperar é o câmbio automatizado nos chassis VW. Para o Chile a Marcopolo e a Buscar fabricaram ônibus com chassis Volvo em versões Padron, articulado e bi-articulado com motor do lado do esquerdo e piso baixo plano Total. A refrigeração do motor e ar condicionado era por radiador que fica acima na parte dianteira com uma abertura acima do display (mostrador/capelinha, sei lá...). E isso porque é o transporte público Chileno...
Obrigado por seus comentários e contato Cristiano,
ResponderExcluirRealmente está na hora de fazermos algo. Temos tecnologia, engenheiros, volume de produção, que era uma desculpa por não haver massa crítica para amortizar investimentos, enfim...
Os veículos diesel melhoraram muito em emissões gasosas. Chegou o momento de pressionarmos por menos ruído.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIk2,
ResponderExcluirMas hoje, são os ônibus de motor traseiro que estão com ruído excessivo. Os de motor dianteiro estão melhores. Não precisa nem de instrumento de medição, para confirmar.
Lembre, o programa de exportações para Santiago foi de ônibus brasileiros. Se ficaram bons, é por que sabemos fazer.
Realmente os motoristas de ônibus se sentem "deuses do trânsito". Aqui no RJ tem um motorista de uma linha intermunicipal que adora acelerar o carro parado, enfia o carro em qualquer brecha que aparece num engarrafamento sem querem saber se vai tocar outro carro e toma café enquanto dirige (ele leva uma garrafinha térmica, põe e toma café na tampa da garrafa com o carro em movimento!). Fico com o coração na boca quando viajo no carro dele, principalmente quando ele entra ou sai da Linha Vermelha fazendo curvas em alta velocidade (o carro se inclina todo), apenas para fazer bonito para as mulheres que estão no coletivo...
ResponderExcluirAlgumas empresas estão começando a usar chassis VW motor dianteiro 6 marchas por aqui. Estes ônibus estão se mostrando menos barulhentos e o motor parece ser menos “áspero” que os clássicos Mercedes dianteiros.
No Brasil padecemos do mal que, não havendo leis, ninguém se preocupa em aprimorar seus produtos. E isso leva a alguns paradoxos interessantes, como o apresentado pelo Carlos Zilveti no texto, onde seria possível economia de combustível e redução de ruído ao mesmo tempo. Sem contar o apelo de marketing, ao apresentar um produto superior a um preço similar ou pouco acima da concorrência. Sim, pois um veículo menos ruidoso não é necessariamente mais caro.
ResponderExcluirUma mentalidade bastante estranha essa. Parece que o bem estar de todos depende de leis, ficando o bom senso totalmente de lado. Vai entender...
as vezes eu escrevo sobre transito tb. de uma olhada no meu blog. parabens.
ResponderExcluirwww.colunadosaraiva.blogspot.com
Tenho apartamento numa travessa da Av. Ibirapuera a 2,5 quadras da reta de aproximação do Aeroporto de Congonhas e meia quadra da Av. Ibirapuera.
ResponderExcluirPosso afirmar com segurança pois sou bem sensível a ruidos que os onibus articulados fazem mais barulho que os Airbus e Boeings que chegam passam a 400m de minha janela. Se existe lei de 80dB para onibus essa lei está sendo descumprida pois acredito que em aceleração esses articulados passam de 100dB.
Quanto ao acelera-breca dos motoristas sem necessidade bastaria se criar um acelerômetro , com um pêndulo, tipo o "TILT" das máquinas antigas de fliperama com um alarme para o motorista quando houvesse exagero e um limite máximo de aceleradas e brecadas máximo por viagem , assim poder-se-ia incentivar os bons motoristas e penalizar os maus , pois acelerações e desacelerações implicam num aumento de consumo de combustíveis e peças, além do martírio dos passageiros tão desrespeitados.