O Luiz Dränger é um velho amigo, só oito anos mais novo do que eu e um tremendo de um entusiasta de automóveis.
Em 1974, após terminar a faculdade (FEI, engenharia mecânica automobilística), foi fazer um curso de pós-graduação na Inglaterra. Lá ele comprou um Fusca 1600 amarelo, com para-brisa curvo e McPherson na frente (o 1303) e se deu muito bem com volante do lado direito.
Ficou em Londres quase um ano e como morava em Brighton (95 km ao sul de Londres) ia de trem à capital e deixava o Fusca guardado. Economia de Primeiro Mundo. Nos finais de semana, se não houvesse o que fazer em Londres, ia até Amsterdã de Fusca, uma viagem de 600 km. Às vezes parava em Bruxelas, no meio do caminho. Não era fácil com 24 anos de idade viver sozinho no exterior.
Precisava de novas emoções e como era ligado ao automobilismo, pesquisava tudo e, escondido do pai e fazendo malabarismos com a pouca grana que tinha, se inscreveu em um curso de pilotagem de monopostos F-Ford na escola do Jim Russell. Os finais de semana eram chatos e ele procurava uma atividade.
O curso foi básico, saiu-se médio na turma, nem o melhor nem o pior piloto.
Na época a Lotus estava lançando um motor baseado no do Ford Cortina, 1.600-cm³, cabeçote de alumínio com duplo comando, carburadores duplos Weber ou Dell’Orto 40 e 140 cv. Depois de andar em um monoposto com este motor, e terminando o curso, ele conseguiu uma recomendação do Jim para visitar a Lotus e, já pensando na volta para o Brasil, só conseguia pensar naquele motor.
Pegou um trem e lá foi ele a Hethel. Foi superbem-recebido pela gerente de marketing, fez um tour pela fábrica e falou do seu interesse em comprar um motor Lotus Big Valve para levar para o Brasil. Era viável e conseguiu comprar um motor completo por 400 libras, o equivalente ao custo da preparação de um motor VW no Brasil. Ele queria carburadores Weber, mas eles só tinham Dell’Ortos disponíveis. Fechou o negócio.
A surpresa foi quando a gerente de Marketing chamou-o na sala do Colin Chapman! Ele lhe perguntou o que eu iria fazer com o motor e Luiz respondeu que havia no Brasil só Fuscas, com motores diversos até 2.000 cm³ e ele queria inovar, já que havia novos lançamentos de carros no Brasil (Chevette, Dodge 1800, Passat) e o que ele pretendia seria adaptar o motor em um desses. Ele riu e me recomendou o Chevette, cópia do Vauxhall inglês. E arrematou com essa: “Você vai vivenciar o que nós vivenciamos aqui com o Ford Cortina Lotus.”
Foi um momento de êxtase para o Luiz. Depois disso ele pediu a um funcionário para levá-lo para dirigir o Lotus Elan com o motor que ele queria. Foi o máximo, ele já estava querendo comprar o carro em vez de só o motor, mas seus recursos eram limitados.
A próxima tarefa seria avisar o pai sobre a compra, providenciar a documentação para importação etc. Para convencer seu pai, Luiz acenou com a ideia de montar um negócio, que seria um começo, pois, caso desse certo, ele pretendia montar uma linha de Chevette-Lotus para venda, embalado no sucesso da Dacon com as Brasilias e os Passats personalizados.
Seu pai, o grande patrocinador, comprou a idéia e assim que Luiz chegou de volta ao Brasil, autorizou-o a comprar um Chevette zero-bala (com ágio, na época). Achou um verde Tubarão 1974 (era mais BRG, British Racing green) e aí começou a epopéia.
CHEVETTE, LOSACCO E TONI BIANCO
Quem instalaria o motor? As necessidades eram: flange para acoplar na caixa de câmbio, inversão do cárter de óleo e coletores de escape (4x2). Luiz recorreu ao meu amigo Vinicius Losacco, que lhe indicou o Toni Bianco. Conversa vai e vem, começou o trabalho. Foram três meses de ansiedade para sair com a barata. O pai reclamava que a brincadeira toda tinha custado o equivalente a um Galaxie na época, mas quando andou no carro, tudo foi para o espaço, terminou a crítica.
Em 1974, após terminar a faculdade (FEI, engenharia mecânica automobilística), foi fazer um curso de pós-graduação na Inglaterra. Lá ele comprou um Fusca 1600 amarelo, com para-brisa curvo e McPherson na frente (o 1303) e se deu muito bem com volante do lado direito.
Ficou em Londres quase um ano e como morava em Brighton (95 km ao sul de Londres) ia de trem à capital e deixava o Fusca guardado. Economia de Primeiro Mundo. Nos finais de semana, se não houvesse o que fazer em Londres, ia até Amsterdã de Fusca, uma viagem de 600 km. Às vezes parava em Bruxelas, no meio do caminho. Não era fácil com 24 anos de idade viver sozinho no exterior.
Precisava de novas emoções e como era ligado ao automobilismo, pesquisava tudo e, escondido do pai e fazendo malabarismos com a pouca grana que tinha, se inscreveu em um curso de pilotagem de monopostos F-Ford na escola do Jim Russell. Os finais de semana eram chatos e ele procurava uma atividade.
O curso foi básico, saiu-se médio na turma, nem o melhor nem o pior piloto.
Na época a Lotus estava lançando um motor baseado no do Ford Cortina, 1.600-cm³, cabeçote de alumínio com duplo comando, carburadores duplos Weber ou Dell’Orto 40 e 140 cv. Depois de andar em um monoposto com este motor, e terminando o curso, ele conseguiu uma recomendação do Jim para visitar a Lotus e, já pensando na volta para o Brasil, só conseguia pensar naquele motor.
Pegou um trem e lá foi ele a Hethel. Foi superbem-recebido pela gerente de marketing, fez um tour pela fábrica e falou do seu interesse em comprar um motor Lotus Big Valve para levar para o Brasil. Era viável e conseguiu comprar um motor completo por 400 libras, o equivalente ao custo da preparação de um motor VW no Brasil. Ele queria carburadores Weber, mas eles só tinham Dell’Ortos disponíveis. Fechou o negócio.
A surpresa foi quando a gerente de Marketing chamou-o na sala do Colin Chapman! Ele lhe perguntou o que eu iria fazer com o motor e Luiz respondeu que havia no Brasil só Fuscas, com motores diversos até 2.000 cm³ e ele queria inovar, já que havia novos lançamentos de carros no Brasil (Chevette, Dodge 1800, Passat) e o que ele pretendia seria adaptar o motor em um desses. Ele riu e me recomendou o Chevette, cópia do Vauxhall inglês. E arrematou com essa: “Você vai vivenciar o que nós vivenciamos aqui com o Ford Cortina Lotus.”
Foi um momento de êxtase para o Luiz. Depois disso ele pediu a um funcionário para levá-lo para dirigir o Lotus Elan com o motor que ele queria. Foi o máximo, ele já estava querendo comprar o carro em vez de só o motor, mas seus recursos eram limitados.
A próxima tarefa seria avisar o pai sobre a compra, providenciar a documentação para importação etc. Para convencer seu pai, Luiz acenou com a ideia de montar um negócio, que seria um começo, pois, caso desse certo, ele pretendia montar uma linha de Chevette-Lotus para venda, embalado no sucesso da Dacon com as Brasilias e os Passats personalizados.
Seu pai, o grande patrocinador, comprou a idéia e assim que Luiz chegou de volta ao Brasil, autorizou-o a comprar um Chevette zero-bala (com ágio, na época). Achou um verde Tubarão 1974 (era mais BRG, British Racing green) e aí começou a epopéia.
CHEVETTE, LOSACCO E TONI BIANCO
Quem instalaria o motor? As necessidades eram: flange para acoplar na caixa de câmbio, inversão do cárter de óleo e coletores de escape (4x2). Luiz recorreu ao meu amigo Vinicius Losacco, que lhe indicou o Toni Bianco. Conversa vai e vem, começou o trabalho. Foram três meses de ansiedade para sair com a barata. O pai reclamava que a brincadeira toda tinha custado o equivalente a um Galaxie na época, mas quando andou no carro, tudo foi para o espaço, terminou a crítica.
O Chevette, com as marchas curtas originais, ficou um canhão. Girava 7.800 rpm em quarta. Foram experimentar em Interlagos, no traçado antigo e Luiz, “braço duro”, virou em 3min40s cronometrado pelo fiel amigo Edmar, seu “irmão” na FEI e que trabalha com o Losacco até hoje. Aí o Vinicius pegou o carro e virou em 3min25s. Estavam vidrados no recorde da pista de 3mi37s, do Ciro Cayres no Maserati-Corvette. Bateram-no!
A atividade comercial de fazerem carros em série não foi para frente, pelo custo envolvido. Foi um fracasso comercial, mas o carro fez história em São Paulo.
AS AVENTURAS DO CHEVETTE-LOTUS
Por fora, o Chevette foi mantido igual ao original, exceto por rodas um pouco mais largas (tala 5,5 pol.), porém mantendo o desenho original e calotas, com pneus Cinturato.
Observadores atentos notariam o cano de escapamento saindo do lado oposto. Dentro, somente um volante Moto-Lita e um instrumento Smiths duplo, de temperatura e pressão do óleo, que foi colocado dentro do painel no lugar do medidor do nível de combustível. Era preciso anotar quando o tanque era enchido e podia-se rodar, com segurança, 250 km. Um dia o carro parou na rua por falta de gasolina. Luiz o tinha emprestado para seu irmão e esqueceu de avisá-lo. Bom, marcador de gasolina era acessório e ele não queria botar algo em baixo do painel.
Ele tinha um grande amigo da época da faculdade, o Bié, que trabalhava na Honda e tinha uma 750 Four. Na arrancada ele levava, mas largando a 120 km/h o Chevette-Lotus levava. Era talvez o carro mais rápido que havia por aqui. O Bié tinha um Corcel 1.500-cm³ preto impecável. Ele morava na rua Itacolomi em uma casa em frente ao apartamento do Bird Clemente, que na época usava um Alfa GTV 1750. A diversão do Luiz e do Bié era esperar o Bird sair e dar um pau no Alfa. Talvez o Bird nem se lembre disso, mas era muito divertido.
Luiz costumava sair da FEI e visitar o Ciro Cayres no sítio dele em São Bernardo do Campo, que era bem perto. Um belo dia foi com o Chevette e disse-lhe que não tinha nada que andasse com ele. O Ciro ficou injuriado e contou-lhe que o Eugênio Martins tinha posto um motor 4100 no Chevette e que tinha sabido que levou pau do dele! Ciro tinha desenvolvido um canhão, o Opala 250-S.
Foi um desafio engraçado: perto da meia-noite, o Ciro, de pijama vermelho com bolinhas brancas, calçou um mocassim de cromo preto e saiu com o 250-S para um racha com o Chevette-Lotus na Via Anchieta. O desafio era sair do trevo da Vera Cruz (km 18), ir até o trevo da VW no km 24. Ele tomou um pau homérico, perdeu o Chevette de vista.
No dia seguinte ele ligou para o Luiz, da GM, perguntando se ele emprestaria o carro para um teste. Claro que o Luiz emprestou, e os resultados com a 5ª roda foram: 0-100 km/h em 6;9 s e máxima de 206 km/h a quase 8.000 giros em quarta.
Luiz diz ter grandes saudades do Ciro, um grande amigo que lhe contou histórias que faz um apaixonado pelo automobilismo ficar em êxtase. Um cara que fez tudo o que queria na vida. Já no fim, muito doente, tirava a máscara de oxigênio para fumar um cigarro. Foi o máximo. Saudades!
Luiz ia para a faculdade com o carro sempre de pé embaixo, mas o problema era quando cruzava com o Ciro Aliperti, que tinha um Porsche 911 2.7 com dupla ignição. Era o único carro para o qual o Chevette-Lotus perdia. Ele fazia o mesmo caminho que o Luiz, Av. Indianópolis para pegar a Anchieta e sempre se cruzavam. Ele devia olhar de forma estranha para o Luiz e pensar: ”Quem é esse moleque?”. Depois se tornou sócio do tio do Luiz, o Nuno, e deram boas risadas. Mas o Porsche dele era insuperável na época.
A TROCA E O FINAL
Depois de dois anos e meio com o Chevette, Luiz se cansou! Já estava gastando 1 litro de óleo a cada 1.000 km, ele já estava casado e sua mulher falava direto, “Deixa de ser criança”. Um primo no Rio, o João Carlos, tinha uma concessionária Chrysler e quando Luiz comentou que queria trocar de carro, ele propôs uma troca pau-a-pau por um Dodge Dart Grand Sedan preto, 4 portas, com direção hidráulica, ar-condicionado etc. A esposa ficou superfeliz, mas ele se sentia o coveiro do bairro. O carro era horrível, balançava, não fazia curva com aquele feixe de molas na traseira, mas como era confortável! E a mulher estava feliz, dera tudo certo.
Na época, Luiz trabalhava em um distribuidor de autopeças cujo dono ficou injuriado com o Dart. Como um funcionário que era, o gerente de vendas tinha um carro mais classudo que o Maverick V-8 dele...
A atividade comercial de fazerem carros em série não foi para frente, pelo custo envolvido. Foi um fracasso comercial, mas o carro fez história em São Paulo.
AS AVENTURAS DO CHEVETTE-LOTUS
Por fora, o Chevette foi mantido igual ao original, exceto por rodas um pouco mais largas (tala 5,5 pol.), porém mantendo o desenho original e calotas, com pneus Cinturato.
Observadores atentos notariam o cano de escapamento saindo do lado oposto. Dentro, somente um volante Moto-Lita e um instrumento Smiths duplo, de temperatura e pressão do óleo, que foi colocado dentro do painel no lugar do medidor do nível de combustível. Era preciso anotar quando o tanque era enchido e podia-se rodar, com segurança, 250 km. Um dia o carro parou na rua por falta de gasolina. Luiz o tinha emprestado para seu irmão e esqueceu de avisá-lo. Bom, marcador de gasolina era acessório e ele não queria botar algo em baixo do painel.
Ele tinha um grande amigo da época da faculdade, o Bié, que trabalhava na Honda e tinha uma 750 Four. Na arrancada ele levava, mas largando a 120 km/h o Chevette-Lotus levava. Era talvez o carro mais rápido que havia por aqui. O Bié tinha um Corcel 1.500-cm³ preto impecável. Ele morava na rua Itacolomi em uma casa em frente ao apartamento do Bird Clemente, que na época usava um Alfa GTV 1750. A diversão do Luiz e do Bié era esperar o Bird sair e dar um pau no Alfa. Talvez o Bird nem se lembre disso, mas era muito divertido.
Luiz costumava sair da FEI e visitar o Ciro Cayres no sítio dele em São Bernardo do Campo, que era bem perto. Um belo dia foi com o Chevette e disse-lhe que não tinha nada que andasse com ele. O Ciro ficou injuriado e contou-lhe que o Eugênio Martins tinha posto um motor 4100 no Chevette e que tinha sabido que levou pau do dele! Ciro tinha desenvolvido um canhão, o Opala 250-S.
Foi um desafio engraçado: perto da meia-noite, o Ciro, de pijama vermelho com bolinhas brancas, calçou um mocassim de cromo preto e saiu com o 250-S para um racha com o Chevette-Lotus na Via Anchieta. O desafio era sair do trevo da Vera Cruz (km 18), ir até o trevo da VW no km 24. Ele tomou um pau homérico, perdeu o Chevette de vista.
No dia seguinte ele ligou para o Luiz, da GM, perguntando se ele emprestaria o carro para um teste. Claro que o Luiz emprestou, e os resultados com a 5ª roda foram: 0-100 km/h em 6;9 s e máxima de 206 km/h a quase 8.000 giros em quarta.
Luiz diz ter grandes saudades do Ciro, um grande amigo que lhe contou histórias que faz um apaixonado pelo automobilismo ficar em êxtase. Um cara que fez tudo o que queria na vida. Já no fim, muito doente, tirava a máscara de oxigênio para fumar um cigarro. Foi o máximo. Saudades!
Luiz ia para a faculdade com o carro sempre de pé embaixo, mas o problema era quando cruzava com o Ciro Aliperti, que tinha um Porsche 911 2.7 com dupla ignição. Era o único carro para o qual o Chevette-Lotus perdia. Ele fazia o mesmo caminho que o Luiz, Av. Indianópolis para pegar a Anchieta e sempre se cruzavam. Ele devia olhar de forma estranha para o Luiz e pensar: ”Quem é esse moleque?”. Depois se tornou sócio do tio do Luiz, o Nuno, e deram boas risadas. Mas o Porsche dele era insuperável na época.
A TROCA E O FINAL
Depois de dois anos e meio com o Chevette, Luiz se cansou! Já estava gastando 1 litro de óleo a cada 1.000 km, ele já estava casado e sua mulher falava direto, “Deixa de ser criança”. Um primo no Rio, o João Carlos, tinha uma concessionária Chrysler e quando Luiz comentou que queria trocar de carro, ele propôs uma troca pau-a-pau por um Dodge Dart Grand Sedan preto, 4 portas, com direção hidráulica, ar-condicionado etc. A esposa ficou superfeliz, mas ele se sentia o coveiro do bairro. O carro era horrível, balançava, não fazia curva com aquele feixe de molas na traseira, mas como era confortável! E a mulher estava feliz, dera tudo certo.
Na época, Luiz trabalhava em um distribuidor de autopeças cujo dono ficou injuriado com o Dart. Como um funcionário que era, o gerente de vendas tinha um carro mais classudo que o Maverick V-8 dele...
Não se sabe o paradeiro do Chevette-Lotus e nem se ainda existe.
BS
(Adaptação de relato de Luiz Dränger a Bob Sharp)
(Fotos atualizadas em 7/06/09; digitalizadas profissionalmente agora por iniciativa do Luiz)
sabe BOB,fico com inveja de voce.e incrivel como alguem pode estar no lugar certo,hora certa e conhecer pessoas que eu gostaria de ter conhecido. por isso,pelo seu conhecimento,sinceridade ,talento e tantas mais sou seu fã.
ResponderExcluirPor volta de 2001, quando estava envolvido com carros preparados, devido a um site que tinha, fui até a SPA turbo na Barra Funda.
ResponderExcluirNa época, eles tinham um motor Lotus para vender, salvo engano, era o mesmo que equipava o Emme.
Fiquei imaginando como seria aquele motor num "chevas".
Pena o orçamento ser curto naquele tempo...
Ótimo texto Bob.
Sergio CJr.
Obrigado, Ary. Mas quanto mais se vive, mais se conhece pessoas. É assim com todo mundo.
ResponderExcluirSérgio,
ResponderExcluirSe não estou enganado, o motor Lotus do Emme era 2,2-litros. Mas, sem dúvida, num Chevette ficaria campeão.
Poucos sabem que o Chevette foi fabricado na Argentina de 1974 a 1977, só com quatro portas,e tinha motor derivado do quatro-cilindros do Opala reduzido para 1,8 litro, 86 cv. O carro se chamava Opel K-180. A história do Chevette quatro-portas está na revista Opala & Cia. (para a qual trabalho também) que está nas bancas.
Bob, muito boa! Me fez lembrar do Chevette-Berta que corria na equipe de meu pai.
ResponderExcluirabs
Fala Bob, não tive tempo ainda de lhe agradecer pessoal o link e estou providenciando no Saloma. Há esqueci de mencionar que tenho outro blog, que reparto com outros cabras..passe lá e se gostar vamos fazer link. O Luiz Dranger, ía aos nossos Café GP ano passado. Chegamos a papear sobre essa engenhoca e é uma pena que ele deu sumiço e parece que está no Rio agora. Tem uma bela Puma...o seu relato, adaptado ou não, é bárbaro, muito bom.
ResponderExcluirGrde. abraço...Saloma
Bob,
ResponderExcluirGenial.
Magnífico o texto,Bob.
ResponderExcluirAdorei a história. Conte-nos mais.
ResponderExcluirAgora sim, finalmente estamos de volta aos textos Entusiastas!!
ResponderExcluirEm breve andará por SP um Lada Laika pintado de preto Cadillac equipado com um motor Lotus 2.2 turbo de 280hp... Aguardem!!
Saloma,
ResponderExcluirA adaptação consistiu apenas em mudar da primeira para a terceira pessoa, uma vez que a postagem é reservada ao membros do blog. Claro, com autorização do Dränger, que foi quem escreveu tudo isso.
Não fosse o ganho de massa dos carros ao longo dos anos, hoje qualquer um de nós poderia ter um carro rápido sem gastar muito e ainda zero Km. Relação peso/potência é o que importa mesmo.
ResponderExcluirVilla,
ResponderExcluirEsse Laika deve ficar demoníaco. Apesar de antigo, eixo traseiro rígido etc., é muito bom de chão. Gostaria de vê-lo uma vez pronto.
Bob,
ResponderExcluirExcelente postagem! Como disse o Ary, deve ser maravilhoso ter na memória histórias tão boas quanto essa. Gostaria de ter conhecido esse Chevette-Lotus. Aceleração de 0-100 km/h em 6,9 seg., ainda hoje impressiona!!! Imagine em 1974 então (para me entusiasmar ainda mais, estava vindo ao mundo nesse ano...)
Bob,
ResponderExcluirLaika bom de chão? Tem certeza? hehehe... O chassi vai exigir uma gaiola de amarração com muitos pontos de fixação e muita triangulação pra não se desmontar inteiro quando receber o torque do motorzão hehehe.
Também estou esperando para ver pronto e espero que o dono inscreva o carro em alguns TrackDays para que o carro possa ser usado como merece!
A inspiração do carro veio daqui: http://www.youtube.com/watch?v=fT8EqIQwgf8
A idéia era inclusive usar um motor Fiat de duplo comando como a Lotus fez, exigiria menos adaptações. Mas quando apareceu esse motorzão turbo injetado original Lotus o coração superou a razão e agora a luta é achar a transmissão para aguentar isso hehehe.
Marcelo Augusto:
ResponderExcluirFaça voce mesmo: celta engole motor 1.8 de corsa sem nenhuma alteração.
Engole motor maior como os 2.0 e 2.2 sem muita guerra tb. Quem sabe um 1.8 16V de meriva?
Tá quer outras marcas? Ka com Rocam, com zetec, com 2.0 de mondeo. Já fizeram.Palio com 1.6 e 1.8 fiat mesmo de brava, que pode receber o 2.4 de marea e por aí vai?
Bob, sem palavras. Texto simplesmente FANTASTICO e emocionante. Quando der poste mais histórias de aventuras e rachas ! Tenho certeza que há varias !
ResponderExcluirAlexandre Garcia,
ResponderExcluirDá vontade mesmo. Pois esses carros médios atuais com motores 2-litros de mais de 140 cv (307, Focus), o peso atrapalha mesmo, um Palio 1,8 ELX original anda quase a mesma coisa que eles... e ainda é metade do preço. Para relação peso/potência ficar boa mesmo sem esvaziar a conta bancaria, só partindo pra essas alternativas que vc deu, vou criar coragem. Valeu
Isso é pura cachaça! Pretendo comprar outro carro, que seja maior que meu Celtinha 1,4L, afinal, a família passou de um casal para um casal com uma filha, e o pequeno GM às vêzes reclama devido à falta de espaço. Agora, vender o Celtinha? Nem pensar! Ainda vou fazer alguma molecagem nesse pequeno. Sugestões... sou todo ouvidos.
ResponderExcluirMarcelo Augusto,
ResponderExcluirFocus não é tão pesado. Compre um com motor DURATEC, traga um par de comandos bons, uma descarga um pouco mais livre (não precisa ser muito barulhenta, pode começar tirando só o catalisador e um intermediário sem aumentar o diâmetro total), melhore a admissão, regula tudo com Unichip e pronto... 200hp sem fazer muita força.
Ou então parte logo pra um turbo bem montado, bem dimensionado, com pouca pressão e com um bom acerto, seja através de Unichip ou de uma injeção totalmente stand-alone (menos recomendável). Se não usar turbo pequeno pra dar pico de torque em baixa rpm e se não abusar da pressão pra não ter muita potência, vai ter um brinquedo fantástico durante muitos anos...
Francisco...
A solução mais fácil é colocar um 1.8 16v de Meriva no teu carro. Não é um motor girador mas é bem mais forte. Se quiser algo girador e bem malvado pega um 1.6 8v de Corsa e monta o cabeçote 16v de Meriva 1.8. Isso é o básico. O problema nesse caso é que o motor vai gostar de girar muito, principalmente se vierem uns comandinhos malvados da SBD... Papo de girar 8.500rpm "tranquilo", mas pra isso precisa de bielas forjadas e bomba de óleo diferente senão voa tudo.
bob, grande história polida pelo seu brilho em expor com a simplicidade dos sábios.
ResponderExcluirme lembro desta triste e final fase do ciro, já com efizema, e numa tarde visitando a gm, cheguei a andar no tal de opala. uma surpresa total a vontade do automóvel caminhar. cheguei a projetar que iria desparelhar as longarinas. o ciro queria vende-lo, mas tinha responsabilidade de não entregá-lo a algum boy xarope.
mas, para encerrar esta história, gostaria de saber se o luiz se lembra de alguma referência do ciro sobre a transformação de um maserati antigo - talvez um 250f - no tempestade - também chamado perereca - construído no setor de desenvolvimento da simca.
vê para mim ? abraço nasser
GTX,
ResponderExcluirLembro-me sim. O Perereca nasceu da Maserati 250F que originalmente tinha um motor Corvette (Mecanica Nacional 4500cc.)e que o Cyro pilotou em muitas corridas. A idéia se me lembro foi do Nelson Brizzi, um dos antigos mecanicos do Cyro. Mas o trabalho foi todo feito na fábrica. Até as rodas eram do Maserati. Agora não tenho idéia quem desenhou e fez a corroceria. Tenho até algumas fotos caso queira.
Abraço
Luiz
Nasser,
ResponderExcluirOlha as fotos aqui
http://www.interney.net/blogs/saloma?cat=2283
Abraço
Luiz
Recordar é reviver. Estas memórias dos anos dourados são muito interessantes e fortes.
ResponderExcluirMuito bom, parabens.
Bird Clemente
Belíssimo texto e relatos, Bob! God save the Lotus! Abç, André Stein
ResponderExcluirNossa seu blog e show tem histórias da Época que eu nem tinha nascido, gostei muito eu que sou um fanatico por carros antigos e um amante da velocidade.. ;D Adorei Parábens pelo Blog! Abraço
ResponderExcluirEste tipo de história, são magníficas, Bob!
ResponderExcluirQuanto as adaptações de motores "grandes" em carros pequenos, realmente são muito interessantes.
A Ford está (estava, ao menos) com uma promoção para o Duratec 2.0 16V dos Focus 05. É um excelente motor para preparações. Proprietários de Caterham costumam utilizar este motor nos Seven. Existem kits de preparação para até 280/300hps "aspirado". Com sobrealimentação, imaginem as possibilidades... A princípio, o único "calcanhar de Aquiles" dele são as bielas fraturadas. São pouco resistentes para qualquer coisa além de 200cv. Arriscado utilizá-las para algo mais "empolgante".
No Ka, há necessidade de alguns recortes no cofre. Nos demais Ford com câmbio IB5+, é plug'n play praticamente.
Para os GM, uma opção é utilizar os cabeçote dos antigos GSi com o bloco 1.8. Não é uma opção para "girar muito". Mas fica com um bom torque em baixa e alguma potência em alta.
No livro do Graham Bell (salvo engano) ele cita que extraiu 150hp do X16XE, com um simples retiming dos comandos, borboletas individuais e injeção programável
Outra opção para os pequenos Chevy, é o C20XE.
Amo este tipo de preparação! Esta história do Chevette então, só me deixa mais empolgado!
Chiavaloni,
ResponderExcluirDesculpe responder só hoje, foram três dias (3,4 e 5)fora. Agradeço seus comentários e fico satisfeito que tenha gostado deste post. Eu adoraria ter podido guiar o Chevette-Lotus. Realmente, o carro se presta muito bem para essas trocas de motor.
Opa! Gostaria de ter pilotado esse Chevete-lotus, seria demais da uma esguelada de marcha.
ResponderExcluirJá pensou emparelhar com um Omega 4.1 e ver ele sumindo no retrovisor, seria muito bom.
Percebi que o motor está muito baixo no cofre, é impressão minha? Se sim o centro gravitacional dele deve ser muito bom.
caraca, gostei muito do texto..
ResponderExcluirmeu sonho era um chevette assim
hoje possuo um 82 1.6 e ja tive um 78 1.5(coloquei pistoes de monza)
Fui às lágrimas!
ResponderExcluirShow de post!!!!Um Chevette esculachando gente grande é divertido demais, esse motor virando 8000 é música das boas...teve tb o Pozzi que fez aquele cabeçotão DOHC , só não sei dados de desempenho dele ,usava tb os duplos horizontais ...andei uma vez numa pickup Corsa com motor 2.0 8v,ficou ótima , o motor do Vectra GSI tb se presta bem para esses arranjos, a encrenca é arrumar um...
ResponderExcluirEu sei qual esta emoção:
ResponderExcluirTenho um Chevectra, 2.0 16V DOHC
150CV
Eu sei qual esta emoção:
ResponderExcluirTenho um Chevectra, 2.0 16V DOHC
150CV
Que história, que época, que emoção!
ResponderExcluirHoje completo 30 anos e tenho há 8 anos meu opala.
Queria ter vivido nesta época e estas aventuras.
Sempre que passo por aqui não me arrependo, sempre leio coisas interessantes, mas essa é emocionante e de me arrancar lágrimas. Talvez esta seja uma das únicas coisas que me fazem chorar, AMIZADE E CARROS.
Bela história!
nessas de imaginar um carro pequeno com um motor grande eu fico pensando:o que aconteceria se fosse colocado o v6 do Fusion no minúsculo Ka
ResponderExcluirExistia um outro Chevette Lotus no Rio de janeiro, montado na oficina Motorfix p/ o presidente da Refinaria de Manguinhos na cor Branca
ResponderExcluirLembro-me que quando esse Chevette Lotus ficou no Rio com meu irmão João Carlos, foi cronometrado no Aterro do Flamengo por um guarda a 192 Km/h. Alias lembro-me antes disso de ir com o Luiz para o seu casamento - eu era padrinho - nesse carro e à toda.
ResponderExcluirTenho tambem uma vaga lembrança de que o motor fundiu, com o novo comprador, porque ele o levou a uma oficina e o mecanico experto tirou o comando original, que permanecia no motor apesar do cabeçote de duplo comando Lotus, por achar que a peça estava inutil, e não percebeu que era justamente esse comando original que acionava a bomba d'água. Fundiu na primeira saida da oficina.
Quanto ao Luiz, me lembro dele na epoca guiando muitissimo bem, nada de braço duro. Adorei a matéria. Abração Bob.
Voltei no tempo.
ResponderExcluirAndei nesse Chevette. (pasageiro)
Eu tinha 16 anos.
O Luiz era namorado da irmã de uma querida amiga.
Ele levou ela (minha amiga), eu, minha namorada e mais um cara (o Alvin) pra uma festa; 1976 ou 77.
Entrei no Chevette verde com calota e arinho na roda.. meio rebaixado (lindo).
Tinha um escudo trinagular "Lotus" colado no painel.
Perguntei.. "que é isso?"
Ele falou: "O motor é Lotus".
Eu.. há tâ (o cara tá zuando.. blz)
Ai, ele "ligou" o carro...
Aquele quatro cilindros DOHC escapamento direto, sem marcha lenta, motor gritando.. arrepiou.. pensei.. putz.. O cara falou sério! rssss).
Motollita. Smiths..lenbrei desses detalhes lendo isso agora.
Bom, nessa noite vivi uns cinco quarteirões inesquecíveis.
Acho que aquilo virava uns 7.500 8,000 com um torque do cacete; escape eto. Som agudo. Todos os cinco (só quatro na verdade) no carro cagamos de medo kkk.. Eu estava no banco de trás... O cara passou todas as esquinas trocando todas marchas no limite sem tirar o pé do fundo. Muito bommmmm.
Tanto que hj, quase 40 anos depois, procurei no google "chevette lotus". E achei.
Depois disso guiei Ferraris, Porsches, vários carros de corrida, 500 km de interlagos, marcas e pilotos, etc.
Mas esse Chevette...
Inesquecível.
Um comentário atrasadinho..
ResponderExcluirExcelente História! Creio que o motor seja do Lotus Europa, a versão especial com dois comandos.
Lá na Europa ele fazia 6,6 de 0 a 60mph, o que está coincidindo bastante com o texto.
Abraços!
http://assets.hemmings.com/story_image/130764-500-0.jpg?rev=2
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