Essa frase em francês é para parodiar o grande Silveira Sampaio, inaugurador dos talk shows no Brasil, na aurora da TV brasileira, comecinho dos anos 50.
Ele dizia, com uma mistura de sarcasmo e bom-humor, “Au pays des Cadillacs”, tamanha a quantidade desses carros desfilando pelas ruas do Rio de Janeiro em meio a uma crise cambial das mais sérias.
Usurpo a construção de Silveira Sampaio apenas para enfatizar que o Brasil é o país do pisca-pisca – ou pisca, ou indicador de direção, como quiserem chamar o clignotant. Só sei que a coisa piora a cada dia.
O motorista brasileiro adquiriu o hábito de, à menor intenção de mudar de direção, já ir ligando o pisca. Até quando não tem escolha, como ter de dobrar por força do traçado da via. Como outro dia, a rua terminava em outra de mão única, em “T”, onde só se podia virar à direita, e lá estava a moça com o pisca ligado, e a dezenas de metros antes do ponto.
E quando a coluna que vai dobrar à esquerda na faixa exclusiva para tanto e aguarda o sinal abrir com aquela porcaria do pisca ligado? Existe estupidez e falta de respeito a quem está atrás pior? Aquela luz idiota piscando para nada?
Cena de auto-estrada: o cara está na faixa mais à direita e resolve entrar num posto/restaurante. Quinhentos metros antes já liga o pisca, pois a manobra que fará é complicada e arriscada...
Já viram garotão agitado guiando no tráfego, indo de uma faixa para outra constantemente? É pisca direto. O início da manobra e o acender do pisca é simultâneo. Ele deve se achar o máximo...
O pior é que de informar intenção de mudar de direção ou de faixa, pisca virou autorização. “Mas eu dei seta...” O motorista brasileiro desvirtuou o uso do pisca, usa-o indiscriminadamente, sem avaliar o tráfego à volta. Ele não pensa mais.
Mas há uma que vou morrer sem entender: ligar o pisca-alerta diante de farmácias e na fila para levar/buscar o rebento na escola. Pior, a sinalização de trânsito manda ligar o dispositivo criado para uso em emergências.
Alguém tem idéia do motivo disso?
Ele dizia, com uma mistura de sarcasmo e bom-humor, “Au pays des Cadillacs”, tamanha a quantidade desses carros desfilando pelas ruas do Rio de Janeiro em meio a uma crise cambial das mais sérias.
Usurpo a construção de Silveira Sampaio apenas para enfatizar que o Brasil é o país do pisca-pisca – ou pisca, ou indicador de direção, como quiserem chamar o clignotant. Só sei que a coisa piora a cada dia.
O motorista brasileiro adquiriu o hábito de, à menor intenção de mudar de direção, já ir ligando o pisca. Até quando não tem escolha, como ter de dobrar por força do traçado da via. Como outro dia, a rua terminava em outra de mão única, em “T”, onde só se podia virar à direita, e lá estava a moça com o pisca ligado, e a dezenas de metros antes do ponto.
E quando a coluna que vai dobrar à esquerda na faixa exclusiva para tanto e aguarda o sinal abrir com aquela porcaria do pisca ligado? Existe estupidez e falta de respeito a quem está atrás pior? Aquela luz idiota piscando para nada?
Cena de auto-estrada: o cara está na faixa mais à direita e resolve entrar num posto/restaurante. Quinhentos metros antes já liga o pisca, pois a manobra que fará é complicada e arriscada...
Já viram garotão agitado guiando no tráfego, indo de uma faixa para outra constantemente? É pisca direto. O início da manobra e o acender do pisca é simultâneo. Ele deve se achar o máximo...
O pior é que de informar intenção de mudar de direção ou de faixa, pisca virou autorização. “Mas eu dei seta...” O motorista brasileiro desvirtuou o uso do pisca, usa-o indiscriminadamente, sem avaliar o tráfego à volta. Ele não pensa mais.
Mas há uma que vou morrer sem entender: ligar o pisca-alerta diante de farmácias e na fila para levar/buscar o rebento na escola. Pior, a sinalização de trânsito manda ligar o dispositivo criado para uso em emergências.
Alguém tem idéia do motivo disso?
BS
Acho complicado dirigir em SP sem ser dessa forma, sob risco de vc ter que comprar uns 10 retrovisores por mês.
ResponderExcluirQuanto ao uso do pisca temos os dois extremos, o tradicional "8 ou 80": ou usa-se em demasia, em situações desnecessárias, ou então o dito cujo não é usado quando preciso. Difícil dizer qual das duas situações é a mais danosa...
ResponderExcluirBK,
ResponderExcluirNada tem de complicado, é só olhar o tráfego à volta e sinalizar quando necessário. É simples. O que está errado é o uso automático, sem necessidade.
Road Runner,
ResponderExcluirDeixar de usar não pode, certo? Há situações em que é imprescindível. Por exemplo, vir numa rua, vai-se dobrar à esquerda, há carro atrás e o uso do pisca livra a direita para o sujeito ultrapassar. Agora, estar na marginal e sinalizar para pegar uma rampa de saída, à mesma velocidade do trânsito, é totalmente desnecessário. Ou acessar a marginal por uma pista de aceleração, misturando com o tráfego. Não precisa pisca.
Bob, há duas coisas que quero comentar.
ResponderExcluirJá sou a terceira geração da minha família que anda de moto, e aqui em casa, sempre se ensinou que para o motociclista é fundamental que seu comportamento seja previsível pelos motoristas. Se as intenções do motociclista não ficarem bem nítidas para os motoristas, os riscos aumentam muito.
Neste caso, prefiro o abuso até porque tem muito motorista que vê e a "ficha não cai".
Em segundo lugar, vários colegas meus cariocas me disseram pra não usar o pisca em hipótese nenhuma no Rio de Janeiro. Se der sinal que vai mudar de faixa, o motorista que está atrás na faixa pra onde mudaremos acelera e não te deixa entrar, com receio que este carro vá ficar "segurando" a faixa.
Não sei se é real, mas como mais de um colega já e avisou isso, é bom tomar esse cuidado.
Bob,
ResponderExcluirRealmente a questão de para no sinal com o pisca ligado é das mais sérias. Por que não esperar o sinal abrir para ligar o dispositivo? Certa vez parei num sinal atrás do carro de uma garota, à noite (e a rua era mal iluminada), e aquela luz amarela ficou “queimando” meu olho por quase 1 minuto até que o sinal abriu e continuei vendo uma bola piscar na minha frente (ilusão de ótica) por mais outros minutos.
Aqui no RJ, os motoristas de ônibus costumam parar nos pontos e continuar sinalizando a saída mesmo depois de vários metros ou até chegar ao próximo ponto, onde sinalizam a parada e depois o ciclo recomeça. Outra mania da turma dos coletivos é a de transitar com o pisca-alerta ligado, formando uma longa fila de veículos atrás do ônibus, pois todo mundo fica sem entender e sem saber qual direção ele irá tomar, não ultrapassando-o.
Também vou morrer sem entender isso...
Abraços.
André,
ResponderExcluirAqui no RJ (principalmente na Capital) tem gente que costuma fazer isso sim. Talvez a forma mais eficaz de mudar de faixa é fazendo um sinal de positivo com o polegar. Aprendi isso na prática, pois todas as vezes que eu tentava mudar de faixa após ligar o pisca, o cara de trás quase batia no meu carro depois de acelerar muitos metros para “preencher” o espaço vazio à frente. Os motoristas de ônibus daqui costumam, ao mesmo tempo em que fazem "sinal de positivo", acender e apagar intermitentemente as luzes do interior do coletivo. Na maioria das vezes que presenciei deu certo, na última, o motorista conseguiu cruzar a Av. Brasil num dia de chuva e transito péssimo só com esse esquema.
Abraços.
André Dantas,
ResponderExcluirExagero, essa de se der pisca o cara de trás acelera. Ando no Rio e nunca senti diferença de comportamento entre cariocas e paulistanos nisso. POde ser um ou outro espírito-de-porco, mas é exceção e não regra, fora que isso acontece também aqui em São Paulo.
Marlos,
ResponderExcluirÉ exatamente isso, mau uso do pisca. Seus exemplos falam por si sós.
Bob,
ResponderExcluirEu sempre reparei uma coisa, quem fica dando seta em toda intenção de virar é porque não está atento aos espelhos. Pois o que leva alguém a sair de uma vaga de rua sem trafego nenhum por trás (ou pedestre tentando travessia a frente) e ainda dar sinal? Ou, como vc disse, sinalizar na faixa da direita para sair da estrada sem ninguém por trás? É porque não tem habito de consultar retrovisores e porque entende que seta virou autorização de manobra. E, descordando do colega acima, não existe essa de pecar pelo excesso mesmo em São Paulo, pois exceto as poucas vezes que quem vai na faixa ao lado realmente precisa dar uma reduzida para vc entrar, quando realmente se está atendo ao tráfego da lateral e da retaguarda, pode-se mudar de faixa até sem seta em plena 23 de Maio com motociclistas e tudo mais. Só que tem um detalhe, não se ensina ao certo a regular retrovisores laterias no Brasil (muito usam a 90 graus, sem referencia do próprio carro), assim como nem todo carro tem lente esquerda convexa (a melhor para campo de visão, sem comprometar a noção de velocidade, acostuma-se), e, para arrematar, pessoal tem que entender que deve-se entrar na faixa pretendia na mesma velocidade desta. É que a velocidade ficou como a vilã de tudo de mal no tráfego, que o pessoal prefere fazer tudo em câmera lenta.
Jonas,
ResponderExcluirConcordo plenamente com tudo que você expôs. Se todos agissem como você teríamos outro tráfego, incomparavelmente mais fluido e seguro.
Essa de ficar parado na fila de conversão com o pisca ligado é de doer. E se você tiver a infelicidade de ter à sua frente um Corsa Sedan modelo novo(não o Classic), aí a coisa fica pior. Aquilo não é um pisca-pisca. Aquilo é um faról intermitente.
ResponderExcluirPior que o pisca sempre ligado é aquela mãozinha para fora do carro, mexendo para cima e para baixo.
ResponderExcluirCena comum em São Paulo e imagino em grandes outras metropoles:
Av. Ibirapuera/Verador José Dinis, chegando no Campo Belo, sentido centro, final da faixa exclusiva de onibûs. Coletivo com a seta ligada para a esquerda, beleza, e para ajudar, o cobrador com o braço inteiro para fora, algumas vezes até a cabeça, fazendo sinal para cima e para baixo para darem passagem.
Como se não bastasse o simples pisca ambar. E o burrorista nem olha no espelhao que ele possui, se joga nas faixas mais a esquerda ao mando do cobrador. Como o Bob disse, "mas eu liguei a seta . . . "
Tive sorte de receber o ensinamento do meu avô sobre como dar a "seta" com as mãos, em caso de pane eletrica da sinalizaçao. Se nao fosse ele não iria ser ninguem, pois no livrinho fininho da bosque-escola nem isso contava.
Caro Bob,
ResponderExcluirAcho que o buraco é mais embaixo e «le problème ne sont pas les beaucoup clignotantes mais qui ne clignote de tout… »
Realmente a questão básica é o ensino de direção e o conseqüente comportamento ao conduzir. Eu também sou do tempo que se tinha que conhecer os gestos para “mimetizar” o pisca-pisca e a luz de freios (coisa que ainda uso hoje, por via das dúvidas, quando saio com meu VW Cabrio-Limousine 55), assim como o Leonardo Siggia reporta ter aprendido de seu avô.
Pior que o uso exagerado de pisca-pisca, é o não uso de pisca-pisca e a maldita conversão da pista extrema esquerda para entrar na direita e vice-versa ao contrário (ou seja sem o salutar uso da técnica de se alinhar antecipadamente para fazer a conversão).
O que você reporta é o uso “autoritário” do pisca-pisca por pessoas que acham que com isto conquistaram o direto de cortar a nossa frente, obviamente errado. Mas pior ainda são os que fazem isto sem sinal algum. Numa terra cheia de “az-no-volante”, onde a impunidade unge estas “almas” a continuarem achando que são os maiores pilotos do mundo, para quem “se vira” com uma direção defensiva até que um pisca-pisca a mais ajuda. Mormente com este maldito insulfilme que não permite mais a gente desconfiar o que é que o cretino que vai à frente irá perpetrar agora. Voltando a falar de “velha escola de condução” sou do tempo que se dirigia pelas reações do motorista do segundo carro que ia à frente. Tente fazer isto hoje, se não for insulfilme é uma baita van (com insulfilme) a barrar a sua pobre e já meio míope linha de vista...
Eu gostaria de ver estes pintacudas que cortam faixas de tráfego com a maior das sem cerimônias tentarem dirigir num país civilizado como a Alemanha, por exemplo, eu gostaria de sentar e aplaudir...
Um abraço
Alexander Gromow