O pessoal de planejamento e marketing faz as análises e pesquisas de mercado para definir as tendências, quais segmentos são interessantes para atacar e até criar novos segmentos. Enquanto isso o pessoal e engenharia e design focam no projeto dos novos modelos para atender as demandas do mercado e dos consumidores de cada segmento.
Se deixássemos apenas os designers definirem como seriam os novos modelos, com certeza teríamos carros muito excitantes, porém bem menos práticos. Atuar com liberdade no design é uma das grandes dificuldades dos designers, principalmente para os modelos de grande volume e que têm que atender a uma grande variedade de consumidores.
Aí é que surge uma das principais etapas, se não a principal, do design ou projeto de um novo modelo: o packaging.
Packaging pode ser traduzido como empacotamento. O termo é perfeito, pois trata-se realmente de empacotar as necessidades de dimensões, área e volume, antes do designer poder traçar os contornos da carroceria e desenhar o interior do modelo.
Se deixássemos apenas os designers definirem como seriam os novos modelos, com certeza teríamos carros muito excitantes, porém bem menos práticos. Atuar com liberdade no design é uma das grandes dificuldades dos designers, principalmente para os modelos de grande volume e que têm que atender a uma grande variedade de consumidores.
Aí é que surge uma das principais etapas, se não a principal, do design ou projeto de um novo modelo: o packaging.
Packaging pode ser traduzido como empacotamento. O termo é perfeito, pois trata-se realmente de empacotar as necessidades de dimensões, área e volume, antes do designer poder traçar os contornos da carroceria e desenhar o interior do modelo.
No packaging são definidos muitos pontos entre eles os limites máximos e mínimos de altura do banco, espaço para as pernas, braços e cabeça, regulagens de banco, ajuste de coluna de direção, limites de espaço para o compartimento do motor e bagagem, posicionamento dos pedais e toda a ergonomia dos comandos.
O packaging é diferente para cada tipo de véiculo de acordo com a aplicação ou propósito do modelo. O packaging de um automóvel familiar é totalmente diferente de um esportivo, ou de um caminhão. Nos esportivos, por exemplo, a limitação de espaço e a necessidade de um desenho mais aerodinâmico comprometem os padrões ideais de espaço e acessibilidade. Cabe aos designers e engenheiros analisarem esses compromissos de acordo com cada caso.
O livro "H-Point - The Fundamentals of Car Design & Packaging" é uma referência para designers e engenheiros automotivos e traz os padrões de packaging para automóveis de maneira clara e organizada para ajudar no processo de design e projeto de novos modelos. Também é interessante para aqueles que querem fazer algum projeto como o Motiva 416R do Polati ou para aumentar o conhecimento sobre o assunto.
Na ilustração abaixo, uma página do livro, podemos ver uma proposta de packaging de um cupê quatro-portas com motor central traseiro que, a julgar pela acomodação dos ocupantes, deve ser voltado para o conforto. As necessidades de conforto dos ocupantes e acomodação dos componentes definem os limites do desenho da carroceria. Literalmente o carro deve ser desenhado de dentro pra fora.
Ainda nesse exemplo, o packaging proposto é comparado com outros modelos conhecidos como Bentley Continental, Aston Martin DB9, Mercedes CLS e Porsche Boxster. No detalhe podemos observar que o CLS é o mais próximo da proposta e a julgar pela posição dos ocupantes traseiros, o mais confortável.
No link da editora dá pra ver um pouco mais (apenas em inglês) sobre o livro. Estou quase encomendando um exemplar na Amazon para enriquecer minha biblioteca automotiva.
No link da editora dá pra ver um pouco mais (apenas em inglês) sobre o livro. Estou quase encomendando um exemplar na Amazon para enriquecer minha biblioteca automotiva.
Bela aula, Paulo. Há muito anos li matéria sobre o Giugiaro, tido como o primeiro estilista a considerar o packaging o primeiro passo, que ele começa o desenho de um carro pelos pedais.
ResponderExcluirPor falar neste assunto, estou ficando cada vez mais admirado com os carros "para o teceiro mundo" (como gosta de dizer a mídia "especializada") feitos pela Renault/Nissan. Essa Livina é realmente muito espaçosa sem ter possição de dirigir de minivan, parece uma perua.
ResponderExcluirJonas,
ResponderExcluirRealmente parece uma perua.Já andei pensando sobre isso.Podemos considerar a Livina como uma perua do Logan.
PK
Recebi uma cópia do livro H-Point. É bem interessante e completo, do ponto de vista do "Package". Mostra como realizar a importante integração entre o Design e a Engenharia.
ResponderExcluirResumindo: olhando o blog nunca foi tão fácil fabricar um carro. O problema é o dinheiro para isso...
ResponderExcluirSobre o Nissan Livina...
ResponderExcluirAinda é um carro que só conheço por fora e este não me atrai pelos atributos de estilo. Claro que isso é uma consideração bastante pessoal, mas acho o mesmo para quase todos carros da Nissan.
Porém é interessante notar um projeto que nasce a partir das considerações de uso, como parece ser o caso do carro citado.
Muitas vezes, mesmo não tão belos, eles acabam fazendo grande sucesso e se tornando simpáticos ícones, justamente pela utilidade e inteligência que apresentam.
Sds,
Der Wolff