Antes de mais nada, meu background automobilístico precisa ser esclarecido. Sou fã do automobilismo clássico e esportivo. Muito do que gosto hoje é resultado do que vi e vivi na infância. Meus sonhos automobilísticos sempre estiveram ligados de certa forma ao passado. A pista que eu sonhava andar, o carro que eu sonhava ter... A história tem um peso fundamental nas minhas escolhas.
Gosto de carros de rua que têm história. Por isso sou apaixonado pelos automóveis de tração traseira e motores aspirados e giradores. Eu costumava dizer: “Turbo pode ser mais rápido, mas a tocada não tem a mesma finesse” - “As rodas que tracionam não podem ser as mesmas que dão direção” - “4x4 é para jipe”.
Pois bem. A vida era assim até que uns seis meses atrás embarquei numa escolha que, desconfio, vai mudar para sempre minha concepção sobre automóveis. Comprei um Subaru Impreza WRX.
Queria um carro forte e usável sob qualquer circunstância e minha escolha caiu sobre o japonês.
O carro é forte, em sua configuração original são 225 cv e pouco mais de 30 kgfm de torque. Mas não se trata disso. Trata-se de dar motor tão cedo que exige uma recalibração do cérebro. Trata-se de readequar o estilo de tocada.
Ao chegar à curva, obviamente se freia o carro e se entra na curva, logo após o turn-in e bem antes de apex é possível dar motor de forma gradativa, a frente começa a esfregar, mas não é preciso tirar o pé. A frente escapa, mas a traseira empurra o carro pra frente. Um comportamento completamente novo para quem nunca andou de carro integral. Se o subesterço continuar muito pronunciado, tirando o carro da trajetória, basta levantar um pouco o pé que a traseira se pronuncia ainda mais e traz o carro de volta. Uma leve tirada de pé em saída de curva seguido de pé no fundo faz a traseira entrar em powerslide de forma absolutamente controlável.
A marcha ideal para se entrar numa curva é sempre uma marcha acima da que seria usada em um carro aspirado. Meu carro hoje conta um pouco mais de potência e o torque, fui preciso uma reeducação para entrar forte em curva a 3.000 rpm usando o torque a favor.
Certa vez sai de casa debaixo de um temporal para ir a Petrópolis, uma serra apertada de piso irregular e muitas curvas fechadas. Setei minha cabeça para ir devagar, sem forçar nada. A velocidade com que subi a serra foi a mesma que em um carro com tração dianteira no seco, qualquer um que tentasse acompanhar, certamente bateria. E eu não estava correndo.
Por tudo isso, acho que a escolha do WRX vai me fazer rever toda minha concepção sobre automóveis. Existe uma finesse na tocada de turbo, sim, 4X4 não é para jipe e as rodas que dão direção, também podem tracionar.
Um jornalista de revista de performance, muito bom piloto, diz que " a vida" num integral só começa com 450 cv .
ResponderExcluirNa visão dele, antes disso tudo é muito previsível e controlável.
Belo depoimento Vic, também gosto de carros históricos como adoro a história em geral, sejam de máquinas, homens, lugares, geografia...etc. E a história tem páginas muito bonitas em relação aos carros com tração 4x4, como eu gosto de rally, natural que eu tenha predileção por alguns carros que são verdadeiras lendas como Lancia Delta Integrale, Lancer Evolution, Audi Quattro, Ford RS200 e - é claro - o Subaru "scooby" azul com as cores de Colin McRae, como considero que o máximo em esporte a motor é o WRC, acredito também que o máximo em maneabilidade em todo piso possível só pode partir dos "tracionados" do mundial...Parabêns pelo carro, deve ser uma máquina em tanto, pude sentir os benefícios da tração - em níveis bem mais baixos é claro - ao experimentar picapes em situações controladas em asfalto com os dois eixos tracionando, e é mais ou menos o que comentou, claro que no meu caso em proporções de velocidades menores. Até acho estranho que nenhuma revista tenha se dado o trabalho de testar picapes com tração ligada em asfalto molhado para levantar dados sobre o quanto se ganha - ou se perde - com o dispositivo ligado, não são todos os donos de SUV que vão enfrentar a lama não é mesmo? Para terminar: meu carro com tração que eu gostaria de ter seria um Lancer Evolution Tommi Makkinen Edition, história e fúria em um mesmo e sedutor pacote.
ResponderExcluirVic,
ResponderExcluirTambém, você foi pegar um carro turbo e de tração integral que é muito bem projetado, impossível não se apaixonar. Eu defendo com unhas e dentes a tração no eixo traseiro, mas os modelos atuais de tração integral permitem muita diversão, como seu Impreza WRX.
Tração dianteira somente para modelos compactos, de até 4 metros de comprimento e sem grande (ou nenhuma...) pretensão esportiva.
O turbocompressor eu ainda não sou tão fã, embora a tecnologia atual permita motores com elasticidade impensável antigamente. Mas ainda prefiro o ronco de um motor aspirado bem preparado, sem o sopro de ar extra pela turbina e mesmo com elasticidade comprometida por um comando mais bravo.
Eu como sou pobre estou namorando um Impreza 1,5. O preço ta muito bom, menor que os hatches médios nacionais ou argentinos. Pode não andar muito, mas não tendo medo de rpm e batente do acelerador, dá e sobra.
ResponderExcluir1.5 é muito fraco, com o valor dele dá pra pegar um WRX usado.
ResponderExcluirQuebrar paradigmas sempre é bom.
ResponderExcluirSó andei rápido de WRX uma única vez, em Interlagos, sem chuva mas com a pista molhada (tinha chovido a noite toda). Fiquei apaixonado. O carro é muito obediente e seguro. Solta a traseira como um RWD e volta como um FWD, só que com muito mais previsibilidade do que os outros dois.
Turbo é outra coisa excelente... Também gosto muito. A tocada de um turbo no limite tem muito mais segredos do que a tocada de um aspirado, embora o senso comum diga o contrário. Mas não é difícil entender. O carro aspirado tem um comportamento muito linear entre a entrega do motor e a posição do pedal. Já o turbo tem outra variante nesse meio que é a carga imposta ao conjunto, variando a pressão do turbo e portanto variando o torque entregue às rodas. Eu acho a tocada do turbo muito mais técnica do que a tocada do aspirado!
Mas o seu conceito de entrar com uma "marcha acima" está deturpado pela sua turbina que deve ser pequena e amarrar um pouco em alta. Com um turbo maior essa regra não existe mais, porque embora você tenha bastante torque em regimes médios, o ganho em alta é tão grande que o motor te instiga a andar sempre com o giro alto!
Demorou pra "aprender". Tantos anos de quattro...
ResponderExcluirssuahasuhsaushaush
Alexei. 450hps acho exagero. Com 300hps pra cima ja comeca a dar trabalho e acaba o grip que nao acaba mais.
ResponderExcluirLuis, Demorei nao. Conheco os quattro a bastante tempo, coisas como RS2 com tanta pressao que enguliam o MAF.
Apenas nao comprei a ideia.
Villa.
ResponderExcluirO conceito de uma marcha acima consiste em nao perder tempo o tempo da troca de marcha.
Mas sem duvida, meu carro esta com uma turbina pequena para alta.
Tava brincando, mas vc DEVERIA ter comprado a ideia
ResponderExcluirsauiasuashsuahsuahasuhs
VR,
ResponderExcluirWRX e EVO, dois carros impossiveis de se ignorar. Fiquei feliz quando soube dessa sua aquisição. O carro bacana vai ter um dono igualmente nobre que vai usar ele da forma correta e com isso vai ter muito prazer e satisfação. Parabéns, nada como ter a cabeça aberta a novas idéias!
eu estou sonhando com um Impreza 2,0... mesmo não tendo a performance do WRX, parece ser igualmente pra entusiasta. parabéns pela compra, Vic! se puder falar mais sobre o carro, adoraria ter mais informações, já que até agora só vi teste do novo Impreza na Quatro Rodas...
ResponderExcluirPalandi,
ResponderExcluirProcure o teste do Impreza 2.0 feito pelo Tiff Needell para o Fifth Gear. Deve ter no YouTube.
Eu tenho um gosto automobilístico muito parecido com o dele, não é a toa que os meus carros carregam um autógrafo dele em forma de adesivo.
Me lembro bem dele dizer que o Impreza 2.0 é uma das coisas mais broxantes e sem-sal na face da terra.
Se quer um hatch médio 2.0 vai de Focus que estará muito mais bem servido.
Se quer um 4x4 tem que ser um que venha com algum tipo de pedigree e mais de 200hp. Senão não faz sentido!
valeu pela dica, Villa, vou procurar agora mesmo. eu adoro o Focus (apesar de não ter dirigido o novo modelo), mas morri de ódio com o fato de a Ford ter depenado os itens de segurança do novo modelo, tirando o ESP e quatro airbags. só compro um no dia em que a versão Mercosul tiver os mesmos itens de segurança da europeia...
ResponderExcluirvixiiiiiiiiiii
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