Este é apenas mais um caso de ser perder a vida bestamente. Dirigindo um carro na cidade, um jovem de 22 anos, a vida começando, morre. O que está acontecendo com os motoristas? Será que o básico foi totalmente esquecido? As regras de segurança não valem mais?
Este acidente, ocorrido nesta madrugada em São Paulo, foi no cruzamento de duas vias importantes, a Avenida dos Bandeirantes e a Alameda dos Maracatins. Sem querer dar uma de detetive, alguém desrespeitou o sinal. Não há outra hipótese. Ou a carreta não conseguiu parar ou seu motorista quis avançar mesmo, ou o motorista do automóvel, um Corsa de segunda geração, avançou. E esse é um dos grandes problemas do nosso tempo. Explico.
Com medo de assaltos, muitos, mas muitos motoristas resolveram não parar mais nos sinais à noite. Só que em vez de parar, olhar em todas as direções, avaliar a situação e só depois arrancar, tornou-se comum "varar" o vermelho com a presunção de que "não vem nada". Na hora em que o acidente ocorreu, fala-se em 2h50, poderia não vir nada mesmo. Mas veio.
Tenho dito que dirigir é um ato automático e que não precisamos pensar em cada manobra, do mesmo jeito que não precisamos pensar para "dirigir" o nosso caminhar — daí eu ser contra a caça a quem fala ao celular dirigindo, pois o fato de falar com alguém do outro lado da linha não tem como atrapalhar quem dirige minimamente bem.
Por ser o dirigir automático, é imperativo que adotemos e conservemos hábitos sadios quando ao volante. Parar diante do sinal vermelho é um deles. Viu o vermelho? Pare. Depois resolva o que fazer. Se o desrespeitarmos sistematicamente, poderá chegar o momento de não o fazermos quando parar for essencial.
É o que com toda certeza aconteceu com um dos dois motoristas. Mas pode ter sido também a "confiança irrestrita no verde", no sentido de que está verde, pode ir. Não pode! Não se pode sair arrancando sem ter certeza absoluta que o tráfego na transversal parou para o vermelho dele. Sinal abriu, é arrancar lento nos primeiros metros vasculhando a via transversal.
O mesmo vale para cruzamentos sem nenhum impedimento para ser atravessado, como o que não tenha placa de parada obrigatória, a "PARE". Não adianta estar numa via preferencial (que pelo Código de Trânsito não existe mais) e tomar o impacto de um carro que desrespeitou a parada obrigatória. Cruzamento é para ser atravessado em velocidade que permita parar. Sempre, a qualquer hora do dia e da noite, com ou sem semáforo ou placa PARE.
Esse ponto, aliás, é a base da minha crítica feroz aos vidros laterais dianteiros escurecidos além do limite regulamentar de 70% (combinação de vidro mais película). Perde-se a essencial acuidade visual lateral à noite, que abrange os espelhos retrovisores externos. E ainda há quem escureça o vidro do pára-brisa! Ficar sem acuidade visual num cruzamento é uma forma de suicídio, branda mas é.
Meu pai me dizia que se eu tiver de morrer, que o faça com glória. Não há nada mais inglório do que morrer numa acidente de automóvel rodando na cidade.
BS
Bob Sharp;
ResponderExcluirConcordo plenamente com tudo o que você falou, eu sou um que sempre aumento a minha atenção nos cruzamentos, tanto no sinal verde quanto no vermelho, reduzo a velocidade mantenho uma distância do veiculo a frente e presto atenção no trânsito, até mesmo no caso de viaturas, ambulâncias, ou algum motorista ou pedestre desatento, isso tudo pra mim é adotar uma postura defensiva no trânsito, as vezes até me acho cauteloso demais...
e quanto as peliculas, mesmo que sejam só nos vidros laterais, e traseiros, atrapalham a visão periférica, e a visão 360° que todo o BOM motorista deveria ter
Realmente os cruzamentos estão cada vez mais perigosos. Hoje mesmo, na esquina de casa, um carro furou o farol descendo a rua e quase acertou o carro da minha frente bem no meio.
ResponderExcluirE à noite, acho que está ficando mais perigoso passar no farol verde do que no vermelho, pois se estpa verde para você, estará vermelho para o outro, e a chance deste querer furar o farol é enorme.
abs
Bob, sem dúvidas dirigir tornou-se um ato mecânico. Algo que deveria exigir raciocínio e responsabilidade, hoje é diversão e momento de sair da realidade para muitos motoristas.
ResponderExcluirA facilidade em obter-se a habilitação para dirigir é, no mínimo, apenas mais uma causa da quantidade de acidentes automobilísticos no país. A falta de cautela dos examinadores, a pouca quantidade de horas-aula ao volante e a falta de rigidez na punição de infratores, aumenta assustadoramente o numero de motoristas despreparados e desinteressados em dirigir bem.
Espero nunca me envolver em acidentes automobilisticos, caso isso ocorra, Deus permita que nada de grave aconteça à ninguém.
Grande abraço,
Eduardo Zanetti.
É por isso que em muitas ruas do japão, nas esquinas há um grande espelho convexo. Eles te permitem ver se há alguém vindo no cruzamento.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirperder a vida estúpidamente
ResponderExcluirCaio,
ResponderExcluirA colisão de cruzamento é inconcebível para mim. Todo motorista precisa saber, ter total noção, ser-lhe ensinado que todo cruzamento é perigoso. Considero irresponsabilidade um órgão de trânsito colocar placa "Cruze com cuidado. Cruzamento perigoso".
Percebo também que a maioria insiste em ter razão, estar certo. Muitos agem de maneira displicente porque põem em suas cabeças que "eu estou certo e ponto final, os outros que se danem". De que adianta você estar passando de forma correta (mas desatento) no sinal verde e ser abalroado por um inconsequente, que não respeitou o sinal vermelho? Só se a idéia for debater a respeito com São Pedro...
ResponderExcluirPois é Bob,
ResponderExcluirMesmo não sendo o foco de seu comentário, o que vou comentar está embutido no contexto.
Sou favorável, devido às condições complicadas de segurança à noite (madrugadas), que a maioria dos faróis passasse para amarelo-piscante.
Isto iria permitir um alerta, o piscante chama muita atenção, e permitiria passar o farol desde que as condições de tráfego na respectiva transversal assim o permitam.
Obviamente que erros e descuidos continuariam na ordem do dia, visto que para evitar isto só o que você comentou sobre o dirigir automaticamente.
Alexander Gromow
Bob, por que excluiu meu comentário?
ResponderExcluirnão foi o Bob que excluiu....
ResponderExcluirÁlvaro,
ResponderExcluirNão fui eu quem excluiu realmente.
Alexander,
ResponderExcluirO amarelo piscante num certo período é muito interessante, mas essa condição exige a parada completa, como se fosse uma placa PARE. O problema é poucos entenderem isso, pois esse procedimento não consta do nosso Código de Trânsito. Isto é explícito, por exemplo, nos EUA. No caso de falta de energia elétrica os sinais passam a piscantes funcionando a bateria.
Bob,
ResponderExcluirAgora você lembrou-me de uma situação fantástica referente a faróis (ou sinaleiros, como queiram) que é padrão na Flórida (não sei se é assim em outros estados, cada um por lá tem suas soluções).
Os cruzamentos de avenidas maiores são equipados com verdadeiros complexos de faróis que são comutados de tal maneira a deixar todas as opções de entrada das ruas que chegam ao farol para as possíveis saídas (além de ser quase sempre permitida a entrada à direita com o farol vermelho, desde que as condições de tráfego assim o permitam). Demora mais, pois são faróis de no mínimo 4 estágios, mas não há confusão e todos esperam a sua vez...
Voltando ao farol piscante, ele é usado na Alemanha também, como você deve ter visto em suas inúmeras viagens para lá. Será que somos tão atrasados assim que ninguém pensou nisto ao ser emitido o nosso código de trânsito?
Está danado...
Saudações piscantes
Alexander
Esse medo de "não parar" em semáforos por medo de um possível assalto é uma das coisas que não se encaixa no meu modo de pensar. Como um apessoa em sã consciência, ao ver um cruzamento sinalizado, pode simplesmente manter sua velociade e cruzar "ao Deus dará"?(como dizem por aí...) É uma questão de lógica que numa situação dessas ao ver um semáforo à frente "fechado" (isto é, vermelho) você reduz a velocidade, analiza a situação e o entorno, isto é, você olha pela presença de pessoas nos cruzamentos, aproximação de veículos não só no cruzamento como vindo atrás ou paralelo ao seu automóvel, e no próprio cruzamento se ainda fechado, avalia a possibilidade de "furar" a sinalização. São atitudes mecânicas que são utilizadas no ato de conduzir cotidianamente, só que usadas com um pouco mais de atenção. Uma coisa simples de se fazer.
ResponderExcluirOu será que a presença das vias mais "livres" durante o período noturno retire um pouco dessa "concentração" no trânsito? Será que o condutor fica condicionado a dirigir somente "seguindo o fluxo"? E não sabe mais o que fazer nessas situações? Só acelera e freia para não acertar o carro da frente?
Concordo plenamente quando diz que o ensino da condução de veículos deve ser revisto, na verdade acredito que deva ser revolucionado.
Delmiro,
ResponderExcluirVocê tem razão quando relaciona vias livres e falta de cuidado. Deve acontecer isso realmente.
Amigos,
ResponderExcluirTemos que cuidar melhor da educação que damos aos nossos filhos.
Abs.
"eduquem as crianças, para não termos de punir os adultos"
ResponderExcluirPrezado Bob
ResponderExcluirAcho um absurdo um piloto de competição como vc afirmar que falar ao celular ao dirigir não distrai o motorista. Dirigir não deveria ser automatizado, todos deveriam prestar a máxima atenção ao dirigir, ainda mais com o trânsito de hoje.
Xiii esta questão de celular vai dar pano para mangas...
ResponderExcluirBob, quando eu ligo de meu carro eu estou usando um viva-voz (Bluetooth Hansfree da Ant Technologies) de última geração.
Não uso falar segurando o celular, quando isto é necessário, paro o carro (mais um motivo de risco de assalto...).
Particularmente sou contra o uso de celular quando o mesmo é feito com o camarada segurando o celular com a mão contra o ouvido. Além de atrapalhar a condução, mesmo em carro automático - complica usar o pisca-pisca, por exemplo. Além de obliterar boa parte do campo de visão periférica (geralmente esquerda) - o que aliado a estes malditos insul-filmes resultam numa situação catastrófica de fechadas e munhecadas na direção. Há experimentos que igualam o uso do celular nestas condições com o ato de dirigir embriagado.
Por outro lado acho uma babaquisse enorme proibir o uso de 1 (um) fone de ouvido conectado ao celular. É mais seguro do que este povo anda fazendo.
Os pontos críticos no uso do celular ao conduzir são no ato de discar um número e de ver quem está ligando (números e letras pequenas e má iluminação tornam este momento crítico). Esta situação ocorre também com que usa viva-voz como eu, quando o número que quero discar não está na agenda costumo parar o carro para discar.
Agora eu saio de cena para ver no que este comentário vai dar.
Sds
Alexander
Bob Sharp, sou seu fã!!
ResponderExcluirSaudades dos seus posts no BCWS.