Bill outro dia disse no seu ótimo post SOBRE JEEPS E DESPEDIDAS: "Ninguém é realmente dono de um automóvel, sendo apenas seu portador durante algum período". No caso do carro acima, um Oldsmobile Cutlass 1967, isso só se aplica porque os donos anteriores faleceram.
Explico: o Olds foi importado pela avó da Ana Paula, minha esposa, há 42 anos. Pelo que pude apurar, foi utilizado regularmente, guiado por seu marido, até o final da década de 70, quando um Opala lhe tomou o lugar de carro do dia-a-dia. Cheguei a conhecer o avô da Ana, achava engraçado o jeito dele pronunciar o nome do carro, era sempre um 'kát-lass' bem acentuado.
Logo que comecei a namorar minha esposa, meu sogro me falou sobre esse carro. Fiquei interessadíssimo, afinal não era um carro qualquer que passou de mão em mão, ou que sofreu restaurações, e sim um exemplar que estava na família desde os primeiros km rodados. Nessa altura, meados dos anos 90, já não era carro para se usar toda hora. Meu sogro saía com ele de vez em quando, e à medida que fui ganhando a confiança dele, passei a guiar o carro também. Lento, mas suave, uma delícia. Carro para guiar sem pressa, suspensão bem macia, bancão inteiriço, ao melhor estilo sofá da sala de estar. O seizão lá na frente ronrona, sempre girando baixo, direção levíssima, que dá sempre a impressão de estar conectada a lugar nenhum. Hoje está conosco, e se depender de mim, só sai de nossa propriedade por herança.
É a antítese do muscle car, pois sob o capô há um seis-em-linha 250, igual ao nosso 4100 do Opala. 155 hp brutos, 1 tonelada e meia, caixa automática Powerglide (na linha Olds se chamava Jetaway) de 2 marchas e diferencial longo (abaixo de 3:1). Freio a tambor nas 4 rodas. Para completar, carroceria 4 portas com coluna, rodas aro 14". Totalmente sleeper, e não só no visual. Com pouco mais de 40 mil km rodados (o velocímetro em km/h foi um dos opcionais pagos à parte), porém com mais de 40 anos de idade, espanta pela confiabilidade. Tenho dificuldade de andar com ele toda semana, e já aconteceu de ficar meses parado por conta da correria do dia-a-dia. Isso não o abala, basta jogarmos um pouco de gasosa no carburador, e ao virar a chave, ele acorda na hora. A simplicidade mecânica dos carros americanos ajuda muito nisso.
Tenho dois meninos, e os dois adoram o carro. Portanto, acho que esse ainda fica sendo membro da família por muito tempo. E fica também como exceção à regrinha do Bill.
Explico: o Olds foi importado pela avó da Ana Paula, minha esposa, há 42 anos. Pelo que pude apurar, foi utilizado regularmente, guiado por seu marido, até o final da década de 70, quando um Opala lhe tomou o lugar de carro do dia-a-dia. Cheguei a conhecer o avô da Ana, achava engraçado o jeito dele pronunciar o nome do carro, era sempre um 'kát-lass' bem acentuado.
Logo que comecei a namorar minha esposa, meu sogro me falou sobre esse carro. Fiquei interessadíssimo, afinal não era um carro qualquer que passou de mão em mão, ou que sofreu restaurações, e sim um exemplar que estava na família desde os primeiros km rodados. Nessa altura, meados dos anos 90, já não era carro para se usar toda hora. Meu sogro saía com ele de vez em quando, e à medida que fui ganhando a confiança dele, passei a guiar o carro também. Lento, mas suave, uma delícia. Carro para guiar sem pressa, suspensão bem macia, bancão inteiriço, ao melhor estilo sofá da sala de estar. O seizão lá na frente ronrona, sempre girando baixo, direção levíssima, que dá sempre a impressão de estar conectada a lugar nenhum. Hoje está conosco, e se depender de mim, só sai de nossa propriedade por herança.
É a antítese do muscle car, pois sob o capô há um seis-em-linha 250, igual ao nosso 4100 do Opala. 155 hp brutos, 1 tonelada e meia, caixa automática Powerglide (na linha Olds se chamava Jetaway) de 2 marchas e diferencial longo (abaixo de 3:1). Freio a tambor nas 4 rodas. Para completar, carroceria 4 portas com coluna, rodas aro 14". Totalmente sleeper, e não só no visual. Com pouco mais de 40 mil km rodados (o velocímetro em km/h foi um dos opcionais pagos à parte), porém com mais de 40 anos de idade, espanta pela confiabilidade. Tenho dificuldade de andar com ele toda semana, e já aconteceu de ficar meses parado por conta da correria do dia-a-dia. Isso não o abala, basta jogarmos um pouco de gasosa no carburador, e ao virar a chave, ele acorda na hora. A simplicidade mecânica dos carros americanos ajuda muito nisso.
Tenho dois meninos, e os dois adoram o carro. Portanto, acho que esse ainda fica sendo membro da família por muito tempo. E fica também como exceção à regrinha do Bill.
P.S. - Ainda pretendo ir com ele ao encontro de autos antigos de Águas de Lindóia. Ir navegando pelo asfalto tal como um couraçado americano, pronto para o embate caso algum cruzador japonês atravesse seu caminho.
Cruvinel,
ResponderExcluirlindo carro, e com histórico perfeito. Não deve sair da família jamais, exceto se for para vender para mim.
Conte mais em outro post, por favor, e mais fotos também.
JJ,
ResponderExcluirfaço questão que numa vinda sua ao Rio você guie o carro. Sabendo da suavidade com que você conduz, vai ser um perfeito casamento homem/máquina.
Lindão o carro.
ResponderExcluirQuanto ao encontro de águas de lindóia: Sacanagem não terem avisado! Eu iria, com toda certeza!!!!
AC,
ResponderExcluirpode estar certo que cobrarei essa promessa !
Obrigado.
Aliás, vi no mercado livre um conjunto de motor slant six + câmbio à venda em Curitiba, será que era do Barracuda do Bill?
ResponderExcluirhttp://www.mercadolivre.com.br/jm/item?site=MLB&id=93503072
[]s
Sobre o cutlass, simplesmente fabuloso. Melhor que um carro antigo bem conservado é um carro antigo com história.
ResponderExcluirO cruzador japonês é o Nissan Maxima do MAO?
ResponderExcluirClésio, exatamente ! Só para provocar o amigo.
ResponderExcluirEntão eu acho que um Landau cheio de garotas do BBB seria um navio-aeródromo não é :-)
ResponderExcluirSe considerarmos que o Maxima também é um carro mid-size para o mercado americano, acho que poderíamos colocar os dois na mesma classe de couraçados. Aí seria o tão aguardado embate entre o Iowa e o Yamato...
ResponderExcluirAC,
ResponderExcluiresse é raridade hein!
mas me diga uma coisa, quanto as peças de reposição, é dificil de encontrar? ou você consegue a façanha de mante-lo no "formol"?
Adorei o carro e a história. Mas acho que ele deveria passar pelo AG!!
ResponderExcluirValeu
A frase inicial "Ninguém é realmente dono de um automóvel, sendo apenas seu portador durante algum período" foi descaradamente copiada de um anuncio dos relogios Patek Philippe que diz "You never actually own a Patek Philippe. You merely look after it for the next generation."
ResponderExcluirSeria so inspiracao? Licenca poetica? Ou mera coincidencia...?
Anderson,
ResponderExcluiro carro é pouco rodado. Amortecedores eu trouxe numa viagem que fiz aos EUA, ele já usa um carburador nacional de Opala, então o reparo de carburador, velas, filtros, uso os de Opala.
PK,
já pensei nisso, ele já andou me 'perturbando' com uma mecânica Olds V-8 350 completa.
Anônimo,
não sei. Mas no caso do Olds, pretendo que seja assim.