Desde que apareceu o primeiro carro flex no Brasil, em março de 2003 - o Gol de geração 3 Total Flex - vê-se com frequência esses carros serem chamados de "bicombustíveis". Isso tanto na mídia quanto no próprio material promocional dos fabricantes.
Na foto da esquerda, um carro novo flex e na da direita, um táxi com kit de gás. É aí que reside toda a diferença entre os termos.
Os carros "flex" são os chamados veículos flexíveis em combustível. A flexibilidade, no caso, é em gasolina e álcool. Isto significa que têm um único tanque de combustível, no qual pode ser colocado qualquer dos dois, puros ou misturados em qualquer proporção. Os americanos, que adoram uma sigla, chamam-nos, apropriadamente, de FFVs, Flexible-Fuel Vehicles. No Brasil é mais comum abreviar palavras ou termos e, desse modo, o termo "flex" está consagrado e diz tudo. Ninguém tem dúvida do que se trata.
Já o carro bicombustível, conceitualmente falando, é o que pode utilizar um ou outro combustível que, por isso mesmo, é armazenado em reservatórios diferentes. Os dois combustíveis não têm como ser misturados. Esses são a gasolina (ou álcool) e gás natural veicular, que atende pela sigla GNV. O gás é armazenado em tanques cilíndricos sob a elevada pressão de 200 bars, daí sua forma, que é a de maior resistência em relação ao próprio peso. Em geral são tanques de 9 metros cúbicos e costuma haver dois, como na foto, para um total de 18 m³.
Então o leitor-consumidor já sabe: flex é uma coisa, bicombustível é outra.
Todavia, como 90% dos carros licenciados no Brasil atualmente são flex, é bem provável que quem tenha um e resolva instalar um kit de gás passe a dirigir um carro flex e bicombustível ao mesmo tempo. Nisso tenho quase certeza de sermos os únicos.
A Fiat lançou há três anos o Siena Tetrafuel. O prefixo tetra significa quatro e isso representa os quatro combustíveis com que esse Fiat pode funcionar: gasolina brasileira com até 25% de álcool, gasolina sem álcool como a da maior parte dos países, álcool e GNV. Portanto, o Siena Tetrafuel se enquadra na classificação flex-bicombustível.
A comutação entre combustível líquido e gasoso era automática. O padrão era o funcionamento a gás, mas quando era exigida potência o combustível mudava para líquido sem interferência do motorista. Para 2009 isso mudou e existe agora um interruptor para ser possível escolher qual.
A GM lançou o Astra Multifuel em 2005, mas não era previsto gasolina sem álcool. O interessante é que não havia sistema auxiliar a gasolina para partida a frio. Quando com álcool e ao ligar numa manhã fria, a alimentação do motor era o próprio GNV. Mas o modelo ficou bem pouco tempo no mercado.
BS
Na foto da esquerda, um carro novo flex e na da direita, um táxi com kit de gás. É aí que reside toda a diferença entre os termos.
Os carros "flex" são os chamados veículos flexíveis em combustível. A flexibilidade, no caso, é em gasolina e álcool. Isto significa que têm um único tanque de combustível, no qual pode ser colocado qualquer dos dois, puros ou misturados em qualquer proporção. Os americanos, que adoram uma sigla, chamam-nos, apropriadamente, de FFVs, Flexible-Fuel Vehicles. No Brasil é mais comum abreviar palavras ou termos e, desse modo, o termo "flex" está consagrado e diz tudo. Ninguém tem dúvida do que se trata.
Já o carro bicombustível, conceitualmente falando, é o que pode utilizar um ou outro combustível que, por isso mesmo, é armazenado em reservatórios diferentes. Os dois combustíveis não têm como ser misturados. Esses são a gasolina (ou álcool) e gás natural veicular, que atende pela sigla GNV. O gás é armazenado em tanques cilíndricos sob a elevada pressão de 200 bars, daí sua forma, que é a de maior resistência em relação ao próprio peso. Em geral são tanques de 9 metros cúbicos e costuma haver dois, como na foto, para um total de 18 m³.
Então o leitor-consumidor já sabe: flex é uma coisa, bicombustível é outra.
Todavia, como 90% dos carros licenciados no Brasil atualmente são flex, é bem provável que quem tenha um e resolva instalar um kit de gás passe a dirigir um carro flex e bicombustível ao mesmo tempo. Nisso tenho quase certeza de sermos os únicos.
A Fiat lançou há três anos o Siena Tetrafuel. O prefixo tetra significa quatro e isso representa os quatro combustíveis com que esse Fiat pode funcionar: gasolina brasileira com até 25% de álcool, gasolina sem álcool como a da maior parte dos países, álcool e GNV. Portanto, o Siena Tetrafuel se enquadra na classificação flex-bicombustível.
A comutação entre combustível líquido e gasoso era automática. O padrão era o funcionamento a gás, mas quando era exigida potência o combustível mudava para líquido sem interferência do motorista. Para 2009 isso mudou e existe agora um interruptor para ser possível escolher qual.
A GM lançou o Astra Multifuel em 2005, mas não era previsto gasolina sem álcool. O interessante é que não havia sistema auxiliar a gasolina para partida a frio. Quando com álcool e ao ligar numa manhã fria, a alimentação do motor era o próprio GNV. Mas o modelo ficou bem pouco tempo no mercado.
BS
outra confusão que eu vejo na televisão, é entre hp e cv, tem um reporter automobilistico, que no programa dele só fala hp, este carro tem 110hp...., este outro 95hp...., sendo que o carro na verdade tem 110cv, 95cv, acho que ele ainda não sabe que cv e hp são medidas diferentes....
ResponderExcluire olha que faz anos que existe este programa e sempre com o mesmo sujeito, será que ninguem explicou pra ele que cv e hp são medidas diferentes?
ResponderExcluirDe tempos em tempos alguns executivos dos fabricantes se empolgam com a possibilidade de venderem veículos movidos a GNV. Isso não é só aqui, mas na Europa e EUA também. Aí perdem um tempão desenvolvendo produtos medianos, com menor espaço para bagagem, caros e com pouco apelo comercial. Como o fornecimento de GNV como combustível automotivo também é instável e o preçco oscila esses produtos logo saem do mercado. Até que um outro executivo chegue achando que descobriu a américa e force um novo desenvolvimento, ou o que é pior, um remendo no desenvolvimento antigo.
ResponderExcluirCarro movido a GNV só funciona na Argentina onde se pega um carro de 15 anos de uso para instalar o kit e o GNV é barato. Mas ultimamente, com a alta do GNV o mercado deve ter caído muito.
Definitivamente: GNV, estou fora.
ResponderExcluirO meu Escort CHT faz 16km por m³. GNV é tudo que eu quero.
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ResponderExcluirBob Sharp, o comutador de gasolina/GNV (ou alcool ou flex/GNV) sempre existiu! O comutador automatico sim é mais recente. Este faz parte dos niveis 4 e 5 - a tecnologia do kit GNV varia de 1 a 5.
ResponderExcluirThiago
* o comutador nem sempre existiu
Bob,
ResponderExcluirNum carro em que se instale um kit para funcionar com GNV, mesmo seguindo a regra de rodar com combustível líquido com certa freqüência (não exclusivamente “no gás” como se vê por aí), haveria o risco de ocorrerem os temidos problemas no motor causados pelo gás?
Os carros que já saem de fábrica com kit de gás sofrem algum tratamento no motor (e/ou anexos) para lidarem com o GNV?
Um abraço.
Thiago,
ResponderExcluirO que informei foi o que a Fiat me passou. Era automático e agora é manual. Mas vou confirmar, tenha certeza. Eu, particularmente, prefiro o manual.
Anderson,
ResponderExcluirSim, a diferença entre hp e cv é pequena, 1,39%, mas tem que ser considerada. 1 hp = 1,0139 cv. Nas altas potências a diferença aparece mais: 500 hp = 507 cv
Marlos,
ResponderExcluirO único problema com o gás é não haver a mesma lubrificação das válvulas nas sedes, pois o combustível líquido lubrifica. Nesse caso, as montagens de fábrica trazem sedes de válvulas e válvulas modificadas no material, de maneira a não se desgastarem precocemente.
É de indignar como as coisas são publicadas de forma errada, e a confusão não é apenas com os veículos flex. É normal se ler que um motor é "1.8" e tem 112 "cavalos", uma moto tem 150 "cilindradas", um determinado motor tem 17,3 "kgf" de torque... É algo lamentável.
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ResponderExcluiranônimo sua anta!
ResponderExcluiro carro que anda com um combustivel ou outro é bicombustivel, o que pode andar com os combustiveis misturados é flex.
simples assim! mas infelizmente parece que nem as coisas mais simples entram na cabecinha "parca" de muitos brasileiros
Caro anônimo. Me parece que quem está de implicância é o senhor, já que este blog reúne uma fantástica e seleta equipe de entusiastas que sabem muito bem do que estão falando, pois entendem de automóveis que sobra consultoria para muita imprensa e indústria do ramo. Como entusiastas e experientes que são, falam do assunto e da suas origens com tanto amor e propriedade que fazem elas parecerem hoje, muito melhor do que realmente eram na época e sem faltar com a fidelidade das informações por eles passadas. Por tanto, se realmente se interessar pelo assunto, faça parte do grupo, interaja e contribua, nem que seja com o clima de amizade e cordialidade que predomina no blog. Com certeza você poderá colher bons frutos e quem sabe estes frutos poderão ser colhidos lá fora na concessionária quando você for escolher o seu automóvel ou nos momentos de lazer proporcionados pelo automobilismo.
ResponderExcluirUm brande abraço.
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ResponderExcluirEstão gerando uma pequena confusão em torno de HP e CV. Uma é apenas a tradução da outra, ou seja, ambas são iguais.
ResponderExcluirAnônimo,
ResponderExcluir1 cv não é 1 hp, há uma diferença de 1,39%. 1 cv = 1,0139 hp. O que o cv é igual, aí sim é mera tradução, é ao PS (Pferdstarken), do alemão.
Inversamente, 1 hp = 0,986 cv.
Ola, tenho uma dúvida:
ResponderExcluirTenho um carro Flex e sempre coloco Alcool.. minha pergunta é: com o tanque para ainda rodar uns 110km (alcool), resolvo passar no posto e adicionar gasolina.. isso funcionaria como "combustivel adulterado"?