No fim do século 19 e início do século 20, as rodas diretrizes dos automóveis eram comandadas por uma alavanca, como a do leme de um barco lá atrás, na popa. Mas em 1899 o Packard já trazia um volante em vez da alavanca. Na década seguinte o volante de direção assumiu o trono para não mais perdê-lo ― pelo menos por enquanto, e tomara que para sempre.
Sobre a origem do volante de direção nos automóveis, muitos acreditam ter sido inspirado na roda do leme das embarcações, que tinha seu movimento bastante demultiplicado de modo a ser possível vencer a enorme resistência ao movimento do leme. Quem já viu um piloto navegar sabe quantas voltas ele tem que dar na roda para que seja produzida alguma alteração de rumo.
Oldsmobile Curved Dash 1903 (gogocycles.com) |
Os volantes são quase sempre totalmente circulares. “Quase sempre” porque há casos de ligeiro abaulamento da parte inferior da maneira a criar espaço para as pernas ao se entrar e sair do veículo. Durante vários anos o volante do DKW-Vemag apresentava essa particularidade, chamado de “ovalzinho”. Hoje está voltando nos carros esportivos e nos Audi.
Audi S3 (audi.com) |
No começo, os volantes eram constituídos de um aro de madeira e de uma armação central de aço ou alumínio e fixado pelo centro, como é até hoje. Atualmente são peças de fabricação complexa envolvendo fundição de plástico com estrutura de liga leve e cujo aro é emborrachado ou revestido de material aderente, como napa ou couro.
Por razão de segurança, o volante deve se deformar sob esforço axial, de maneira ferir o menos possível o motorista numa colisão frontal. Também, não devem soltar farpas ou pedaços nos acidentes, motivo de volantes com aro de madeira não serem mais usados, apesar de toda a sua elegância. Pela mesma razão desapareceram os aros de buzina. Um dos mais curiosos desenhos de volante era o do Jaguar XK 120, de quatro raios em cruz, em cujo centro havia uma autêntica ogiva de projétil: imagine-se o tórax do motorista indo de encontro à peça...
Aos poucos foram sendo agregados comandos ao volante, como o de buzina, chegando ao controle do áudio e, mais recentemente, do ar-condicionado, como no Ford Fusion. Nele fica também a bolsa inflável, sob a almofada central. O extremo da evolução dos volantes (que não são mais circulares) é o usado nos os carros de Fórmula 1 de hoje, componentes extremamente complexos onde são controladas diversas funções, até mesmo o porcentual de bloqueio do diferencial. Seu preço chega perto de R$ 500 mil.
De enormes os volantes foram diminuindo de tamanho cada vez mais e hoje estacionaram na faixa 36-38 centímetros de diâmetro, graças principalmente aos sistemas de assistência de direção. Quanto menores mais força seria requerida para serem virados. Não faz muito tempo encontravam-se volantes de 40 cm de diâmetro, como o do primeiro Passat TS, de três raios. Depois, quando foi introduzido o de quatro raios, caiu para 36 cm, tornando-se um dos melhores da história, apesar de a direção do Passat não ser assistida.
Uma questão muito importante relacionada ao volante de direção é a relação do sistema, que é quantos graus ele precisa ser girado para produzir determinado efeito nas rodas diretrizes. Em média, essa relação nos sistemas com assistência é 16:1, que significa 16 graus no volante e 1 grau na roda. Quando não há assistência, a relação sobe para mais de 22:1, ou a direção seria muito pesada. Por isso é que é muito mais importante a assistência de direção do ponto de vista de se poder contar com relação de mais baixa (direção mais rápida) do que propriamente a questão de peso.
Merece atenção também o desenho dos raios. O melhor é aquele em que, estando os polegares posicionados nas extremidades, as mãos ficam na posição “9 e 15” a “10 e 10” (prefiro esta), tomando um relógio como referência. Em geral, os volantes de quatro e de três raios levam as mãos a essa posição naturalmente. O mesmo não acontece e nem pode com os chamados volantes de “V” invertido, que já estiveram em voga não faz muito tempo.
Nota-se em todo bom volante extremo cuidado com o desenho da região de apoio dos polegares, sendo que a Ford foi quem primeiro se preocupou com isso..
Nos centros de formação de condutores deveria haver um dia dedicado a como segurar e usar o volante, uma técnica que tem também muito de arte (que os instrutores precisam aprender, antes de mais nada). De uma maneira de usar natural, quase uma extensão do próprio cérebro, chega-se aos absurdos como fazer curva com uma das mãos espalmada para cima, pegando o aro por dentro, o "ordenhar vaca". Quem se postar num cruzamento pode notar muitos e muitas motoristas dobrando à esquerda “se enrolando” com as mãos.
Parodiando um anúncio muito antigo ― pela época, era chamado de reclame ― de um elixir para o estômago, use bem o seu volante e seu volante cuidará bem de você.
BS
(Atualizado 4/8/11 às 23:12)
(Atualizado 4/8/11 às 23:12)
Bob, você saberia dizer qual a relação do sistema de direção do Landau? É, na minha opinião, a direção mais macia que já vi, porém acho muito perigosa. Outro dia tive a oportunidade de dirigir uma Pajero Full 2011 e achei a direção muito lenta, qual motivo?
ResponderExcluirObrigado e um abraço,
André
Belíssimo texto Bob! Esse modelo da última foto é um Nardi correto? Era opcional no Mazda MX-5 de uns anos atrás e até hoje é muito usado pelos japoneses entusiastas. Um show de volante.
ResponderExcluirPrezado Bob
ResponderExcluirAlém dos adeptos da "ordenha de vaca", tem também os "limpa-vidros" que gostam de deslizar a palma da mão sobre o aro do volante.
Eu, que costumo suar nas mãos, nunca peguei essa mania...
Meu pai fazia a posição "limpa vidros" para mostrar que tinha direção hidráulica (risos). Até eu me pego fazendo as vezes.
ResponderExcluirJá na posição "ordenhar vaca" se tem um pouco mais de força para esterçar carros parados e sem assistência hidráulica. Mas hoje em dia não são mais tão pesados assim os volantes.
diegoribeuro
ResponderExcluirSim, é um Nardi. Não sabia que era opcional no Mazda MX-5. Realmente muito bonito.
Uniblab
ResponderExcluirIsso mesmo, limpa-vidros. Igual!
Anônimo 4/8 16:22
ResponderExcluirNão encontrei esse dado, mas a relação era bem baixa, estimo-a entre 14 e 15:1.
Um volante em "V" muito bom é o do Escort XR3 MKIV.
ResponderExcluirMaravilhoso o S3 da foto, detalhe para o câmbio manual e os pedais perfeitos. Opção que a Audi não dá ao consumidor brasileiro. Imaginem que perfeição um tração nas quatro, manual e duas portas? Aqui não. Mesmo com dupla embreagem mas duas portas na versão S3 nunca vi aqui.
ResponderExcluirUma pena.
Hoje só uso a "limpa vidros" durante manobras de estacionamento.
ResponderExcluirrealmente em manobras lentas não vejo problema, parece que até aumenta a sensibilidade em marcha à ré, quando estamos entre pilares verificando os 3 espelhos.
ResponderExcluirTambém não precisava exagerar e dizer que o volante precisa durar para sempre. Que dure pelo menos enquanto estivermos vivos, hehe...
ResponderExcluirNão gosto do volante oval porque às vezes gosto de senti-lo roçando em minhas pernas. Também penso que esses volantes multi-funcionais devem atrapalhar o motorista. São muitos comandos concentrados em um só lugar.
Também prefiro a posição "10 e 10".
Ótimo texto Bob!
ResponderExcluirLembrei agora de quando eu dirigia o Passat GTS Pointer do meu tio sentado no colo dele, era muito mais fácil virar o volante na posição "ordenhar vaca". Tá certo que com aquela idade eu não tinha muita força, mas que era mais fácil era.
ResponderExcluirMuito bom texto!Finalmente entendi a questão da desmultiplicação do volante...
ResponderExcluirSó uma coisa: não acho ruim o volante carregar alguns comandos... O problema é o exagero. O C4 Pallas, por exemplo, jogaram todos os comandos do painel no coitado do volante!
Aquilo deve até atrapalhar, vc quer fazer uma curva e liga a/c, ou muda de música... rs
Mais ou menos como botar o liga / desliga do farol junto com a haste do farol alto, detesto!
Meu avô tinha um Passat TS com o volante de quatro raios. Me lembro que eu achava muito bonito aquele volante, eu ficava sentado no banco do motorista olhando o vaolante com um botão de buzina em cada raio (eu achava o máximo aquilo, pois só estava acostumado com Fusca e Varint com aquele aro cromado para a buzina). Aquele TS só dirigi sentado no colo também. E possivelmente minha fixação por reloginhos venha dos Passat.
ResponderExcluirPois é, Corsário, talvez eu não tenha me expressado corretamente. Alguns comandos não tem problema, o que deve ser ruim é o excesso.
ResponderExcluirE como eu nunca tive esse tipo de volante, apenas penso que não iria gostar, hehe...
Bob, espero que ainda tenha tempo de ler este...
ResponderExcluirHá um tempo atrás navegava pelo website da TVR, e na parte de venda de usados estava esta foto, que até salvei: http://s243.photobucket.com/albums/ff45/epavieira/?action=view¤t=1506019-4.jpg
Imediatamente sabia que havia visto "O" volante, perfeito!
Postei para alguns amigos, mas poucos entenderam...
Apesar de estranho este volante de um TVR Cerbera 1992 usa apenas dois raios (mais não é necessário)que parecem estar de cabeça para baixo, isso para que possam formar a posição 10:10, e ainda deixar espaço para alguns mostradores deixados no vão abaixo, ótima solução. Na pega dos dedos, o mais interessante: somente funções que se usa ao dirigir rápido Lavador do brisas, e limpador (varrida apenas) buzina e lampejo de farol. Perfeito! Sem muitas coisas para atrapalhar, mas com o suficiente para evitar o uso das alavancas em velocidade...
Um Abraço,
Eduardo Vieira
Bob;
ResponderExcluirBacana o post!
Um carro divertido que tive foi a Saveiro 2003/2004: Direção hidraulica de relação rápida (acho que eram 2,5 voltas de batente a batente) e o formato do volante, cujo centro era excentrico ao meio da circunferencia! Era uma delicia de fazer curvas!
Opa CCN1410, não por isso pois também nunca tive volante multifuncional. É só de dirigir ocasionalmente ou ver por aí! rs
ResponderExcluirAbraços!
Por falar nisso também, lembrei que na sexta-feira passada vi no Best Cars a história do Citroën XM - um dos carros que admirava na infância e nunca tive oportunidade de sequer ver direito. O primeiro volante era de um raio apenas (!) e o carro tinha um painel feio "pa dedel". Depois o artigo mostrou uma foto do painel redesenhado para o modelo 1994 (acho que acontecia muito isso) com um volante moderno e ficou de babar mesmo, melhor do que muitos painéis de hoje...
ResponderExcluirO importante é o volante ser redondo, o resto é frescura.
ResponderExcluirUm volante que é muito bom de usar é o da linha honda de geração mais recente (fit, city, civic). Tamanho ideal, materiais agradáveis ao toque, ergonomia perfeita na pega 9:15. O do civic é curioso porque a parte achatada fica em cima, para não obstruir a visão do velocímetro.
ResponderExcluirEu é que tô pra trocar o volante do meu vti 96 por esse. O sistema de airbag é compatível e encaixe idem. O volante original do VTI é o mesmo do sedã, que é uma porcaria. Aro fino demais, muito grande (estimo ter mais que os 36~38 cm da média), 2 circunferências diferentes (inferior menor que superior). Ou é o do civic com airbag intacto, ou eu quebro o porquinho e pago quase 500 dólares (com frete, sem imposto) e trago dos EUA um MOMO do civic type r de mesma geração do meu, que é ótimo também.
CCN1410: tome cuidado com essa de volante roçando nas pernas. Em uma situação de emergência, você pode se complicar por causa disso! Não é difícil imaginar suas penas impondo resistência ao movimento do volante e o carro tomando um rumo que você não queira. A circunferência inferior ter um formato diferente não é de graça!
O Civic tem 36 cm. Fit/City tem 37 pois consta do manual de oficina. E são realmente muito bons
ResponderExcluirEsses volantes da JAC MOTORS acho que são dos poucos que restam de 4 raios, mas pareceram ser de 39 cm. Achei grande. Não sei se o Bob sabe a medida exata. Na avaliação do J6 até o BCWS relatou isso.
Também não sou muito fã de volantes multifuncionais, ao manobrar o carro para estacionar sempre acabo esbarrando em algum botão. Gosto do arranjo com "comando satélite", principalmente para som, como alguns franceses adotam.
ResponderExcluirAlguém sabe dizer se já fizeram um carro com ralação do sistema de direção variável?
Bob, o bloqueio do diferencial na F1 não tem que ser fixo segundo o regulamento da FIA?
ResponderExcluirGrande post Bob!
ResponderExcluirAcho que o melhor volante que tivemos foi o Escort XR3/Hobby.
Pequeno diâmetro, pegada perfeita, apenas 2 raios e o aro com medida perfeita. Esse deixou saudade.
O do Passat com 4 raios e um lobo no centro fica um pouco atrás.
Agora o do Opala com 2 raios era triste. Qualquer manobra achava que o aro ia soltar do cubo. E ainda bem que acabaram com aqueles volantes de plástico, como o do Gol CL.
Agora nada pior que fazer baliza com um volante Panther da década de 80, do tamanho da mão aberta.
Ainda bem que acabaram com ele...
Sim! A BMW usa uma "caixa de câmbio" para variar a desmultiplicação...
ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirQuando assisti o filme do Sr. guiando um Ferrari em Interlagos, observei a maneira que segurava o volante e corrigi a minha maneira de usá-lo. Conseguia até diminuir as dores que sentia no braço e nas costas quando guiava. Realmente não nos ensinam a manejar o volante na autoescola.
Nos volantes multifuncional que dirigi, é impossível teclar algum botão ao usar o volante. Acho que só os ordenha vaca e os limpá-vidros é que conseguem esse feito...
ResponderExcluirTalvez eu seja um dos poucos aqui que tem a preferencia pelo volante de 4 raios. Os volantes de melhor pegada que já dirigi são de 4 raios, incluindo o de um fusca 1983 e, mais recentemente, o de um Novo focus GLX. Simplesmente perfeito de pegada. Abs
ResponderExcluirPra quem acha volante multi-funcional complicado lembrem-se do Mach-5 do Speed Racer que até fazer o carro saltar ele fazia!! Quanto ao usar o "método" limpa-vidro, me lembro de um colega com um Dodge Gran-sedã automático, comando na coluna, esnobando que manobrava no estacionamento sem tirar o braço direito do ombro da namorada... bons tempos do "dójão"!! Grande abraço!!!
ResponderExcluirEra engraçado nos tempos que direção hidraulica era privilégio de pocuos e viamos alguns se exibindo com o Landau virando o volante só com o dedo. eheheheh
ResponderExcluirBob, qual a posição correta de segurar o volante, 10 10 ou 9 15 ?
ResponderExcluirMe acostumei a dirigir em 9 15, pois não me sentia seguro dirigindo em 10 10.
Volante? O de madeira e alumínio do meu Alfa-Romeo 2300 1977 era lindo. Pena que a falta de uma direção hidráulica e a presença de pneus 195 não o deixavam ficar mais bonito ainda, he, he, he!
ResponderExcluirMr. Car
Não se esqueçam do volante do Omega de 4 raios... Meio grande, mas com boa pega...
ResponderExcluir"O IMPORTANTE VOLANTE DE DIREÇÃO" ou como "diriam" as dublagens Discovery Channel/Net Geo, "A importante roda de direção", numa tradução literal de steering wheel. Nos programas sobre carros, percebe-se que os tradutores dos estúdios de dublagens não são autoentusiastas.
ResponderExcluirJá tive um VW Brasília com um volante "esportivo" ridiculamente pequeno, que já estava no carro quando o comprei. Imagine a dificuldade de manobra, considerando o "estupendo" diâmetro de giro daquele carro.
Corrigindo: Nat geo
ResponderExcluirO melhor volante que tive, foi o MR3, madeira e aluminio e muito gostoso de dirigir, com espessura e diametro certos. Tinha-o num Passat e creio ter vendido o carro ao primeiro pretendente justamente por causa dele.
ResponderExcluirTbm me acostumei a pilotar na posição 9 15.
ResponderExcluirOutra coisa importante a ser dita é o seguinte, numa curva à direita, não puxe o volante c/ a mão direita e sim empurre o msm c/ a eskerda.
O movimento fica + preciso, firme e flui c/ mais naturalidade.
O msm vale p/ inverso à eskerda.
Volante bom era o modelo Panther tamanho pires....rss.
Devia ter uns 10 cm de diâmetro!
Era uma febre nos fuskinhas na década de 80!
Aprenda essa se ainda não sabe.
ResponderExcluirSó quem já dirigiu uma C10 com volante e câmbio original (na coluna) sabe o quanto é prazeroso dar cotoveladas no passageiro do meio ao fazer uma manobra rápida! Sou fã de grandes volantes com empunhaduras finas, se for de madeira, uma elegância só!
ResponderExcluirBelo texto Bob!
GiovanniF.
Ah, Mr. Car! O volante do Alfa 2300 é muito bonito! Sou fã! Tenho um volante desses em casa e não tenho Alfa! hehhe
ResponderExcluirabraço
GiovanniF
Me lembrei do volante dos Austin Allegro, mais para alucinado do que para exótico: quadrado!
ResponderExcluirDe Mr. Car para GiovanniF: eu bem que gostaria de ter os dois outra vez, he, he!
ResponderExcluirAbraço.
Pisca, realmente, um conhecido meu que fazia pilotagem me deu essa dica uma vez e é muito melhor mesmo: empurrar o volante com o braço que está do lado de fora da curva. E o mais interessante é que assim o próprio peso do corpo ajuda a virar.
ResponderExcluirPisca e Alexandre
ResponderExcluirSobre o que vocês comentaram, há maior precisão fazendo-se um binário, as duas mãos/braços exercendo movimeto igual em sentidos opostos. Numa curva para a direita o comando é do polegar dessa mão, enquanto a mão esquerda pressiona o aro. Por isso considero essencial o perfeito apoio para os polegares.
Luiz
ResponderExcluirAs duas posições são boas, o importante é os polegares estarem encaixados nas raízes dos raios no aro. A dirigir na reta com uma só mão convém sempre deixar um polegar no lugar correto.
Mr Car
ResponderExcluirEra de fato um belo volante.
Zé
ResponderExcluirEra grande mesmo, 400 mm, depois reduziram para 380 mm. Mas concordo, a pega era mesmo muito boa.
Anônimo 5/8 9h58
ResponderExcluirTradução de coisas de automóvel são mesmo incríveis. Há muitos anos, num filme americano de corrida, o piloto pára no box, no treino é diz: "É, o carro está estranho, talvez se puséssemos os pés para dentro ou para fora melhorasse". Ele certamente disse toe-in ou toe-out, convergência e divergência...
Aléssio Marinho
ResponderExcluirIncrível essa sua experi6encia. Diminuíram as dores no braço e costas!
Todos
ResponderExcluirUm comentário sobre o uso do volante. Eu cbamo o volante de direção de "anti-violino". Explico. A maneira correta de movimentar a vara do violino é chegar ao fim de um curso e retornar com aceleração máxima da vara até à velocidade desejada, e isso exige muito treino. O "anti-violino" é justamente é acelerar a rotação aos poucos, começar lento e depois ir ficando mais rápido. Experimentem. Não só é melhor para os passageiros, como também a transição para a curva é mais perfeita, desequilibrando menos o carro. Até em pista é importante, especialmente com piso molhado.
O melhor volante que já peguei foi o de uma Ford Courier.
ResponderExcluir3 raios, pequeno, macio, excelente pegada e a direção não era muito leve mesmo sendo hidráulica.
O do JAC é realmente estranho por ser fino e grande, mas ao menos não é muito desmultiplicado como o do gol G4.. que horror aquilo !
A melhor tradução sobre automóvel que vi foi "os calibradores de freio", enquanto o certo seria "as pinças de freio" (brake calipers)
ResponderExcluirO Omega tinha cáster progressivo, quando se fazia curva na estrada apoiando na suspensão a direção ficava relativamente pesada. Cheguei a juntar ácido lático nos braços com aquele volante grande em estrada. Eu imagino que deve ter ficado muito ruim quando colocaram o volante pequeno no Omega. Tinha gente que reclamava da estabilidade do Omega, mas o volante grande exigia uma tocada mais agressiva, para compensar o tamanho. E conta a lenda que pilotos mais agressivos utilizavam volantes maiores, para desmutiplicar a reação deles.
ResponderExcluirEm carro de corrida, eu não conheço nada mais direto que o chassis Tatus, utilizado na F-Renault no Brasil e no mundo todo naquela época. Ele tinha tanto um braço mais curto na manga quanto menos voltas na caixa de direção. Os Dallara F-3 tinham braços maiores e mais voltas na caixa de direção, e por isso a direção era muito mais precisa.
Quando eu desenhei a direção da segunda geracão do Dimep GT R1, eu desmutipliquei um pouco em relação a versão original, aumentando os braços nas mangas. O sensação do Dimas foi exatamente oposta, ele disse que a resposta ficou mais rápida. Em alta velocidade não importa o quanto o volante vira, e sim o quanto de deformação o sistema de direção vai impor aos pneus. E com progressão de cáster e câmber pode-se ter uma resposta de direção mais rápida, mesmo com uma direção mais lenta.
Cabral
ResponderExcluirComo assim, cáster progressivo? Pode explicar? E a direção do Omega, pesada? Ele tinha uma direção admirável, apesar de a caixa não ser de cremalheira e pinhão.
Bob, a progressão do cáster funciona assim: O braço da suspensão é montado com um ângulo horizontal, inclinado para frente. Quando o carro rola e a suspensão trabalha, o ponto de pivotamento desloca para frente aumentando o cáster. Esse ângulo no braço também é conhecido por dar efeito anti-mergulho. Tinha um livro que mostrava isso, o cáster do Omega dos 6º podia subir a mais de 10º no trabalho da suspensão (eu não lembro os números exatos).
ResponderExcluirAcho que é por isso que a direção do Omega ficava relativamente pesada numa tocada que impunha muita rolagem. A direção do Omega era fantástica mesmo, acho que meu recorde foi corrigir sobre-esterços leves (curvando com 0º de volante), forçados no pedal a 110, 120 km/h no 4 cilindros. A 60-70 km/h ele atravessava num sobre-esterço forte, vários graus do volante pro lado contrário da curva. Sempre seguro e de fácil controle, e eu não sou nenhum piloto. Carros com direção tão boas geralmente tem suspensões desconfortáveis, e o Omega conseguia aliar a direção fantástica com o conforto extremo, o que era notável.