Foi o que deu a resolução daquele imbróglio que o governo argentino criou para conter o déficit de sua balança comercial, automóveis importados com boa parte acompanhando o crescimento do mercado local, que deve ficar entre 760 a 790 mil veículos este ano.
Quem não tem fábrica lá e só importa, como Mitsubishi, Porsche, Hyundai, Kia, Nissan, Land Rover, Jaguar etc. foi buscar criatividade, teriam de criar ou investir em empresas argentinas que exportem e assim compensar a importação de automóveis. Segundo o acordo firmado, Mitsubishi exportará batatas e água mineral engarrafada, Porsche, vinhos finos, Nissan, farelo e óleo de soja e biodiesel, Land Rover cobrirá o déficit comercial com empresas do Chile, Hyundai, amendoim, vinho, farelo de soja e biodiesel, Kia saiu-se melhor, quer dizer, não foi para o lado agrícola e exportará equipamentos de gás natural veicular, tecnologia que os hermanos dominam bastante bem.
Quem fabrica automóveis lá, sofre menos, bastou comprometer-se a aumentar investimentos na indústria local par exportar mais, seja através de lançar novos modelos, como Renault, Ford, Fiat e PSA Peugeot Citroën. Já a Mercedes-Benz e a VW ficaram em incrementar exportações de componentes ou novos modelos também.
Se o leitor pensar junto conosco, entrar no ramo agrícola, investir em terras e maquinário, plantar batatas, fazer a produção render exportação e os números atingirem os compromissos firmados com o governo será uma cadeia de tarefas complexas e difíceis, agravadas pelo desconhecimento do mercado agrícola suposto a um fabricante ou importador de automóveis. Difícil e arriscado. Selecionar empresas parceiras que sejam do ramo do agronegócio facilita, mas segue arriscado. E se não cumprirem? Perdem partiicipação no mercado de veículos, pois terão cotas de importação limitadas!
Um fabricante de automóveis diversificar suas atividades não é novidade. Na metade dos anos 80 a Volkswagen do Brasil comprou terras e fazendas, tornou-se produtor rural. A General Motors já foi líder mundial na fabricação de motores Diesel, líder de mercado americano de geladeiras, mas isso foi na década de 50.
Estamos na era na qual fabricar automóveis é core business para quase todos os grandes players mundiais, excetuando os complexos industriais japoneses e coreanos, que também fabricam automóveis. Aventurar-se em outro ramo e na Argentina ainda me soa estranho.
Mas se vocês compraram bem a idéia e não estão achando o mundo nada maluco, imaginem-se vocês abastecendo seu Toyota Hilux com biodiesel da Nissan, a sua casa com a dispensa com amendoim da Hyundai, óleo de soja Mitsubishi e ofereçam às suas visitas, direto da adega climatizada, um bom vinho Argentino by Porsche. Saúde!
Mais informações sobre o acordo, no link infobae.com
MAS
A Mitsubishi ja fabrica algumas "bizarrices", entre elas canetas, medicamentos e eletronicos!
ResponderExcluirEu já tive dois televisores fabricados pela Mitsubishi. O mais antigo era um produto de excelente qualidade. Já o outro, deixa prá lá...
ResponderExcluirQuando criança, eu costumava brincar em um hospital próximo de minha casa. Lá tive a oportunidade de conhecer um refrigerador fabricado pela GM, made in USA. Eu lembro que era enorme e tinha seis portas.
Quanto às indústrias de compensarem o déficit da balança comercial da Argentina, concordo plenamente e penso até, que deveria ser implantado no Brasil algo semelhante.
Meu avô (niponico) dizia que o lema da Mitsubishi era "Do macarrão ao avião".
ResponderExcluirEles tem estaleiros no Japão fabricam eletronicos e a melhor aeronave de caça japonesa na II Guerra chamava-se Mitsubishi Zero.
A Mitsubishi é natural, produzem de tudo,de ferramenta de usinagem até eletrônico, aqui em casa mesmo tem uma TV acho que ano 95 Mitsubishi. E tem um DVD da Hiunday também, outra que produz itens diversos.
ResponderExcluirDifícil de lembrar de algo que a Mitsubishi não produza. Já vi de pêssego enlatado a turbina de avião, passando por componentes eletrônicos, motores diesel, tanque de guerra, canetas, materiais de construção, etc... A propósito, o novo McLaren MP4-12C utiliza dois turbos Mitsubishi.
ResponderExcluirO lançamento do ano: o melhor amendoim do mundo!!!
ResponderExcluirPelo jeito a maioria das pessoas não percebeu o ponto principal do texto:
ResponderExcluira Argentina tem uma política linha-dura com seus investidores, que aceitam medidas praticamente irracionais para continuar trabalhando naquele mercado. O próprio ministro, aos insatisfeitos, diz: "se está achando ruim, vá investir em Angola".
Enquanto isso, no Brasil, nos colocamos numa posição subserviente, sendo feitos de gato e sapato pelos fabricantes e importadores.
Não entendo porque o Brasil tem tanto medo de exigir mais de seus "parceiros comerciais"...
Creio que o Brasil deveria seguir o mesmo caminho, aqui se vende aqui se produz. Não podemos continuar no período colonial e apenas importando e levando o capital para fora. O capital livre só existe para quem tem interesse em vender para fora. Por que os americanos não compram nosso suco de laranja e os canadenses tem dificuldade em comprar nossos aviões.
ResponderExcluirÉ curioso, no mínimo, mas interessante do ponto de vista social. Você "obriga" às empresas a investirem na cadeia produtiva do país, e de quebra alavanca a econômia interna. Já que o nosso governo não toma nenhuma atitude de fato para compensar a balança comercial, deveria copiar esse exemplo para evitar o déficit das exportações, mas com algumas melhorias. E de quebra não precisaria nem reduzir o IPI para os carros nacionais, já que os fabricantes anunciaram que não irão transformar isso em benefício para o consumidor mesmo.
ResponderExcluirLembro do esquema de exportação de carne bovina da Volks. Creio que o maior problema foi certos setores que pensam que produtor rural só pode ser aquele sujeito com 5 ha cultivado com milho e feijão, usando somente a própria enxada. Alguns esquerdistas de boutique soltaram a notícia que havia trabalho escravo em uma fazenda do grupo, repetindo essa mentira até hoje, fato pelo qual talvez o fabricante não investiu mais nisso. Quem conhece tal fazenda sabe que a realidade era bem diferente, além de contar com um sistema de abate e comercialização extremamente eficiente.
ResponderExcluirGostei dessa política argentina. É muito melhor incentivar a indústria nacional do que simplesmente impedir as importações.
ResponderExcluirAssim, impede-se uma alta exagerada dos preços nacionais e ao mesmo tempo atrai-se investimentos no país. Por que o Brasil não segue este exemplo?
Eu não diria que a maioria não percebeu o ponto principal do texto, mas que todos são livres para para comentarem qualquer assunto relacionado a ele.
ResponderExcluirJacie, não foi para ofender. É que acho que o post era mais sobre a política de exportação da Argentina que sobre as várias atividades do grupo Mitsubishi.
ResponderExcluirE como ninguém tinha comentado este aspecto, achei importante dizer...
Abraços!
Aqui o governo é especialista em redescobrir a roda, pagando royalties pra qualquer um que aqui chegar dizendo que foi o inventor.
ResponderExcluirvale pra tudo. E são sempre recebidos no palacio com direito a tapete vermelho e rapapés dos botocudos de plantão.
Qto a fazenda da volks, ela e muitos outros grupos encararam a "brincadeira" a sério e muita coisa boa foi feita por lá. Claro que os "espertos" também se deram bem afinal o negócio era bancada basicamente pelo fundo 157 de triste memória. Isto é, foi a maneira de expandir as fronteiras agricolas para o MT, Goias (hoje Tocantins), Rondonia, oeste da Bahia, parte de minas e mais lá pra cima. O que era uma boa idéia, a inflação dos anos 70, especialmente depois da "abertura" transformou-se numa das inúmeras plataformas dos partidos da oposição, que afirmavam que o governo militar tinha vendido "as riquezas" do país, que patrocinavam escravidão e por aí vai. O pior é que tem gente que acredita nisso até hoje e nem nascido era. Quem veio pra cá, veio com o intuito de "tomar" e é o que fazem até hoje e cada vez com mais descaramento. Já deram metade de Roraima pras ONGs internacionais, uma região riquíssima em minérios nobres e raros...uma briga danada até pro exército poder andar por lá. O Gal Heleno cantou a pedra e foi defenestrado até ser forçado a ir pra reforma. E com essa merda de novo ministro cretino e inconsequente que teria como missão, DEFENDER a pátria, sei não... A troco de que IMPOR contrapartidas, se a economia vai tao bem né não, amigos?????
Será que existe empresa com maior diversificação de produtos do que a Mitsubishi? Realmente ela produz de tudo, ou melhor, quase tudo!
ResponderExcluirregi nat rock
ResponderExcluirConcordo com você. O que fizeram com os arrozeiros em RR é um verdadeiro crime, pior, agora é que os índios passam necessidade ao contrário de antes.
Quanto ao novo ministro da defesa, o "megalonanico", dias piores virão, afinal, no Brasil, sempre se pode piorar um pouco mais as coisas.
Só pra constar: por incrível que pareça, a Mitsubishi Pencil (fabricante das canetas uni-ball), não tem nada a ver com o conglomerado de mesmo nome:
ResponderExcluirhttp://en.wikipedia.org/wiki/Mitsubishi_Pencil
Muitos possuem televisores LG e Samsung em casa mas não sabem que estas marcas possuem ao conglomerado em que a Hyundai é dona.
ResponderExcluirAcho normal, gostaria que nossas industrias fossem assim também.
Interessante essa postura econômica adotada pelos nossos hermanos. Apesar das dificuldades que representam para as fábricas de automóveis, essa diversificação faz a economia girar como um todo. Afinal, quanto mais amendoins e batatas forem exportados, mais carros poderão ser vendidos.
ResponderExcluirPor aqui, nesta terrinha do "futebór", o que vale é somente o toma lá dá cá. Investimento só é feito para ganhar rios de dinheiro, nada pensando na coletividade. Claro que num sistema capitalista o lucro é importante, mas aqui é demais! Por isso que aos brasileiros espanta a forma como as coisas são conduzidas em países como o Japão, onde todos se dispuseram a se sacrificarem para que o país se recupere da recente tragédia de terremotos e tsunamis.
Acho ridículo como muitos reclamam adoidado dos juros elevados aqui no Brasil, mas não deixam de comprar bens não essenciais a trocentas prestações... Como alguns podem ser tão tapados?
A Porsche Desing é bem forte e um dos principais produtos é uma adega.
ResponderExcluirTodo sentido arrumar um parceiro de vinho, maaas realmente a ideia foi um tanto louca...
Tem Brazileiro legislando na Argentina?? ahahah
Mas qual é pior?
ResponderExcluirO plano argentino ou o brasileiro Brasil Maior?
Qual das vacas irá pro brejo primeiro?
Uber,
ResponderExcluirLi o plano Brasil Maior e o achei sensato. Mas há inúmeros pontos a elucidar para torná-ló não só viável, como eficaz. Se executado razoavelmente, seus efeitos corrigirão certas distorções que o câmbio só revalorizado está criando.
A comparação com a série de compromissos que o governo Argentino conseguiu, não me parece adequada, uma coisa é investir somente na indústria, outra é diversificar investimentos no agribusiness, ou cobrir rombos comerciais com países vizinhos. Fora o risco natural que só esse setor oferece, clima, chuva, colheita, preços internacionais de commodities.
MAS
MAS vc fez um post extremamente interessante e sua resposta foi perfeita!
ResponderExcluirComo o povinho daqui consegue ser tão tapado?
Pô, analisem a situação sem envolver esse lado emocional tucano com dor de cotovelo nas respostas.
Quando um plano ou uma atitude é uma merda, ela merece ser criticada, independente de onde veio e o oposto também é verdadeiro e merece elogios se necessário.
VmL
Essa política lembra o tempo em que a Volkswagen importava petróleo do Iraque, para poder exportar o Passat.
ResponderExcluirEssa política da República Argentina é completamente equivocada, palmas para aqueles que a defendem.
ResponderExcluirNão esqueçam que, graças a essas políticas protecionistas, a Argentina perde mais e mais investimentos estrangeiros em seu país. Isso só afugenta as grandes companhias locais. Como já disseram, o core bussines das indústrias automobilísticas é fabricar automóveis. Imaginem agora a seguinte situação: Uma grande montadora vai lançar um novo modelo, ao escolher a planta, precisa decidir se está disposta a importar à Argentina e arcar com uma logística completamente insana para poder atuar naquele mercado.
Não é à toa que a Argentina já foi país de primeiro mundo e agora tá na merda até o pescoço. Palmas para eles e para todos os que os apóiam.
É, me fez lembrar da Subaru, que por sinal faz parte da Fuji Heavy Industries, que faz desde carros (Subaru propriamente dita) até aviões de grande porte.
ResponderExcluirOuyra coisa que me fez lembrar foi a aquisição da Philco pela Ford. Muitos devem se lembrar das tv´s e radios com o logo Philco - Ford.
Da linha Mitsubishi, lembro muito bem das suas tv´s. Minha tia tinha uma e até onde sei essa tv nunca pifou! Pena que era limitada apenas aos canais VHF...
Voltando ao assunto: acho interessante ter algo semelhante no Brasil. Vai que dá certo?
Abs
Kiko Molinari - Carros Raros BR
A Mitsubishi quase entrou no setor cervejeiro no Brasil através da Kirin, que pretendia comprar a Schincariol.
ResponderExcluirVml
ResponderExcluir"Pô, analisem a situação sem envolver esse lado emocional tucano com dor de cotovelo nas respostas."
Que mimo! Tem coisa com viés mais ideológico que isto?
Eu analisei a situação... e não estou gostando nadinha do que nos espera. Tomara eu esteja enganado.
ass.: você sabe quem. Já nos conhecemos de outros bate-bocas.
Abraço.
"Quando um plano ou uma atitude é uma merda, ela merece ser criticada, independente de onde veio e o oposto também é verdadeiro e merece elogios se necessário."
ResponderExcluirAcredito que é autoexplicativa essa parte, apesar de não ser autoentusiasta.
VmL
ResponderExcluirEu apenas me referi à frase por mim destacada e que não esconde seu viés ideológico. E só.
VmL
ResponderExcluirA propósito, você esteve ontém lá na Caltabiano no terceiro encontro de Kombis?
Estive sim anônimo, vc tem algum Vw antigo?
ResponderExcluirVmL
ResponderExcluirNão, infelizmente.
Mas vc esteve no encontro?
ResponderExcluirAliás, eu não tenho viés ideológico, deixei claro em outras postagens que odeio políticos, em especial o Serra e seus similares.
VmL
ResponderExcluirNão, não estive, apenas lembrei de você ter dito possuir uma Kombi corujinha, creio eu, daí a pergunta.
Não têm viés ideológico? Você odeia o Serra, já é alguma coisa, hehehehe...