Motor 3, julho 1981 |
O texto que se segue foi publicado na revista Motor 3 de julho de 1981, de autoria de José Luiz Vieira
Vem sendo solicitado por alguns leitores há certo tempo, e temos aqui a honra de transcrevê-lo.
Para mim, foi um dos textos que mais influenciaram minha forma de dirigir, mesmo tendo sido lido e relido quatro anos antes da minha primeira habilitação. Graças e esses pedidos, pude ter o prazer de lê-lo novamente, depois de tantos anos, e perceber o quanto dele ficou arraigado no meu modo "automático" de dirigir.
Espero que gostem.
JJ
Por José Luiz Vieira
No frigir dos ovos o que importa é não ter acidentes. O ser humano quase sempre dirige como vive. Como na vida, porém, um disciplinamento correto de suas atitudes poderá torná-lo altamente seguro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em todas as bases aéreas americanas havia um quadro na sala dos pilotos que dizia:
There are old pilots. There are bold pilots. But there are no old bold pilots.
Ou, em português aproximado, "há velhos pilotos, há pilotos valentes, mas não há velhos pilotos valentes".
Essa mesma filosofia aplica-se bem aos "pilotos" da moderna guerra do tráfego - uma guerra sem quartel, em que os ases se degladiam ferozmente, tendo por armas não mais aviões, metralhadoras e bombas, mas automóveis, motocicletas, ônibus e caminhões.
Existem, para os estudiosos do assunto, dois tipos de dirigir: o dirigir ofensivo e o dirigir defensivo.
A diferença entre os dois modos básicos de se encarar a atividade de dirigir, pode ser amplificada facilmente. Qualquer um que já andou de táxi em São Paulo, num Fusca de frota, sabe o que é dirigir ofensivamente. Sentado precariamente no banco traseiro, meio agarrado aos restos de uma alça de ajuda junto à porta dianteira, os joelhos quase tocando o queixo devido à uma colocação desconfortável e perigosa de uma tábua que levanta o chão ao nível de soleira da porta, o pobre passageiro vê o imitador de Nelson Piquet à sua frente continuar acelerando até o último instante, jogar as patas sobre o pedal de freio com toda força, e ainda, por não ter dado tempo e distância suficientes, tirar uma fina num ônibus ou caminhão, e finalmente parar do lado direito de um desses veículos, que não terá meios de saber que aquele incômodo mosquito está pedindo para ser esmagado.
A agressividade deste hipotético motorista típico de frota reflete-se na maneira irregular de acelerar, frear, fazer curvas e mudanças de marcha. Se alguém colocasse um medidor de acelerações e decelerações nesse carro, veria que as curvas do gráfico não seriam curvas: seriam picos e vales violentos, desconexos.
O oposto a um motorista desse tipo seria aquele que, embora geralmente ande mais depressa que os outros quando a estrada está livre, tem, no entanto, a capacidade e o gosto de dirigir macio.
Suas passagens de marcha, embora rápidas, são quase imperceptíveis ao passageiro; suas freadas são calculadas a distância; sua aceleração é constante, por igual, suas curvas são calmas, silenciosas, confortáveis. Para conseguir dirigir macio, esse motorista está sempre olhando mais à frente do que os outros ao seu redor, antevendo problemas, resolvendo-os "a priori", evitando assim ser apanhado de surpresa e , talvez, reagir incorretamente. Ele dirige defensivamente.
Ser macio: eis a marca do bom motorista. O verdadeiro bom motorista é aquele que sabe tirar o máximo de sua máquina, ser forçá-la jamais, e sem que seus passageiros se apercebam do fato.
A característica típica do motorista ofensivo é o de andar perto demais da traseira dos outros. Confiante em seus incomparáveis reflexos, ele anda sempre "colado", esperando que o da frente "dê uma bobeada". Ele aí vai passá-lo, fácil.
Se vier um Scania do outro lado, ele vai acabar jogando para fora da estrada o carro que estava começando a ultrapassar. Se o da frente frear de repente, sua freada vai ser tão estrepitosa que o quarteirão inteiro vai acordar. Ele estará atravessado na rua, xingando o "imbecil que não tinha nada de parar". Mais cedo ou mais tarde, a frente de seu carro vai virar sanfona.
O indivíduo agressivo por natureza é sempre um motorista também agressivo, que adora gritar imprompérios aos outros usuários da estrada, quando não fazer-lhe gestos "carinhosos". O curioso, porém, é que muitas pessoas que, em suas vidas não-automobilísticas são normalmente calmas, caridosas, polidas, ao sentarem-se ao volante de um automóvel tornam-se animais rosnantes e malévolos, perfeitamente capazes até mesmo de homicídio.
Fechadas violentas, para essa gente, é nada mais nada menos que "o que o outro merece". Mais cedo ou mais tarde, também, serão acidentados. Mas o pior é que estarão acidentando mais outras pessoas junto com elas.
Um motorista defensivo não se distrai: ele sabe que dirigir é uma tarefa de tempo integral. Olhando sempre bem à frente, percebe, à distância, um farol verde que está verde há muito tempo e portanto logo passará a vermelho; um carro que está começando a dar sinal de virar; um motorista que está colado demais à traseira de um outro carro; crianças brincando na calçada; buracos na rua; um motorista que está fechando a janela de seu carro e provavelmente vai sair pela porta esquerda; pés de pessoas que acabaram de saltar de um ônibus e vão passar, como galinhas tontas, à frente desse mesmo ônibus para tentar atravessar a rua, provavelmente correndo. Preparado para qualquer dessas eventualidades, o motorista defensivo raramente poderá ser causador de um acidente.
Não adianta brigar com o tráfego: se ele está ruim, o bom motorista sabe que o tem a fazer é ligar o rádio e deixar que uma boa música o mantenha tranqüilo. Se não tiver rádio, ou não tiver vontade de ouví-lo, poderá passar a ouvir seu próprio carro. É justamente nessas horas de tráfego ruim, com o carro mais quente do que de costume, que o veículo avisa seu dono de que não está totalmente bom de saúde. Acima de tudo, o bom motorista não abusa da buzina: sabe que altos níveis de ruído são fontes certas de irritação para si e para os outros.
Não é apenas na maneira de enfrentar o tráfego que o motorista defensivo se prova. É também na maneira com que evita os maus elementos das ruas e estradas. Se alguém cola à sua traseira, ele imediatamente sabe, pois usa seus espelhos retrovisores rotineiramente. Se tiver estrada, afunda o pé e "despacha" o perigoso. Se achar prudente não correr, imediatamente deixa-o passar, para que se torne ornamento do porta-malas de mais alguém. Se o "coladinho" não sair de trás, ainda assim poderá evitar consequências mais sérias simplesmente deixando mais espaço a sua frente; se for forçado a diminuir a marcha, poderá fazê-lo com menos violência. Muitas vezes, ao ver o indesejável "traseirista" especialmente colado, liga as lanternas traseiras. Quase sempre a reação é a mesma: de repente, aquela luz vermelha, ali no nariz do incauto, dá-lhe um tremendo susto. Ele tem certeza que foi a luz do freio e que o miserável da frente está enfiando o pé no freio. A batida parecer-lhe-á iminente. Ele freia violentamente, e fica com cara de bobo ao ver o da frente distanciar-se.
Em meio a tráfego rápido, o bom motorista nunca diminui muito a velocidade para entrar em outra rua. A manobra é feita o mais rapidamente possível, após ter avisado os outros usuários da via publica, a tempo mais que suficiente, de suas intenções de manobra, através do pisca-pisca.
Em tudo isso, o motorista conta com um instrumento importantíssimo: o seu carro, em muito bom estado de conservação e manutenção. Nâo apenas seus freios, pneus e direção estão bons, mas todos os seus avisadores, acústicos e ópticos, estão funcionando cem por cento. Suas lanternas traseiras, especialmente, são checadas visualmente todos os dias, pois não se sabe quando uma lâmpada poderá queimar um filamento. E ele sabe que é fácil olhar pelo espelho retrovisor, para ver se o reflexo das lanternas numa parede ou nos faróis e cromados dos veículos que estão atrás.
É claro que ser um motorista ofensivo é muito mais fácil do que ser defensivo. A tendência é essa mesmo. Mas, é também lógico que é muito melhor sair do comum, tornar-se bom em alguma coisa. No caso do automóvel, isso exige muita dedicação, muita vontade de aprender, muito desejo de melhorar seu próprio "status" como ser humano. O gostoso vem quando a pessoa percebe que começou a aprender. O orgulho que isso traz é garantia de querer mais. Pouco a pouco, torna-se convicto que que o melhor no automóvel é saber que se pode fazer o que os outros aparentemente não conseguem: ser seguro.
JLV
JLV
Atualizado às 10hs15min: link para conhecer melhor a revista Motor 3, aqui.
Que post fantástico!!!
ResponderExcluirSerá que você me permite colá-lo em meu humilde blog?!
Abraços.
Adorei a parte de ligar a lanterna traseira para parecer freio.
ResponderExcluirTenho raiva desse povo que cola na traseira e vou passar a fazer isso sempre, pois morro de medo de cometerem um erro e sobrar pra mim.
Não entendo como os manolos da vida saem acelerando feito doidos pra pararem bruscamente no sinal, daí eu paro calmamente ao lado deles. Nas arrancadas é a mesma coisa, saem como se fossem tirar o pai da forca e ainda ficam fazendo cara de bravo, eu só fico rindo.
Há um bom tempo adotei a técnica do cumprimento. Se buzinam pra mim é porque me conhecem, dou um tchauzinho, um jóia e um sorriso, os nervosinhos ficam sem entender e não sabem se realmente me conhecem de algum lugar ou se sou mais doido que eles.
O mais irrtante mesmo é o traseirista e hoje com as vias infestadas de radares, fica dificil muitas vezes dar uma acelerada e sair do "bolo". Tenho a impressão que andamos em comboio, muito chato isso.
ResponderExcluirO texto é ótimo, mesmo depois de 30 anos continua interessante.
ResponderExcluirMas eu diria que hoje além do motorista ofensivo e do defensivo existe um novo tipo, que eu chamaria de motorista desligado.
Para o motorista desligado o carro é um meio de locomoção do ponto A ao ponto B, por isso ele anda totalmente desconectado da realidade.
Esse motorista não tem conhecimento sobre as leis que regem o trânsito, e dirige como se estivesse sozinho na rua atrapalhando o fluxo dos carros e dos pedestres.
Ele anda sempre na mesma velocidade, alta demais para cidade e lento demais na estrada.
Por não prestar atenção, tudo é uma surpresa e um susto! Ele se sente um azarado, e as vezes sortudo?! Para ele a sinaleira é que fecha derrepente, os pedestres atravessam abruptamente na frente dele e ele sempre está com a razão na várias vezes que alguém bate nele.
A revista mensal Motor 3 veio no inicio dos anos 80 e concorria na época com a 4 Rodas e Autoesporte. Trazia testes minuciosos de automóveis, motocicletas (com o francês Pierre Yves), barcos e...aviões com o Fernando de Almeida, tudo recheado com detalhes e mais detalhes. Uma beleza.
ResponderExcluirluiz borgmann
Se existe direção defensiva, também deve existir direção ofensiva.
ResponderExcluirE se existe direção defensiva, ofensiva, também deve existir direção passiva, aquela que recomenda ligar o pisca-alerta e fechar os olhos.
http://sobreixos.blogspot.com/2011/08/rodoviarismo-careca-12.html
Fernando de Almeida...taí um cidadão que faz falta!!!
ResponderExcluirEu era viciado nas colunas que ele escrevia na revista Avião revue e Aero magazine.
JJ, ainda nem li o post, pois primeiro preciso te agradecer por cumprir a promessa de transcrever a matéria! Muito Obrigado!
ResponderExcluirmuito bom Juvenal, merece aplausos!
ResponderExcluirPerdoem-me desviar do assunto: Mas eu gostaria de aproveitar que vi a capa da foto do Volkswagen Voyage LS branco e dizer uma coisa:
ResponderExcluirA imprensa adora dizer que os carros atuais estão mais bonitos, entre outras coisas. Não vejo nada disso.
Carro harmonioso, na minha opinião, é sedã clássico com linhas retas, 4 portas, como o antigo Voyage dos anos 1980 e também o antigo Santana dos anos 1980 e 90.
Gosto também da carroceria do antigo Aero Willys 2600 da década de 1960.
Abraços!
O brasileiro, em geral, é um péssimo motorista. Nas ruas, o que eu mais vejo é justamente tudo aquilo que o texto do José Luiz Vieira aponta como errado.
ResponderExcluirEsse texto do mestre José Luiz Vieira deveria ser obrigatoriamente lido e sabatinado por todos os que tiram habilitação.
ResponderExcluirO mundo ficaria melhor.
Concordo em absoluto!
ExcluirFantástico! Meu pai sempre me ensinou a dirigir defensivamente desde os 13 anos de idade. Como eu aprendi a dirigir desse modo, tornou-se natural pra mim e hoje eu não tenho que me esforçar para ser um motorista defensivo. Realmente é uma coisa que me dá gosto e orgulho.
ResponderExcluirSó agora aos 20 anos,estou providenciando minha cnh..e espero que assim como para o JJ,esse texto me influencie, na maneira de dirigir
ResponderExcluir=)
Relaxa, cara... eu tirei a minha com 30! =D
ExcluirJosé Luiz Vieira é um dos melhores jornalistas automotivos do mundo! Fazia tempo que ñ ouvia falar dele. Fantástico o teste q ele fez com uma Mercedes SL 300 de 1958, se não m falha a memória, também na Motor 3, uma revista de verdade, e q merece ser reproduzida aqui, sem dúvida nenhuma.
ResponderExcluirAbraços
Tazio Nuvolari
Imprimi e guardei no porta-luvas do meu carro, além de ter enviado uma cópia digital para alguns amigos.
ResponderExcluirVLW!!!!!!!!
Renan Veronezzi.
Se houvesse uma biblia Autoentuasiastica, este texto certamente seria o equivalente aos Dez Mandamentos. Resume muito bem como ser um bom motorista. Merece ter um link permanente aqui no Blog
ResponderExcluirJá tinha lido o que disse Jackie Stewart sobre condução suave, e agora, leio este post. Conclusão: posso estufar o peito e afirmar, cheio de orgulho: eu sou um bom motorista, he, he! Sempre apliquei todos estes princípios ao volante, e algumas vezes, já havia sido elogiado pela minha direção suave. Isto resultou em uma "carreira" de 28 anos de habilitação sem me machucar, sem machucar ninguém, e com apenas duas multas bobíssimas por passar coisa de 5Km/h acima da velocidade permitida no local.
ResponderExcluirExcelente texto.
ResponderExcluirReconheço que quando comecei a dirigir o fazia de forma extremamente agressiva, imprudente e tal... Era um típico idiota que adora colar na traseira dos outros, mas que não consegue ultrapassar e, com raiva, ainda fica xingando sem motivo.
Hoje, felizmente, noto que mudei completamente a forma de conduzir, pensando sempre em evitar acidentes e ajudar o fluxo da via.
Acreditem, é muito melhor, e vc não leva nem cinco minutos a mais.
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O Perneta está certo, o tipo "desligado" é cada vez mais comum - e mais perigoso. É também o tipo de gente que dirige falando no celular, mexendo no laptop ou, mais recentemente, no iPad ou coisas do gêneros. É também o motorista que tem ABS mas não sabe usar, que acende lanterna de neblina sem necessidade e que liga o pisca-alerta com chuva na estrada.
JJ
ResponderExcluirMA-RA-VI-LHA!!!
E isso aí!
Excelente texto, parabéns por disponibilizá-lo Juvenal.
ResponderExcluirA solução para os traseiristas é ótima, melhor ainda se for a luz traseira de neblina (que tem a mesma intensidade da luz de freio).
"Em meio a tráfego rápido, o bom motorista nunca diminui muito a velocidade para entrar em outra rua. A manobra é feita o mais rapidamente possível, após ter avisado os outros usuários da via publica, a tempo mais que suficiente, de suas intenções de manobra, através do pisca-pisca"
ResponderExcluirMeu deus, isso até parece uma oração... Cotidianamente deparamos com esses pseudomotoristas que fazem exatamente o contrario do descrito. Belo post.
Tenho 46 anos de idade e 27 de habilitação de carro e moto, com nenhum acidente em ambos. Tudo isso graças a mim (logicamente) e à leitura mensal da nosso saudosa Motor3. Disparadamente a melhor publicação especializada, de todos os tempos no Brasil.
ResponderExcluir"Em meio a tráfego rápido, o bom motorista nunca diminui muito a velocidade para entrar em outra rua. A manobra é feita o mais rapidamente possível, após ter avisado os outros usuários da via publica, a tempo mais que suficiente, de suas intenções de manobra, através do pisca-pisca"
ResponderExcluirMeu deus, parece até uma oração. Vemos cotidianamente esses pseudomotoristas fazendo exatamente o contrário do descrito, o cara freia bruscamente na entrada da rua de acesso, pra logo depois dar seta... Belo post.
Alguma boa alma poderia escanear a coleção e disponibilizar pra gente hein?
ResponderExcluirEu poderia fazê-lo desde que a minha coleção fosse completa e que eu tivesse um scaner, o que não é a realidade.
Mas a idéia esta dada.
Também adorei a parte de ligar a lanterna traseira para parecer freio. Utilizarei com certeza.
ResponderExcluirVou passar o link adiante! =)
É isso aí Ricardo. Primeiro freiam e só depois lembram que existem as setas. Pura verdade!
ResponderExcluirÓtimo texto. Sem comentários, exceto para dizer que eu tive um Voyage 82 verde, apelidado de príncipe.
Uma pergunta ao Angelo Genovese: Na década de 60 o Aero teve três modelos. Qual deles você prefere? Eu fico com o 63/64 rabo de peixe.
Corrigindo: Meu Voyage era ano 85.
ResponderExcluirÉ como se o grande José Luiz, que eu já tive a oportunidade de conhecer, tivesse lido a minha mente. Parabéns pela matéria que continua mais do que atual.
ResponderExcluirEu mesmo já havia publicado um texto semelhante diferenciando o motorista preventivo e o reativo (http://www.pistadetestes.com.br/site/destaque/prevencao-vs-reacao.508.html).
Este texto deveria ser obrigatório em TODAS as Auto-Escolas ... e o canditado a motorista, deveria sabê-lo "decor e salteado" ...
ResponderExcluirGeraldo
Em minha humilde opinião, JLV é o melhor jornalista automotivo do país, e merece todo nosso respeito.
ResponderExcluirInfelizmente o que mais falta em nosso trânsito é humanidade e educação. Muitas pessoas que não têm condições de dirigir, possuem carro (às vezes mais de um...); e me refiro a condições psicológicas para conduzir um automóvel.
É mais normal que imaginamos a existência de pessoas que se transformam atrás do volante.
Em minha opinião quem melhor retratou este fenômeno psicológico foi Walt Disney: http://www.youtube.com/watch?v=y_i5jwXRAbE
Apesar de ser uma forma caricata, este perfil é mais comum que imaginamos...
JJ, belo post!
Ótimo texto, parabéns. Todo o trabalho em se tornar o motorista macio consiste em prever movimentos futuros, algo que requer prática mas não é impossível: Ver que o terceiro veículo à frente está freando significa que mais tarde você terá de frear também, então já pode começar a tirar o pé do acelerador.
ResponderExcluirOlhando no retrovisor, ver se vem gente na faixa que você quer acessar, usar o pisca alguns segundos antes, não trocar de faixa bruscamente, são atitudes simples e que facilitam bastante o trânsito.
Fantástico o Texto!
ResponderExcluirEu me considero um bom motorista, mas ví que tenho mta coisa de idiota no transito. Já imprimi o texto e vou ler semanalmente.
JJ, vou colocar o link para a matéria no meu blog, OK?
E por último, esse texto me lembrou um texto que o Bob Sharp escreveu há alguns anos no BCWS. Segue o link. http://bestcars.uol.com.br/colunas2/b184b.htm
Temos que escutar mais os mestres! ;-)
O que falar? JLV dispensa comentários... E quanto ao blog do homem, "não saiu do papel?"
ResponderExcluirA foto do Voyage LS fez-me lembrar o do meu pai (86 - aquele verde água horrível, fiquei tão feliz quando ele trocou por um GL 1.8 90chumbo... hehehe)
Agora essa foto com o Voyage em "3x4" é maneiríssima heim! (sic) "óóó o que dobrou!!!"
"Minhas divagações" sobre o assunto, gostaria de compartilhar.
Quando alguém cola na traseira do meu carro, penso que se não o vi antes, talvez tenha sido falha minha no caso de pista dupla ou maior, pois deveria ter dado passagem antes, lógico sempre atento à velocidade do carro que pede passagem versus o tempo de sinalizar com seta à direita e retirar o veículo da faixa que deveria estar livre, logicamente no caso onde não há tráfego intenso. Outro ponto é... Se alguém colou na traseira do seu carro, este alguém deve estar num ritmo "mais forte" que o seu, então dê passagem e continue no seu ritmo, por que vc irá mudar o seu ritmo em razão de 3ºs??? Síndrome do "não posso ser ultrapassado"? Agora se alguém cola no seu carro, ultrapassa e depois demonstra que não pode acompanhar o ritmo do motorista que ultrapassou, este não merece mais ter a passagem facilitada, ao menos que demonstre irresponsabilidade ao dirigir para "alcançar sucesso", pois devemos lembrar que ao tentar "despachar" alguém podemos colocar em risco terceiros que nada tem a ver com a história.
Falo isso com base em situações vivenciadas e eu não fiquei feliz ao perceber que alguém bateu o carro porque quis me acompanhar. O sentimento é angustiante, remorso.
Abs
Abs
E como fazer quando você está na faixa principal, a 80 (velocidade limite); a faixa auxiliar é de 60; tem um radar a cada 2 km na rodovia e cola um infeliz na sua traseira?
ExcluirDesconheço esta situação em acordo com o CBT. Poderia sim ser o limite de 60 km/h para veículos pesados. Neste caso manteria o limite de 80 km/h, daria seta para direita e daria passagem ao "infeliz" (como você se referiu).
ExcluirExcelente texto, irei me policiar mais a partir de hoje, das dicas que foram passadas já costumo fazer algumas e agora já sei o caminho para me tornar um motorista melhor.
ResponderExcluirTestando um carro antigo, JLV escreveu: Quando fiquei satisfeito com a pressão de óleo, engatei a primeira. Achei o máximo. Poucos motoristas, mesmo há 30 anos, se preocupavam com a pressão de óleo. Eu me preocupava e ainda o faço. Por isso, leio até hoje Motor 3. Tenho tõdas. Agora, temos até meninas bem novinhas, no papel de redator e editor de revistas de automóvel e motocicleta
ResponderExcluirA todos que querem fazer link desse texto de JLV, obrigado.
ResponderExcluirApenas deixem claro que o texto é dele, e que foi publicado na Motor 3.
Tbm acho que não tem coisa mais chata que o traseirista, quando dá eu dou passagem numa boa, mas quando eu tô andando numa Fernão Dias por exemplo andando na faixa da esquerda no limite de velocidade e os caminhões a metade disso... hum... sinto muito, agora vc vai esperar a estrada ficar livre filho...
ResponderExcluirMeu pai teve um Voyage exatamente deste mesmo ano, modelo e cor da capa. Boas lembranças.
ResponderExcluirÓtimo texto! Isso é pra levar pra vida mesmo.
ResponderExcluirPost Fantástico
ResponderExcluirVi toda a minha carreira de motorista nele, apesar do meu velho pai sempre me dizer como dirigir bem. E ele dirigia bem macio.
Identifiquei-me com todos os tipos mencionados, e digo, com orgulho (o bom) que aprendi, às vezes com amargas experiências, a ser um motorista macio. Viajei no tempo.
Uma vez um traseirista tentou me ultrapassar pela direita na estrada a 150km/h e qse me matou.... resultado: PT nos dois carros, a diferenca eh q eu segurei o carro e ele rodou pelo menos 3 vezes antes de parar... por acaso fiquei sabendo que o cara abracou um poste alguns meses depois e estava em coma.... c morreu ou nao, isso nao sei... abracos
ResponderExcluirQue artigo fantastico, depois de refeletir fico orgulhoso de me enquadrar no "motorista defensivo", mas ainda há muito o que aprender. Sempre da pra melhorar um pouco mais.
ResponderExcluirPercebi que gostaram da dica de ligar a lanterna para simular a luz de freio, mas também tenho uma sugestão: sempre que possível, ande na velocidade-limite da via e, sendo possível, sempre dê passagem. Não temos o direito (nem o dever) de obstruir ninguém. É claro que existem os imbecis, mas sinceramente, isso acontece muito raramente comigo, pois ando sempre de maneira ágil e, quando mesmo assim, o 'traseirista' não fica satisfeito, dou a passagem sempre que possível, sem qualquer problema.
ResponderExcluirJLV e mais um dos textos fantásticos que fez.
ResponderExcluirEm criança ainda, fazia espera na Banca para pegar a RRRevista MOTOR 3. A melhor já feita no país,hoje sabemos disso. Até Bob Sharp participava, por vezes como leitor escrenendo na seção cartas,por vezes como entrevistado,era chefe da Equipe VW de Rally e a Motor 3 dava ótima cobertura ao automobilismo nacional,testava os carros e motos de corrida!!!.
Anos depois, habilitado, usei muito o truque das luzes trazeiras,nunca falha!
Alguns pilotos de circuito tinham um botão que acionava a luz de freio. Faziam-no antes do ponto real de frenagem.
Grande texto do mestre Jose Luiz Vieira, inspirador. valeu JJ
ResponderExcluirFaltando 1 mês pra tirar a CNH , acho que esse texto e esse blog vai me auxiliar e muito,no trato com as maquinas e o trânsito.Infelizmente,nem todos os jovens hoje tem acesso a essa midia,e se formam os pessimos motoristas que vemos hoje..
ResponderExcluirMagister dixit.
ResponderExcluirTem ainda dois tipos de tranca-rua:o que fica ocupando a faixa inteira a 30 por hora com o sinal aberto lá na frente,aí o dito cujo muda pro amarelo,vermelho,ele avança e vai embora e você fica. E o outro,que ao sair de uma via local para uma expressa,não registra isso no cérebro e continua andando como se ainda estivesse numa estrada de terra. Mas de todos o "traseirista" é talvez o mais irritante. Vai ver ele quer saber de perto como os outros dirigem,vai saber...
ResponderExcluirMuito legal mesmo esse texto do JLV. Interessante que, embora eu nunca tenha lido sobre dirigir defensivamente nos primeiros anos de habilitação, desde o início sempre estive atento ao trânsito em geral, procurando antever o que estava para acontecer. Isso já me livrou de algumas situações, no mínimo, tensas.
ResponderExcluirOs que adoram colar na traseira, além de atitude estúpida ao volante, são um perigo para quem está na frente. Estranho como alguns parecem ter pânico de se manterem à direita. Mesmo andando rápido, mantenho a direita tanto quanto possível, usando a esquerda praticamente só para ultrapassagens.
Que texto bom! Mandei para várias pessoas.
ResponderExcluirEspero que leiam, apesar de viverem nesse mundo de 140 caracteres.
Uma coisa de que me orgulho, e muito, é poder ter vivido meus anos de adolescência nos anos 80 e ter sentido a emoção de ouvir músicas maravilhosas, filmes que se tornaram clássicos, ter assisitido a tantos programas de televisão que fizeram época, e que, ainda hoje, são tão apreciados, o melhor de tudo foi ter começado o meu amor pelas máquinas, aviões, motos, barcos e, principalmente, carros nestá época, época de pessoas normais e de muito mais inocência e menos violência. Imaginem o prazer que foi ter lido, e aprendido, nestes maravilhosos anos através da Motor 3, certamente a melhor revista de carros de todos os tempos. concordo com quem disse que José Luiz Vieira, é o um dos melhores jornalistas automotivis do mundo, sinto falta de seus textos, queria saber o que ele acharia dos veículos que são vendidos hoje em nosso mercado. Só mais um pequeno detalhe de que muito me orgulho também: Tenho a coleção completa de Motor 3, inclusive a edição que se convencionou chamar de número 0 da revista, a Status Motor. Quase todas estão em perfeito estado e ensacadas individualmente para evitar umidade e poeira, além de estarem dentro de duas grandes caixas de plástico com tampa com lacre e estas caixas ficarem em cima de estrados de plástico para ainda maior proteção. Nem preciso dizer a vocês que não vendo, não empresto, não dou e ninguém além de mim toca nas mesmas.
ResponderExcluirEsse texto, belíssimo por sinal tem de ser mostrado e ensinado nas autoescolas, porque o trânsito está terrível, hoje mesmo na hora do "pico" aqui na cidade, as 18:30 Horas, tive de desviar de motoqueiro na contramão(invadiu minha faixa da avenida), de pedestre que pisa com tudo na rua, mas não para atravessar a rua, e sim para andar paralelo ao meio-fio, e dois carros que continham 2 elementos acéfalos que não sabem ler PARE e quase atingiram em cheio a lateral direita do meu pobre Mille.
ResponderExcluirEnfim, texto ótimo, que deveria ser lido por todos, e aprendi umas dicas boas aí, essa da luz de lanterna traseira para parecer freio já está incluída no meu modo de dirigir hehe, porque é estressante carro andar colado na sua traseira.
Vou até salvar o link aqui, pois algumas coisas daí faço, outras aprimorarei.
Vou de "van" para a faculdade que fica em guarulhos, todo dia parece que eu estou em uma viatura em perseguição, nada contra o cara andar a 120-140 onde isso é possível, mas é absurdo, freadas fortes, freadas no meio das curvas comendo faixas, pulando lombadas, custurando o trânsito, aceleradas bruscas no congestionamento, sempre andando colado, é exatamente o oposto do motorista macio.
ResponderExcluirEstou quase abrindo mão dessa econômia e indo com meu carro, antes que algo aconteça.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEssa ideia de ligar os faróis para acender as lanternas e enganar o "colador" é coisa antiga. São macetes pré auto-escola que aprendíamos com os motoristas mais experientes. Mas agir dessa maneira se tornou tão trivial, que quase todos passaram a agir assim. E é claro, que ocorreram acidentes por isso. Ou seja, o motorista da frente utilizava o freio, mas como o que vinha atrás pensava que era para enganá-lo, não brecava o seu carro e a coisa estava feita.
ResponderExcluirEu abandonei esse macete, no dia em que passei a rodar com os faróis baixos ou eventualmente os faroletes ligados e regulados, é claro.
26/08/11 07:13
Muito bom!
ResponderExcluirÉ um texto para se ler todos os dias antes de dar a primeira partida no carro.
Funciona melhor dar uma pisadinha de leve no freio com o pé esquerdo. Pelo menos acende a luz de freio mesmo. Mas pra quem não está habituado a fazer isso, pode ser bem perigoso...
ResponderExcluirFalar o que de um texto do mestre?Com a sua permissão irei posta-lo no portal com a devida referencia...
ResponderExcluirEsse é um texto que toca os entusiastas, os que realmente tem paixão pelo automóvel! Duvido que os presentes aqui no blog já não se empenhem para chegar à suavidade de direção proposta acima. Muito bom o texto! Vou enviar aos amigos!
ResponderExcluirGiovanniF.
Lendo o texto vê-se claramente que o estilo de escrita do José Luiz Vieira é imitado pelos que aqui escrevem.
ResponderExcluirAchei o texto show!
ResponderExcluirLi o do Jackie S. e mudei meu estilo de condução de forma mais suave, mais pacato. Antigamente era bem agressivo no volante o giro comia alto no carro, hoje estou me re-educando sendo mais suave, alias me peguei pensando acho que um carro como um Vw Santana, Opala 4.1 comodoro Sl/E é para se guiado de forma suave, se for de forma bruta e rápida o mais legal do carro que é o conforto você perde.
Depende!
ResponderExcluirUmas vezes, quero macio...
Mas, na maioria quero que entre duro!
Ai...
Senhores é com prazer que digo que li essa matéria quando ainda estava quentinha em 1981, e reler agora me fez pensar o quanto me espelhei nela e ainda o faço no dia a dia de motorista. E o melhor de tudo foi poder conhecer o JLV e até poder trabalhar com esse grande jornalista e mestre da área.
ResponderExcluirArnaldo Bianco Filho
Eu também li a matéria na época ( tenho todas as Motor3 ) e esses e outros texto muito me conscientizaram da importância da segurança e do dirigir defensivo no trânsito.
ResponderExcluirOutra coisa que aprendi foi saber curtir o carro que se tem, todos eles tem seus pontos positivos e negativos. Aprendi a não ficar murmurando e nem reclamando com aquilo que permitimos. Se você comprou um carro não fiquei reclamando dele, ou venda ele logo ou curta ele.
Estou com intenção tb de escanear as revistas, o problema é o tempo que se gasta, mas por outro lado deixaria as gerações mais novas acessarem este e outros textos verdadeiramente entuasiastas, como os textos do Paulo Celso Facin, sobre segurança no trânsito.
Foi animador ler este texto, identifiquei muitissimos pontos que meu pai sempre me ensinou antes de pegar o carro e olha que ele nao é nenhum fanatico por carros, apenas um otimo motorista! Se todos tivessem aprendido essas dicas na auto escola o transito de hoje sem duvida alguma teria poupado inumeras mortes todos os anos
ResponderExcluirFantástico post!
ResponderExcluirSobre direção defensiva, isso é algo que todos deveriam aprender, tanto da auto-escola quanto dos pais. Acho muito importante antecipar as coisas, olhar mais adiante, e sempre ter uma margem de segurança para evitar um acidente. Como minha mãe conta que o instrutor da auto-escola lhe dizia: "Atrás da bola sempre vem a criança", o que serve como exemplo de uma entre tantas outras situações em que o perigo é previsível. Em contrapartida, fico irritado quando vejo que algumas pessoas pensam exatamente ao contrário, e possuem idéias "espírito de porco" do tipo "já que eu tenho seguro e estou certo então dane-se", ou seja, não movendo uma palha para evitar um acidente...
Esse Voyage me lembra um modelo 1981 com motor 1.5 que tivemos aqui em casa. Muito bom o carro, apesar do câmbio 4 marchas curtíssimo (que depois acabamos trocando por um mais longo). Me impressiona vir na capa da revista a foto do carro dando essa levantada na roda traseira numa curva, pois está destacando uma característica indesejada do carro!
Interessante comentário, principalmente a parte que fala de entrar numa curva, coisa que os CURITIBANOS não são capazes de fazer. Lutamos diariamente em nosso blog para educar esse povo, com vídeos que mostram as barbeiragens nas ruas de Curitiba. Um seguidor do blog postou o link para esse artigo, fantástico!
ResponderExcluirExcelente texto! Parabéns!
ResponderExcluirJJ,
ResponderExcluircá estou, de novo, lendo este artigo, em 07 de novembro de 2012.
Não me canso, é uma lição e um alvo que continuamente tento alcançar!
Obrigado pela postagem.
Dé Stutz,
ResponderExcluirobrigado pela leitura.
São coisas que precisamos sempre lembrar quando dirigimos, muito importantes mesmo.
Ainda procuro uma palavra para descrever esse post. Esplêndido meu caro, esplêndido !
ResponderExcluirPerfeito! Belíssimo texto.
ResponderExcluirEngraçado que eu sempre dirigi assim e não sabia desse termo "macio". :)
Uma coisa que adotei desde o ano passado, foi andar sempre com o farol baixo ligado.
Moy
Perfeito Moy!!! Na minha cidade zé povinho acha que é certo andar de lanterna à noite... Triste!
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