O automobilismo de competição está mesmo um saco. Falo isso de cátedra porque corri durante 24 anos e trabalhei muito para Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) em diversas oportunidades, como colaborador. Sou do meio, como se diz. O que vem acontecendo nesses últimos anos está transformando o automobilismo numa coisa estranha, enfadonha, algo que eu nunca podia esperar que fosse acontecer.
Fórmula 1 não pode mais treinar livremente, tem regra. Foi para baixar custos, dizem, mas equipes poderosas podem dar um jeito de desenvolver os carros em testes de túnel de vento. As menos favorecidas não têm recursos para isso. Não adiantou nada.
Esse ano asa traseira pode variar ângulo de ataque quando o carro de trás estiver dentro de 1 segundo do carro da frente para ganhar velocidade e facilitar a ultrapassagem – lembrando que 1 segundo a 300 km/h significa 83,3 metros de separação. É chamado pomposamente de Sistema de Redução de Arrasto (Drag Reduction System). Em 2009 já havia passado a ser permitido variar o bordo de fuga da asa dianteira.
Durante décadas era impensável superfície aerodinâmica móvel. E no ano passado o jogo de equipe na F-1, considerado crime federal; este ano está liberado. Pelo menos perceberam a mancada, jogo de equipe existe desde os primórdios do automobilismo. É regra e mudança demais.
Nas provas de grã-turismo os carros são lastreados para igualar desempenho, onde já se viu? A marca que quiser ganhar que produza o melhor carro! Para nivelar desempenho existe há décadas escala de peso mínimo em função da cilindrada, justamente para isso.
Nos Stock Cars o piloto dirige praticamente no lugar que seria o banco traseiro, parece até avião Piper J3 Cub de 1937, em que o voo solo é feito no banco traseiro, por questão de equilíbrio da aeronave. Por que adotaram a solução nos Stock Cars, que inclusive dificulta retirar o piloto do carro em caso de acidente, acho que nem Deus sabe...
À esquerda, o Piper J3 Cub (1940airterminal.org) e à direita o interior de um Stock Car (racing.terra.com.br)
Isso sem esquecer a “receita de bolhas”, em que as “marcas” da Stock se resumem a carrocerias de visual ligeiramente diferente vestindo chassis e trens de força absolutamente iguais. Não sei não, isso para mim soa como falsidade ideológica.
Essa de motores iguais, tanto na Stock quanto na F-Indy, motores GM e Honda, respectivamente, não tem nada a ver na minha visão. Mas os americanos acordaram e na temporada 2012 da Indy haverá três motores.
Até os argentinos, que tinham a exemplar TC 2000 há quase trinta anos, passaram ao motor comum. fornecido por Oreste Berta. Nada mais ridículo.
Tivemos nos anos 1970 e corridas de Fiat 147 espetaculares, com regulamento técnico internacional, o antigo Grupo 1 da FIA (Federação Internacional do Automóvel), nada de motor comum. Cada um preparava o seu dentro do permitido.
Empresas usam até corrida de automóvel para fazer média em meio à atual histeria carbônica. Na recente Indy 300, aqui em São Paulo, a patrocinadora Nestlé disse ter plantado não sei quantas árvores para compensar as emissões de CO2 dos carros de corrida, nos treinos e na prova – e até dos aviões que trouxeram os carros. Quanta hipocrisia!
E a Fórmula Truck, que tem limite de velocidade na reta, 160 km/h, com radar e tudo? Pode uma coisa dessas? Como Le Mans, em que na reta Hunadières (ou Mulsanne), de quase 6 quilômetros, puseram duas chicanas já há alguns anos. O filme “Le Mans” perderia toda a graça se as chicanas já existissem.
Fórmula Truck, categoria tantástica, mas tem limite de velocidade na reta! (ultimavolta.com) |
Isso para não falar de Interlagos, uma pista que era magnífica sob todos os aspectos e foi impiedosamente mutilada em nome da “segurança” e da facilidade das transmissões pela TV (nos bastidores é outra história, teria sido imposição da Associação de Construtores de Fórmula 1, leia-se Bernie Ecclestone, para eliminar qualquer chance de haver prova de F-Indy lá).
Tá tudo muito chato mesmo. Essa do “ptistop" da Stock Car para pingar combustível “só para dar graça” é uma palhaçada autêntica. Inventar parada no box é demais.
Reabastecimento forjado na Stock Car: para "dar graça" (globoesporte.globo.com) |
Na Indy, o regime de bandeira amarela em todo o circuito chegar a ser cômico. Para quê? Basta bandeira amarela no ponto com problema. E esse rolo de pneu macio, pneu duro, é muito patrulhamento. Cada um que use o pneu que quiser a corrida inteira, o problema é de quem escolher errado. Difícil mesmo.
E põe, tira, põe KERS na Fórmula 1, põe garrafa de óxido nitroso nos Stock para facilitar ultrapassagens. Parece coisa de maluco. E nos anos 1980, o limite de combustível nos F-1, que tem também na Indy? Limite de combustível em carro de corrida é uma autêntica e de extremo mau gosto piada. Quantos já pararam por falta de gasolina! Numa corrida!
Hoje há uma comissão de ultrapassagem na F-1 para estudar maneiras de carros ultrapassarem uns aos ouros. Nunca vi absurdo maior. Ultrapassa-se de um jeito ou de outro. Além disso, a graça de uma corrida é muito mais que ultrapassagens. Há a perseguição, o fabuloso desempenho em curva, as freadas, a velocidade em si, o barulho, toda a atmosfera.
E a questão da Curva do Café em Interlagos, de que já falei aqui. Agora a CBA informa, em comunicado, que a FIA vai fazer projeto para mudanças na pista. Ou seja, um país de 190 milhões de habitantes como o Brasil, sexto produtor mundial de veículos e quarto mercado do mundo até 2010, não tem capacidade para fazer uma obrinha – construir uma reles área de escape – numa curva de um autódromo. Isso obviamente não tem nada a ver com corrida em si, mas está no contexto do automobilismo, e isso é decepcionante.
Curva do Café, área de escape será projetada pela FIA: nada mais ridículo (Google Earth) |
O mais intrigante é a mesma FIA ter aprovado o autódromo para F-1 não sei quantas vezes e a tal curva nunca ter sido objeto de qualquer restrição.
Finalmente, para terminar essa ladainha de insatisfação, chega a notícia oficial da CBA que um piloto da Stock Car foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva por dois anos por...doping! Assim como eu cresci sabendo que carnavalesco era quem brincava carnaval e hoje é diretor de escola de samba, sempre entendi doping esportivo como a ingestão de substância que provesse maior força muscular e resistência a atletas, com objetivo óbvio, vantagem sobre os demais. Que eu saiba piloto dopado não faz nenhum sentido, uma vez que o ato de pilotar não exige força ou resistência física, mormente numa prova de 50 minutos.
Que se puna com rigor máximo quem for flagrado usando bebida alcoólica ou drogas como a maconha ou cocaína “para dar coragem”, perfeito, mas, doping? No automobilismo?
Para mim não dá mais. Estou fora.
BS
BS
Eu assisto à F1 porque ainda há brasileiros competindo. O mero ato de torcer empolga, não obstante as seguidas frustrações!
ResponderExcluira impressão que dá é que todo mundo de uma hora pra outra passou a considerar a si mesmo e os outros BURROS E INCOMPETENTES, e ao invés de sanarem a deficiencia do ser humano, muda o que era bom e correto pra facilitarem para pessoas que não tem capacidade de enfrentar os percalços. E isso é em tudo! "ah meu, NINGUEM tem o bom senso de diminuir de velocidade em área escolar, então mete lombada grande e que danifique o carro" "ha! até parece que alguem vai dar passagem aqui nesse acesso, mete uns tres semaforos ai!" Atualmente tudo que se faz nesse país é enfadonho, arriscado, chato, desconfortavel. Outro dia eu e um grupo de amigos "tomamos um enquadro" por policiais na beira da praia, pelo simples fato de estarmos ali tomando uma cerveja e jogando conversa fora, aproveitando o calor e a brisa do mar. Quando abordaram e perceberam que a gente não era nenhum marginal, foram educados(juro), mas o desconforto ainda assim é obvio. Francamente se tivesse dinheiro o suficiente ja tinha saído desse país perdido, quebrado e sem jeito.
ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirnão sei qual sua política quanto a isso, mas realmente acredito que a idéia deste post devia virar matéria em algum jornal de grande publicação.
Bob, tô contigo!
ResponderExcluirEsse ano não vi nenhuma prova de F1 enm a ridícula Indy em SP.
Querem emoção? Comecem do zero, matem o nanico, limitem essa patacoada de patrocinadores, não os testes.
Esse novo campeonato de (sic) Marcasnão passa de piada pronta, é tão difícil cada fabricante (montadora é o canário!) usar seu próprio motor?
Pra terminar, falam que a CBA isso e a CBA aquilo, mas quem das equipes e pilotos vai lá bater a porta exigindo melhorias e tal?
A impressão que tenho é que tomam essas medidas ridiculas na intenção de atrair publico e não pensam que os preços do ingresso e estacionamento sem segurança é que afastam o povo. E mais Bob, voce definiu bem quando fala em falsidade ideologica. Tambem estou fora!!!
ResponderExcluirBob, vc tem toda razão...é a mesmice, ainda bem que sobram provas de turismo American Le Mans e outras para pelo menos a gente se divertir...Fórmula Um acabou de vez, hj a Red Bull nem quis participar do ultimo Q para poupar pneus...vergonhoso.
ResponderExcluirAcho que sou um peixe fora d´água, quando digo que minha preferência são as provas fora de estrada, e os rallys de velocidade... Os meios de comunicação nacionais, parecem ignorar totalmente esta modalidade do desporto motorizado, e olha que já fomos palco do Mundial WRC nos anos 80!. Em 1981 Ari Vatanen foi o vencedor da prova abordo do Ford Scort RS1800. São pouquíssimas quando não raríssimas, os espaços midiáticos reservados aos rallys! Tanto em cobertura das competições a nível nacional, ou a cobertura de provas internacionais ( WRC - IRC ). O Brasil tem um enorme potêncial para abrigar uma etapa do mundial, têm mercado para os fabricantes que alí estão competindo, Ford, Citroen, Mini-Bmw, e agora recentemente a VW ( com o grupo VAG ), Não seria muito difícil cativar o público e atrair investidores, basta olharmos o quanto a categoria faz sucesso na Argentina!. O público esta alí para torcer pelas máquinas, semelhantes à aquelas que encontramos nas ruas ou usamos no dia-a-dia!. O contato com o público é direto, e a interação entre a organização, equipes e pilotos com os locais é algo fantástico!. Em 3 dias de evento o número de pessoas circulando pelos locais onde são disputadas as especiais, supera em muito, aquilo que vemos nas arquibancadas autódromos a fora.... Ah sim!, sobre o lado desportivo, é muito mais atraente doque um grid de carros onde o nível técnico que os separa é exacerbadamente explícito. Sem contar que a categoria não vende uma falsa imagem dos produtos por ela expostos em provas, ao contrário doque acontece com algumas categorias por aí..enfadonhas, chatíssimas e enganadoras.
ResponderExcluirHenrique
vai corre de jac3 a gasolina
ResponderExcluirBob
ResponderExcluirIsto não é nada!Ainda veremos muitas invenções e bizarrizes para aumentar a competividade, depois de criarem muitos regulamentos e autódromos rídiculos e sem graça.Cria-se um norma que limita a competividade e depois inventa-se uma REGRA absurda para compensar. NÃO PODE PARAR PARA REABASTECER MAS EXIGI-SE TROCA DE PNEU???Que tal inventar um defeito eletrônico no motor que teria atuação aleátoria durante a corrida?Isto daria mais competitividade e incerteza.Evitaria o Vetel ganhar seis corridas em seguida.Poderíamos até criar uma chuva artificial para aumentar a incerteza.Hoje a desculpa de muitos pilotos é o pneu. Que tal EXIGIR A TROCA DOS PILOTOS DURANTE AS PARADAS? O VETEL PILOTARIA A FERRARI E O MASSA A RBR? SERÁ QUE O GALVÃO IA GOSTAR? SE NÃO DER CERTO MANDA COLOCAR O MOTOR VENBCEDOR NO ÚLTIMO COLOCADO. SE TUDO NÃO DER CERTO PODE-SE PEDIR PARA OS CHEFES DE EQUIPE PILOTAREM.
SE NÃO RESOLVER MANDA O BERNIE PILOTAR OS CARROS COM CONTROLE REMOTO.AFINAL, TEM MUITO POUCO DE REAL EM CORRIDAS ATUALMENTE.
como diria o boris, uma vergonha.
estamos todos fora.
Alguém comentou que não assistiu corridas e mesmo assim quer criticar, é isso?
ResponderExcluireu concordo que o conceito do DRS é simplesmente... errado, é tão errado quanto se fosse apertar em um botão que faz o carro da frente diminuir o limite de RPM de 18000 para 17000 ou algo assim, é contra a competição, mas o fato é que os carros atuais da F1, foram levados ao longo dos anos a serem extremamente dependentes de downforce, que pela forma que é gerado (mais uma vez influenciado pelas regras talvez mal pensadas) seguindo outro carro com o ar "sujo" leva a perder MUITA eficiência e deixar o carro mais lento em curvas (sem criar um diferencial grande o bastante nas retas) ou a perder o equilíbrio com muita facilidade, a solução foi essa gambiarra... quanto a parte ser móvel em si não vejo problemas, já que elas haviam sido banidas por questão de segurança, nos primeiros anos das asas no final da década de 60 tivemos muitas quebras, mas com os materiais e tecnologia atual é possível fazer isso, asa móvel, sem tantos riscos,
o problema dos testes, eu concordo que no esquema atual ficou ridículo, é muito pouco, apenas alguns dias antes da temporada e depois 4 horas por final de semana de GP, porem até os testes em túnel de vento tem limitações...
mas existiu um desiquilíbrio monstruoso por alguns anos, com equipes com muitos recursos e testes, mas no mundo real não tem jeito, que investir mais amplia suas chances, apesar de que mesmo assim é possível falhar (como fez a Toyota), mas é aquela coisa, tomou uma dimensão irreal, perigosa, que não era sustentável por muito tempo, não sei até que ponto deixar fluir desse jeito ajudaria, mas se a resposta foi acertada é outra história... mas eu como já devo ter deixado claro ainda gosto de assistir automobilismo, em especial a F1 e categorias europeias, o desenvolvimento, as disputas as histórias, as imagens e sons ainda me fascinam, apesar de que não posso deixar de dizer, com alguém que tem apenas 20 e poucos anos, o automobilismo da década de 80 para baixo parece mais puro, em uma fase mais interessante e relevante do que hoje,
a Red Bull participou do Q3, mas como fizeram voltas boas o bastante em uma tentativa, e garantiram 1-2 fazia sentido não gastar mais pneus, já que o numero é limitado,
Ótimo artigo!
ResponderExcluirIsso tudo aí está parecendo a "Lei de igualdade de oportunidades" do livro "A Revolta de Atlas"... Parecia que eu estava lendo um capítulo do livro.
Hipocrisia é esse mundo inteiro de hoje em dia, não apenas o mundo das corridas....
O problema no fundo é a velocidade versus capacidade. De todos os envolvidos, desde pilotos à menina do cafézinho, talvez o exesso de tecnologia empregada aumentou a velocidade e todos estão se borrando em nome da segurança.
ResponderExcluirEssa de fiscalizar ultrapassagens pela comissão, é ducastralho de bizarro.
deJuarez-MT
O mundo todo, e não só o esporte - automobilismo, futebol, etc - está uma chatice sem tamanho.
ResponderExcluirAcho que vou tomar uma cerveja.
(beba com moderação)
o simples fato do humano usar uma máquina pra ser mais rápido que outro na mesma condição anula as faciliaddes da máquina, só vejo que hj em dia a escuderia tem quase o mesmo peso que o piloto quando analisamos o resultado final, é simples.
ResponderExcluiro tempo passa.
eu reclamava na época do Michael Schumacher, mas agora vejo que aquela época era melhor, o carro era quase livre, o piloto só fazia a parte dele no momento, recordes de tempo cainda um após o outro, voltas cada vez mais rápidas
ResponderExcluirHegemonia. É isso o que há e sempre houve na F1. Hoje é da Red Bull, ontem foi da Ferrari, antes de ontem da Maclaren, amanhã será de outra. O problema é que não tem um brasileiro usufruindo dela. O que me chateia é cada vez o piloto influir menos no resultado. São cada vez mais garotos propaganda, daqui um pouco beleza será requisito para piloto.
ResponderExcluirEquipes grandes, médias, e pequenas sempre houve.
Hipocrisia existe em todos os meios, antigamente coseguia-se disfarçar de cavalheirismo. Havia esta espécie de gente verdadeira também, mas é por isso que Nelson Piquet pra mim sempre terá sido o melhor, não se pode acusá-lo disso.
Realmente, abastecimento conta-gota, lastro, mesmos pneus é ridículo. Bolha e sentar no carona deveria ser piada, e não teria a menor graça. Doping sim é piada.
Eu já concordo com motores iguais, fica um pouco_ um pouco_ mais evidente o talento do piloto. Para briga de motores tem os endurances
Rally, isso sim ainda é corrida. Aqui no Sul aparece, mas ainda é muito pouco. Nosso amigo Henrique, esqueceu de dizer que a etapa de 81 do WRC foi tão mal organizada que nunca mais quiseram voltar (não acho que foi só isso, mas...Bob talvez possa lançar um pouco mais de luz no assunto), teria sido muito bom para o rally nacional.
..........................
ResponderExcluirops, desculpe...
ResponderExcluirAproveitando o titulo do post e adaptando para o seu Bob, afirmo que "onde foi que `eles' erraram"?
Erraram na volupia por dinheiro fácil, do qual, todos que participam, levam um naco bemmmm suculento. O medo de enfrentar mortes levou-os a condenar pistas por todo lado (manos Monaco é claro, que a grita foi feros e geral) construindo umas merdas de pistas onde até o mais entusiasmado piloto de fim de semana, não vai bater num muro de tão distante que está da pista. Junte-se a isso essas regras sem pé nem cabeça de pneus, combustível, asa móvel só pra quem vem de trás delimitando o trecho onde pode haver a tentativa de ultrapassagem usando o kers; - parece piada essa - que dá uma saudade desgraçada dos bons tempos de F1 onde a criatividade, arrojo, malícia, truques de todo tipo, faziam a diferença. E como faziam diferença, putz!!!!!.
Sem falar nos talentos que arriscavam a vida MESMO, naquelas cadeiras elétricas...
Quem viu, viu, quem não, que assista essas corridas sem vergonha onde se torce por uma chuva para ter emoção.
Acompanho desde 1965, e percebo cada vez mais que o que tenho é o vício do hábito. Ainda não consigo passar sem .
Tal como o "nosso" maldito cigarrinho.
Triste é saber que vai piorar. Esse planetinha não tem jeito mesmo...
Bob,
ResponderExcluirVocê deu a definição perfeita para essa encenação das bolhas monomecânica na Stock Cars: falsidade ideológica.
Quanto à tentativa de submeter tudo no esporte ao mais rigoroso nivelamento, é como diz esse trecho da letra de um tango: "todo es igual, nada es el mejor/ lo mismo un burro que un gran professor".
Bob, só uma pequena correção, essa foto da categoria argentina é da Turismo Nacional, que é onde correm os Gol, Polo, Fiesta, Focus hatch, Clio e demais carros pequenos. A TC 2000 só usa sedãs (Civic, Corolla, Focus sedã, etc.)
ResponderExcluirQue eu acompanho, faz uns 20 anos que o Bob "véve" do passado.
ResponderExcluirDo jeito que a as corridas andam, uma bateria no kart indoor com os amigos (a maioria munheca dura) é mais interessante do que um campeonato inteiro de F1.
ResponderExcluirO mais legal da F1, que era o desenvolvimento das máquinas, se perdeu por causa desse regulamento maluco, que visa apenas o "espetáculo". Ali, piloto não doma o carro, é regido pelos duendes eletrônicos. Sem graça.
Em campeonato de marcas, quero torcer pelo carro que posso comprar na segunda, e ainda "catiar" os meus amigos: "meu carro ganhou o campeonato, e o seu?"
Não torcer por uma bolha com v8, suportada por uma armação de bambu.
Domingo de manhã prefiro dormir até as 11.
Anônimo, a questão da velocidade dos dias atuais não é o pior motivo, pois nos anos 80 e 90 a velocidade era bem maior. Em Le Mans os carros chegavam a mais de 390 km/h no final da reta, e o recorde de velocidade em circuito fechado (oval, F-Indy) era a mais de 400 km/h. De lá pra cá criaram meios pra baixar a velocidade ou pelo menos tentar mantê-la.
ResponderExcluirBob, o problema já está mesmo estampado no nome, o Circo da F-1.
abs,
Bob, concordo plenamente com você e, no seu lugar, sentiria a mesma vontade de abandonar algo que ficou tão artificial e sem graça quanto essas corridas que você citou. Só a F-1 que eu ainda assisto com emoção, pois a disputa é ferrenha entre os pilotos, mesmo com o "corta-giros" das regras que não deveriam ser impostas jamais.
ResponderExcluirEsse mundo tá ficando muito sem graça mesmo, como disse um leitor acima... E eu não posso sair dele!! Ahh, que agonia!!
Queria poder acompanhar melhor o WRC. Ralis são hoje, pra mim, o melhor estilo de corrida, pois máquinha e piloto tem pesos equivalentes no resultado final, ao contrário de outras categorias, F-1 inclusa.
BOB, É lamentável, concordo totalmente. Acabou o romantismo, a emoção e capacidade individual, na parte tecnica e pratica. Tivemos o previlégio de ainda ter participado de uma época de ouro. Mas acabou...
ResponderExcluirBianchini
ResponderExcluirObrigado, tem razão, já mudei a foto.
Anônimo 8/5 00:23
ResponderExcluirVivo do passado? Claro! Felizes os que têm passado para viver. Só assim podem analisar melhor o presente e têm mais chance de acertar o rumo do futuro.
Tantas regras e mudanças medíocres só patenteiam a ganância dos comandantes e dirigentes por urgência em ultrapassagens e competitividade...Mas é um tiro-no-pé, pois liguei a TV hoje justamente estava pensando em como a F1 pôde se tornar uma coisa tão chata! Eu e todo mundo que assiste! Stock car então, dá NOJO! As corridas deixaram de ser boas quando viraram negócio e exclusivamente isso.
ResponderExcluirRenan Veronezzi
Tudo pasteurizado, com as bactérias (riscos) cada vez mais previsíveis e inofensivas; tudo é desinfetado, insípido, inodoro e incolor; pilotos, carros e equipes reprimidos e contidos; artificialismo em tudo. Que tal se a F1 fôsse disputada em games, via internet? O resultado prático seria o mesmo, exceto, talvez, o ganho financeiro envolvido. Em tempo, desenvolvimento de novas tecnologias pode ser feito em pistas de verdade, com pilotos e carros de verdade.
ResponderExcluirJá faz tantos anos que a FIA ferrou com a F-1, que nada mais me supreende, digo o mesmo que um usuário disse nos comentários, só ainda assisto F-1 por causa dos Brasileiros que ainda resta.
ResponderExcluirfaz tempo q algumas categorias do automobilismo perderam a graça, sobra somente o wrc (pena q os carros corram separados), drift, e pra mim, por incrivel q pareça, track days, mesmo sem aquela gana de competição, chega a ser mais emocionante que várias corridas por ai e menos forçado
ResponderExcluirCaro Afiado Indignildo
ResponderExcluirCom todo respeito à sua vivência, mas nós do "elders boommers" já deveriamos estar acostumados às mudanças. Não adianta se indignar. Já imaginou uma F1 regida pelos regulamentos dos anos 50? E a recriação da Mecânica Continental?
Quando às corridas de carro, as que, de fato, me interessariam seriam aquelas em que eu poderia participar com poucos recursos financeiros e com um veículo competitivo. Mas sei a dificuldade de igualar os veículos mesmo em categorias mono-marca. Quando participei da Fiat 147 em 75 os de ponta mandavam fazer amortecedores na Holanda com o Ricardo Dívila (ex Coopersucar F1) e eu só tinha acesso aos Cofap que não duravam 3 voltas em Interlagos. No trabalho em equipe, empurravam-se para obter tempo (um só drag). Eram dois contra um.
Quanto a sua frase "sou do meio" , ficaria melhor "fui do meio", a menos que, como alguns de nossos contemporâneos, você seja organizador de alguma categoria, dirigente do esporte, chefe de equipe, manager de um pilotinho ou similar.
Vamos usar nossa maturidade para pensar e propor o automobilismo que queremos e não para indignar-se.
Falou tudo!
ResponderExcluirMuita regrinha demais. Essa sobre o uso dos pneus enche o saco! Cada um que use da maneira que quiser, pô!
João Paulo
Eu gosto da GT2, uma pena só conseguir assistir ocasionalmente na TV paga.
ResponderExcluirSaudades dakele tempo em q o automobilismo era perigoso e o sexo era seguro...
ResponderExcluirPS: E o governador de Goiás, Marconi Perillo, vai destruir o autódromo de Goiânia p/ fzr condomínio de luxo p/ bacana.
Um dia ensolarado em São Paulo, Dia das Mães e aqui, nada muda, mais um dia de AUTOreclamões. Mudem o nome do blog.
ResponderExcluirÓtima corrida hoje de F1. Não gosta, nao veja.
E twm WRC, BTCC, WTCC, MotoGP, Superbike e tantas outras.
Ter passado é ótimo, parar no tempo não é.
As corridas de carros bolhas, os caminhões, OK, reclamem, mas tentem sempre achar algum exemplo positivo pra dar nos posts de críticas. É chato buscar aqui um alívio pra vida corrida e chata e só encontrar reclamações.
Estou praticamente desistindo do blog por isso. Reclamem mas passem um exemplo bom ou solução de algum lugar do mundo.
O ponto não e reclamar é sim discutir o que se pode fazer pelo esporte que gostamos,muitos deram suas idéias com justificativa técnica ou não.
ResponderExcluirComo disseram,é duro de se ver aquilo de que gostamos ser destruído,hoje vi alguns momentos da F-1,realmente hoje a prova foi melhor é tomará que o resto da temporada seja assim,mas creio que em breve tudo voltará ao normal,basta as equipes se adaptarem aos novos pneus,as asas móveis é ao kers.
Hoje graças ao melhor poder econômico do pais temos outras categorias de nível internacional assim como a F-1,Itaipava GT, F-Truck em que as disputas são realmente constantes é são transmitidas pela TV aberta,pra quem tem TV paga a coisa e bem mais ampla em termos de opção,Mundial de Super Bikes,ALMS,NAZCAR (eu achava um porre,mas as provas são muito disputadas),ANDRA,entre outras.
elanbiker
ResponderExcluirÉ da reclamação que nasce a discussão.
Bob,
ResponderExcluirEu já não assisto uma corrida inteira desde o tempo do Airton Senna. Também acho que ficou chato, mas o motivo é o mais evidente possivel: não ganhamos mais naquela proporção. Sobre os requisitos e restrições de uma corrida, no meu ver, eu acho que combustivel e pneus são boas maneiras de se criar limitações e alimentar a criatividade. Numa corrida, não sei, mas estes devem ser realmente itens críticos. Mas a eletrônica, o desenho dos carros e tudo mais não vejo porquê restringir.
Agora você não pode estar fora! Corre lá e dá uma dura neste povo!
P/ kem gosta de automobilismo, assistam no canal Speed o programa Velocidad Sur.
ResponderExcluirAli sim dá tesão de ver as corridas dos Hermanos.
E não to falando da chatisse da TC2000 não.
Vejam as outras categorias e vcs vão vibrar.
Apoiadíssimo, Bob.
ResponderExcluirHouve uma época em que eu acordava de madrugada pra assistir Gp de fórmula-1 e monitorava a programação da Tv em busca de corridas de todas as espécies. Mas hoje, com a vida passando tão rápido diante da gente e a ganância das grandes corporações cada vez mais explícitas no esporte, não me atrevo a trocar duas boas horas sobre a minha bicicleta por causa de qualquer disputa automobilistica...
Dinheiro...sempre o dinheiro.
ResponderExcluirPisca,falou e disse,SPEED é o canal do automobilismo antigo e moderno,basta ver o documentário que passou ontem sobre as antigas CARRETEIRAS e do Paulo Trevisan que fundou o museu do automobilismo em Passo Fundo.
ResponderExcluirNo BRASIL onde tudo é caro,enm todos podem ter acesso a tv fechada,eu mesmo faço uma sacrifício pra ter na minha casa,mas o vergonhoso é a maior emissora do país não respeitar e valorizar os antigos pilotos que deram início ao automobilismo em nosso país,precisou de um canal estrangeiro vir aqui, para mostrar algo que já deveria ter sido mostrado desde o inicio há 15 anos atrás,antes tarde do que nunca...
Os carros estão cada vez menos determinantes na "emoção" da corrida. Na Stock Car esta palhaçada de reabastecimento "fake" , só para dar mais emoção é de uma "tosquice" atroz. Em breve, na parada dos boxes, haverá no regulamento a obrigação para os pilotos dançarem polca sobre o capô, enquanto o carro é abastecido. Coisas da emissora, que quer forçar uma barra, propagando que a categoria é a melhor do País. Deixem os carros correrem, sem tantos artificialismos !
ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirparabéns!
Faço minhas as sua palavras, perfeito o texto!
Concordo em gênero número e grau!
Absolutamente fantástico o texto.
ResponderExcluirO mundo inteiro está ficando assim: chato, complicado, marketeiro, sem graça.
Abração,
Rodrigo
Eduardo Leal
ResponderExcluirEngano seu, sou do meio. Eu e cerca de 50 pilotos somos os chamados beneméritos e, inclusive, somos credenciados pela CBA com crachá específico renovado todo ano sem débito. A identificação é uma honra e permite livre acesso aos autódromos e circuitos, trânsito livre, e inclusive estacionar. Quanto a mudar o que está errado, o primeiro passo é indignar-se, dar a conhecer a própria indignação à população e para isso a internet é uma ferramenta inestimável, pelo alcance mundial. E aaiba que esta semana Sebastian Vettel se manifestou contra o Sistema de Redução de Arrasto. Não só minha a indignação.
João,
ResponderExcluirConhece um sujeito chamado Sebastian Vettel? Esta semana fez pesada crítica à asa móvel traseira. Tem 24 anos. Menos 44 anos que eu. Perdê-lo com leitor é uma pena, mas não se pode ganhar sempre. Boa sorte em outro blogs.
Concordo com tudo!!!
ResponderExcluirBem lembrado pelo João, e o WTCC também usa lastro???
ResponderExcluirAssisti uma prova estes dias no Speed e gostei bastante, ainda não televisionam em canal aberto, né? Vacilo! Tendo em vista que há provas no Brasil.
Parabéns ao anônimo de 08/05/11 00:23 e ao João de 08/05/11 18:36
ResponderExcluirPelo visto, são mais 2 que percebem que o dito "jornalista" não passa da falação chata, que segue 2 caminhos: falar mal sobre quase tudo que não seja criado por ele mesmo e bajular qualquer carro, de qualquer fabricante -- principalmente se for na cor branca.
Em tempo, sugeriram que ele, o "jornalista do meio", fosse lá e mostrasse como se faz... Difícil! Quem "véve" de contar "causos" dificilmente sabe colocar em prática.
Levando em consideração que o mesmo "edita" o blog, concordo com a sugestão de mudança do nome deste. Sugiro EGOentusiasta(s).
Henrique
Henrique
ResponderExcluirPensando bem, acho boa a sugestão de mudança de nome de AUTOentusiastas para EGOentusiasta. Vou pensar bastante no seu caso. Agradeço a leitura e a colaboração.
Como um ser quer ser levado a serio, se não tem a coragem de assinar o que escreve, se apresenta como Anônimo.
ResponderExcluirParabéns Bob ótimo texto
Bob Sharp, faço minhas as suas indignações, mas nosso automobilismo acabou, na Formula Um não teremos mais ninguém, mas isso é plausível pois Brasileiro não pode vencer mais na categoria máxima do automobilismo mundial. Os interesses financeiros impedem que alguém de terceiro mundo vença.Os donos das equipes são do primeiro mundo e jamais vão deixar filhos dos empregados brilharem mais do que seus filhos.Utopia pensar que Massa ou qualquer outro possa ser campeão, acabou com Senna, podemos brincar nos quartos do fundo apenas. Abração Bob.
ResponderExcluirEdson,
ExcluirPode parecer exagero, mas os nossos três campeões de Fórmula 1, para dar exemplos de pilotos de sucesso, há vários outros, pertencem a uma época em que se podia acelerar livremente nas estradas – havia limite mas não o controle exagerado de hoje – e era onde se adquiria experiência e se treinava, por incrível que pareça. Dois dos expoentes da F-1 atual são Sebastian Vettel e Nico Rosberg, alemães, nacionalidade também de Michael Schumacher. Mera coincidência, serem cidadãos de um país onde essa neurose do "excesso de velocidade" não existe?