Foto: http://www.fuscacride.com.br/
Minhas aulas de direção foram em um Fusca vermelho, parecido com o modelo da foto. Antes disso, meu pai já tentava me ensinar, só que ele não levava o menor jeito para instrutor, era tenso demais. E colocar um garoto de 14 anos para dirigir uma Caravan no meio do trânsito, sem nenhuma experiência anterior, não foi uma ideia muito boa.
Enquanto a pista era reta (Autoestrada Lagoa-Barra, aqui no Rio), tudo bem, ia tocando o carro a uns 80 km/h sem maiores problemas. A barra pesou na descida após o túnel acústico, naquela época ainda não existia o trecho da rua Mário Ribeiro a partir da praça Sibélius, éramos obrigados a virar à direita na segunda. pista da Visconde de Abuquerque. Vindo no meio de um monte de carros, meu pai começa a dar um monte de ordens ao mesmo tempo: "Freia, reduz, olha o carro do seu lado.....cuidadooo."
Nessa hora eu já tinha entrado em modo de segurança e só consegui meter o pé no freio, reto. O carro parou a dois dedos do meio-fio e, felizmente, sem bater em ninguém.
Com uns 16 anos eu passei a tirar o Monza dele do prédio, nas manhãs de fim de semana, para lavá-lo na rua. Eu morava no edifício ao lado da concessionária VW onde o Bob foi um dos sócios, ele deve lembrar da garagem, um corredor estreito improvisado para guardar carros. Manobrei uma penca de vezes sem maiores problemas, até que um dia calculei mal e, confiando no meu irmão de 11 anos que acenava ao melhor estilo "vai que dá", amassei a porta do Monza novinho na pilastra da entrada. Achei que o coroa ia me fuzilar, mas até que ele pegou leve.
Assim que completei 18 anos, me matriculei na autoescola. Com o instrutor era diferente, o camarada era calmo (com pedal de freio embaixo do seu pé fica mais fácil, né não?) e ia me ensinando as manhas aos poucos. Com poucas aulas já tinha progredido bastante, e sempre contava os dias para assumir a Fusqueta de novo.
O único susto ficou por conta de um erro de cálculo meu. Estávamos dando carona a duas alunas e precisava sair de uma transversal da rua Jardim Botânico - de grande movimento - e cruzá-la. Achei que dava, apesar do Glória-Leblon (ônibus da linha 572) vir feito um touro mirando um pano vermelho (por coincidência a cor do Fusca). As garotas quase pularam dentro do buraco atrás do banco traseiro do Fusca, mas o instrutor Oliveira, sabendo que o 1300 não tinha lá essa saúde toda, trepou no pedal do meio e estancou o Volks, para alívio das mocinhas.
Não podíamos passar em túnel nem engatar quarta marcha. Ora, que raio de aprendizado é esse? Certa vez o Oliveira, sujeito muito gente fina, pediu para ir a Copacabana resolver uma situação e me fez perder uns 15 minutos de aula parado o esperando, mas tudo bem. Entramos na Figueiredo Magalhães e, quando ele ensaiou dizer que não podíamos entrar no túnel, já era. Eu já tangenciava a primeira curva na galeria de baixo do Túnel Velho, e lembrando de um ditadinho chulo que todos aqui devem conhecer, engatei a quarta. do Fusca pela primeira vez. Ele repetiu que não podia e tal, mas sem convicção. Acho que o Oliveira até gostou de ver o aluno progredindo.
No dia da prova, aquela tensão costumeira, mas lembrei de tudo que aprendi e passei na boa. Tirando a baliza, que é sempre chatinha, a prova se resumiu a guiar por meio quarteirão. Como é que anda essa prova hoje em dia, alguém aqui prestou o exame recentemente? Sempre achei que a prova devia exigir teste em ladeiras e mesmo no meio do trânsito. Assim evita casos tão corriqueiros de pessoas que têm medo de encarar uma simples rampa de garagem mais íngreme.
Depois disso fiz prova para tirar carteira de moto e até de caminhão, mas nenhuma delas teve o mesmo gostinho. Só a de piloto privado de avião, mas aí o buraco é beeeem mais embaixo! Qualquer hora eu conto.
AC
AC, quando tirei carta, há 13 anos, a prova era exatamente a mesma coisa: baliza primeiro (pois é onde o povo mais reprovava, se não passasse nem perdia tempo fazendo o percurso), uma volta no quarteirão, que incluía uma "rampa de pé", e pronto, aprovado.
ResponderExcluirHoje em dia, vemos que nada deve ter mudado, e que um exame desse deveria ser muitíssimo mais rigoroso.
O que se vê de gente na faixa da direita para virar à esquerda, só pra citar um exemplo, não está no gibi.
E na estrada, então? Gente que se joga na frente do seu carro, pouco importando se você está a 120 km/h, e ele a 50 km/h. Freios, pra que te quero, e Deus ajude que não venha uma carreta grudada na sua traseira.
A grande maioria dos acidentes de trânsito sem dúvida, é causada por imperícia, falta de habilidade mesmo. E talvez seja esse tipo de instrução que falta nas aulas de direção de hoje em dia. Falta conhecimento de como funciona um carro, como manejar um carro em condições adversas etc.
Há uns quatro anos, quando fui renovar minha habilitação, tive que fazer o tal curso de direção defensiva. Aquilo ali tem muito pouco de útil, e garanto que a maioria dos motoristas (jovens, especialmente) esquece daquilo no momento que põe as mãos no volante do carro.
É uma pena...
Eu (aos 28 anos, finalmente) tirei minha carteira de habilitação, em agosto. Não tirei antes por causa de barbeiragem nem reprovação, mas por falta de dinheiro.
ResponderExcluirA prova está mais difícil que antigamente, pelo que vocês relataram. A tradicional baliza vem primeiro, já que muitos reprovam ali mesmo e nem se perde tempo com o percurso.
A diferença está no percurso. É bem mais longo. É preciso estacionar onde o avaliador mandar (pelo menos uma vez em uma subida), sair do estacionamento, passar por todos os tipos de cruzamentos, cuidar os pedestres... e, ainda por cima, ficar de olho no velocímetro, não pode ultrapassar os 40 Km/h, isso onde não há placa indicando limite de velocidade abaixo disso.
Quando tirei há uns 12 anos atrás, era desse jeito. Primeiro Baliza e Garagem, depois ia para o Percurso. O meu percurso foi meio longo e no meio do trânsito, tinha que se preocupar com velocidade, setas e ainda teve uma rampa meio íngreme...
ResponderExcluirO Instrutor com cara de Capitão Nascimento ia ditando:
- Primeira Direita...
- Primeira Esquerda...
- Para aí... (rampa enorme)
- Agora, pode sair...
No final a gente só ficava sabendo se passou ou não quando o Instrutor (da autoescola) vinha dar os parabéns.
Como já dirigia o Corcel 76 desde os 14 anos, não tive problemas...
Alexandre,
ResponderExcluirCara, o meu exame provavelmente foi bem diferente dos relatos que postaram e postarão.
Eu dirijo desde os 14 anos e fiz 3 aulas na auto-escola. Ia com o carro do meu pai pra auto-escola, sozinho. Um mês antes de fazer 18 anos já estava dando entrada na papelada. Como disse, fiz 3 aulas apenas. 2 ficamos passeando, trocando idéia e paquerando umas garotas na porta do colégio que eu estudava. A última o instrutor me passou os macetes da baliza. Não de como fazer uma baliza e sim como fazer para não ser reprovado. E tinha um detalhe de um adesivo no vidro lateral direito traseiro, que era a marca pra começar a esterças as rodas.
No dia do exame, rua cheia, várias auto-escolas, alunos. O instrutor diz: Vai você Marcio, quero só ver."
Entrei no carro da auto-escola, um verona 92. O carro estava estacionado na vaga, o avaliador falou "pode sair e para na esquina". Fiz isso. Virei a direita e direita de novo. Foi quando ele me disse "você já sabia dirigir ne?" Tremi e pensei "bombei". Aí ele me fala "cara, vai de boa, pode passar a quarta, anda normalmente como você já sabe, só chegando na rua você vai devagar e faz o que eu disser". Fiz e claro, fui aprovado!!!
Mas confesso, tentei ao máximo fazer tudo certo e errar o mínimo possível. Mas não sei se cometi erros, o avaliador não me disse.
[]'s
Marcio
Queria saber que raios de instrução é essa de que você não pode ir além de uma determinada marcha no carro. Quando aprendi, foi em um Gol 1000 1993 e fora isso, o instrutor proibia que se fosse além de 35 km/h.
ResponderExcluirFora isso, meu instrutor era repleto de vícios e desconhecimentos. Pedia que a pessoa ficasse parada no semáforo com a primeira marcha engatada e, nas aulas que fiz à noite (muitas vezes o único horário que eu tinha), se eu acendesse o farol baixo (como deve ser nessas situações), ele pedia para baixar para as lanternas.
Tirei a carta e graças a Deus esqueci todo esse mau ensino que recebi. Se paro no semáforo, já deixo a transmissão em ponto morto e sempre presto atenção ao semáforo da transversal. Se ele entra no amarelo, logo engato a primeira marcha. E, claro, à noite sempre fico com faróis baixos acesos, acendendo o alto apenas se estiver em via sem iluminação ou lampejando caso haja algum episódio momentâneo de segurança.
Tirei carta em 83 ... já dirigia desde 80 ... na época era um Fusquinha (1300), igual ao do meu Pai ... o percurso foi moleza, pois o intrutor da auto-escola, me levou para conhecer o trageto e me mostrou as "pegadinhas" existentes ... a baliza foi um caso à parte: no Fusca, era assim: passar pela baliza, mais ou menos meio metro de distância, até o "pau" da baliza "encostar" no fundo do vidro lateral; carro parado, esterçar à direita uma volta e meia (curso completo); engatar ré e entrar na baliza, até enxergar uma "marca" na guia, pelo retrovisor do motorista (a maioria dos carros só tinha retrovisor no lado do motorista), parada total; esterçar uma volta e meia para à esquerda, fazendo o voltante voltar à posição original; descer mais um pouco o carro, até o "pau" da baliza (posição da frente), alinhar no meio do quebra-vento (o Fusca tinha quebra-vento) e parada total; uma volta e meia do volante para à esquerda e continuar entrando na baliza, tomando cuidado para não "levar no peito" o "pau" da baliza (traseiro) que fica perto da guia ... o carro vai alinhar junto ao meio fio e, se precisar, era só endireitar o carro e tocar um pouquinho à frente .. pronto, a baliza está feita e "nos trinques" ... o único problema deste método é que na vida real, não tem "pau" da baliza para ajudar na manobra na rua ...
ResponderExcluireu tirei a carteira faz 3 anos, aqui onde moro ( Brusque SC ) tem um bairro q parece ser perfeito pra prova do detran, tem morro pra fazer o teste de arrancada, ruas com pouco movimento e bastantes opçoes de trajeto, pena o povo da minha cidade nao aprender corretamente como se dirigir...
ResponderExcluirMarllon Brandl
Tirei a carteira em 2005, no Rio de Janeiro, e a prova foi na Ilha do Fundão, local com pouco movimento. A prova consistia primeiro na temida baliza, depois uma "volta no quarteirao" onde a maior dificulade era uma placa PARE. Acredito que a prova seja diferente nos demais estados, não?
ResponderExcluirLembro que o meu instrutor era muito tranquilo, fanfarrão até. Primeiro dia de aula me perguntou se sabia dirigir. Após a afirmativa, falou para irmos à Barra da Tijuca pela Av. Niemeyer, local nada fácil para quem está começando a dirigir. Ele passava 80% da aula me dando dicas como dirigir na vida real, e apenas no finalzinho dizia: "agora vamos fazer como tem que ser na prova". A baliza, por exemplo, era decorada, havia até marcação no vidro e numero de voltas do volante, como já disseram aqui. Dei muita sorte em tê-lo como instrutor.
Eita!! Que saudades ..
ResponderExcluirTbm treinei e tirei minha habilitacao num fusquinha ...
La se vao 25 anos de habilitacao e muitos kilometros de estradas e boas historias ...
Eu fiz a minha prova a 7 anos atrás, era mais ou menos como o pessoal vem descrevendo: baliza, garagem e uma volta que inclua estacionar e arrancar em subida, faixa de pedestres e semáforo. Só até 3ª marcha no Celta e 50 km/h, exceto na aula que eu tive na BR (se o aluno exigisse eles faziam uma aula na BR), quando fui a 80 km/h e 5ª marcha. Meu instrutor tinha prancheta em que anotava as manobras feitas e a "nota", o que acabou gerando um episódio interessante: na BR faltava o item ultrapassagem e aquele dia/hora estava com pouco movimento, então ultrtapassamos uma carreta que estava na frente e logo depois o intrutor pediu que eu sinalizasse e fosse para o acostamento e reduzisse. Eu sem entender muito a lógica da manobra, fiz. Nisso a carreta passou por nós e ele me diz "agora vai e ultrapassa ela denovo". Foi a primeira vez que eu passei dos 120 km/h.
ResponderExcluirTambém tirei carta em 1983. Já dava minhas dirigidas dentro da fazenda do meu avô, e pelas estradas vicinais, de modo que tinha alguma noção da coisa. Nem me lembro se precisei fazer aulas práticas. O exame foi calmo, cidade do interior, trânsito bem tranqüilo... Dei uma volta pela cidade com o instrutor, fiz um teste de rampa. O que mais me preocupava era a baliza, mas correu tudo bem. O carro foi um VW Brasília. Recém habilitado, é claro que fazia minhas barbeiragens, os amigos zoavam, mas uma coisa é certa: por mais aulas teóricas e práticas que sejam exigidas, aprender mesmo, no duro, só com a experiência do dia-a-dia, com as situações de trânsito se apresentando e você as vivenciando. Estrada, por exemplo: muito novato acha que é fácil pelo fluxo geralmente mais desafogado, mas as velocidades são bem maiores, é preciso calcular com cuidado tempos de ultrapassagem, não se pode confiar cegamente no que as faixas indicam, pode haver neblina, chuvas fortes, curvas mal projetadas, fumaça de queimadas, enfim, uma série de situações que exigem muito mais cuidado que rodar em uma cidade com trânsito engarrafado e velocidades baixas.
ResponderExcluirMr. Car.
Eu considero muito fraco o treinamento oferecido pelas auto-escolas. Na minha opinião a primeira etapa poderia ser do jeito que está, aí o sujeito recebe a habilitação provisória e tal. Depois de 1 ano na provisória o sujeito iria fazer um novo treinamento, dessa vez bem mais técnico e incluindo aspectos que visam uma direção mais segura: frenagem em casos de emergência, aquaplanagem (na prática), capacidade de curva do veículo, retomada do controle após uma saída da dianteira ou traseira, coisas do tipo. Após esta etapa ele receberia a habilitação permanente.
ResponderExcluirEu não tenho saudades do tempo de Auto Escola. Já se passaram 8 anos e foi terrível passar aquelas semanas. Primeiro foram as aulas teóricas onde tem aquele famoso vídeo de um terrível acidente de trânsito com um ônibus, onde mostram pedaços de gente para todo o lado !para nos conscientizarmos". Nas aulas práticas, foi parecido com o que o anônimo disse, o professor era cheio de vícios e me ensinou coisas incríveis, como o método de virar o volante por ordenha e também a não parar nos cruzamentos (sem semáforo), mas avançar devagar "pra não perder tempo", segundo ele. O esquema da baliza foi bom também e funcionava do mesmo jeito que o pessoal explicou aqui. Na prova o inspetor era uma "autoridade", muito rude, que deixou a todos com medo. Aprender a dirigir de verdade mesmo foi com o meu Pai, com 12 anos, onde eu consegui alcançar pela primeira vez os pedais do Fiat 147 dele.
ResponderExcluirFiz meu exame de direção este ano, dia 26/07.
ResponderExcluirEm minha cidade (Juiz de Fora), reprova-se por qualquer coisa, até inventam motivos, como o 1º exame que fiz, 20 dias antes, o "avaliador" me reprovou alegando que perdi o controle do carro.
Detalhe que já dirigia diariamente há alguns meses um carro do mesmo modelo que fiz exame.
No 2º exame eu fui bem mais tenso, por conta de ser reprovado de graça. Mas foi uma volta num quarteirão cheio de morros. me pediram para fazer baliza em morro, ré alinhada ao meio fio, controle de embreagem em 1ª marcha e ré. Depois era só parar rente ao meio fio e receber a boa (ou má) notícia.
Não sei se era assim antigamente, o que atrapalha em minas é que os avaliadores recebem por cada exame que fazem, R$20 pelo que me disseram. Então quanto mais reprovarem, mais garantias de ter sessões de avaliação cheias, e com dinheiro no bolso.
Hoje toda vez que vejo um aprendiz num carro de autoescola, lembro com carinho dos momentos que passei.
Tirei minha habilitação há 1 ano e 2 meses.
ResponderExcluirA prova prática reprovei na primeira tentativa. Depois de o aluno que prestou prova antes de mim reprovar por não botar o cinto de segurança, eu já tinha ficado bem nervoso.
Prestei a prova na rua Princesa Isabel, aqui em São Paulo. Começa com o carro parado e desligado. Aí ajusta o banco, espelho, põe o cinto, liga o carro, dá a seta e sai. Não pode passar de 30 km/h nem pode botar 3ª marcha (o que em carro 1.0 significa um berro por parte do motor). Logo depois começa uma subidinha de menos de 15°, e tem de estacionar de frente, rente ao meio fio. Justo nesse ponto que reprovei. Ao invés de o policial civil me fazer esperar antes de entrar na vaga, tive de estacionar logo atrás de um outro carro que já havia feito o que eu faria a seguir, e pior, delimitado por cones. Como típico principiante, aumentei excessivamente o ângulo do carro em relação ao meio fio para fazer o carro caber na vaga, e não deu outra, subi na guia. Já vi o fiscal rabiscar furiosamente a ficha de avaliação. Na hora de sair da vaga é a tal prova de ladeira, muito imbecil, por sinal. Logo depois, tem de prestar atenção para virar à direita em um cruzamento, com placa de pare e faixa de pedestres (ao menor sinal deles, freio!). Na outra rua tem uma lombada das bem desagradáveis de se passar. Uma ou duas ruas depois, tem a tal rua de baliza. Da primeira vez que passei, tive de passar reto (confirmei nessa hora que já havia sido reprovado). Depois, tem de virar à direita, acabando na mesma rua de onde partiu, estacionando de frente, rente à guia.
Da segunda vez, na qual passei, fui penalizado no finalzinho da prova por uso incorreto dos freios. Em meio ao nervosismo, demorei cerca de 5 segundos antes de aplicar o freio de mão depois de estacionar, após soltar o pedal do freio. Note-se que o lugar era plano.
Depois de recebida a CNH (na época demorava um pouco, podia chegar a 2 meses), fui à USP de manhã, acompanhado por minha mãe. Eu não dirigia havia umas 3 semanas, e logo de cara estreiei minha CNH na Marginal Pinheiros. O problema não foi ali, na verdade. Logo após descer da ponte da Cidade Universitária, quase subi na guia da esquerda (sim, eu não sabia usar espelhos e nem sabia para que direção olhar). Mas deu tudo certo no final.
Uma queixa em particular de auto escola é que aprendi a passar errado sobre a lombada. Fui ensinado a freiar, deixar passarem as rodas da frente sobre a lombada, e só então soltar o freio e retomar a aceleração. Isso vai totalmente contra a ideia de balancear a distribuição de peso do carro na frenagem, de modo a não forçar a suspensão demasiadamente, ou seja, freia antes da lombada, solta o freio pouco antes de as rodas passarem sobre a lombada.
Apesar de eu nunca ter dirigido antes de ingressar na auto escola, uma coisa que me ajudou muito foi o uso de simuladores de corrida no computador. Me ajudaram a ter mais perícia na hora de freiar em emergências, ou mesmo de acelerar nas horas de descontração.
ResponderExcluirTirei carta de motorista a 3 anos, aos 19 anos na época. A prova foi fácil... Eu já sabia dirigir de longa data (desde os 14 anos que eu pego o volante sozinho) e nã foi problema fazer as "operações básicas" no exame. Na verdade, as auto-escolas de hoje em dia não ensinam a dirigir, ensinam a passar no exame. Tive que fazer baliza e rampa, mas a rampa foi bem íngreme e ainda não podia usar o freio de mão (um costuma que tenho e que ajuda muito), sem falar que a perna tremia de nervosismo e de medo de não passar... lembro de quase tudo daquele dia, um dos mais memoráveis da minha vida!
ResponderExcluirInfelizmente o sistema não mudou muito.
ResponderExcluirA única diferença de uns anos pra cá, é que agora temos uma obrigatoriedade de aulas de auto-escola (na época do meu pai era só fazer a prova: passou, passou).
Vale lembrar que tão ridícula quanto a prova prática é a prova teórica, onde as questões mais difíceis se resumem a questionamentos sobre a quantidade de pontos perdidos na carteira de motorista por infração.
Estamos, formanado motoristas que mais parecem contadores, somando pontos imaginários em um prontuário mental a cada vez que cruzam um sinal no amarelo ou pegam uma estrada com pista boa e sinalização adequada.
NO MÍNIMO deveria ser exigido que um aluno de auto-escola saiba fazer uma ultrapassagem em estrada, e aprender a frear na chuva e a utilizar o triângulo de sinalização corretamente (não é apoiado no porta-malas, nem na mão a 5m do veículo).
Enquanto isso não mudar, continuaremos formando motoristas especialistas em macetes para fazer baliza paralela ao meio-fio, e só.
Atualmente são exigidas as seguintes horas aula (50 min. cada):
ResponderExcluir45 horas de aula teórica, 20 horas aula de prática veicular com 20% em horário noturno.
São feitos exames de saúde e psicológicos, com uma prova após as aulas teóricas. Após encerradas as aulas o aluno pode marcar a prova prática, que pode ter variação em cada estado.
Aqui no Paraná, por exemplo, são é preciso fazer a manobra de garagem. Os examinadores são servidores públicos e todas as etapas tem o sistema de biometria. Hoje começou em Londrina a prova eletrônica.
O exame em si não é muito diferente de quando eu tirei a minha CNH, a 13 anos. Mas os passos antes de fazer o exame são bem mais rígidos do que antes, que nem CFC era preciso fazer.
Aqui em MG, a prova prática é a seguinte:
ResponderExcluir1 - Baliza, entre quatro cones, simulando um carro na frente e outro atrás.
2 - "Exame de rua", com algumas exigências - conversão à esquerda, conversão à direita, meia embreagem em aclive, meia embreagem em declive, ré (pode ser tanto em alive/declive quanto num plano, geralmente é pedida depois da meia embreagem em declive).
Ah sim, o sistema biométrico está (ou estava, até pouco tempo atrás) suspenso por aqui. Descobriram que algumas autoescolas estavam usando dedos de silicone para marcar presença de aluno.
ResponderExcluirAC, sobre as aventuras com o Fusca.. com certeza devem ter sido muito boas! rsrs
ResponderExcluirAgora, sobre o teste prático realizado pelos CIRETRAN Brasil afora, 'vish'...
CONTINUA IGUAL! Digo isto pois estou aguardando a chegada de minha CNH, cujo teste foi realizado dia 8/11. FOI EXATAMENTE COMO VOCÊ DESCREVEU! Meio quarteirão, baliza, ok, assina aqui, tchau, até nunca mais. UMA VERDADEIRA BOS*A! Lembro-me que, durante as aulas teóricas quando debatia junto de outros alunos com a instrutura sobre o 'sistema' comentei sobre a real PORCARIA que é o modelo brasileiro. Citei, por exemplo, que não temos aqui um bom ensinamento sobre situações de risco(óleo na pista, frenagem em piso molhado) e que não há real treinamento. O que se tem, basicamente, é um ensinamento básico sobre soltar a embreagem e segurar o volante! Na parte de motocicletas, então... prefiro nem comentar. O que o sujeito pode aprender andando num circuito pré definido sem transito a menos de 30km/h, mal aplicando frenagem na moto! ABSURDO. Bom, sem delongas mais, gostaria de dizer que fui CRITICADO pela instrutora quando citei que nosso sistema é falho comparado ao de paises como Alemanha e outros da U.E. Pareceu, no momento, que tinha a ofendido! Sério, a moça ficou revolta! E olha que estava apenas debatendo, 'na boa'...
Fico grato a meu pai, que me permitiu guiar sua Renault Master, na época(2004 ou 5, eu com idade entre 12 e 13 anos) pela primeira vez. Tamanho meu 'autoentusiasmo', quando o velho estava dizendo 'pisa na embr....' eu já estava soltando a mesma, com leves trepidadas, e metendo a vanzinha em movimento! Sempre fui muito atensioso ao pai dirigindo e, obviamente, VICIADO EM CARROS DESDE QUE SEI QUE ANDO SOBRE MEUS PROPRIOS PÉS!
Vocês, caros companheiros, não imaginam como eu conto os dias pra essa CNH chegar! rs
Abraço
Tirei minha carteira de motorista em dezembro do ano passado, logo depois de completar 18 anos, mas quem me ensinou a dirigir foi meu pai. Eu tinha uns 12 anos quando ele me ensinou as noções básicas de como operar um carro, ainda dentro do pátio de casa, em um Fiat Brava que tínhamos. E foi nesse dia que eu arranquei um carro pela primeira vez: do portão da frente até a garagem, nos fundos. Fiz isso diversas vezes, e achava o máximo. Depois disso, sempre que meu pai podia me deixava dirigir o carro em ruas desertas ou num campo aberto que tem aqui perto de casa.
ResponderExcluirNesse período de "aprendizagem", dos 12 aos 18 anos, pude dirigir vários carros: Celta, Siena, Palio Weekend, Brava, Zafira, Prêmio, Monza, L200, Fiesta. O Celta era de um amigo meu, VHC 2003, e eu, em início de aprendizagem, tinha dificuldade de arrancar com ele... Os outros foram carros que passaram pela família. O Monza era um Hatch 1983 SL/E 1,8 gasolina 5 marchas. Uma vez eu tava andando com ele no campo que disse antes, a uns 60 km/h, e, por diversão, desviei abruptamente de um galho. Quando virei o volante de volta perdi o controle do carro e rodei 180º. Fiquei parado no sentido contrário de onde eu vinha, o motor apagou, e um monte de poeira invadiu o interior do carro. "O pai vai me matar", pensei. Mas ele nem falou nada, talves não tenha visto, pois estava longe.
Na Auto Escola eu aprendi o básico. Meu instrutor logo percebeu que eu já dirigia, mas tive que aprender a ligar o pisca para tudo e também a não passar dos 40 km/h dentro da cidade. Durante as aulas práticas andei por todos os tipos de vias e tive que aprender a arrancar em lombas realmente fortes. Só que não pode usar o freio de mão para arrancar: temos que ir soltando a embreagem bem D-E-V-A-G-A-R-I-N-H-O com o pé direito no freio até "sentir o carro trepidar", soltar o freio e acelerar. Fazer isso numa lomba forte demanda tempo, pois tem que esperar o carro corrigir a aceleração pra poder segurar o carro na embreagem enquanto se tira o pé do freio pra acelerar. Acho que seria mais prático e rápido poder usar o freio de mão.
Também dirigi na BR-116, num trecho (Sapucaia do Sul - Porto Alegre) cujo limite de velocidade é 80 km/h. Mas não pude passar de 70 km/h, pois o instrutor disse que o Uno (carro em que fiz as aulas e prova) não aguenta altas velocidades...
A prova prática foi bem fácil: fiz a baliza (com pontos decorados de onde virar o volante, conforme outras pessoas já relataram), garagem, e dei uma volta rápida com o avaliador. A lomba onde eu parei o carro parecia um plano, era um projeto de lomba. Durante a prova eu tentei demonstrar ser bem "adestrado": não deixava o volante retornar sozinho depois de curvas e cada troca de marcha era um tranco!
Curiosamente, esse Uno que eu usei estava com as rodas dianteiras desalinhadas, pois os pneus estavam bem gastos por dentro.
Tirei carta dirigindo um Corsa Wind1.0, há dez anos. Na época, eu tinha tido umas "aulinhas" bem básicas no XR-3 do meu pai. Era nítida a diferença entre os carros. Quando eu pegava o Wind e, depois o Escort, esse último cantava pneu, pois eu pisava nele como se fosse o Wind.
ResponderExcluirA prova era feita aqui no Jd. Colinas, em São José dos Campos. Pra quem é da cidade, sabe o quanto o bairro mudou e hoje é uma selva de pedra, impossível de se treinar.
estou no meu sexto mês de CNH provisória, e o teste realmente continua a mesma coisa, meio quarteirão baliza e deu.
ResponderExcluire continua a mesma regra idiota de não poder engatar a quarta marcha, e olha que eu estava num sandero 1.0... como já dirigia antes das aulas várias vezes acabei passando a quarta a 40kmh porque simplismente não via motivos de andar a 40 em terceira, só pro motor ficar berrando e o carro ariscoo, e várias vezes fui repreendido.
chato foi o dia que fomos buscar o sandero no campo de testes, e eu guiei um celta 1.0 a 40kmh na sua terceira marcha super-curta por alguns km, eita gritaria chata.
tirando a baliza, que eu realmente não sabia fazer, da frenagem de emergência ao simples ato de ultrapassar alguém com segurança eu devo ao meu pai não a instrutora da auto escola, que só me ensinou andar feito um pato no trânsito, de um jeito que se o fosse feito no dia a dia acabaria sendo atropelado por algum apressadinho.
Me lembro como se fosse ontém - e lá se vão vinte e seis anos. Acho que não mudou nada, afinal de contas, o nível dos motoristas anda uma lástima. Duvida? Basta dar umas bandas por aí e constatar o que se vê.
ResponderExcluirFVG
Ah, como era bom nos anos 50. Ruas vazias, trânsito lento, fiscalização nenhuma (pelo menos cá em baixo...). Comecei a dirigir aos 13 anos, numa fazenda, por estradas de carroça e no meio do campo. Era uma camioneta Ford modelo A, 1929, com caixa seca e freio de varão. Dupla embreagem para cima e para baixo. Para reduzir a velocidade, debrear e aplicar o freio no fim. Voltando à cidade, a coisa ficou mais fácil: Chevrolet 51 Powerglide com freio bem suave e eficiente (para a época) mas a direção pesava uma tonelada. Do exame prático, só me lembro de parar numa ladeira íngreme, desligar o motor, segurar no freio de serviço, debrear, ligar de novo e arrancar, usando o punta-tacco. Não era obrigatório, mas o inspetor achava bom. E ele colocava uma caixa de fósforos sob a roda traseira: se quebrasse, reprovação. Baliza? Isso é invenção de paulista, estacionava-se numa rua qualquer, entre dois carros. Em compensação, andar de automóvel era fácil e extremamente divertido. AGB
ResponderExcluirTive um instrutor muito legal. Deu várias dicas interessantes além do necessário pra prova.
ResponderExcluirAté saí daquele quadrante tranquilo dos testes, peguei um pouco de trânsito. Meu instrutor inclusive me deixou dirigir um pouco na Marginal. Fiquei meio reticente, como se fosse um monstro de 3 cabeças, mas ele disse que eu estava razoavelmente preparado.
Pode parecer irresponsabilidade, mas acho irresponsável alguém tirar a carta sem ao menos pegar um trânsito de verdade, coisa real.
Bom, tenho a licença a 11 meses e quando fiz a prova a baliza não era exigida, só estacionar de ré e um percurso que se desse 1km era muito. Não aprendi absolutamente nada de útil na auto escola, o que eles ensinam la não precisa ser lembrado no trânsito de verdade.
ResponderExcluirEu sei que os instrutores recebem uma mixaria pelo combustível gasto por cada aluno, pode ser por isso que não gostam de ver o carro acelerando, certa vez inclusive o instrutor me guiou até o posto de gasolina e pediu pro frentista abastecer os R$2,50 referentes as 2 aulas que eu teria no dia.