A pátina, na definição de Antônio Houaiss, pode ser a oxidação que surge sobre certos metais, revestimentos, monumentos ou qualquer coisa que fique exposta à ação do tempo, da luz e das intempéries. Modifica o aspecto, confere personalidade e implicita fatos, histórias e momentos.
Mas a pátina a que me refiro é a do sentido figurado: o puro e simples envelhecimento próprio das coisas antigas. Falo do envelhecimento natural do automóvel e de todos os fatores que contribuem para que cada um deles seja único, dotado de sua própria personalidade, ainda que tenha sido produzido aos milhões.
Vamos aos fatos: há dez anos sou o feliz proprietário de um automóvel fabricado em 1996 e que durante todo esse período de tempo só me trouxe felicidades. De domingo a domingo, é o carro de uso da família, para ir ao trabalho, pegar criança na escola e fazer compras. Com 13 anos nas costas, está naquela "faixa etária" automobilística em que não é novo, nem antigo. É simplesmente um carro velho, que não vale grande coisa, mas que não está a venda por valor nenhum, pelo enorme sorriso besta e matinal que me provoca na primeira partida do dia.
Mesmo sendo velho, chama a atenção por onde passa. Entusiastas ou não, todos me cumprimentam pelo "excelente estado de conservação" em que o carro se encontra, ainda que eu nada tenha feito de especial para isso. Tudo o que faço é cuidar da manutenção do carro, que está sempre em dia. Cuidados básicos, que deveriam ser a regra de qualquer proprietário, mas que na realidade são uma exceção reservada aos entusiastas. Não lavo, não encero e não me preocupo com perfumarias.
De vez em quando aparece um chato metido a "juiz de encontro de carros antigos" e fala que o carro não está tão bonito assim. E começa a numerar os "defeitos" do meu carro: a pintura da saia lateral esquerda gasta; os limpadores de pára-brisa oxidados, quase enferrujados; o carpete do porta-malas irremediavelmente queimado e derretido no lado esquerdo; a manopla do câmbio enferrujada; a mossa discreta acima do pára-lama dianteiro esquerdo, e para terminar, a pintura do teto queimada e fosca.
Geralmente o chato é um não-entusiasta mal educado, que é prontamente despachado com uma resposta igualmente mal-educada. Quem gosta de carro sabe que não existe nada mais chato do que alguém que fica tecendo comentários depreciativos sobre o carro dos outros. Em poucas palavras, o carro é meu e me reservo o direito de deixar o carro da maneira que achar mais conveniente. Não é preciso gostar de carros para perceber que é tênue a linha que separa o comentário inocente da observação maldosa e geralmente invejosa.
O que eu nunca vou dizer ao chatão (mas digo a vocês) é que cada detalhe tem uma história e me faz lembrar de grandes momentos que passei ao lado desse carro: a pintura da saia lateral esquerda vai continuar gasta, para que eu nunca me esqueça de que este carro é indestrutível e aceita numa boa o raspar da barra da calça do entra-e-sai diário. A mossa no pára-lama dianteiro esquerdo foi causada por uma ex-namorada afoita, que quis a qualquer custo namorar onde não devia. E a manopla de câmbio enferrujada é quase um troféu, tendo uma história própria, extensa demais para ser aqui relatada.
A oxidação dos limpadores de pára-brisa (pela maresia) e a pintura fosca do teto (pelo atrito da capa da prancha de surfe) me traz a tona todas as 986 praias que já visitei, com ondas e amores em que o carro foi a única testemunha. O carpete do porta-malas queimado foi vítima de um abafador defeituoso e 9 horas de pé direito pregado no assoalho, numa viagem maravilhosa até Florianópolis, tão inesquecível quanto a multa de R$ 574,00 que valeu cada centavo.
Daqui a 20 anos, pode ser que meu carro seja visto em um encontro de automóveis antigos, com outros detalhes, cada um com uma história para contar. Provavelmente vai ficar em último lugar, perdendo para automóveis que ficaram trancados durante 30 anos, com proprietários que não terão uma história sequer para contar sobre o que fizeram com seus automóveis durante todo esse tempo.
Só não admito a agressão alheia, geralmente os riscos e amassadinhos causados por pessoas mal-educadas, nos estacionamentos da vida. Essas são más lembranças, que o funileiro resolve num passe de mágica.
Os outros detalhes ficam, como as incontáveis cicatrizes em minhas canelas, que denunciam uma infância feliz e muito bem vivida. Minha vida é curta demais para manter este carro em cima de 4 cavaletes, de tal forma que prefiro vivê-la, explorá-la e provocá-la sobre 4 rodas que rodam, diariamente. E que ainda vai render muita história a ser contada, graças à pátina que modifica o aspecto, confere personalidade e implicita fatos, histórias e momentos que fazem do meu carro o único exemplar de sua espécie.
FB
Mas a pátina a que me refiro é a do sentido figurado: o puro e simples envelhecimento próprio das coisas antigas. Falo do envelhecimento natural do automóvel e de todos os fatores que contribuem para que cada um deles seja único, dotado de sua própria personalidade, ainda que tenha sido produzido aos milhões.
Vamos aos fatos: há dez anos sou o feliz proprietário de um automóvel fabricado em 1996 e que durante todo esse período de tempo só me trouxe felicidades. De domingo a domingo, é o carro de uso da família, para ir ao trabalho, pegar criança na escola e fazer compras. Com 13 anos nas costas, está naquela "faixa etária" automobilística em que não é novo, nem antigo. É simplesmente um carro velho, que não vale grande coisa, mas que não está a venda por valor nenhum, pelo enorme sorriso besta e matinal que me provoca na primeira partida do dia.
Mesmo sendo velho, chama a atenção por onde passa. Entusiastas ou não, todos me cumprimentam pelo "excelente estado de conservação" em que o carro se encontra, ainda que eu nada tenha feito de especial para isso. Tudo o que faço é cuidar da manutenção do carro, que está sempre em dia. Cuidados básicos, que deveriam ser a regra de qualquer proprietário, mas que na realidade são uma exceção reservada aos entusiastas. Não lavo, não encero e não me preocupo com perfumarias.
De vez em quando aparece um chato metido a "juiz de encontro de carros antigos" e fala que o carro não está tão bonito assim. E começa a numerar os "defeitos" do meu carro: a pintura da saia lateral esquerda gasta; os limpadores de pára-brisa oxidados, quase enferrujados; o carpete do porta-malas irremediavelmente queimado e derretido no lado esquerdo; a manopla do câmbio enferrujada; a mossa discreta acima do pára-lama dianteiro esquerdo, e para terminar, a pintura do teto queimada e fosca.
Geralmente o chato é um não-entusiasta mal educado, que é prontamente despachado com uma resposta igualmente mal-educada. Quem gosta de carro sabe que não existe nada mais chato do que alguém que fica tecendo comentários depreciativos sobre o carro dos outros. Em poucas palavras, o carro é meu e me reservo o direito de deixar o carro da maneira que achar mais conveniente. Não é preciso gostar de carros para perceber que é tênue a linha que separa o comentário inocente da observação maldosa e geralmente invejosa.
O que eu nunca vou dizer ao chatão (mas digo a vocês) é que cada detalhe tem uma história e me faz lembrar de grandes momentos que passei ao lado desse carro: a pintura da saia lateral esquerda vai continuar gasta, para que eu nunca me esqueça de que este carro é indestrutível e aceita numa boa o raspar da barra da calça do entra-e-sai diário. A mossa no pára-lama dianteiro esquerdo foi causada por uma ex-namorada afoita, que quis a qualquer custo namorar onde não devia. E a manopla de câmbio enferrujada é quase um troféu, tendo uma história própria, extensa demais para ser aqui relatada.
A oxidação dos limpadores de pára-brisa (pela maresia) e a pintura fosca do teto (pelo atrito da capa da prancha de surfe) me traz a tona todas as 986 praias que já visitei, com ondas e amores em que o carro foi a única testemunha. O carpete do porta-malas queimado foi vítima de um abafador defeituoso e 9 horas de pé direito pregado no assoalho, numa viagem maravilhosa até Florianópolis, tão inesquecível quanto a multa de R$ 574,00 que valeu cada centavo.
Daqui a 20 anos, pode ser que meu carro seja visto em um encontro de automóveis antigos, com outros detalhes, cada um com uma história para contar. Provavelmente vai ficar em último lugar, perdendo para automóveis que ficaram trancados durante 30 anos, com proprietários que não terão uma história sequer para contar sobre o que fizeram com seus automóveis durante todo esse tempo.
Só não admito a agressão alheia, geralmente os riscos e amassadinhos causados por pessoas mal-educadas, nos estacionamentos da vida. Essas são más lembranças, que o funileiro resolve num passe de mágica.
Os outros detalhes ficam, como as incontáveis cicatrizes em minhas canelas, que denunciam uma infância feliz e muito bem vivida. Minha vida é curta demais para manter este carro em cima de 4 cavaletes, de tal forma que prefiro vivê-la, explorá-la e provocá-la sobre 4 rodas que rodam, diariamente. E que ainda vai render muita história a ser contada, graças à pátina que modifica o aspecto, confere personalidade e implicita fatos, histórias e momentos que fazem do meu carro o único exemplar de sua espécie.
FB
Muito bem colocado!
ResponderExcluirEsse é um dos motivos que me levaram a desanimar de comparecer a clubes e encontros de antigos.
No meio de antiguidades, uma peça em bom estado original tem maior valor que uma restaurada. Justamente por ela ter as marcas naturais do tempo e do uso e que mostram o como foi usada e tratada.
Já nos encontros e clubes vejo chegar algum carro com a pintura meio gasta ou com uma pequena ferrugem começando, mas em bom estado ORIGINAL sem ter sofrido restauração, ser criticado e posto em segundo plano.
Não sei o que voces pensam, mas acho isso errado.. :-(
Mauro R.V.
Porque não colocou a foto do dito cujo?
ResponderExcluirE a manopla de câmbio enferrujada... Essa história tá mal contada hein? hahahahah!
Cuecão
ResponderExcluirSou um péssimo fotógrafo e o Paulo Keller nunca fotografou meu carro.
Quanto à manopla enferrujada, ela estava num carro anterior a esse, que sofreu um acidente com meu pai ao volante. O carro sofreu perda total e foi recolhido ao pátio de um posto policial do interior de São Paulo.
Trata-se de um modelo único, fabricada por um amigo, semelhante à bola de câmbio das Ferraris e Lamborghinis. Têm valor por ter sido presente do tal amigo (que já faleceu) e pela história que segue.
Quando cheguei ao pátio, dias depois, o carro já havia sido "depenado" pelos policiais. Sumiu a manopla, uma disqueteira, uma máquina fotográfica e outras coisas que estavam dentro do carro.
Percebei isso e fiquei quieto, tinha ido até lá para pegar uma cópia do boletim de ocorrência.
Enquanto a polícia tirava uma cópia, dei uma volta pelo pátio para ver se encontrava algum dos meus pertences subtraídos.
Imagine você que a tal manopla (que naquela epoca era cromada) estava no carro de um dos policiais. Foi então que eu gentilmente perguntei de quem era o carro que estava equipado com a MINHA manopla.
O carro era de um policial rodoviário que lá estava presente, que ainda tentou justificar: "como o seu pai foi para o hospital, achamos que você não iria sentir falta..."
Muito cara de pau. O resto dos pertences não apareceu, mas eu queria voltar logo para São Paulo, fiz ele devolver a manopla e queimei o chão de volta pra casa.
FB
Gostei do post. Me fez lembrar dos tempos de surfe lá nos anos 80 que, ao entrar na faculdade, ficaram para trás e nunca mais voltaram. Gostei também como cada detalhe foi contado(falta o da manopla do câmbio), dando um aspecto romântico ao texto e, porque não, referindo-se ao carro como um amigo ou irmão, coisa que só entusiasta compreende.
ResponderExcluirA propósito, sei que a pergunta não tem à ver com o assunto, mas tenho curiosidade em saber que tipo de prancha você usa. Eu, por exemplo, gostava de praticar aquele tipo de surf sem manobras radicais. Gostava apenas de deslizar pela onda, subindo e descendo até que esta já não tivesse mais força para empurrar. Aprendi e usei por muito tempo uma longa mono-quilha by Dick Brewer, feita lá pelos anos 70.
Francisco
ResponderExcluirUsava uma Da Hui 9´6", monoquilha. Bons tempos!
FB
Ótimo Post, carro é para se usar mesmo, claro que moderação nas "marcas de batalha"...
ResponderExcluirDúvida off post: esse mustang ali de cima têm ajuste de altura do banco do motorista? entrei em um exatamente assim ontem - "meu" primeiro mustang - e me surgiu essa pequena dúvida crucial.
Mister Fórmula
ResponderExcluirTente identificar:
http://carphotos.cardomain.com/ride_images/3/2780/4021/31949510010_large.jpg
http://carphotos.cardomain.com/ride_images/3/2780/4021/31949510055_large.jpg
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Ponto pertinente, o dos "chatos julgadores de carros de terceiros".
ResponderExcluirNo Rio de Janeiro, por exemplo, há uma figura muito cultuada no meio antigomobilista que, sempre que o vejo, está a detalhar cada e todos os defeitos dos carros... dos outros!
Nem sei se ele tem algum antigo (ou mesmo carro novo), mas acho patética a forma professoral com que o indivíduo sai à caça de exemplares, seguido por um séquito (para mim, de idiotas).
Costumo dizer que, no caso de carro antigo (mas é válido para qualquer carro), o proprietário o mantém na forma que pode ou gosta. Só isso já é um ato heróico.
Mais vale o amor que o dono tem por seu carro, que qualquer originalidade.
Sds,
Der Wolff
Grande post B2.
ResponderExcluirÉ por isso que nem perco mais tempo tentando consertar em vão as marcas que insistem em aparecer no Mavecão.
No Fiesta que é mais novinho, eu ainda tento ser mais caprichoso. Mas quem ta na chuva é pra se molhar... E elas sempre aparecem.
E se mandar arrumar, na hora de vender, com certeza vai aparecer um espertinho e falar: já foi pintado!
Bom, então compre um zero...
Grande abraço.
É por isso que o AUTOentusiastas se destaca no meio da multidão de blogs do gênero: em todos os posts é possível identificar um pouco de paixão pelo automóvel, independente do assunto.
ResponderExcluirTenho uma história semelhante com meu Caravan, já a quase 9 anos comigo. Como fiz faculdade particular até 2000, vivia numa "pindaíba" danada, o máximo que conseguia fazer era viajar para São Paulo e olha lá... rsss! Terminei a faculdade e comprei o Caravan em 2001, já com 13 anos de batalha nas costas. Assim, foi com ele que fiz minhas primeiras viagens "solo".
Mas nem assim o pessoal "entendido" consegue compreender o porquê de tanto carinho pelo carro sem nada de mais, totalmente original. E ainda tenho planos futuros, que $ó dependem de $tempo$ para $erem realizados!
Nossa, vc conseguiu descrever em palavras o que eu acho e tudo que os carros representam pra mim. Desde criança (nascí em 18983) desejei ter um santana e já adulto, poderia até comprar um carro mais novo ou até mesmo um 0K "pelado", mas decidí pela compra de um santana 1995 inteirão. Lindo. Estou com o carro há três anos e ele mostra alguns sinais do tempo, que retratam as histórias que vivemos juntos... Tb não gosto de lavar meu carro, o que faz meu pai as vezes pegá-lo escondido e devolvê-lo limpo e perfumado. Adoro meu carro e me sinto feliz por realizar o sonho de criança....
ResponderExcluirLuiz
ResponderExcluirFaz "só" uns 4 anos que tento andar no seu Mavecão, sem sucesso. Faz o favor de terminar logo esse motor, essa ansiedade acaba comigo.
FB
Belo texto. Retrata bem o que a gente sente por um carro que vira "ente da família". A família do meu cunhado tinha um 147 nesse esquema, qdo eles venderam, a mãe dele chorava igual criança. Troquei meu carro recentemente e sinto que rola algo parecido, mesmo com o pouco tempo de uso. Eu olho pra ele e tenho vontade de sair guiando, fazer uma viagem, aproveitar essa liberdade e diversão q ele pode me oferecer.
ResponderExcluirP.S.: troca as superturismo num jogo de borlem 15" do gol gti 16v bola? hehehehehe
Brilhante o texto!!!
ResponderExcluirVou te dizer que relembrou todos os carros que eu tive... Gol, Passat, Uno, Silverado, Xsara...
Em cada um deles, tinha algum detalhe que, bom ou ruim, fazia parte da história do carro, e me sentia bem com aquilo.
Agora, a manopla enferrujada ou gasta... Isso não tem preço!!! Só quem dirige sabe o que é usar até acabar.
Bom, quanto ao carro... hehehehe... Sem comentários!!! Você sabe que "ela" também é minha paixão.
Emocionante!!!
ResponderExcluirSó não posso reclamar da agressão alheia... Somo esses ao seu belo texto pensando que, aquele amassadinho, foi no shopping, onde passei agradáveis horas com a minha namorada. O outro, foi no estacionamento de um Pet Shop, onde um gato, que está há 11 anos comigo, foi salvo de um câncer e já está a 1 ano comigo após a dolorosa e invasiva circurgia com péssimas previsões de sobrevida.
ResponderExcluirDe resto, seu texto é excelente.
É isso aí, FB!
ResponderExcluirTemos que manter nossos carros de forma decente! Essa história de cavalete também não serve para mim!
Afinal, carros foram idealizados para "encurtar distâncias".
Eu também gostaria de deixar meu exemplar de veículo em eterno estado de zero km... Mas como não consigo deixar de utilizá-lo, ainda estou a procura desta fórmula para embalsamar veículos.
Juro que eu direi a todos, se um dia achar tal fórmula. *rs*
Enquanto isso, aproveitarei da melhor maneira eles.
Sensacional post, me fez ficar relembrando por uma deliciosa hora...
ResponderExcluirMeu primeiro carro, um Passat Pointer 84, que me acompanhou do meu último ano no CEFET até a metade da faculdade era um desses. Todas as cicatrizes com histórias pra contar.
Ainda mais por ser vermelho liso, que manchava bem, dormindo na rua, carregando até 6 pranchas para Cabo Frio, algumas irresponsabilidades pelas ruas e principalmente serras do Rio de Janeiro, uma fumacinha reclamava do motor guerreiro e indestrutível que às vezes era traído pelo maldito Webber duplo que muito me ensinou a não ficar parado na rua, um semi-motel de beira de praia ou ruas escuras (bons tempos...) com o tanque com nunca mais de 1/4 de alcool.
Como eu procurei novamente o meu velho companheiro...
Agora já me contentaria com um da mesma época e, de preferência, com alguma história pra contar tb.
Hoje tenho um carro 2006, outro 2003 e um velho Tempra 97 com 140mil km. Arriscam dizer qual o meu preferido??
Carro parado, é carro morto!!
ResponderExcluirManda pra um museu!!
Bitu, parabéns pelo post. Direto ao ponto.
ResponderExcluirHoje existe um preconceito quase generalizado contra o carro usado, especialmente os mais velhos.
Há uma razão pra isso. Hoje as pessoas compram e usam carros como fazem com eletrodomesticos. Compram, usam e nem se importam com a manutenção além de trocar o óleo do motor e calibrar os pneus (às vezes nem isso).
O desgaste existe em qualquer máquina, incluindo o organismo humano.
Embora ninguém goste de ficar velho, quando já tem alguns bons anos vividos, mesmo que não os assuma, cada um sempre tem orgulho das marcas e cicatrizes acumulados ao longo do tempo.
E não conheço nenhum caso de alguém que tenha optado ainda jovem a entrar voluntariamente num grande vidro de formol para se preservar para a eternidade.
Carro foi feito para rodar.
Que rode por anos a fio. Mas com dignidade e respeito.
Eu acho que, se for ter carro pra ficar olhando, melhor ter uma foto. Carro é e foi feito pra usar.
ResponderExcluirB2
ResponderExcluirQuando o Maveco anda, vc some. Quando o Maveco tá encostado, vc me vem com essa.
Enfim, o carro tá quase pronto, só falta eu ter tempo pra montar e ajustar - pois agora será injetado.
Infelizmente nada de Brodix por enquanto. O retrabalho do cabeçote foi feito na batcaverna mesmo.
Assim que estiver pronto, pretendo cair na estrada com ele e todos os cavalos que conseguir extrair desse setup.
Arranja um lugar no sofá ai pra mim. Abratz.
Bitu,
ResponderExcluirEste post me lembra muito sobre hood ride ( www.hoodrider.com ) e sua filosofia. Um carro tem que ser usado do jeito que ele está e tem que ser visto o que há de bom nele. Muitas vezes compro um carro ou até vou olhar carros usados com marcas do tempo para comprar, mas, apesar das marcas do tempo os carros estão conservados. Como já ocorre a tempos no nosso amado pais vivemos muito de aparência e esquecemos que as coisas tem que ter sentido e serem úteis naquilo que nos servem e não para animar nossos instintos de primeiro olhar.
Ótimo post, e hood ride suck's.
Abs,
Cristiano.
Hood ride suck?
ResponderExcluirOu Hood ride rulz?
Carlos
ResponderExcluirAs Superturismo já fazem parte da personalidade do carro. Como já são velhas, é praticamente um acessório de época.
Vendo não!
FB
Perfeito! É esse tipo de sentimento que falta aos ditos "colecionadores" de carros antigos tratados a pão de ló. De que adianta se gabar de ter um antigo em perfeitas condições, se nem ao menos rodou alguns milhares de km? Carro 0km pra guardar e vislimbrar, é melhor nem emplacar!
ResponderExcluirCarro é feito pra rodar mesmo!
Basta ter o mínimo de carinho e tempo pra manter jovem o espirito de aventura que todo carro tem, mesmo que sejam lá uns 150 mil km rodados.
Ótimo post! Parabéns!
Tio Phil,
ResponderExcluirParabéns pelo relato. Hoje fiz duas coisas que estão relacionadas a este sentimento.
Completo em dezembro 4 anos (carnê está acabando) com um corsinha sedan que comprei por causa do porta-malas (cabe folgado um carrinho de bebê...). E pela primeira vez me incomodei com o espelho retrovisor que estava sem o controle interno (até então arrumava no "dedo").
Fui a uma loja e o rapaz disse: "ah, deve ter soltado apenas...". Dito e feito, uma chave de fenda deu jeito. Não me cobrou nada. Quatro anos depois. Dei risada pela simplicidade, e porque não ter feito antes também não me estressou.
Saí de lá e na primeira esquina lembrei de um tapeceiro ali perto, fui pra ver quanto custava um jogo de bancos originais pra fusca (estou quaaaaaase pegando um 1300L 76 marrom-cocô...). Meia hora de conversa e o próprio tapeceiro me fez pensar se vale a pena gastar com algo que o carro já tem.
Carro é pra dar satisfação e ser útil. Pra ficar angustiado, melhor não ter.
Macaco
Adoro pátina!!
ResponderExcluirFelipe, lindo texto! Poético, sutil, intenso. Bela síntese da paixão pelo automóvel.
ResponderExcluirPaula Moraes
Bitu,
ResponderExcluirBelo e romântico texto!
Também acho um tanto loucura esse negócio de carros sobre cavaletes, levar pra vistoriar no caminhão prancha ou sair lá uma vez ao ano à noite para o sol não desbotar a pintura... Afinal de contas, se um veículo fica guardado, perde seu sentido de existir e, vou além, se torna um carro “infeliz”...
Acho que os “chatos”, na verdade, são pseudo-entusiastas... E, além disso, mal-educados, pois ninguém tem o direito de criticar qualquer bem alheio.
A todos
ResponderExcluirCada caso é um caso. Existem carros lindos, mas cuja dinâmica é sofrível. Vai sair pouco da garagem.
Outros têm uma boa dinâmica, mas não são confiáveis. Aí é como disse o Mahar, a brincadeira está em sair com o carro pra ver "a caca que vai dar".
Existem felizardos com 2, 4, 8, 16, 32 carros ou mais na garagem. Como é que ele fará para rodar com todos, diariamente? Não tem como.
No meu caso, tive a felicidade de encontrar um carro que me completa em tudo e que não tem similar no mercado hoje (na minha opinião). É o caso de vários outros entusiastas. Um carro que simplesmente não deixa eu me livrar dele.
FB
Caro Bitu,
ResponderExcluirsua nave computa quantos mil km?
minha viatura recentemente virou 150 mil km.
agora quando vem minha namorada, ou alguém da família, tirar sarro das mossas, incontáveis piques de pedra, grãos e pedaços de banda de rodagem, uma "tatuagem" discreta no parachoque dianteiro, e o parabrisa desenhado pelos limpadores, vou mandar na lata: sou vintage. é pátina.
kkkkk
Polara
ResponderExcluirVirou 247.000 Km no último sábado. Está para mim como a VW Variant estava para David Drew Zingg.
FB
Foi o tempo que santana servia para Taxi. Hoje nem pra isso mais.
ResponderExcluirQuando passa um Santana taxi, deixo passar e espero alguma coisa descente, nem que seja um Fiat Siena.
"Foi o tempo que santana servia para Taxi. Hoje nem pra isso mais.
ResponderExcluirQuando passa um Santana taxi, deixo passar e espero alguma coisa deScente, nem que seja um Fiat Siena."
Angelica, acho que voce se enganou de blog..
Angelica, sei lá... Gosto é gosto e garanto pra vc que não troco meu santana nun siena...
ResponderExcluirBancos largos, feitos pra namorar... Ou dormir... Só quem teve que dormir no carro sabe valorizar um banco.....
meu proximo carro será um Passat Variant alemão, ano 99.
Gosto é gosto...
Angelica, volta pro fogão, faz só o que vc sabe
ResponderExcluir