CARRO É CARETA
Por Jason Vogel
Pense rápido: qual o carro favorito da garotada de hoje? O sonho de consumo adolescente? Quando minha mulher me fez esta pergunta, matutei, matutei e não encontrei resposta. Há 20 anos, seria fácil: XR3... GTI... Voltando ainda mais no tempo, chegaríamos à geração que passou no vestibular só por causa do Fusca prometido pelo pai abonado. Mas e em 2009? Alguém pode citar um Civic Si, vá lá, mas é algo muito diluído. A verdade é essa: os meninos de hoje (com honrosas exceções) já não amam os automóveis.
E o tuning? É o anti-automóvel. O auto-imovel. Rodas gigantes, som de trio elétrico, telões de DVD, mas nada que represente prazer ao dirigir. Essa substituição da mecânica pelos gadgets, percebida no meu achômetro daqui, já foi rescenseada e tabelada no Japão. Um estudo mostrou que a imensa maioria da juventude de lá já não vê qualquer graça em carro. Perdeu a aura. Virou coisa careta. Bacana mesmo é o celular que canta e sapateia. O iPod que mais pode.
Junte-se a isso a transformação do automóvel em vilão de todos os males. A percepção dos fabricantes de tudo o que importa agora é provar que seus carros são mais verdes, seja lá como for (quem vai gerar tanta energia para carregar as baterias? Pensamos depois...). Estamos acompanhando o começo da caça às bruxas da combustão interna. O nascimento do senso comum de que o futuro está em versões para o século XXI do Detroit Electric 1907.
Daqui pra frente, o que vai contar é a bateria com maior autonomia, no carro mais limpo, que emitir menos ruído e trouxer engenhocas extras para facilitar a vida do dono. Aquele que acelera e freia sozinho, mantendo distância segura dos outros automóveis e formando um trenzinho automático no trânsito. Tudo, claro, vigiado por chip e satélite, evitando certos arroubos.
Alguém há de lembrar que, passada a marolinha da economia, vendem-se carros como nunca no Brasil. Mas que carros são estes? Cada vez mais homogêneos, assistidos e anestesiados, vêm perdendo seu componente lúdico para se tornarem meros utensílios práticos, como máquina de lavar ou geladeira. O máximo de fetiche que carregam são o estepe à mostra e uns penduricalhos pretos de plástico, nostalgia de aventuras não vividas. Acreditem, leitores deste blog: há gente que sabe não sabe qual o fabricante do próprio automóvel. Sou testemunha e dou fé.
Lamento informar que estamos no fim da era dos Autoentusiastas. Aos poucos seremos marginalizados, como já ocorre com os fumantes. Haverá clichês do tipo: eu bebo mas não faço pipi no seu pé, mas você dirige e joga fumaça na minha cara. Nossos queridos carros serão vistos como bestas perigosas, a serem controladas.
Consciente disso, vou curtindo tudo enquanto posso – mesmo que sejam os seis quilômetros do trabalho até a garagem de casa. Nesse breve trecho, posso dirigir com o ouvido, deixando subir a rotação do motorzinho 1300 do meu Volks 1969. Atrasar a troca de marcha um tiquinho, para, então, em dois breves movimentos, cléc-cléc (ahhhh...), engrenar a quarta. Sentir o liso do baquelite escorregando na palma das mãos. Frear, reduzir e depois dar gás milimetricamente no curvão de 360 graus que termina sob o viaduto. Uma volúpia de sons, cheiros e vibrações. Momentos de uma relação íntima de homem e máquina, em que vou agradecendo cada minuto ao Professor Porsche e a seus colegas, que nos legaram tantos projetos geniais.
E pensar que tem gente que não entende um prazer assim. Pobrezinhos...
Jason Vogel, 39 anos, dirige carro velho por amor e carro novo por obrigação profissional. É editor dos cadernos de automóveis dos jornais O Globo, Extra, Diário de SP e Expresso. De vez em quando se descobre apaixonado por algum lançamento, como o Fusion V6 AWD.
Velho, eu sinto a mesma coisa. Quando eu estava duro, tinha A3 turbo, Ranger nova, Golf GTI, Gol GTI, várias opções.
ResponderExcluirHoje não existe carro legal. A minha última esperança é a Fiat trazer a Dakota V8 flex. Mas não confio muito nisso não...
Hoje carro legal é sinônimo de mico de revenda, consumo alto e seguro caro. Carro bom é minivan, emoção zero...
Vou mudar para o Chile e comprar um Camaro, viu...
Jotavê,
ResponderExcluirbom demais ! Pensei até num palavrão (usaria-o como interjeição, claro), mas usemos sinônimos. Formidável !
É uma grande verdade, parte porque a molecada cambou para os gadgets e videogames, parte porque os carros estão cada vez mais mornos.
Um Punto turbo deveria ser objeto de desejo de muitos moleques. E de muitos barbados também. Mas até hoje só vi um na rua. Um amigo entusiastas foi numa autorizada e queriam convencê-lo a um sporting (sic) 1.8, porque o turbo é caro, etc, etc. Desgostante.
Fazer o que ?
Depois que criaram esportivos de quatro portas, fica difícil pensar em carros altamente emocionais no Brasil. Mas ainda há coisas interessantes, como um singelo Ford Ka 1.6
ResponderExcluirQue belas palavras em seu post, um relato verdadeiro de alguém realmente apaixonado por automóveis!
ResponderExcluirQuando adolescente, sonhava com os Opala/Caravan 6 cilindros com o mítico 250-S. Dos usados da época, Dodge Charger R/T e Landau me faziam parar tudo que estava fazendo só para admirar um deles passar (isso ainda faço...)
É mesmo difícil acreditar que, a maioria, não consegue enxergar nada mais além de um simples meio de transporte nos automóveis. Ou então mais uma oportunidade de impressionar o vizinho...
Carros elétricos me dão arrepios na espinha. Controle do veículo, sem que eu queira ou sequer admita? É o fim! (e o pior é que está cada dia mais próximo). Quando os carros chegarem nesse ponto, serei um assíduo frequentador de transporte coletivo...
Detesto os gadgets nos carros. Tuning é pavoroso. Nem mesmo GPS me sinto atraído a usar. Postura de homem das cavernas mesmo...
Concordo com tudo também.
ResponderExcluirRoad Runner, GPS é um incentivo a andar!
É a alegria de um autoentusiasta perdido no mundo! heheheh
Uma das poucas tecnologias embarcadas que me atraem, junto com os acelerômetros.
tenho 17 anos e tenho um carro dos sonhos:
ResponderExcluirGol GTi, aquele mesmo, quadradinho, fabricado entre 1989 e 1994, anos que, ou eu não tinha nascido, ou era pequeno demais para gostar de alguma coisa que andasse sobre rodas e fazia vrum, mas, tenho algumas fotos sorridente dentro do Gol GT que meu pai tinha na época, é interessante, porque hoje, quase 18 anos depois, eu gosto daquele carro, e teria um, como primeiro carro, pena ser inviável, não faz seguro, e não daria para arriscar uma raridade pelo trânsito maluco do dia a dia das nossas cidades.
Carro zero km? bem, dos que dirigi, o único que me passa alguma sensação boa, é o Gol Power 1.6, apesar de que o carro é muito mais genérico do que sempre foi, felizmente a Volkswagen até hoje não perdeu uma característica: o primor pelo prazer ao dirigir.
Carro verde? isso pra mim é algo fora do comum, qualquer resido que os carros do futuro gerem, em excesso fará mal, baterias inutilizadas, o vapor no caso de carros a hidrogênio...
Verde é usar o transporte coletivo, o problema, é que muitas vezes, não temos como fazer isso de uma maneira digna, seja por falta de eficiência, seja por falta de condições de uso, transporte coletivo é uma saída para nossos problemas ambientais, e para os carros também, afinal, um carro esporte rodando duas vezes na semana (sábado e domingo) polui menos que um carro "verde" rodando preso aos cogestionamentos durante a semana toda.
Difícil é alguém enxergar isso com bons olhos, a começar pelas montadoras.
Jason,
ResponderExcluirEntendo voce completamente. Quando dirigo os Corvettes nem ligo o belissimo sistema Bose que vem com eles so para sentir cada som e cada vibracao.
Infelizmente Obama ira acabar com o sistema a combustao. Teremos carros eletricos que tambem precisam de combustivel nas usinas para gerar essa eletricidade.
Aqui nos USA, a Univ do Texas trabalhava com uma bacteria que produzia acucar, alcool. A vantagem dela e que apenas 5% da area de pantano da Louisiana conseguiria fazer combustivel para todo consumo interno nosso. Naturalmente nao estao tendo investimentos nem interesse. Em geral, eles ,governos, seguem uma agenda politica duvidosa.
Voce sabia que a Bolivia tem 2/3 de toda a reserva de Lithium do planeta? Pois e...
Entendo e gosto de carros eletricos quando jogo golfe ou se preciso de algo para ir de A a B, mas quando o assunto e entusiasmo e carro de final de semana, motores eletricos nem me passam pela cabeca.
Um abraco e historia legal mesmo!
Jason,
ResponderExcluirFalando em iPhone, Japinhas, Pokemon e carros eletricos eu hoje assisti isso:
http://www.youtube.com/watch?v=f48x9baSuF0&feature=fvhl
Eu acho um espetaculo esses carros, sem duvida. Era o que queria para dirigir ao trabalho que fica a 27 milhas de distancia de casa mas que consigo fazer em 25 minutos considerando os trechos de ruas locais, farois e limites de velocidade que pego em muita pequena parte. Seria legal poder plugar o carro aqui no estacionamento e ir trabalhar, voltando para casa com carga total, estacionar na garagem e conectar o carro exatamente como faco todos os dias com meu iPhone.
Um mundo ideal.
Mas no final de semana, nada como um belo V-8 bem Old School...
Se ao menos eles se tornassem "meros utensílios práticos, como máquina de lavar ou geladeira", mas pudessem ser utilizados como tal - toda a potência do motor, a velocidade máxima, enfim - tudo bem. Mais ou menos como o que ocorre na Alemanha. Mas aqui, os liquidificadores, digo, os automóveis só podem ser utilizados na velocidade 1. Aí vai fazer sopa de batata com cenoura e músculo de que jeito?
ResponderExcluirJason, tenha certeza de que nós te entendemos. Hoje em dia, o que conta é o carro mais chamativo, mais inútil (a meu ver, colocar rodas aro 20 num popular é besteira. Respeito quem gosta, mas não consigo ver isso de outra maneira.), sendo rude.
ResponderExcluirMas também tenha certeza de que nós, entusiastas, não desapareceremos do planeta rsrsrs
Se, por exemplo que você mesmo citou, no Japão hoje em dia os garotos não ligam mais pra carro como antes, ainda existem aqueles viciados em D1 e eventos do tipo (até mesmo o "Wangan", apesar de ser ilegal)...
falow
Scheidecker, sobre a Bolívia quero acrescentar: vocês sabiam que mais de 98% do Nióbio (metal raro fundamental na construção de microchips, que são o cérebro de qualquer produto eletrônico) está na região de Roraima, e desperta um interesse enorme de "ongs"... e por ai vai...
ResponderExcluirSobre o interesse é fato. Tenho notado as últimas gerações menos empolgadas com carro. Tenho 27 anos e a minha geração já era menos empolgada que a de meu pai por exemplo. Acho que existem muitos fatores, muitos mesmo que influenciam nisso, e poderiamos escrever uns 10 posts no blog a respeito.
Mas um deles me chama a atenção. O fato de as mulheres hoje são ativas compradoras de automóveis, e talvez isso esteja direcionando um comportamento geral?
Leve-se em conta que em geral a percepção de um carro na visão feminina é bem diferente da masculina.
Aqui na Alemanha começo a ouvir comentários do tipo "pra quê 500cv em um Mercedes XXX AMG?"... os exageros (inclusive o tuning) começam a serem vistos como arrogância...
Papo pra mais de metro...
Ah, e sobre energia alternativa o futuro é incerto.
ResponderExcluirO hidrogênio é o paraíso, mas carrega dois problemas até então: distribuição eficiente e o ainda risco de explosão do tanque.
A eletricidade por tomada e baterias está sendo mostrada como mundo perfeito, mas o gasto em energia pra gerar mais energia e o efeito quanto à eliminação de gases como efeito dessa produção de eletricidade e bem similar, em larga escala, aos prejuízos do sistema atual. Exceto no Brasil e outros poucos países que conseguimos gerar eletricidade em rios, movimentos fluviais.
Prefiro sempre pensar que o fim das reservas de petróleo é um problema dissociado do tal aquecimento global.
E pra fechar, acho que comandos eletrônicos são interessantes, mas mesmo no futuro, não abriria mão de ter um botão no painel escrito "para entusiastas", em que você desliga tudo do automático e pode curtir o verbo dirigir.
Perfeito Jason.
ResponderExcluirHoje só restaram os apreciadores de auto imóvel, mesmo.
A nossa geração, que tambem gostava de equipar os carros, tinha outra preocupação.
Ao colocar uma novidade, ou equipamento visando a melhorar a performance do carro, a primeira coisa que se fazia era dar uma volta com o carro, testar a inovaçao, extrair o prazer de dirigir, sentindo o "novo" carro.
Hoje, os carros recebem inúmeras modificações a maioria estéticas, mas geralmente impossíveis de rodar pelas ruas, ou indirigíveis.
Em eventos é muito comum os auto imóveis chegarem em caminhões prancha ou até baús.
São os entusiastas ao contrario...
Jason,
ResponderExcluirSensacional seu post.
Cheiro de gasolina é bom e os outros não entendem como.
Certa vez, errei (ou acertei?) na escolha de ingressos para assistir a F1 em Interlagos e acabei ficando no fim da reta, mas na parte baixa da arquibancada, onde o alambrado impede visão em ângulo dos carros que apontam lá embaixo.
Não é que curti adoidado o cheiro de gasolina (que segurmente vinha dos boxes), do cheiro de queimado dos pneus e freios enfim, as sensações entusiásticas não vem só da visão.
É isso aí.
Abraços
Jason, só não gostei do que tu chamaste de tuning.
ResponderExcluirPorque diabos foram deturpar essa palavra que significa, no meio automotivo, modificar um carro visando aumento de performance e não melhoria estética???
Qualquer porcaria de LED pe chamada de tuNNNNing.
Tunning, Xunning, hoje em dia é tudo a mesma porcaria, ou seja, penduricalhos inuteis pelo carro.
ResponderExcluirMelhorar performance chama-se e sempre chamou, PREPARAÇÃO!
O seu relato é a mais pura verdade,vou para o trabalho em um206 e num 207, mas me divirto é quando saio na 147 ano 78, ouvindo o TKR, e me sentindo especial, pois ela não é algo anesteziado,como os autos de hoje a 1a arranha e a ré ,temque ter a manha, enfim algo que os jovens de hoje não ligam para isto.
ResponderExcluirJV,
ResponderExcluirDo cacete! Na mosca. parabéns cara.
O carro antigo deve ser comparado à sua época, tem gente indo no embalo e perdendo o foco.
ResponderExcluirTambém não há nada demais em avanços nos automóveis.
Para tudo isso, peço licensa ao Bob Sharp e indico uma releitura de um de seus posts aqui no Blog:
http://autoentusiastas.blogspot.com/2009/01/o-eletrodomstico-automvel-parte-iv.html
jenebaldo...apocaliptico...nostálgico...afiado....genial!
ResponderExcluirM
Disconcordo Jason!
ResponderExcluirNão sou tão pessimista como você. No Lagoa Olds (encontro de carros antigos toda quarta-feira, na Lagoa, aqui no Rio), por exemplo, a cada semana aparece mais gente jovem, com Rurais, Galaxies, Fuscas, Malibus, Dodginhos, Fiats etc. Meu filho é um exemplo. Apesar de andar de Classe A no dia-a-dia, já teve um Jeep 63, um Fusca 62 e agora está com um Fusca 66, aguardando restauração. E olha que o cara há uns anos atrás dizia que eu "só gostava de carro velho" e adorava carro tunado. Acho que Tunning é só uma moda, que vai passar e os tuneiros atuais vão acabar se voltando para carros antigos, como foi na minha época ou na sua. Não falo da época do Mahar, por aí aí vamos voltar ao tempo das diligências...
Bom dia...
ResponderExcluirEu tenho 28 anos, mas consegui viver o final dessa fase...
Kadett GS, Gol GTI, Gol GTS, Uno 1.6R, Uno Turbo, Tempra Turbo, Escort XR3, Voyage Sport, Fora outros....
Esse ano eu precisei comprar um carro e quase consegui comprar meu sonho de consumo.. Um Uno 1.6 RMpi 1991... Mas as condições de compra não deram para mim então precisei comprar outro carro...
Concordo plenamente com esse post... Acabou o amor pelo carro... Hj são raras exceções... Ou o povo coloca um monte de corneta dentro do carro (parecem vendedores de pamonha) ou coloca rodões que matam todo e qualquer conforto do carro...
Tem tbm os que adoram comprar carros de plástico... Do cereal Sucrilhos.. (Os carros 0Km...)
Mas fazer oq, né? Gosto se lamenta...
Eu ainda consigo ter prazer em meu carro, cuido dele e TUNING JAMAIS...
Que beleza de coluna, Jason!!
ResponderExcluirUm entusiasta autêntico.
Mas sossegue quanto à esterilidade dos novos carros. Enquanto houverem os bons esportivos a chama se manterá acesa. O carro nasceu para o esporte e morrerá no esporte.
Assim como os jovens tomam viagra, não para ter mais prazer, mas para não correr o risco de broxar, os carros seguem os mesmos rumos, feitos para quem não sabe ou não gosta de dirigir. São poucos os que conhecem a sensação de fazer um curva com o carro de lado, e que isso possível mesmo a 70 km/h, sem infringir o código de trânsito, ou que o ponteiro do contagiros chegar perto do vermelho não significa cuidado, mas que você está indo bem. Enfim, prazeres tão carnais quanto o da carne e tão sensoriais quanto um parto, que serão cada vez mais para poucos. E se somos poucos, que sejamos vibrantes, ao menos, assim como esse seu texto. Parabéns amigo!!
ResponderExcluirJV,
ResponderExcluirmaravilha de texto. Conseguiu colocar em poucas e belas frases a situação da maioria dos novos motoristas (ou mautoristas ?).
O entusiasmo e as coleções sempre existirão, o grande lance será lutar por autorizações especiais de circulação com carros velhos e de interesse especial.
Assim poderemos continuar com nossas "tranqueiras" por aí.
Agora, há que se divulgar mais e mais a cultura automotiva, que é grande parte do que fazemos nesse singelo blog.
Obrigado e abraço.
Muito bom o texto apesar que os termos utilizados para os carros de hoje "...homogêneos, assistidos e anestesiados..." parecem soar meio exagerados.
ResponderExcluirHá vinte ou trinta anos não eram tão assistidos, mas também não significavam necessariamente que eram mais divertidos de dirigir, ou alguém consideraria mais fun pilotar um corcel II com direção dura e boba, molejo em excesso em detrimento a um sedan relativamente moderno como um Polo? Claro, os dois podem ser divertidos em suas características, mas são níveis de envolvimento diferentes e muitas vezes subjetivos em relação ao tipo de motorista ao volante.
Cada época tinha suas particularidades, acho meio preconceituoso taxar carros de diferentes época como fazem os não entusiastas com os antigos e os entusiastas (não todos) em relação aos modernos que muitas vezes tem como parcela de culpa saírem da fábrica em cor preta ou prata....
Em relação aos novos motoristas, o autor do post está muito certo, meus parabêns!
Depois desse post tive a certeza que faço parte do resquício dos entusiastas da minha geração. Tenho 23 anos e gosto muito de carros, com interesse especial em motores mais potentes, porém cada vez mais parece ser proibido falar nesse assunto. Muitos dos meus colegas falam em rodas enormes, sons com muitos decibéis e geralmente isso num reles 1.0 e fui criticado por ter escolhido um carro mais potente em vez de um mais novo, veio toda a falácia de manutenção, seguro e tal, mas gosto de dirigir e o faço por prazer por isso não me importa em ter um mico de revenda se ao girar a chave ele responde como desejo.
ResponderExcluirCaros, acho que um dos motivos é que hoje é muito difícil desfrutar um carro. As ruas estão atulhadas deles, em qualquer dia ou horário. Radares, motoqueiros aos milhões, ladrões... muito trabalho, falta de tempo...
ResponderExcluirHoje tem que ser teimoso pra curtir um carro. Eu mesmo já fui mais entusiasta que hoje.
McQueen
Beleza de post!
ResponderExcluirNa verdade o tunning é um tremendo contra-senso... O cara põe turbo, filtro “isportivo”, faz isso ou aquilo no motor e anula todas as alterações que trariam melhoria no desempenho pondo uma pesada “caixa selada” no porta-malas, rodas enormes e pesadas e piora o cx com apetrechos (anti)estéticos, calhas de chuva e aerofólios extravagantes...
Um belo e sensível depoimento! Mas, esperançosamente, torço para que seja uma previsão (pelo menos um pouco) errada.
ResponderExcluirQue venham novas tecnologias, mas que nunca se acabe o entusiasmo.
Sds,
Der Wolff
PS: discordo do depoimento do prezado Cesar Costa; o Mahar é atemporal, como um clássico.
Grande Jason,
ResponderExcluirExcelente, muito bem dito.
Vc permanece o jornalista automotivo em atividade que mais curto ler. Sinto falta de quando nos comunicávamos quase diariamente no antigo grupo...
Um grande abraço.
MAO
Salve Jason,
ResponderExcluirComo você bem o sabe sou seu fã de muito tempo.
Dos tempos do Fusca Clube do Brasil quando você vinha do Rio de Janeiro para participar dos eventos aqui em Sampa!
Em muitas de minhas atividades você participou ativa e pró - ativamente, como em artigos como em meu primeiro livro, fato que fiz questão de deixar registrado nos agradecimentos.
Você é um dos raros exemplos de pessoas que conseguem fazer aquilo que gostam e no seu caso isto se reflete na competência com a qual você desenvolve a sua profissão.
Poucos sabem que você é freguês de carteirinha das bibliotecas do Rio e Janeiro e que já “desenterrou” verdadeiros tesouros automotivos das páginas amareladas de resistas antigas (lembra do artigo sobre Fusca sendo lançado na Alemanha do boletim da Mesbla?). A primeira propaganda da Brasmotor e assim por diante...
Caro Jason, fico muito contente em estar acompanhando esta sua trajetória de sucessos.
Um grande abraço
Alexander Gromow
Grande Jason,bom te ver por aqui, nós de cabelos brancos somos do tempo que trocar o distribuidor do Fusca tampa baixa pelo misto,aumentar 5 pontos o gicle principal e trocar as saídas da descarga por sem miolo tranformavam o pequeno VW num bólido!Depois tínhamos os Passat LS , íamos nos desmanches e comprávamos a carburação dupla e o coletor duplo de descarga do TS para " acordar" o motor 1500 e fomos evoluindo nas afinações...atualmente essa sigla Tunning é igual a "carro palhaço", como diz o Caruso da Auto&Técnica, que tem até hoje a Chevy 55 que eu lhe vendi em 89....Hoje de manhã fiquei acertando 2 carburadores Solex 32 PAITA de uma W111 62 ,manda um mecanico da nova geração tentar fazer isso, fica mais perdido que cego em tiroteio,hahahahaa, não vai demorar muito para escassear a turma que cuida de antigos , não acho que essa renovação será constante,eu pelo menos faço a minha parte,os que se interessam eu passo meu conhecimento " de grátis" ....
ResponderExcluirOi, boa tarde, favor entrar em contato, sei mais sobre o carro do Hélio.
ResponderExcluirAbraços,
Regina Marques
e.mail-reginamarques.itba@yahoo.com.br
Jason, boa tarde!
ResponderExcluirEntre em contato : assunto carro do Hélio.
Abraços,
Regina