Mas depois do JJ postar seus sentimentos mais íntimos a respeito dos carros vermelhos da terra de Pavarotti, e a polêmica que se seguiu, me senti compelido a divagar um pouco sobre o tema.
Quando se fala sobre Ferrari, a primeira coisa que devemos entender é o seu criador, Enzo. Coberto por uma mística e uma cortina de fumaça de santidade inabalável, o homem com o nome Ferrari ainda é uma incógnita para a maioria das pessoas. A história oficial é tão difundida que a maioria das pessoas parece acreditar que o narigudo foi uma espécie de anjo que desceu dos céus apenas para nos brindar com seus incríveis automóveis. Obviamente, o leitor inteligente deve imaginar que a verdade deve estar muito longe disso...
Enzo na verdade era muito parecido com um cartola de futebol. Um Eurico Miranda dos automóveis, um Vicente Matheus da Fórmula 1. Gostava genuinamente da competição, de esportes, de ganhar, de conseguir gente boa para seu time. E era excepcionalmente bom nisso. Para quem acompanha a Fórmula 1, não há como não compreender a dimensão das glórias esportivas da marca.
Mas Enzo era um néscio a respeito da técnica dos automóveis. Não entendia nada sobre o funcionamento deles, na realidade, e por repetidas vezes cunhou frases absurdas que, ditas sem nenhum tom de brincadeira, de comédia, demonstram um profundo desconhecimento sobre o tema. Achava que apenas os motores eram importantes, o resto era frescura, de pneus a freios, passando por aerodinâmica e suspensões.
E como um bom cartola esportivo, seu caráter e suas motivações eram simplesmente o dinheiro e a auto-promoção. Criou um verdadeiro pedestal para si, e nele subiu para nunca mais descer, se achando superior aos meros mortais; usava as pessoas como coisas e desprezava completamente suas contribuições para a construção de sua marca. Era bebedor de lambrusco, flatulento, mas apesar da lábia irresistível, uma pessoa pouquíssimo confiável. Foi um pai ausente para seu único filho legítimo, Dino, mas depois da sua morte criou uma aura de tragédia pessoal para si que apesar de verdadeira, tinha muito de operesco e teatral.
Mas os carros que criou sempre foram fantásticos, ainda que pelo fato de que não foram criados por ele. Principalmente nos anos 50 e 60, onde eram na verdade carros de competição que eram vendidos a playboys endinheirados sedentos pela aura glamorosa das competições de Fórmula 1. Nervosos, irrascíveis e problemáticos, mas estupidamente vocais, velozes e avassaladoramente carismáticos, Ferraris eram irresistíveis.
Mas hoje em dia muito mudou. Ferraris são agora fantásticos tecnicamente, depois que, com a morte do Comendador em 1988, a Fiat finalmente pôde fazer da Ferrari um laboratório, e criar um centro de tecnologia avançada dentro de seus portões que a tornou, finalmente, tão habilidosa na tecnologia automobilística quanto seu arqui-rival de Stuttgat-Zuffenhausen.
Hoje os carros Ferrari praticamente não tem pares no mundo automobilístico. São coisas maravilhosas, onde a técnica apurada e a tecnologia de ponta se juntam ao artesanato industrial e ao desenho italiano de Sergio Pininfarina, para criar um carro ao mesmo tempo assustadoramente potente, vocal e veloz, mas também luxuoso, dócil, climatizado e perfeitamente usável. Motores irresistíveis em carros impecáveis, vestidos em couro belíssimo e alumínio esticado sobre os músculos como uma roupa de nadador moderna.
Mas infelizmente se tornaram mais do que automóveis. Seus preços são assustadoramente altos, e são tratados como se fossem algo sagrado e intocável. Preferidos hoje por jogadores de futebol, pagodeiros e novos ricos espalhafatosos, é inacreditável lembrar que, quando eram carros mais anti-sociais e temperamentais, eram montaria de príncipes e do jet-set internacional. Vai entender...
Mas o fato é que hoje os carros se tornaram tão reverenciados e caros que são impossíveis de se usar de verdade. Viraram um símbolo de status, um objeto de cobiça dos mais tolos, o que tornou-os, por falta de palavras melhores, bregas e cafonas. Eu hoje, mesmo que tivesse dinheiro para tal, não conseguiria nunca comprar um destes carros. Chamam a atenção demais para o dinheiro que se tem, e isto para mim é um exagero, um hábito mais característico para um pavão do que para uma pessoa normal. Fora o fato de que um Corvette ZR1 pode fazer tudo que um Ferrari Enzo faz, por uma fração de seu preço.
Mas tenho que admitir que, ainda assim, tenho um desejo incontrolável, daqueles que chegam a doer fisicamente, por 275 GTB’s e Daytonas... Os Ferraris antigos eram geniais.
Na realidade, sempre gostei mais dos Porsches, que são menos pavão e mais águia. Eficiência exata ao invés de luxúria exagerada. Talvez também pelo fato de que, ao contrário de Enzo, os Porsche e Piëch são uma dinastia de engenheiros, tenha mais empatia pelos alemães. Mas o fato é que, estranhamente, o pessoal aqui do blog parece concordar comigo e também preferir o Porsche. Por que será?
Eu acho que tem a ver um pouco, de novo, com o exagero; quando algo é caro demais, veloz demais, belo demais, famoso demais, um pouco de sua excelência se perde nessa própria fartura.
Como sempre, pode-se encontrar uma maneira melhor de dizer qualquer coisa na obra do bardo de Strattford-upon-Avon. Desta vez, encontrei-o na voz do bom Frei Lourenço, na clássica tragédia de amor “Romeu e Julieta”:
“O mel mais delicioso e mais doce é repugnante por sua própria delícia.”
MAO
parabéns pelo texto, finalmente alguém conseguiu descrever em uma frase o porque os porsche ganham um lugar bem mais especial que as ferrari no meu coração.
ResponderExcluirQuando vejo as F-430 andando pela Faria Lima eu vejo o "pavão", acompanhado por 500ml de silicone e bronzeamento artificial. Mas mesmo assim, há algo que mexe em mim quando vejo uma F-40 que não se compara com Enzo ou Veyron...
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizar pelos excelentes
ResponderExcluirtextos publicados no blog, principalmente pelas dicas mecânicas que realmente são de um profissional que sabe o que está falando e escrevendo, coisa rara de se achar principalmente na internet e até fora dela!Fui mecânico diesel durante doze anos e espero em breve poder montar minha humilde oficina.
Achei o blog através de outro blog no início desta semana e estava esperando um assunto para poder deixar minha satisfação e também fazer um comentário interessante que surgisse e eis que surgiu um assunto que na minha opinião tenho que concordar com todos vocês, até por que pelo que já li do blog, tenho a sensação de que as minhas opiniões batem e muito com a de vocês.
Quando o assunto Ferrari surge,me parece que estamos em outro mundo, como se não existisse nada igual ou superior.Mas para que gosta(prefiro me enquadrar aqui) ou conhece um pouco de automóvel sabe que existem coisas infinitamente mais exclusivas e se não poder dizer melhores que um Ferrari por um preço que nâo vamos dizer também ser uma pechicha mas camarada e não extorcivo. O caso do VETTE ZR-1 demonstra claramente essa possibilidade e creio que o caso mais recente seja do Nissa GT-R que por muito menos consegue se sobre sair muito bem diante de seus rivais mais esportivos dentro de uma pista.
Como disse o Marco Antõnio, me simpatizo mais pelas Ferraris antigas que teêm formas mais originais e não um carro como outro qualquer(desculpa se alguém não gostou).
Um fato que já noto há alguns anos e o súbito sucesso da Ferrari aqui no Brasil, isso a cerca de uns dez doza ou treze anos, em que ela começou a vencer e ganhar títulos na fórmula 1,não sei se isso tem a ver, mas creio que tenha influência, até porque a fórmula 1 além de laboratório serve de vitrine e marketing para as montadoras. Bem, o fato e que como diz o meu pai(eu não tenho dinheiro nem pra comprar a roda de um destes carros), mas será que se tivesse deixaria de comprar um Aston, TVR,Viper, Ford GT e muitas outra opções interessantes em que quando eu saisse as ruas todos talves diriam "que carro e esse, que diferente que cor bacana".
Abraço a todos e sucesso!
MAO, tú é BÃO, cabra! Quando eu crescer, vou querer escrever bem igual a voce!
ResponderExcluirO meu preferido é o 250 GTO.
ResponderExcluirEstão de parabéns o Shelby, com seu jeito grosseirão, e a Ford com seus Cobra Daytona e GT40 por conseguirem quebrar a aura de divindade que recaía sobre o Enzo.
Posso ser injusto com as maravilhosas e caras ruivas de Maranello... Mas elas, para mim, não passam de objetos de grande valor. Muito melhores do que qualquer transportador de pessoas, obviamente, mas sem um "Q" que desperte em mim a "paixão entusiástica".
ResponderExcluirNem comentarei sobre a questão dos novos ricos e elas, pois concordo em gênero, número e grau.
Mas discordo sobre o Vette.
Um veículo cheio de predicados, claro, mas americano demais ao meu ver. Nem Stang (E olha que tenho uma queda pelo blue oval), nem muitos Mopar. Dos americanos gosto da brutalidade dos motores. Da insistencia inabalável de tornar um produto de concepção velha, com desempenho atual (Ai ai ai... Vou apanhar do AG!).Só.
Há algo nos estadunidenses que eu gosto. Eles são teimosos. E nesta teimosia, eles reinventam o tal Small Block em todo o lançamento e tiram resultados cada vez mais expressivos, concordo. Mas a questão dos chassis e suspensão, são outros quinhentos. Pouco inovam ou inovam o necessário para continuarem competitivos. E por todas reportagens que acompenho, descartando as tendenciosas, os americanos acabam perdendo no quesito conjunto. Esta é minha frustração com veículos americanos.
Se eu tivesse que escolher um carro da estirpe das ruivas de Maranello, de certo ficaria com algo como os touros brabos ou algum alemão modificado pela preparadora "da casa". Igualmente caros, porém potentes, com um conjunto para tocadas arrepiantes e comportamento civilizado quando necessário.
Sons como RUF, Alpina, Brabus, AMG, Oëtinger, entre outras estão na minha wishlist antes dos Stangs, Vettes e Chargers.
MAO
ResponderExcluirSinceramente, esse papo de desmerecer os Ferrari só o desmerecem.
Veja só um exemplo: eu gosto de cavalos. Gosto de qualquer cavalo, tanto fazendo a raça. Um Mangalarga é bom pra passeio e cavalgadas e um Árabe é bom pra enduro e um Quarter Horse é bom pra apartação. Cada um na sua, mas eu amo todos. O mesmo com cachorro, de um chiuaua a um pit-bull. Não é porque uma dondoca fresca gosta de chuiauau e um idiota bruto gosta de pit-bull que eu vou desgostar do bicho.
Então, trate de gostar de todos os carros e diga só que prefere tal carro para tal coisa e boa. Esse é o verdadeiro espírito de entusiasta, seja lá entusiasmado por que coisa for.
Po, Ferrari é maneira e tal, eu curto. Mas tb prefiro os Porsche (RUF/Gemballa/Techart então, nem se fala)...Sei lá, parece que as Ferrari são "ornamentais", tamanho o misticismo ao redor da marca.
ResponderExcluirOs Porsches, apesar de também terem seu valor histórico, não são tão "espalhafatosos" em relação a isso, e é o que me agrada =)
Como o próprio MAO diz no texto do Best Cars sobre o Porsche 959 (brilhante, devo acrescentar), "...enquanto um F40 é um brinquedo para levar às pistas num fim-de-semana de sol, com sua pintura vermelha brilhando, o 959 foi feito para esperar pacientemente seu dono durante a noite, estacionado ao relento, com a sujeira de um dia inteiro andando acima de 250 km/h ainda impressa em sua carroceria."
Tudo o que voce falou é que torna a Ferrari especial.
ResponderExcluir"Achava que apenas os motores eram importantes, o resto era frescura"
"estupidamente vocais"
Além do que sao belíssimas.
Porém de um tempo pra cá, a ferrari perdeu a graça.
seus carros não são mais apaixonantes como eram antigamente.
Quando ficaram "dóceis" perderam o charme.
MAO
ResponderExcluirTarde deste sábado. Estou guiando a tranquilos 90 Km/h, com a Anna Clara no banco de trás, quando de repente avistamos uma F430 parada no acostamento.
Fiquei indiferente. A menina de oito anos não: pulou do banco e começou a gritar "olha pai, olha pai, que carro lindo, todo vermelho!!! Pai, que carro é esse???"
Falei com calma que era "só uma Ferrari", com toda a cautela necessária para que minha filha um dia não faça parte da plebe rude que enaltece qualquer coisa vermelha que reluz.
Em vão: alguns minutos depois a F430 passa, reduzindo a velocidade diante de um radar para depois engatar uma marcha... duas marchas inferiores... varou os 9000 rpm e sumiu no horizonte.
Desta vez não foi apenas a cor vermelha que fez a menina pular no banco traseiro, mas sim o som do V8 italiano a plenos pulmões. Os olhos da menina brilham, extasiada com aquele disco voador vermelho que tinha acabado de passar por nós.
Veja bem, é uma menina de 8 anos, que não se liga em carros e cujo universo de entretenimento se resume a "High School Musical" e "Jonas Brothers". Não faz idéia de quem foi Enzo Ferrari, nem mesmo sabia o que o nome representava.
Logo que chegou em casa a primeira coisa que falou foi "Mãe, nós vimos uma Ferrari na estrada... Você tinha que ouvir o barulho do motor mãe, fazia VAAAUUUUUMMMMMMMM...."
A inocência daquela menina presenciou alguém usando uma Ferrari de verdade. Agora o nome, a cor e até o som do carro está irremediavelmente impregnado no subconsciente dessa criança. E não há nada que eu possa fazer a respeito.
Graças a Deus.
FB
FB
ResponderExcluirSeu texto me fez arrepiar, me lembrei imediatamente de meu filho chegando em casa e gritando que tinha uma Ferrari estacionada em uma loja perto de minha caa. Na hora me fez ir la com ele, e conseguiu sentar no banco, sob o sorriso cumplice do vendedor, fechou a porta e se imaginou acelerando. Tinha nove anos. Tudo bem que sou apaixonado por tudo que tenha um motor e rodas. mas nunca mais me esqueci daquela imagem.
Este ano, voltei a ser um menino de nove anos, desci em Maranello, e consegui dirigir uma 360, uma 430 e um lambo. Nao consegui que meu filho fosse comigo, coisas da vida. Daqui a dois anos espero fazer o mesmo com 911,s em Stutgard, com ele.
Compre uma pequena ferrari e de para sua filha de presente.
vocal? talvez oo antigos.sou muito mais um v8 (varetado) americano nesse quesito
ResponderExcluirAlguém consegue me explicar como a Ferrari consegue fazer aquele ronco "vocal" que não é alto, mas ecoa por quarteirões?
ResponderExcluirA danada pode estar a 1km de distância que você escuta o ronco dela, mas não ensurdece quando você está de pé ao lado dela. Como?
AK,
ResponderExcluirEu não desmereci a Ferrari. Só coloquei alguns fatos sobre o criador, e dei minha opinião pessoal sobre elas, que está longe de ser desrespeitosa:
"Hoje os carros Ferrari praticamente não tem pares no mundo automotivo. São coisas maravilhosas, onde a técnica apurada e a tecnologia de ponta se juntam ao artesanato industrial e ao desenho italiano de Sergio Pininfarina, para criar um carro ao mesmo tempo assustadoramente potente, vocal e veloz, mas também luxuoso, dócil, climatizado e perfeitamente usável. Motores irresistíveis em carros impecáveis, vestidos em couro belíssimo e alumínio esticado sobre os músculos como uma roupa de nadador moderna."
Pessoalmente, fico com Porsches, mas não desmereço elas não, bicho!
MAO
Esportivos
ResponderExcluirBoa sugestão! Mas junto com a miniatura da F430 vou dar mais duas, uma do Porsche 911 e outra da BMW M3, que é pra ela já ir sacando que os teutônicos é que comandam!
FB
MAO
ResponderExcluirO comentário do FB diz tudo. No comentário dele a entusiasmada filhota encantou-se com um Ferrari, mas também poderia ser um Lamborghini, um Carrera GT ou um outro "disco voador" qualquer. Isso é o que importa.
Veja só, neste momento estou usando um relógio Rolex. Por isso sou um yuppie babaca? Esse Rolex tenho desde os 13 anos (ganhei do meu avô), portanto, faz 40 anos que o uso, nunca o mandei ao relojoeiro (só uma limpeza interna) e nunca lhe dei maiores cuidados, sempre o ralei, sempre o imaginei como sendo um relógio de piloto de avião e/ou de velejador ou explorador. Agora, sei bem que ele serve de muleta para os tontos. Azar o deles. Não vou deixar que eles "estraguem" o meu relógio.
Com Ferrari dá no mesmo.
Quanto ao Enzo, não concordo com o resumo que fez de sua vida. Uma simplificação. Ele chutava a bunda dos que queriam seus carros para obter status. Ele gostava dos verdadeiros entusiastas. Ele gostaria do nosso blog, tenho certeza.
Curta todos os bons carros. Desencane de "preferências".
Open your mynd.
O verdadeiro "formador de opinião", como você, que entende pacas e que escreve muito bem, não pode ter preferências, não pode ser tendencioso, senão perde credibilidade.
Quando comecei a escrever sobre carros já cometi esse erro e não quero que vc faça o mesmo. Vc não merece.
MAO,
ResponderExcluirParafraseando o que você mesmo diz: a Ferrari morreu quando o último F40 deixou a casa de Maranello, em 1991. Houve ainda o 348 depois do F40, mas já havia uma certa eletrônica exagerada a bordo.
Os Ferraris do modelo F355 em diante, qualquer um endinheirado pode dirigi-lo, pensando ser um verdadeiro ás ao volante... São modelos que causam grande emoção ao volante, mas nada de saídas de traseira temperamentais ao exagerar na pressão do pedal direito. Facilitaram demais a vida do motorista.
Marlos,
O modelo 250 GTO é O Ferrari. Exclusivíssimas, apenas 39 daquelas jóias deixaram a fábrica, com seus 12 cilindros muito bem alimentados por meia dúzia de Weber duplos, aptos a uma sinfonia avassaladora pelo escape...
Marco Antonio,
ResponderExcluirbela descrição da marca, gostei.
Agora, 275 GTB é meio gorda, esquisita, mas entendo sua preferência, também gosto de uns carros desproporcionais.
Peraí, o Hemingway batia em mulher, era espião russo - fracassado - invejoso, social climber, logo os textos dele eram umas porcarias? O que o Enzo tem a ver com a qualidade dos carros que a Ferrari produz? Claro, vc tem todo o direito de achar isso,
ResponderExcluireu de não concordar, mas no fim das contas essa discussão é porque a gente gosta de carro, o resto é bobagem. abraços, fred
AG,
ResponderExcluirValeu!
MAO
AK,
ResponderExcluirEngraçado, eu pensei que falar sempre o que penso, sem interesse, depunha a favor da minha credibilidade, não contra...
Qual é o problema de achar os Ferraris exagerados? É só minha opinião, ué... E se parar de emitir opinião, vou escrever porque?
Agora sobre a história do velho, bem, é o resumo que foi parar na minha cachola, vindo de uma meia dúzia de livros.
MAO
Fred,
ResponderExcluirHemmingway é conhecido de todos; nunca mostrou outra face que não a sua verdadeira.
Mas concordo que o caráter de Enzo não é impedimento para os carros serem fantásticos, e tenho certeza que disse isso no texto.
MAO
Arnaldo,
ResponderExcluirNão que seja uma boa referência, mas aquele inglês ignorante, mandão e sei lá mais o que do Jeremy Clarkson menospreza com fervura todo e qualquer veículo que tenha motor atrás do eixo traseiro e deixa explícito isso. Porsches, tirando os de motor central e dianteiro, ele abomina. Não importa quão 911 ele seja, o showmen menospreza-o.
E o ... está lá, falando um monte de besteiras pro mundo inteiro, meio que impondo algumas coisas, comandando aquele riality xôu do top gear e ganhando uma grana preta da BBC londrina.
Posso não gostar do JC em sí, mas gosto da sinceridade dele.
A NUtícia tem que ser nua e crua.
Se não, estaremos com algumas publicações nacionais estão, dizendo maravilhas das nossas carroças 1.nada, sem reportar eventuais defeitos da desgraça automotiva.
Apesar de eu estar me MOENDO E REMOENDO internamente com as palavras do Marco Antonio, pois sou italiano e as Ferraris estão no meu sangue, concordo com o ponto de vista e com as predileções do mesmo.
Fazer bonito só pra inglês ver, é ruim...
JJ,
ResponderExcluirTalvez seja fruto daquele kit revell grandão que montei lá por 1984...
MAO
Eu acho estranho uma pessoa não gostar da Ferrari.
ResponderExcluirNenhuma marca de carros tem o histórico esportivo que ela tem . Nunca fabricou SUVs pra ganhar dinheiro. Não fabrica o mesmo modelo há décadas porque dá lucro.
Nenhuma marca resume com tanta perfeição a paixão humana por máquinas. A cor, as formas, o ronco, a velocidade, as lendas que a pilotaram.
Mas nem Shakespeare foi unanimidade, não é mesmo?
McQueen
Anônimo,
ResponderExcluirQuem analisa não pode ser tendencioso, nem pra falar bem nem pra falar mal.
Quanto ao JC, ele escorrega. Experimente o Tiff Needle. Esse sim é bom piloto e apresentador.
Mais um post fantástico e muito bem escrito, e com comentários melhores ainda...
ResponderExcluirRealmente Ferraris são carros maravilhosos e a sua única culpa seria atrair gente com mais (muito mais) dinheiro do que a gente - entusiastas apaixonados - que em tese não as saberiam utilizar como se devem ou apenas a usam como vitrine de status.
Ora, mas isso não é uma verdadeira culpa, eu mesmo com certeza sem um extenso programa de pilotagem não conseguiria cutucar os limites de uma rossa com o aparato eletrônico desligado...e me considero um entusiasta, mas sem o ranço de pensar que dirigo muito mais que os outros (algo nunca sinalizado neste excelente espaço). O simples fato de poder dirigir forte uma já seria um verdadeiro privilégio, como também seria pode guiar um legítimo 911, pois ambos são instrumentos comprovados de eficiência e prazer ao volante.
Como gosto tanto e de praticamente todos os carros que minha modesta cultura conhece, não faço grandes preferências, todos têm algo de bom a te dar no limite das suas possibilidades, que bom!
McQueen
ResponderExcluir"Nenhuma marca de carros tem o histórico esportivo que ela tem . Nunca fabricou SUVs pra ganhar dinheiro. Não fabrica o mesmo modelo há décadas porque dá lucro."
Boa parte do histórico esportivo da Ferrari se deve à cartolagem de Enzo. E convenhamos, essa história é mais suja que pau de galinheiro.
A Porsche fabrica SUVs para ganhar dinheiro, pois não tem por trás dela uma empresa poderosa como a FIAT e muito menos uma indústria de merchandising patrocinada pela tifosi. Sim, existe a Porsche Design, que fabrica os famosos óculos, mas é totalmente independente.
Antes de criticar o SUV Porsche é preciso entender duas coisas: primeiro que a Porsche é uma grande empresa de consultoria que vende tecnologia para "N" outras empresas e não está vinculada apenas a automóveis esportivos; e segundo, a Porsche sempre quis produzir um bicho de 4 portas com motor dianteiro na forma de um sedan, mas não é ela que dita as normas do mercado.
O Cayenne é, portanto, um Panamera adequado ao gosto do freguês.
Quanto ao "mesmo modelo", a Porsche tentou, inúmeras vezes, matar este modelo. Tentou inúmeras configurações diferentes nos 928, 924, 944, 968, enfim, tentou de tudo quanto é jeito criar algo novo, mas foi justamente o mercado que ditou as regras e disse que iria continuar comprando "o mesmo modelo".
A Porsche funciona como um bom profissional: não pensa só no dinheiro, pensa no que o mercado exige dele. De nada adianta eu me tornar um afinador especializado em Stradivarius se o mercado não exige isso.
FB
Ótimo texto, como sempre.
ResponderExcluirEstou rindo desde ontem com essa história de pavão.
A maioria das pessoas que compra um carro da marca tem um sério problema de auto-estima porque precisa ser notada na rua.
AK
Pra mim um blog sempre serviu pra escrever opiniões pessoais...
458 Italia...
ResponderExcluirPela frase que foi escrita " Os motores, nada de freios, suspencao etc e sim os motores".
So por curiosidade resolvi verificar quais os motores projetados e construidos por Enzo, Abri " Ferrari all the cars de Leonardo Acerbi" e fui contar os cilindros.
Apenas das GT's. Tirei os F1 e Sports.
De 1947 a 1972, V12 60 graus. Mudou em 1973 com um Boxer 12 a 180 graus.
A Ferrari V8 iniciou em 1975 com a 308 GTB.
Antes, como podem observar, nenhum motor abaixo de 12 cilindros estava usando o nome Ferrari, e sim Dino, seja o V6 ou mesmo o V8.
Bom, mas o velho, nos carros Sport e Formulas, tinha 4, 6, 8, 12 de tudo quanto e maneira, 60, 65, 90, 120, 180, quatro em linha, seis em linha etc...etc..
Mas nos carros de rua ele nao estava nem ai. Punha um V12 60 e pronto.
Imagine as brigas com o filho Dino....
Viva Dino e Ferry.
Alguem poderia contar a historia dos filhos, Edsel, Dino e Ferry? Seria bem interessante.
Bitu,
ResponderExcluirMinha mais velha, com quase 10 anos, sabe reconhecer as 360 de longe.
Mas odeia elas. Sabe por que?
Quando morei no interior do RJ, meu vizinho de condomínio, secretário de algo no governo do estado, era um idiota que dava festas de embalo e depois ficava rodando com ela dentro do condomínio com seus amigos bebados e inúteis. No meio da semana. Ninguém dormia em casa. O barulho que todos gostam no carro se tornou uma coisa desagradável para os ouvidos dela, e do resto da família.
No prédio onde moro hoje tem uma 360 também. E o dono insiste em revelar os dotes vocais do V8 sempre, enquanto o segundo portão não abre.
Aí eu me lembro que faz seis meses que esse sujeito não paga o condomínio.
Minha filha tem outra imagem de Ferraris, e não há nada que eu possa fazer sobre isso.
Infelizmente. Porque, como disse e nem todo mundo entendeu, eu acho elas geniais apesar dos donos idiotas e do Enzo flatulento. São apenas um pouco chamativas demais para o meu gosto, mas geniais de qquer forma.
MAO
Anonimo,
ResponderExcluirQue bom que vc entendeu.
Eu também fico me remoendo quando o Clarkson fala mal das 911 e das Corvettes, por exemplo. Mas não deixo de assistí-lo por causa disso.
"Toda unanimidade é burra" - Nelson Rodrigues
MAO
MAO,
ResponderExcluiré, triste situação essa, que permite que coitados com dinheiro comprem Ferraris, e espalhem essa imagem desagradável de um carro legal. Dizem que há uma lista para poder comprar um Ferrari novo, mas pelo jeito, as usadas.... ou a lista é bem italiana: quanto mais papo e sorrisos, mais categorizado fica o comprador. Sei lá, pouco interessa, pois não compraria mesmo.
MAO você é bom demais em escrever sobre carros! Já estou até cansado de repetir isso, mas é a verdade.
ResponderExcluirGrechejr,
ResponderExcluirMark Twain dizia:
"I can live two whole months on a compliment alone"
Eu sinto exatamente o mesmo.
Meus sinceros agradecimentos a vc e a todos os outros leitores que reservam algum tempo para ler o que escrevo.Não é muito, mas vem do coração mesmo, sinceramente.
Aproveito essa oportunidade para agradecer a todos os leitores que tem me elogiado, e que por absoluta falta de tempo para redigir uma resposta a altura dos elogios, não tenha respondido.
Não se canse de falar essas coisas não, que eu não me canso de escrever.
Grato,
MAO
Ferrari é e sempre será o maior símbolo de carros-esporte do mundo , gostem vocês ou não . Se pagam o que pagam num Ferrari , isso não é problema meu . Como entusiasta e admirador desse mundo fascinante me interessam a história , as vitórias a excelencia técnica e o desempenho , e Ferrari tem tudo isso (talvez não isoladamente) mais do que qualquer outra insignia do mundo automotivo .
ResponderExcluirSe pagassem num Porsche o que pagam num Ferrari , talvez Stuttgart não tivesse que fabricar um perua familiar para ser viável comercialmente .
Sinceramente não entendo esse deespeito dos amantes de carros alemães por Maranello . Mitos como o 911 não precisam disso .
A Paz .
E só para completar meu raciocínio , a tal perua familiar da Porsche tem grande apelo entre os jogadores de futebol , pagodeiros e "wannabes" em geral . Vejo mais deles 'pilotando' este exemplar do que Ferraris .
ResponderExcluirMAO , até entendo a conotação que você quer dar com seu texto . Porém é inaceitável fazer juízo de valor a respeito da marca e seus exemplares por causa disso . Se querem pagar mais para ter um Ferrari , qual o problema ? Qual o demérito ? Ninguém torna-se famoso à toa .
A Paz .
De fato, o fanfarrão do Enzo Ferrari nunca foi, e nunca será um exemplo de pessoa.
ResponderExcluirA ÚNICA qualidade que ele tinha era: contratava gente boa para a scuderia.
Um piloto medíocre, um gerente tirano. Sofreu tanto para dar o "troco" na Alfa Romeo e nos fascistas, que o sucesso lhe subiu à cabeça. Enzo Ferrari sempre foi um mau perdedor.
Alguns acham que Ferrari são carros divinos, e vemos por aí elas pegando fogo, batendo em árvores e postes... É gente esnobe que gosta de aparecer. E que não tem competência alguma para guiar um carro potente de tração traseira.
Eu, honestamente, compraria uma 308 GTB (255 cv), porque é antiga, porque não custa os olhos da cara, e, os artigos que eu já li sobre ela, não foram escritos por ferraristas loucos e fanáticos (estes falavam mesmo como era o carro, "revisões caras, de intervalos curtos e de preço absurdo" e elogiavam certos aspectos também).
Estes parecem ser gente boa - e me parecem ser pessoas bem racionais.
Os típicos entusiastas, que sabem ver prós e contras dos automóveis.