google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): muscle cars
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Uma visão especial mesmo nos Estados Unidos

Motor de 383 polegadas cúbicas, bloco grande, um monstro. Freios a tambor, sem servoassistência, assustador. Direção não assistida também. Força no braço!
Calafrios na espinha. Assim eu me senti ao dirigir pela primeira vez um histórico pony car em solo pátrio, os Estados Unidos da América, ou apenas América, como eles dizem lá.
Meu amigo desde a faculdade, Fábio, já conhecido no AE por outras montarias mecânicas que tem ou teve (veja links no final), emigrou para os Estados Unidos e está lá trabalhando, vivendo melhor e mais barato. Eliminou de seu cotidiano a possibilidade de ser assaltado em cada esquina, além de não mais pagar três vezes o valor justo de um produto qualquer. Exceto bananas, talvez.
Como parte dos planos era ter o privilégio de comprar um carro histórico por lá, tratou logo de escolher um Mopar, para completar a trinca das Big Three, as antigas marcas que dominavam isoladas o mercado americano. Ele já tem um Chevrolet Camaro e um Ford Mustang. Por obra desses três fabulosos fabricantes e legiões enormes de fãs das três marcas, os três modelos ainda existem, sendo que o único que nunca deixou de ser produzido foi o Mustang. Falaremos em breve deste, pois é o carro de uso diário do Fábio.



Se por um lado estou trabalhando feito um camelo, apesar dos camelos não reclamarem, decidi que a preguiça não vai me impedir de aproveitar algumas oportunidades para eu fazer o que mais gosto: pegar um carro (de preferência bacana) e sair em viagem meio sem destino, descobrindo o mundo, carregando minha câmera. Idealmente sozinho, mas se a companhia estiver disposta a não me atrapalhar ou tiver predisposição acrescentar algo nessa experiência, também é bem-vinda — o primo AK é um exemplo de parceiro bom pra isso, estar com ele é sempre uma troca. Se for para reclamar ou não entrar em sintonia completa, prefiro que se manque. 

Acabei de pensar que meu prazer estaria uma combinação de entusiasta com fotógrafo da National Geographic. Um bom plano B para minha aposentadoria. 

Então, caiu no meu colo uma viagem para Los Angeles, dois dias e meio com programação intensa e sem tempo para nada além de fazer reuniões e relatórios. Isso vindo de duas semanas insanas e sem tempo para sonhar ou preparar essa viagem com mais calma. 




Há alguns dias, comprei uma miniatura da marca Hot Wheels do Pontiac GTO 1964. Difícil de encontrar, bem pintado, pesado, lindo. Um golpe de sorte realmente. Começou então, a fase de pesquisa sobre o carro, e a admiração pelo modelinho, com a certeza de que esse é mesmo de um carro especial.

O GTO é um carro com história importantíssima. Mais que isso, ele fez história, ao ser facilmente citado como o primeiro dos carros musculosos, aqueles que eram definidos por serem os menores de uma linha de produtos, com o motor mais potente disponível.

Apesar de existirem controvérsias, pois houveram antes outros carros com essa fórmula,  o GTO está na história do automóvel como sendo o muscle car  mais conhecido como sendo “o primeiro”, muito provavelmente pela grande divulgação que ocorreu, tanto pela GM, quanto pelas pessoas que tiveram o privilégio de nele andar.

Nasceu de um Pontiac Tempest com um pacote de opções para usar o mais potente motor da linha GM que poderia nele ser montado, o V-8 com 389 polegadas cúbicas, ou 6,4 litros. Gerava 329 cv a 4.800 rpm, alimentado por um carburador de quatro corpos, que todos conhecemos por quadrijet, mais conhecido dos americanos como four-barrel ou, abreviadamente, 4-bbl.


No final de semana passado realizou-se o VII Mopar Nationals, um evento praticamente religioso, organizado pelo Chryler Clube do Brasil. Reúnem-se adoradores dos carros da Chrysler, chamados genericamente por Mopar, a marca utilizada pela empresa para as peças e acessórios originais (acrônimo de Motor Parts).


Continuando com as fotos de Old Town aí está a terceira parte. Começando com mais um hot rod, outro Ford 35 ou por aí. Interessante a abordagem bem mais comportada que o 35 do post anterior. Acho que o simples, mas bem feito, sempre tem espaço para ser admirado.



Mais um Ford hot rod que estava chegando ao encontro seguido por um Mercury Cyclone com sua mira na grade dianteira. Pelo estado do pneu traseiro desse hot fiquei imginando as arrancadas que ele faz.



Esse Cyclone é 1970, um quarentão, como o que esteve em Lindoia em abril desse ano. Derivado do Ford Torino, esse azul da foto é uma versão Spoiler, o mais esportivo da linha, e tem um motorzinho V-8 429 (7,0-litros!).



Aí vai a segunda parte das fotos do encontro em Old Town. Dois hot rod dos mais bacanas que lembram alguns dos meus Hotwheels. Difícil dizer qual desses Fords eu prefiro. Quando vi o segundo de traseira, com o eixão aparecendo, lembrei do Alexandre Mr.V8 Garcia.

Ford 35 "all steel", com carroceria de chapa


Ford 2 KQQL 32 - Too Cool 32


As peruas são sempre bacanas. Aqui uma outra Chevy vermelhona. Mas ainda fico com a Nova do post anterior.



Quem gostou do Chevelle prata do post anterior vai adorar esse outro verde, também impecável. Ao ampliar a primeira foto dá para ver dois pequenos autoentusiastas no banco traseiro.




Já que falei do Chevelle prata, mais uma foto dele, sendo admirado por outros três autoentusiastas.




Ainda falando em GM, uma curiosa e bacana Blazer K5, bisavó da Blazer fabricada por aqui. Essa K5 da década de 1970 tem o teto removível de fábrica. Deve ter a rigidez torcional de um pão de cachorro-quente!

Chevy Blazer K5, "Way 2 Cool"


Mais um Chevy que tenho certeza que todos vão gostar: um Impala preto, meio bandido.  O que seria do mundo sem esses Chevys? Repare na perua azul ao fundo, que ficou para a próxima parte.




E para fechar a parte 2, voltando a Ford, um Mustang hardtop com algo grande, bravo e barulhento sob o capô.


Amanhã tem mais!

Nota: todas as fotos estão numa definção mais alta para serem usadas como papel de parede.

Veja também a parte 1 e a parte 3.

PK
Conforme prometido, aí vão as fotos do encontro em Old Town.

O carro customizado que mais chamou a atenção foi esse Lincoln Zephyr com teto rebaixado. Longo e liso com rodas maciças e um motor V-8. 

Lincoln Zephyr V-8! Os originais eram V-12.

A maioria dos carros customizados e dos hot rods eram muito bem-feitos e acabados com pinturas impecáveis.

Ford 32 muito bem-feito e acabado.

Ford 48 simples mas simpático.


Os primos Dodge Challenger e Plymouth Barracuda lado a lado, (abaixo), bonitos de se ver. Quando vi esses carros impecáveis lembrei imediatamente do pessoal do Chrysler Clube do Brasil, em especial do Caccuri.


Tudo começou graças ao John Zachary De Lorean, que resolveu enfiar um V-8 de 6,4 litros no cofre de um Pontiac Tempest. De quebra colacaram um emblema GTO. Assim nasceu o primeiro muscle car.

Pontiac Tempest GTO 1964
Um dos carros que mais gostei foi esse Chevy Nova basicona apenas com a suspensão rebaixada e as rodas cromadas. Simples e direta.


Super Sport, superesporte! Os SS da Chevrolet nos Estados Unidos são assim, diferentes dos SS daqui. Abaixo um Nova e um Chevelle de cair o queixo.


Amanhã tem mais.

Nota: todas as fotos estão numa definção mais alta para serem usadas como papel de parede.

Veja também a parte 2 e a parte 3.
Um dos momentos autoentusiasta durante minhas férias foi em Kissimmee, bem próximo a Orlando, na Flórida, Estados Unidos, onde aos sábados acontece um encontro de carros antigos.

Old Town é uma espécie de centro de diversões, com brinquedos e atrações para crianças (montanha russa, minikart etc.) e uma alameda com lojinhas de bugigangas. Já aviso: é um não muito atraente, apesar do ambiente familiar e seguro, pois é bem diferente dos parques da Disney e shopping centers que as mulheres e crianças gostam tanto.

É numa rua fechada paralela a essa alameda onde acontece o encontro. A grande maioria dos carros são muscle cars, hot rods e carros customizados. Os carrros começam a chegar por volta das quatro horas da tarde e entre sete e oito horas da noite eles fazem um desfile na alameda onde ficam as lojas. É nessa hora que podemos ouvir uma sinfonia de V-8s "borbulhando". Até a hora do desfile os donos dos carros e suas famílias ficam sentados próximos aos seus brinquedões curtindo um bom papo com os amigos também apaixonados.

Durante esse passeio pensei muito nos autoentusiastas e lembrei de vários amigos e leitores que com certeza adorariam estar lá. Então, além das fotos, que vou postar depois, decidi fazer um vídeo para mostrar a atmosfera do lugar. Sei que muitos leitores gostam de vídeos. Tive que dividí-lo em 3 parte para que não ficasse muito longo e pesado. Eles estão bem amadores (prometo melhoras no futuro), mas ao menos servem para dar uma ideia geral do encontro. Espero que gostem.

PK






“Hoje, um Hemi `Cuda conversível 1970 vale literalmente milhões, mas numa manhã fria de outono em 1970, era apenas mais um carro novo vazando fluido de transmissão por toda a pista de arrancada.”

Todo mundo conhece os muscle-cars americanos dos anos 60. Mas na verdade, vistos dos olhos de hoje, poucos conseguem diferenciá-los de maneira correta. Na cabeça de todos nós existe uma imagem meio coletiva: grandes barcas de acabamento simples, com enormes motores, potência descomunal, e não muito além disso.

Mesmo os estudiosos, aqueles que chegam a declamar com proficiência datas, motores, carburação, opcionais e quantidades produzidas, em grande parte os julgam pelo motor e performance, e as vezes aparência. Pouca gente explica realmente como eram em seu próprio tempo, sem as lentes róseas e acolhedoras do tempo.

Mas meu amigo Egan resolveu este problema, me trazendo de sua última viagem a Califórnia este livro acima como presente de aniversário (thanks again, old friend!). A frase acima é tirada de sua contra-capa, e resume todo o espírito da coisa.

O livro é escrito por John Oldham, um jornalista automotivo de Nova Iorque que viveu a época de ouro desse gênero em primeiríssima mão: testou todos eles. Além disso, Oldham era parte ativa da cena de corridas de rua em sua terra natal, movimento que era o real combustível da febre dos Muscle cars.

O livro é simplesmente sensacional. Sem preconceitos ou pós conceitos a não ser sua declarada paixão por Pontiacs, Oldham nos conta tudo: de como um 440 six Pack era mais respeitado que um Hemi nas ruas, até como era o acabamento interno e o comportamento em curvas, passando pela qualidade de construção de todos estes monstros sagrados. Conheço alguns amigos meus que ficarão ofendidíssimos com várias passagens, mas minha impressão é que este livro tem o peso da verdade. Algumas coisas não gostamos de ouvir, mas precisam ser ditas.

No livro são contadas as histórias dos testes de 20 carros no total, e a lista parece um sonho, vista de hoje: vai do Pontiac Catalina Super Duty de 1962 até o Trans Am 455 de 1976, passando por todos os monstros sagrados do gênero, entre eles Mustang Boss 429, Camaro Baldwin-Motion 427, sem contar vários Mopar Hemi e 440.Para mim é uma obra definitiva, que me fez entender completamente todos estes carros e sua época, mesmo depois de uma vida inteira de estudo. Como já disse, este livro tem cheiro de verdade nua e crua em toda página.


E é leve e engraçado, também, nos levando a uma época em que todos, indústria e imprensa, se levavam menos a sério, e não tinham medo de se divertir, ou de falar o que viesse na telha. Ao ler hoje, em nosso mundo politicamente correto, parece coisa de outro planeta, e não apenas de outra época.

Uma leitura indispensável para quem gosta de carro, e não somente aos devotos do gênero. Aconselho que visitem imediatamente uma livraria virtual de sua preferência, e comprem suas cópias. Garanto que não se arrependerão.

MAO
Muitos anos atrás, na primeira vez em que visitei a Flórida, o Juvenal Jorge me deu uma dica autoentusiasta que vale até hoje.

Em Kissimmee, uma cidade (mais parece um bairro) colada em Orlando, tem um lugar chamado Old Town. Trata-se de um centro de diversões com lojas, restaurantes, parque de diversões, e o mais importante: um encontro semanal de carros antigos.

Todos os sábados à tarde o pessoal da região se encontra com seus antigos. Tem de tudo: muscle cars, hot rods, antigos originais, VWs, dragsters e até algumas aberrações.

Nesta minha última visita se destacaram um GTO impecável, um Chevelle SS também impecável e um Falcon gasser, apontado pelo Alexandre Garcia.


Se vier a Orlando com a família, não deixe de visitar o Old Town.

Em 2007, em minha última visita a Detroit, a chegada ao centro da cidade ficou marcada por um grande painel de boas-vindas com saudações da Pontiac. O Solstice GXP, com motor turbo, estava sendo lançado e a revitalização dos produtos GM pelo Bob Lutz parecia estar indo bem.

Mas já faz muito tempo que Detroit está em decadência. Com a globalização e a descentralização das empresas acho que fica difícil estabelecer uma "capital" do automóvel. Porém Detroit sempre vai ter seu lugar na história.

Com a triste notícia de hoje, a Pontiac também terá que se contentar com "apenas" mais um lugar na história. Um importante lugar para todo autoentusiasta que se preze. Como parte do plano de recuperação da GM para evitar a falência, a Pontiac, que nasceu em 1926, será descontinuada até o final de 2010.

Parece que a decisão foi bastante difícil e que os executivos da GM e a legião de autoentusiastas americanos sentem algo especial pela marca. Afinal, o auge do sonho americano na década de 60 foi recheado pelo nascimento dos muscle cars pelas mãos de executivos entusiastas (algo difícil de se ver hoje).

Pete Estes (gerente geral), Jim Wangers (executivo de conta da agência de publicidade) e John Z. De Lorean (engenheiro-chefe), todos da Divisão Pontiac no início dos anos 60, macomunaram um plano para burlar a decisão da direção da empresa em encerrar o programa de competições da Pontiac acabando com os carros de alta performance. Eles tiveram a brilhante ideia de colocar um motor V-8 de 389 pol³ (6,4 litros) no Tempest, novo carro compacto (para os padrões americanos) a ser lançado em 1964. Dessa maneira surgiu o Pontiac GTO e a Pontiac se firmou como a divisão de performance da GM.

No início dos anos 70 a crise do petróleo acabou com a brincadeira e matou os muscle cars, ou pelo menos deixou eles no gelo para um retorno recente no início da década de 2000 com o Mustang, 300C SRT8, Charger SRT8, Magnum, Challenger, Camaro e o próprio GTO (australiano), que no ano passado virou G8.

Depois da pior besteira já feita pela Pontiac, o lançamento de um dos carros mais mal- aceitos da história, o Aztek, o Bob Lutz, um dos últimos car guys de Detroit bem que se esforçou para manter a Pontiac viável. Mas mesmo com o lançamento dos modelos Solstice, G6, G8 e o Vibe (um rebadge do Toyota Matrix, derivado do Corolla) não conseguiram segurar a marca.

Mais estranho é que em 2008 a GM vendeu nos EUA aproximadamente 267.000 Pontiacs, pouco menos que a soma dos 137.000 Buicks e 161.000 Cadillacs, sendo que essas duas continuarão na ativa. Está certo que a Cadillac também tem um carisma enorme. Só para informação, as outras marcas com morte já decretada ou que estão a venda são a Saturn que vendeu em 2008 188.000 unidades, a Hummer com 27.500 unidades e a Saab com míseras 21.000 unidades. Junto com a Buick e a Cadillac a GM manterá a Chevrolet que vendeu 1.790.000 unidades e a GMC que vendeu 361.000 unidades.

Dessa maneira, a GM fica com uma marca popular, a Chevrolet, uma marca de luxo e conforto, a Buick, uma marca premium, a Cadillac, e uma marca para uso comercial (trabalho), a GMC. Não sobrou espaço para uma marca com apelo esportivo!

Mas ainda existe uma esperança. Afinal, o que significa descontinuar uma marca? Assim como modelos já sepultados voltaram, a Pontiac também pode retornar algum dia. Quem sabe quando a GM decidir fazer carros elétricos, híbridos ou a célula a combustível com apelo esportivo. Aí o GTO, de Gran Turismo Omologato, se chamaria GTE, de "Gran Turismo Eletrificato"!!!! Mas para isso acontecer o plano da GM tem que dar certo.

Enquanto isso, ficam em nossas lembranças nomes como Tempest, LeMans, Firebird, Trans-Am, Bonneville, Grand Prix, Fiero, The Judge e GTO. Com certeza ainda falaremos muito desses modelos por aqui.

PK