google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): Book tips
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Pelos comentários do post desta semana sobre Henry Ford, me parece que muita coisa da história do homem é desconhecida para a maioria das pessoas.

Resolvi então indicar alguns livros para preencher essa lacuna, e ao mesmo tempo ajudar aos amigos leitores a entender mais sobre o mundo de hoje e, principalmente a indústria de automóveis e como ela evoluiu.

O principal para entender TUDO sobre o homem e suas criações, é o excelente trabalho do biógrafo americano Steve Watts: "Henry Ford: The People's Tycoon". Watts fez com Ford o que já havia feito com Walt Disney: não deixou nenhuma pedra sem revirar, e nenhuma faceta do "mago de Highland park" sem ser explorada. Até seu infame anti-semitismo, e o triste relacionamento com seu único filho, Edsel. Mas nem por isso deixa de dar a dimensão imensa deste incrível sujeito, e dá uma noção ótima do tamanho imenso de sua contribuição para a humanidade. Imperdível para todos, mesmo quem não se interessa por carros.

Já mais próximo do entusiasta, existe um livro antigo mas extremamente carinhoso com Ford e sua história, focando no que interessa para o amante do automóvel, que eu adoro: "The cars that Henry Ford built" (foto acima), da historiadora automotiva Beverly Rae Kimes, publicado pela Automobile Quarterly .Sobre ele, existe uma história interessantíssima:

Quando o livro foi publicado pela primeira vez, em 1978, O editor da AQ, L. Scott Bailey, mandou uma cópia para Henry Ford II revisar, visto que ele é mencionado ao final da obra. A resposta veio do setor de relações com a imprensa da empresa, totalmente impessoal:

“O Sr Ford não comenta sobre livros a respeito de membros de sua família.”

Mas, algumas semanas depois, veio um pedido especial para 20 cópias encapadas de couro branco, em caixas especiais. O pedido veio de Henry Ford II, junto com uma carta dizendo que “meu avô teria adorado este livro”. As cópias eram para uma viagem de Ford ao Japão, onde é costume dar presentes que honrem os antepassados; o livro era o que Henry II levou para seus anfitriões.

O livro é leve, informativo, e, vindo da saudosa Beverly, feminino em seu tratamento carinhoso com os Ford. Adoro ele, e tem um lugar de honra em minha estante.


O engraçado é que existem literalmente milhares de livros escritos sobre Ford, mas infelizmente não conheço nenhum realmente bom escrito em português. Por que será? A história de Henry é de interesse universal, e não somente para os entusiastas da máquina que ele tornou popular...

MAO


“Hoje, um Hemi `Cuda conversível 1970 vale literalmente milhões, mas numa manhã fria de outono em 1970, era apenas mais um carro novo vazando fluido de transmissão por toda a pista de arrancada.”

Todo mundo conhece os muscle-cars americanos dos anos 60. Mas na verdade, vistos dos olhos de hoje, poucos conseguem diferenciá-los de maneira correta. Na cabeça de todos nós existe uma imagem meio coletiva: grandes barcas de acabamento simples, com enormes motores, potência descomunal, e não muito além disso.

Mesmo os estudiosos, aqueles que chegam a declamar com proficiência datas, motores, carburação, opcionais e quantidades produzidas, em grande parte os julgam pelo motor e performance, e as vezes aparência. Pouca gente explica realmente como eram em seu próprio tempo, sem as lentes róseas e acolhedoras do tempo.

Mas meu amigo Egan resolveu este problema, me trazendo de sua última viagem a Califórnia este livro acima como presente de aniversário (thanks again, old friend!). A frase acima é tirada de sua contra-capa, e resume todo o espírito da coisa.

O livro é escrito por John Oldham, um jornalista automotivo de Nova Iorque que viveu a época de ouro desse gênero em primeiríssima mão: testou todos eles. Além disso, Oldham era parte ativa da cena de corridas de rua em sua terra natal, movimento que era o real combustível da febre dos Muscle cars.

O livro é simplesmente sensacional. Sem preconceitos ou pós conceitos a não ser sua declarada paixão por Pontiacs, Oldham nos conta tudo: de como um 440 six Pack era mais respeitado que um Hemi nas ruas, até como era o acabamento interno e o comportamento em curvas, passando pela qualidade de construção de todos estes monstros sagrados. Conheço alguns amigos meus que ficarão ofendidíssimos com várias passagens, mas minha impressão é que este livro tem o peso da verdade. Algumas coisas não gostamos de ouvir, mas precisam ser ditas.

No livro são contadas as histórias dos testes de 20 carros no total, e a lista parece um sonho, vista de hoje: vai do Pontiac Catalina Super Duty de 1962 até o Trans Am 455 de 1976, passando por todos os monstros sagrados do gênero, entre eles Mustang Boss 429, Camaro Baldwin-Motion 427, sem contar vários Mopar Hemi e 440.Para mim é uma obra definitiva, que me fez entender completamente todos estes carros e sua época, mesmo depois de uma vida inteira de estudo. Como já disse, este livro tem cheiro de verdade nua e crua em toda página.


E é leve e engraçado, também, nos levando a uma época em que todos, indústria e imprensa, se levavam menos a sério, e não tinham medo de se divertir, ou de falar o que viesse na telha. Ao ler hoje, em nosso mundo politicamente correto, parece coisa de outro planeta, e não apenas de outra época.

Uma leitura indispensável para quem gosta de carro, e não somente aos devotos do gênero. Aconselho que visitem imediatamente uma livraria virtual de sua preferência, e comprem suas cópias. Garanto que não se arrependerão.

MAO

A primeira vez que li algo escrito por Karl Ludvigsen, tinha 10 anos e revirava a coleção de revistas Quatro Rodas de meu avô. Ludvigsen era figurinha constante na seção de notícias "Painel" da revista durante os anos 70, quando a revista ainda era uma leitura decente. Tempo bom que não volta mais...

Mas Ludvigsen começou a escrever bem antes; foi um dos fundadores da revista que hoje conhecemos como Car and Driver ainda nos anos 50, e foi editor da Motor Trend, bem como um dos autores originais da nossa querida Automobile Quarterly.

Além disso, Ludvigsen teve longa carreira na indústria automobilística, iniciando na General Motors em 1956 como engenheiro-projetista, onde terminou, durante os anos 60, como um executivo de relações com a imprensa, ligado especialmente ao departamento de Design. Teve postos na Fiat durante os anos 60, e foi vice-presidente da Ford Europa durante os anos 80.

Mas a verdadeira paixão dele, e seu legado, sempre foi a história do automóvel. Exímio pesquisador, acumulou uma biblioteca que hoje é referência para o estudo deste tema, sediada na Inglaterra. Gente como ele é rara e indispensável: sem sua diligente pesquisa, nunca saberíamos metade do que vocês leem diariamente aqui neste blog. Ludvigsen, junto com pessoas como Chris Nixon, Beverly Rae Kimes e Griffith Borgeson, são a fonte em que todos nós escribas bebemos. A fonte de todo SABER.

Para minha sorte, os temas preferidos de Ludvigsen são também os meus preferidos: Porsche, Mercedes-Benz, Corvettes e Corvairs. Desta forma, minha estante está recheada de obras deste meu ídolo: da história completa da Porsche ( Porsche: Excellence was expected), até a excelente compilação de 100 anos de competição da Mercedes, sem contar clássicos como a história do nascimento da VW, "Battle for the Beetle". Seus livros de fotos inéditas de sua biblioteca, o "Ludvigsen Library series" são leves mas interessantíssimos.

Quando se debruça sobre um tema, vocês podem ter certeza que ele será esgotado. Não há uma pedra sequer que Ludvigsen não levante para olhar embaixo, e seu detalhismo é, por falta de uma palavra melhor, impressionante. As vezes a gente cansa um pouco ao enfrentar 5 páginas sobre os diagramas de aberturas de válvulas de um obscuro Porsche de competição dos anos 60, mas na maioria das vezes ele é simplesmente genial. Nos coloca em um imenso escritório cheio de enormes pranchetas onde se projeta o Porsche 917 freneticamente nos últimos dias de 1968; nos põe a conversar com Ed Cole sobre os segredos e sutilezas de seu Corvair; nos coloca nos sapatos de Ferdinand Porsche enquanto ele cria os Mercedes de competição dos anos 20.

Nascido em Kalamazoo, no estado americano de Michigan, a 24 de abril de 1934, Karl Ludvigsen comemora hoje 75 anos de idade. Ainda em plena atividade em sua casa na Inglaterra, lançou recentemente uma obra magnífica sobre o Professor Ferdinand Porsche e os carros que criou antes de seu filho Ferry colocar seu nome em carros e o tornar 10 vezes mais famoso do que já era, "Genesis of a Genius". Que assim permaneça; o nosso mundo é melhor com ele exatamente assim.

Parabéns, Karl, e que os Deuses do automóvel o tenham sempre em bom lugar!

MAO

Nota: para uma amostra da obra de Ludvigsen, visitem a sua página no site de sua editora:

http://www.karlludvigsen.com/


A dica de livro de hoje veio as minhas mãos pelo meu bom amigo RT (apelido relacionado a um certo Charger eternamente inacabado), que recentemente voltou de um ano nos EUA com um presente para mim:

http://www.amazon.com/Complete-Book-Corvette-Every-Model/dp/0760326738/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1232494878&sr=1-1

Este livro nunca iria parar na lista de melhores livros já publicados. Na verdade, não conta muito de novo, e tem mais fotos que texto. Tudo para ser mais uma irrelevante ode ao Corvette, como tantos outros, não é mesmo?

Pois este livro é simplesmente a melhor surpresa que tive em pelo menos um ano. E olha que este último ano foi ótimo em livros para este colunista, com coisas como a lendária enciclopédia Porschística de Ludvigsen entrando finalmente na bibliotecazinha do MAO.

E por quê? O livro é simplesmente sensacional. Texto leve e econômico, mas um livro grande em tamanho e recheado de fotos simplesmente incríveis. O autor consegue ensinar o iniciante e divertir (apesar de acrescentar pouco) o especialista no tema. As informações são precisas, e o livro é de qualidade, com papel grosso e obviamente caro.

E o melhor: todo modelo é coberto. Ano a ano, lista-se uma ficha técnica básica com todas as opções de motor e transmissão, um bocado de fotos e um resuminho do tipo “tudo que vc precisa saber”. Todo Corvette é coberto, mesmo os experimentais, de competição, básicos e completos. Uma fonte de referência inesgotável.

Na verdade, acho que se você puder ter somente um livro sobre o Corvette (Deus nos livre de tal sina), melhor então que seja este.

Todo mundo sabe que um livro é realmente bom quando não conseguimos largá-lo; este é um caso clássico. Peguei ele e ontem e ia só dar uma olhadinha, mas acabou que coloquei dois outros de lado e já estou em 1963, com o lançamento do belíssimo cupê Stingray. Só parei porque gostei tanto que resolvi repartir a descoberta com vocês!

E o melhor: apesar de no meu caso ter sido um presente, o livro tem um preço totalmente honesto. Até o JJ, que para quem não sabe é o mais “econômico” membro desta equipe bloguística, aprovaria!

MAO


Já que estavamos falando de livros e conhecimento, lembrei-me de mais algumas coisas para indicar a vocês, queridos leitores desse blog:

Nos anos 60, iniciou-se nos EUA um forte movimento de preservação da história do automóvel, movido principalmente pelos colecionadores de automóveis "de primeira leva". Foi a época em que apareceram aqueles que hoje são considerados os maiores expoentes da matéria em questão; gente como Borgeson, Kimes, Ludvigsen.

Em 1962, toda essa gente se junta ao editor L. Scott Bailey e funda a Automobile Quarterly. Uma "revista" (na verdade um livro com média de 200 pág. e capa dura) trimestral que ainda é a maior fonte de conhecimento e o mais comum meio de publicação de novas descobertas históricas sobre o automóvel.

Além da revista, a Automobile Quarterly editou uma série de livros, pelos quais seremos gratos a ela por toda a eternidade. Lembrando só dos que estão na minha estante: A História Definitiva da Packard, editada por Beverly Rae Kimes (may the Lord keep her in a good place), A História da Buick (que estou relendo nesse instante e sobre o qual falarei mais em breve) e o excelente "Cars that Henry Ford Built", a história mais carinhosa que já li a respeito de Henry, escrito de novo pela saudosa Beverly Rae Kimes.

Tudo isso, incluindo a assinatura atual da revista, e muito mais, está disponível para vocês em http://www.autoquarterly.com/index.html

Assinem, acompanhem, comprem revistas antigas e livros de assuntos que lhes interesse. Cultura e conhecimento é o que este país precisa. Em todos os níveis e em todos os assuntos.

Outra dica: em 1969 foi fundada também nos EUA a "Society of Automotive Historians", que pode ser acessada hoje pela web: http://www.autohistory.org/

Visitem o sítio com carinho, a entidade mantém um interessante conteúdo online e lista os prêmios que já distribuiu.

O "Cugnot Award" é para o melhor livro do ano sobre história automobilística, vale como uma lista de indicações de coisas para ler no futuro.


MAO