google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): books
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foto: Editora Europa

Não conheço Josias Silveira pessoalmente. E devo dizer que ainda não comprei o livro dele. Aqui ele vai ficar bravo, se vier a  ler meu texto, mas eu explico: um amigo que comprou no lançamento e ganhou uma dedicatória empurrou o livro para eu ler, insistindo que era muito bom, e que eu iria gostar muito.

Meu amigo estava certo, por isso resolvi contar aqui como vejo a obra.


Foi lendo e relendo o "Livro do Automóvel – Seleções do Reader’s Digest" que, ainda na infância, adquiri a maioria dos conhecimentos sobre o funcionamento dos diversos sistemas que compõem um automóvel. A fartura de ilustrações e os textos precisos explicavam direitinho como funcionava um anel sincronizador, as diferenças entre as diversas configurações de motores (em linha, em vê, contrapostos) e mostrava até dicas de como conduzir com mais segurança.


Lendo um excelente livro emprestado por meu amigo JJ esta semana (“Life is a Highway” – A Vida é Uma Estrada, uma coletânea de grandes textos sobre automóvel), achei um ótimo exemplo de algo que sempre tive para mim como uma verdade absoluta. E esta é o fato de que tudo que se vale a pena saber está escrito em algum lugar.


Barn find é o termo americano para os carros encontrados em fazendas, sítios, casas ou similares.

Carros abandonados após anos de uso, que se transformaram em galinheiro, ou que foram corretamente levantados em cavaletes e cobertos, com o tanque e linha de combustível secos, motor cheio de óleo, radiador vazio etc.

Ou foram pouco usados, cuidadosamente, e depois estacionados por motivos os mais variados, até serem trazidos de volta à vida por algum colecionador ou oportunista visando lucro.


Terminei de ler ontem à noite um livro sobre algo que eu conhecia muito pouco, a história do surgimento e expansão do automóvel nos Estados Unidos. A obra, de título "Pioneers, Engineers and Scoundrels" (Pioneiros, engenheiros e desonestos, vilões, "ratos", ou qualquer outro significado nessa linha) é de autoria de Beverly Rae Kimes, uma senhora jornalista que se tornou historiadora do automóvel após publicar, na revista Automobile Quarterly, em 1963, a história do Oldsmobile Curved Dash, sobre o qual havia pesquisado a pedido do editor. Foi então infectada pelo vírus da história dos carros, vírus esse com que muitos de nós convivemos há bastante tempo, com consequências agradáveis.





Carlos Figueras  é um típico autoentusiasta argentino. Seu livro "Auto Vivencias - el auto como protagonista", 123 páginas, publicado recentemente, chegou-me em mãos ontem. Soube do livro ao encontrar o Carlos aqui  há poucos dias, num evento da FPT Powetrain Technologies em Campo Largo, PR, na Grande Curitiba e fiz questão que me mandasse um.

Ele é diretor de redação da revista Auto Test, associada à Motor Press Ibérica e Motor Press Stuttgart. Portanto, somos colegas, já que trabalho para a revista Carro, que também é associada ao forte grupo editorial alemão que, entre outras dezenas de títulos, publica a famosa Auto Motor und Sport.

Conheço-o desde 1984, quando comecei a viajar aos países vizinhos comandando a equipe de rali da Volkswagen. Logo nos identificamos como apreciadores de automóveis e mantemos contato deste então.

Foi graças a uma conversa com ele que o Brasil ficou sabendo que o Gol exportado para a Argentina  nos anos 1990 ia com motor VW AP, enquanto os de mercado brasileiro saíam com motor AE Ford de origem Renault.

A conversa, num jantar no sul da França, foi mais ou menos assim:

-- Bob, como camina este Gol!
-- Como assim, anda, Carlos? O motor AE é muito fraco!
-- No señor,  o motor é Volkswagen, conheço-o, gira hacia 7.000 vueltas!

O "segredo" da VW do Brasil, então controlada pela holding Autolatina, estava revelado. De volta ao Brasil, um telefonema para a fábrica confirmou a discriminação, justificada pela insuficiência de produção do motor AP 1600 para o mercados deles e nosso. Assim, a simplória solução foi AP para lá e AE para cá...

O Carlos, que tem 64 anos, praticamente menos quatro que eu, conta na introdução que pensou em escrever  seu livro há dez anos, mas que só partiu mesmo para o trabalho há menos de dois.

Já comecei a lê-lo e não dá vontade de parar. É o que dá autoentusiasta lendo autoentusiasta! A semelhança de vivências dele e minha, quando crianças, é impressionante.

O meu livro vem aí, mas deixa eu fazer 70 anos primeiro...

BS

Pode parecer conflito de interesse comentar um livro de um amigo, mas garanto que não há: Comprei ontem o livro "Um Corvette na noite", do Arnaldo Keller, companheiro aqui do Blog.

Confesso que superou todas as minhas expectativas. Achei simplesmente sensacional, uma leitura fácil, leve, divertidíssima. Não consegui parar de ler, e terminei o livro em 4 horas cravadas, acho que um recorde pessoal.

Todos os contos são sensacionais, e nos transportam para um mundo de sonho: carros incríveis, mulheres maravilhosas, Polinésia, Nürburgring, Argentina, Las Vegas. E São Paulo! No conto que dá o título ao livro, o passeio descendo a Rua Augusta faz qualquer paulistano sorrir: o Arnaldo descreve os conhecidos pontos desta rua de maneira ímpar.

Não consigo nem nomear o meu preferido, pois gostei de todos eles sem exceção. De uma épica viagem de Ferrari Maranello pelos pampas argentinos a um Lotus Eleven perdido em uma ilha do pacífico, passando por um conto futurista engraçadíssimo envolvendo um Ferrari GTO, o Arnaldo acertou a mão em todos. Parabéns, amigo.

Quem ainda não adquiriu o seu, resolva este problema visitando o site da editora, clicando AQUI, e divirtam-se. Garanto que não se arrependerão!

MAO
Há um certo tempo, vimos aqui um texto sobre livros importantes para uma cultura automotiva básica. O MAO deu ótimas dicas, e aqui coloco mais alguns bons para quem se interessar. Afinal, livros nunca são demais. O tempo é que é de menos.

Rally - Reinhard Klein - 1998.

O fotógrafo Klein se associou a alguns jornalistas especializados para fazer esse livro, uma base de conhecimento para os fãs de ralis. Neste, são detalhados os cenários das diversas provas do mundial, explicando os tipos de pisos, as regras do campeonato ao longo dos anos, a história do mundial, as categorias de carros, as provas mais importantes, pilotos, navegadores, equipes. Ou seja, um resumo muito completo para quem quer uma visão geral do mais empolgante esporte a motor. Tem umas 400 páginas e fotos aos montes. Um tijolo.

Rally Cars - Reinhard Klein - 2000.

Usando a mesma receita do anterior, mas com foco apenas nos carros. Klein montou um compêndio de 600 páginas, e o que temos é a Bíblia para quem gosta de ralis. Mais que um tijolo, é uma parede. O livro retrata todos os carros de todas as marcas que já competiram no Campeonato Mundial de Rali desde seu início até 1999. Há texto e fotos em profusão, e só mesmo alguém muito pesquisador para juntar tudo e transformar em livro.

Para ficar melhor ainda, há textos de umas duas dezenas de pilotos, falando sobre o carro favorito deles. É um trabalho excepcional, e está chegando a hora de uma edição atualizada, com mais umas 100 páginas. Na época do lançamento, custava menos de 30 dólares. Hoje, quando aparece um usado, pedem uns 500.

Automobile Design: Great Designers and Their Work - Ronald Barker e Anthony Harding - 1970.

Um resumo da vida e obra de alguns dos maiores criadores de carros de todos os tempos. Tempos em que carros eram basicamente pensados por um homem só, e muitas vezes, quase totalmente construídos por eles próprios. As grandes feras retratadas são: Amedeé Boleé pai e filho, Hans Ledwinka, Frederick Lanchester, Gabriel Voisin, Mark Birkgit, Ferdinand Porsche, Alec Issigonis, Colin Chapman, Henry Leland, Vittorio Jano e Harry Miller. Impossível comentar sobre esses mestres aqui, o conteúdo é vasto, mas o livro é de tamanho razoável para ser levado para todo lado, e tem várias boas fotos e desenhos.

Os textos são de vários autores, os dois citados foram os donos da ideia e organizadores. Como foi editado há 40 anos, haviam alguns ainda vivos, e os escritores contam como foi encontrar por exemplo, Gabriel Voisin e entrevistá-lo. Um achado arqueológico do amigo Bill Egan, aquele sumido de nosso blog, e a quem muito agradeço. Nota: hoje há um na Amazon por menos de 19 dólares, uma barbada !


Driving Ambition - The Official Inside History of McLaren F1 - Doug Nye, Gordon Murray e Ron Dennis - 1999


Se você tem problemas respiratórios e de sudorese exagerada quando vê qualquer foto ou filme de um McLaren F1, junte seus trocados, quebre o porquinho e compre esse livro. Você não irá se arrepender. Emprestei-o para um grande amigo, e foi difícil ele devolver. Não porque ele estivesse me enrolando. É porque ele passou por momentos de paixão completa por essa obra, que tem um texto perfeito, e fotos mais ainda. Não dá para explicar, só mesmo vendo. Era barato no lançamento, e por sorte encontrei usado a bom preço, muito menor do que se pede hoje, sempre acima de 100 dólares, sendo o normal acima de 300.

Ferrari F40, da série Supercars, editora Mallard Press - Mark Hughes - 1990.


Esse é daqueles livros grandes, porém de pouca espessura, que parecem estar na categoria dos livros para entusiastas iniciantes, ou crianças. Isso é o que parece. O carro é esmiuçado por um jornalista de muitos anos de experiência nas principais revistas inglesas. Há dezenas de fotos, e muitos desenhos dos sistemas do carro, tirados dos manuais de manutenção da fábrica. Maravilhoso é pouco para elogiarmos esse livro que parece ter poucas pretensões, mas explica muito melhor do que algumas obras muito mais caras. Uma bela obra sobre meu Ferrari preferido.

Aqui, temos dois livros, dos mesmos autores:

Great American Automobiles of the 50`s e Great American Automobiles of the 60`s - Richard M. Langworth, Chris Poole and the Auto Editors of Consumer Guide.


Essa editora realiza um trabalho ótimo, criando livros interessantes. Esses dois são uma referência bem completa de tudo que foi feito na terra do Tio Sam nessas duas décadas de ouro do design automobilístico. Quem é fissurado em carros americanos encontra aqui muita informação em pouco espaço. Os carros estão separados por marca, então, há um intercalamento de modelos mais novos com os mais velhos. Esse ponto incomoda um pouco, mas mesmo assim, vale a pena. Fácil de ser encontrado por bons preços.

Mighty Muscle Cars - by the Auto Editors of Consumer Guide - 2005.




Um livro pequeno, daqueles que pegamos na mão já achando que será algo fraquinho e esquecível. Não foi o caso. Separado por marcas, cobre American Motors, Buick, Chevrolet, Dodge, Ford, Mercury, Oldsmobile, Plymouth e Pontiac, em 325 páginas de fotos maravilhosas, e muitas reproduções de anúncios da melhor época da história do automóvel: a era dos Muscle Cars americanos. Carros de rua e pista são retratados, com imagens incríveis.

Drive On! - A Social History of the Motor Car - L.J.K. Setright - 2002.


Leonard Setright é muito conhecido pelas opiniões fortes. Explica claramente nesse livro, porque o homem quer e precisa desperadamente de um carro próprio. Disse ele que o transporte coletivo é algo desagradável, pois se viaja junto de pessoas desconhecidas, não se vai pelo caminho melhor, não se chega exatamente onde se precisa, nem na hora que se precisa. Além do habitual desconforto. Magistral é pouco para descrever as explicações de como o mundo chegou a ser o que é em função das inovações que o automóvel trouxe.

My Life Full of Cars - Paul Frère - 2000.


O belga Frère foi jornalista, piloto e colaborador no desenvolvimento de carros para diversas fábricas, desde 1945 até 2008, quando faleceu. Nessa obra, conta sua história, muito rica e diversa. Vale lembrar que ele não foi piloto de fim de semana. Venceu Le Mans em 1960, foi piloto oficial da Ferrari, Gordini, participou de equipes de fábrica para estabelecer recordes de durabilidade, entre várias outras atividades.

Um Século de Ford - Russ Banham - 2003


No centenário da empresa, a Ford encomendou à Editora Tehabi Books, um resumo de sua trajetória. O exemplar fotografado é em português, e foi editado em todas as línguas faladas nos países em que a Ford tem fábricas. Não foi vendido no mercado, apenas entregue como lembrança a todos os funcionários. Sorte de quem tem amigos na empresa, que, apesar de enorme, ainda tem a mão e o olho do dono. Ainda bem.

Voitures de Rêve - Jean-Rodolphe Piccard - 1980


Um dos primeiros livros importados que folheei, e graças ao meu pai, tenho até hoje.

Uma exposição fotográfica de todos os carros de sonho, que depois passaram a ser chamados de "conceito". Excepcional ver as fotos do primeiro Countach, do Alfa Carabo, do Buick Y-Job de 1939,considerado o primeiro carro de sonho, mas que foi precedido pelo Cadillac Aerodynamic Coupe, de 1933. O texto é curto, mas bem-feito, com declarações dos principais designers da época, como Giugiaro, Bertone e Pininfarina.


Into the Red - Twenty-one classic cars that shaped a century of motor sport - Nick Mason e Mark Hales - 1998.


Mason é baterista do Pink Floyd, e Hales é jornalista, com experiência na Classic&Sports Car, Top Gear Magazine e Autosport.

A coleção de Nick Mason é quase exclusivamente constituída por carros de corrida. A ideia de ambos foi ótima. Levaram 21 carros para Donington e Silverstone, fotografaram e gravaram o som deles em diversas situações. Um CD acompanha o livro, que já teve reedições com mais conteúdo. Entusiástico 100%.


50 Years of Chrysler's Hottest Cars - Nick Wright - 1999

Wright é autor e fotógrafo desde os anos 50. Começou na música. e passou aos carros. Tem vários livros totalmente ilustrados por ele, e resolveu colocar sua paixão pelos Mopar em texto nessa obra. Uma resenha muito bem escrita da marca americana que tem os mais sensíveis seguidores, entre eles, vários aqui nesse blog.

Fotos de fora dos EUA incluem um Charger 68 vermelho na Inglaterra, em frente a um castelo, um cenário pouco habitual, e alguns modelos australianos.

Para o prefácio, convidou Bob Lutz, que começa seu texto assim:

"Trinta e cinco anos no negócio automobilístico me ensinaram que há basicamente dois tipos de pessoas no mundo: motoristas e entusiastas que dirigem."

Só podemos dizer : amém.

Estes são apenas alguns bons livros, que recomendo a quem gosta desse tipo de literatura.
Há muitos mais, e aceitamos sugestões.

JJ


“Hoje, um Hemi `Cuda conversível 1970 vale literalmente milhões, mas numa manhã fria de outono em 1970, era apenas mais um carro novo vazando fluido de transmissão por toda a pista de arrancada.”

Todo mundo conhece os muscle-cars americanos dos anos 60. Mas na verdade, vistos dos olhos de hoje, poucos conseguem diferenciá-los de maneira correta. Na cabeça de todos nós existe uma imagem meio coletiva: grandes barcas de acabamento simples, com enormes motores, potência descomunal, e não muito além disso.

Mesmo os estudiosos, aqueles que chegam a declamar com proficiência datas, motores, carburação, opcionais e quantidades produzidas, em grande parte os julgam pelo motor e performance, e as vezes aparência. Pouca gente explica realmente como eram em seu próprio tempo, sem as lentes róseas e acolhedoras do tempo.

Mas meu amigo Egan resolveu este problema, me trazendo de sua última viagem a Califórnia este livro acima como presente de aniversário (thanks again, old friend!). A frase acima é tirada de sua contra-capa, e resume todo o espírito da coisa.

O livro é escrito por John Oldham, um jornalista automotivo de Nova Iorque que viveu a época de ouro desse gênero em primeiríssima mão: testou todos eles. Além disso, Oldham era parte ativa da cena de corridas de rua em sua terra natal, movimento que era o real combustível da febre dos Muscle cars.

O livro é simplesmente sensacional. Sem preconceitos ou pós conceitos a não ser sua declarada paixão por Pontiacs, Oldham nos conta tudo: de como um 440 six Pack era mais respeitado que um Hemi nas ruas, até como era o acabamento interno e o comportamento em curvas, passando pela qualidade de construção de todos estes monstros sagrados. Conheço alguns amigos meus que ficarão ofendidíssimos com várias passagens, mas minha impressão é que este livro tem o peso da verdade. Algumas coisas não gostamos de ouvir, mas precisam ser ditas.

No livro são contadas as histórias dos testes de 20 carros no total, e a lista parece um sonho, vista de hoje: vai do Pontiac Catalina Super Duty de 1962 até o Trans Am 455 de 1976, passando por todos os monstros sagrados do gênero, entre eles Mustang Boss 429, Camaro Baldwin-Motion 427, sem contar vários Mopar Hemi e 440.Para mim é uma obra definitiva, que me fez entender completamente todos estes carros e sua época, mesmo depois de uma vida inteira de estudo. Como já disse, este livro tem cheiro de verdade nua e crua em toda página.


E é leve e engraçado, também, nos levando a uma época em que todos, indústria e imprensa, se levavam menos a sério, e não tinham medo de se divertir, ou de falar o que viesse na telha. Ao ler hoje, em nosso mundo politicamente correto, parece coisa de outro planeta, e não apenas de outra época.

Uma leitura indispensável para quem gosta de carro, e não somente aos devotos do gênero. Aconselho que visitem imediatamente uma livraria virtual de sua preferência, e comprem suas cópias. Garanto que não se arrependerão.

MAO


Procurando por um de meus livros acabei encontrando um outro que li em 2007, "Cadê os Líderes" do Lee Iacoca. Para quem não sabe, ele já foi presidente da Ford e da Chrysler. Na Ford foi um dos responsáveis pelo lançamento do Mustang e na Chrysler, por um conceito nada entusiasta mas também de muito sucesso, a minivan.

Folheando o livro reli algumas partes marcadas por mim mesmo que mostram alguns pontos interessantes da indústria automobilística americana:

"O modelo de Sloan de um carro para cada nível de renda motivou pessoas a fazerem trocas melhores à medida que progrediam na vida. Em outras palavras, começava-se com um Chevrolet e acabava-se enterrado com um carro fúnebre Cadillac. O conceito de marca de Sloan fez da GM uma força, e a Ford e a Chrysler seguiram o exemplo. Mas o modelo de Sloan não funciona mais. As empresas estão sendo sufocadas por um bando de marcas e modelos dentro de marca."
Basta ver o que está acontecendo nos EUA com Saturn, Hummer, Saab e Pontiac; todas semi-mortas.

"Os erros recentes da Ford custaram muito e sua crise de identidade tem sido desmoralizante. Nunca entendi porque a Ford precisava adquirir marcas como Jaguar, Volvo, Aston Martin e Land Rover. Às vezes olho pra Ford e sinto vontade de perguntar: o que você quer ser quando crescer? A Ford achou que podia comprar o acesso ao mercado carros de luxo. Não deu certo."
Das marcas citadas apenas a Volvo continua com a Ford; sabe-se lá por quanto tempo mair.

"Durante grande parte da história, a indústria automobilística americana teve uma abordagem burra e invertida ao mercado. A premissa básica era: vamos decidir que carros devemos fabricar e depois vamos tentar convencer as pessoas de que elas desejam e precisam desses carros. Então apareceu alguém com uma ideia brilhante: "Por que não descobrimos que tipo de carro os clientes desejam e precisam e daí os fabricamos? Ainda é uma ideia brilhante."
Fazer como os americanos faziam era algo muito mais entusiasmante para quem o fazia. Em alguns casos até deu certo, mas essa postura, muito arrogante, não se sustentou. Um caso de sucesso em que se descobriu que tipo de carro os clientes querem é o do EcoSport no Brasil. Gostemos uo não de SUVs, o EcoSport é um caso de sucesso comercial. E sucessos comerciais garantem a longevidade das empresas.

"As questões são: por que o utilitário (SUV) tem tanto sucesso? Qual é seu propósito de vida? Pouquíssimas pessoas realmente saem da estrada; portanto não se trata da necessidade de um veículo parrudo que ande em todos os tipos de terreno. O utilitário não tem capacidade de passageiros ou bagagem de uma minivan ou a dirigibilidade de um carro. Portanto qual é a motivação para se comprar um utilitário? Motores maiores (geralmente V-8) não são conhecidos pela economia de combustível e por baixas emissões. Acho que o utilitário supre um forte desejo de segurança e controle na estrada. Nos dias de hoje, as pessoas querem cercar-se do máximo de aço e ferro possível. Equiparam peso a segurança. É um fator, mas não se compara de forma alguma ao projeto estrutural sólido e ao uso de airbags. Acho que as pessoas estão procurando uma vantagem competitiva nas rodovias e gostam de dirigir do alto, na posição de comando, atrás do volante. Com milhares de outros utilitários passando por eles, sem falar nos caminhões, os motoristas se sentem mais seguros. É uma percepção, promovida por Detroit. Uma marca de utilitários era vendida com o seguinte slogan: "Veja-o como um cobertor de segurança de quase duas toneladas."

Pelo visto nós não somos muito diferentes dos americanos. Já falamos um pouco sobre esse assunto no post do Bob sobre visão de comando da estrada. Uma evolução mais apropriada dos SUVs são os crossover, derivado de carros de passeio, mais leves, mais econômicos e bem versáteis.

"Um líder na industria automobilística precisa ser apaixonado por carros e entusiasmado pela inovação."

Com certeza! Mas isso vale partindo-se da premissa que esse apaixonado tenha uma grande visão de negócios. Um líder tem que gerar muito lucro. Lucro suficiente para agradar aos acionistas e manter a empresa. E uma certa sobra para fazer os modelos mais apaixonantes sem quebrar a empresa.

"O imperativo do mercado é tão claro que é preciso ser cego para não enxergar. Temos que fabricar mais carros pequenos. Atualmente, nenhum dos carros menores é fabricado em Detroit."

Depois dos novos limites de consumo de combustível impostos pelo Obama não há mais escapatória para os americanos. Os pequenos serão feitos nos EUA também.

"Pregamos o modo capitalista como se fosse uma religião, mas é preciso indagar se não está nos deixando na mão. Quando os slogans de propaganda são mais conhecidos do que os dez mandamentos ou a declaração dos direitos, quando os shoppings são nossos templos, quando o mau comportamento é justificado desde que leve ao lucro, quando a dívida é justificada desde que resulte em uma televisão de plasma e quando alguém é avaliado pelo tipo de carro que dirige, talvez esteja na hora de perguntar se corrompemos a própria noção de capitalismo."
Já sabemos onde isso está terminando.

O Lee Iacocca ainda fala no livro sobre guerra, petróleo, políticos, corporativismo, livre comércio e mais. Sempre de uma maneira direta e fácil de entender.

Sem dúvida é uma ótima leitura.

PK
Este é um livro que toda pessoa interessada em automobilismo deve ler. É a história de Bird Clemente, um dos pilotos mais espetaculares que o Brasil já teve, contada por ele mesmo.

Tive a ventura de ser convidado pelo Bird para redigir o livro a partir de informações que ele fosse me passando, pessoalmente ou por fitas cassete. Foram três meses de trabalho árduo, mas que compensaram amplamente.

Além do texto minucioso, o livro traz fotos maravilhosas, que espelham toda uma época.

Para adquirir, basta entrar no site http://www.birdclemente.com.br/ e seguir as instruções.

BS


A dica de livro de hoje veio as minhas mãos pelo meu bom amigo RT (apelido relacionado a um certo Charger eternamente inacabado), que recentemente voltou de um ano nos EUA com um presente para mim:

http://www.amazon.com/Complete-Book-Corvette-Every-Model/dp/0760326738/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1232494878&sr=1-1

Este livro nunca iria parar na lista de melhores livros já publicados. Na verdade, não conta muito de novo, e tem mais fotos que texto. Tudo para ser mais uma irrelevante ode ao Corvette, como tantos outros, não é mesmo?

Pois este livro é simplesmente a melhor surpresa que tive em pelo menos um ano. E olha que este último ano foi ótimo em livros para este colunista, com coisas como a lendária enciclopédia Porschística de Ludvigsen entrando finalmente na bibliotecazinha do MAO.

E por quê? O livro é simplesmente sensacional. Texto leve e econômico, mas um livro grande em tamanho e recheado de fotos simplesmente incríveis. O autor consegue ensinar o iniciante e divertir (apesar de acrescentar pouco) o especialista no tema. As informações são precisas, e o livro é de qualidade, com papel grosso e obviamente caro.

E o melhor: todo modelo é coberto. Ano a ano, lista-se uma ficha técnica básica com todas as opções de motor e transmissão, um bocado de fotos e um resuminho do tipo “tudo que vc precisa saber”. Todo Corvette é coberto, mesmo os experimentais, de competição, básicos e completos. Uma fonte de referência inesgotável.

Na verdade, acho que se você puder ter somente um livro sobre o Corvette (Deus nos livre de tal sina), melhor então que seja este.

Todo mundo sabe que um livro é realmente bom quando não conseguimos largá-lo; este é um caso clássico. Peguei ele e ontem e ia só dar uma olhadinha, mas acabou que coloquei dois outros de lado e já estou em 1963, com o lançamento do belíssimo cupê Stingray. Só parei porque gostei tanto que resolvi repartir a descoberta com vocês!

E o melhor: apesar de no meu caso ter sido um presente, o livro tem um preço totalmente honesto. Até o JJ, que para quem não sabe é o mais “econômico” membro desta equipe bloguística, aprovaria!

MAO

A novidade desta semana no mundo dos livros automobilísticos é o relançamento de um clássico de 1986, atualizado:

Duas coisas me vêm à cabeça:

A primeira é que esqueci dele na minha lista de 10 melhores livros sobre carro. Desde que foi lançada a primeira edição, é considerado o melhor livro sobre automóveis já feito, por muita gente que tem propriedade para dizer isto. E o motivo é que é uma história humana; dizem que é contada a história completa de cada chassi e seus donos e destinos variados.

A segunda é que também devia ter posto o 8C2900 na lista de melhores 3 litros. O mais exótico supercarro do pré-guerra não devia ter ficado fora dela.

Bom, não se pode ganhar todas.

Apesar de caro, o livro deve ser fantástico. A dica é esperar a nova edição sair na amazon.com, que sempre tem preços imbatíveis. Se você for lá agora, encontrará apenas exemplares da edição anterior (abaixo), usados, com o preço mínimo de 1.500 dólares.

Como já disse aqui, um belo investimento.

MAO



Já que estavamos falando de livros e conhecimento, lembrei-me de mais algumas coisas para indicar a vocês, queridos leitores desse blog:

Nos anos 60, iniciou-se nos EUA um forte movimento de preservação da história do automóvel, movido principalmente pelos colecionadores de automóveis "de primeira leva". Foi a época em que apareceram aqueles que hoje são considerados os maiores expoentes da matéria em questão; gente como Borgeson, Kimes, Ludvigsen.

Em 1962, toda essa gente se junta ao editor L. Scott Bailey e funda a Automobile Quarterly. Uma "revista" (na verdade um livro com média de 200 pág. e capa dura) trimestral que ainda é a maior fonte de conhecimento e o mais comum meio de publicação de novas descobertas históricas sobre o automóvel.

Além da revista, a Automobile Quarterly editou uma série de livros, pelos quais seremos gratos a ela por toda a eternidade. Lembrando só dos que estão na minha estante: A História Definitiva da Packard, editada por Beverly Rae Kimes (may the Lord keep her in a good place), A História da Buick (que estou relendo nesse instante e sobre o qual falarei mais em breve) e o excelente "Cars that Henry Ford Built", a história mais carinhosa que já li a respeito de Henry, escrito de novo pela saudosa Beverly Rae Kimes.

Tudo isso, incluindo a assinatura atual da revista, e muito mais, está disponível para vocês em http://www.autoquarterly.com/index.html

Assinem, acompanhem, comprem revistas antigas e livros de assuntos que lhes interesse. Cultura e conhecimento é o que este país precisa. Em todos os níveis e em todos os assuntos.

Outra dica: em 1969 foi fundada também nos EUA a "Society of Automotive Historians", que pode ser acessada hoje pela web: http://www.autohistory.org/

Visitem o sítio com carinho, a entidade mantém um interessante conteúdo online e lista os prêmios que já distribuiu.

O "Cugnot Award" é para o melhor livro do ano sobre história automobilística, vale como uma lista de indicações de coisas para ler no futuro.


MAO



Parece incrível hoje em dia, mas antes do advento da internet (para nós do Brasil, coisa de 12 anos atrás apenas), os bons livros sobre automóvel eram dificílimos de conseguir. Comprei livros em todas as minhas viagens ao exterior, oportunidades raríssimas e aproveitadas com furor.

Hoje, basta alguns cliques do mouse e um cartão de crédito. Para mim, que sonhava com bons livros sobre o tema que adoro por décadas, é indescritível a felicidade de poder realizar esses sonhos tão facilmente. Nesse último ano, com o dólar em baixa, fiz uma festa. Depois de acumular mais de 3 mil revistas, entendi que a real sabedoria vem mesmo dos livros, e a eles passei a me dedicar.





Quando criança viajávamos com freqüência para o interior paulista, Araraquara, Monte Alto e Ribeirão Preto. Uma de minhas lembranças mais marcantes do caminho era a fábrica dos pequenos jipinhos de plástico e fibra de vidro, a Gurgel. Sempre haviam algumas dezenas no pátio.

Mais tarde, nos tempos de surfista, tive minha única experiência a bordo de um Gurgel. Um grande amigo, bem descolado por sinal, teve um X-12. Eu estava no Guarujá quando ele chegou com o seu novo carrinho, mais um amigo e duas pranchas. Passaram lá para me convidar para surfar na Praia Branca, atravessando o morro que fica antes da balsa para Bertioga. Então fomos os três com as pranchas no banco da frente reclinado e dois bem apertados no banco de trás. O xarope do meu amigo aproveitou toda a sinuosidade da estrada e fez todas as curvas possíveis de lado. Foi muita diversão.