Sábado ensolarado em Piracicaba. Sol escaldante, céu de brigadeiro. Uns foram à Rua do Porto, outros foram ao Aeroclube, muitos outros foram ao shopping. Eu, como bom entusiasta, decidi ir ao autódromo, ou melhor, ao Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo.
Foto: divulgação
Foto: divulgação
Logo ao chegar, fui recebido pelo simpático Dito Gianetti, piloto e proprietário de todo o complexo do ECPA, que reúne autódromo, kartódromo e pista de autocross. Ídolo piracicabano, Gianetti é louvado também em todo o estado de São Paulo pela iniciativa de construir um autódromo particular, mas aberto ao público.
Vestindo macacão e sapatilhas, Gianetti explicou que hoje era o dia da apresentação da temporada 2010 da Stock Car Jr, que permanece no calendário do automobilismo paulista por iniciativa dele e dos pilotos João Marcelo e Rodrigo Stefanini.
Atuando agora como organizadores, os pilotos adquiriram toda a estrutura da JL Racing (do ex-piloto Zeca Giaffone) e agora são os responsáveis pelo suporte técnico e mecânico, transporte do carro, boxes e outras atribuições, tudo para manter o baixo custo da categoria.
Vestindo macacão e sapatilhas, Gianetti explicou que hoje era o dia da apresentação da temporada 2010 da Stock Car Jr, que permanece no calendário do automobilismo paulista por iniciativa dele e dos pilotos João Marcelo e Rodrigo Stefanini.
Atuando agora como organizadores, os pilotos adquiriram toda a estrutura da JL Racing (do ex-piloto Zeca Giaffone) e agora são os responsáveis pelo suporte técnico e mecânico, transporte do carro, boxes e outras atribuições, tudo para manter o baixo custo da categoria.
Confesso que sempre fiquei intrigado com esses carrinhos da Stock Jr. São feinhos, caricatos, mas qualquer má impressão desaparece no instante em que o motor é acionado. Surge aquela marcha lenta gostosa de supermoto e o cheiro de avgas (gasolina de aviação) 100/130 exalado pelo escapamento toma conta do ambiente, para deleite de quem aprecia esse tipo de brinquedo.
Depois da apresentação, o Dito colocou o brinquedão na pista e nos mostrou do que ele era capaz. O carrinho acelera na reta principal e desce pela primeira curva, faz o contorno e começa a subida novamente, que só termina no começo da reta principal. São apenas 1.103 metros e acredito que o traçado só não é mais simples do que um oval. Mas há informações de que o miolo em breve será asfaltado, aumentando o traçado para 2.250 metros.
O que eu posso dizer é que o carro faz um barulho danado e acelera muito, muito rápido. De acordo com o Gianetti, são 130 cv que surgem furiosos pra lá de 9.000 rpm, dispostos, vigorosos, mais do que suficientes para empurrar apenas 550 kg. De volta aos boxes, perturbei-o com mil perguntas técnicas e ele logo me enviou para a área onde era feita a manutenção dos Stock Jr.
Ali, como costuma dizer o mestre Mahar, descobri todas as partes íntimas do pequeno carro.
Logo de cara se nota todo o know-how de Zeca Giaffone na construção do chassi tubular, com chapas de aço e alumínio. O esquema de suspensões é simples e eficiente, independente na dianteira e com eixo rígido na traseira. Freios a disco ventilado (e eslotado) e tambores na traseira.
Motor e câmbio são de origem motociclística Yamaha: um quatro-cilindros em linha refrigerado a ar de apenas 1,3 litro, alimentado por carburadores. Como já dito anteriormente, despeja 130 cv a 9.250 rpm no câmbio de 5 marchas, que por ser de moto é sequencial. O cardã fica na lateral direita do carrinho, ao lado do piloto. Por dentro, apenas o essencial.
A carroceria é toda construída em plástico reforçado com fibra de vidro e no lugar de vidros há placas de policarbonato que podem ser removidas em caso de chuva, já que o carro não dispõe de limpadores. Os pneus são BF Goodrich Comp T/A, montados em rodas de aro 13.
O campeonato de Stock Jr continuará no mesmo formato utilizado desde 2006 e o grid será composto de 15 carros. A idéia de Gianetti é começar com o Campeonato Paulista, correndo no autódromo do ECPA e em Interlagos, para depois iniciar a Copa Brasil, correndo fora do Estado de São Paulo. O mais interessante é que nesta temporada cinco carros ficarão no ECPA, à disposição dos pilotos interessados em testar o equipamento.
O ECPA é diversão garantida para quem estiver na região de Campinas ou mesmo na capital. O complexo é sede de diversas competições do automobilismo nacional e regional e oferece uma estrutura sem igual para o entusiasta, principalmente os que gostam de kart, velocidade na terra, arrancada e provas de turismo. Vale a visita.
FB
O ECPA é diversão garantida para quem estiver na região de Campinas ou mesmo na capital. O complexo é sede de diversas competições do automobilismo nacional e regional e oferece uma estrutura sem igual para o entusiasta, principalmente os que gostam de kart, velocidade na terra, arrancada e provas de turismo. Vale a visita.
FB
FB,
ResponderExcluirO incansável Dito Gianetti sempre prepara surpresas aos entusiastas.Desde as gaiolas de Autocross, ele trabalha incansavelmente no meio.
Tive o privilégio levar os karts logo que ele construiu o Kartódromo do ECPA e a qualidade da pista , seletividade e prazer de pilotar na mesma elevaram a pista de Piracicaba à condição de uma das melhores à disposição do kartismo, e em um ambiente fantástico , tudo no ECPA funciona , primeiro mundo mesmo.
Ei, freios a tambor atrás? :)
Abraço,
Bitu, salvo engano, os motores 1.300 cc são da Suzuki, derivados da Hayabusa.
ResponderExcluirConfirma isso.
Abraços
Os motores são realmente da Yamaha. Acompanhei o nascimento desse carro junto com o Zequinha Gaffone, quando ele ainda tinha a carroceira "patinho feio".
ResponderExcluirQuem usa motor de Hayabusa é o Radical, o carro que o Leandro de Almeida e o Eduardo de Souza Ramos puseram para correr em uma Mil Milhas em Interlagos há alguns anos.
O Dito é uma refeência no nosso automobilismo. Gente finíssima, bom papo e um incansável e dedicado promotor do automobilismo. Fazer o que ele fez só sendo um apaixonado.
Eu tenho numa Autoesporte algumas fotos desse Stock JR, "Nú"
ResponderExcluirÉ realmente bem bolado o carrinho!
Duas coisas me intrigaram aqui.
ResponderExcluirA primeira é em relação a baixa potência, já que esses motores de moto 1,3 litros desenvolvem pra lá dos 150cv atualmente. Longe de mim dizer que não presta ou não é divertido ouvir o motorzinho girando 9.000 rpm somado a essa deliciosa relação peso x potência.
Outro detalhe é a divisão de peso lateral na dianteira, o motor fica pra esquerda, num carrinho tão leve essa diferença não atrapalha?
[]s
Kleber
Não conhecia o ECPA e gostei muito da iniciativa. Parabéns ao Dito Gianetti e aos demais responsáveis.
ResponderExcluirA pista é curta, mas não mais do que muita pista famosa na Inglaterra. Deve render corridas bem mais interessantes do que aqueles traçados pasteurizados do Hermann Tilke.
Felipe,
ResponderExcluirDesde a década de 60 que Piracicaba produz competentes pilotos. À época, Romeu Partezan com seu DKW "3 COMO 6" (três cilindros que valiam como 6) e Walter Hahn Junior com o Simca amarelo nº 87 faziam a fama da Cidade. Invariavelmente, eram sempre os primeiros "independentes" nas suas categorias logo após os carros das Equipes de Fábrica. Depois, muitos outros vieram e fizeram sucesso. O Dito, além de ser imbatível nas Gaiolas , faz um trabalho de profundidade ao disponibilizar acesso no automobilismo esportivo num momento em que o País não dispõem de uma Categoria-Escola.
Décio, muito bem lembrado. Gostaria de acrescentar a essa lista o nome de Maks Weiser, outro piloto piracicabano (de DKW) que fazia bonito naquela época.
ResponderExcluirPaulo,
ResponderExcluirObrigado pela sua intervenção e a lembrança do Max Weiser. Em função de abrigar diversas provas no seu (famoso) circuito de rua, à época Piracicaba tornou-se uma referência e muitos jovens na cidade passaram a se interessar pelo automobilismo esportivo. Tal qual, os famosos campos de futebol localizados na várzea das grandes cidades que promoviam democraticamente o futebol.
Por um longo período (decadas de 50 a 70) muitos pilotos surgiram no automobilismo brasileiro, coincidentemente numa época em que as provas não estavam restritas somente aos autódromos (Interlagos, princialmente) e, eram disputadas em circuitos de rua não somente em Piracicaba, mas também em Araraquara, Petrópolis (RJ), Lages (SC)entre outras.
Boa dica sobre o ECPA, não conhecia. Gostei do traçado da pista de kart, tem um quê de Interlagos antigo.
ResponderExcluirOs Stock Jr. ficaram bem simpáticos com a nova carenagem. A primeira era bem estranha...
Qq iniciativa nesse sentido merece elogios, aqui na Cidade Maravilhosa estão atropelando o autódromo,no feriado vou dar um bordejo lá,tem treino de grupo N,pode ser a última vez que eu dê um passeio lá dentro , RIP.....
ResponderExcluirDevem ser divertidíssimos de guiar esses carrinhos.
ResponderExcluirAh, sim...quanto à potência do motor, eles foram amansados pra ter uma curva de torque maior e mais plana, afinal, 500 kg fora piloto não é a mesma coisa que 180 kg (mais ou menos o que uma moto esportiva pesa hj)
Gostaria de alguns esclarecimentos técnicos...
ResponderExcluirqual é o diferencial que esses Stock Jr.usam?
essa roda que eles usam,onde posso adquiri-las,existem dela pra carros de rua?
Obrigado a todos!
Alguém sabe quem é o fabricante do contagiros instalado no Stock Jr.?
ResponderExcluirO shiftlite é show de bola mas não achei em lugar nenhum.