Nos anos 80, a categoria principal do Mundial de Rally era denominada de Grupo B. Assim como o Grupo C, no rally também tivemos o ápice da insanidade. Ainda eram tempos em que se diferenciavam os verdadeiros pilotos de corrida dos demais, pois poucos eram aqueles loucos o suficiente que domavam uma máquina como esta.
Mais de 230 km/h de velocidade em meio à árvores, muros, despenhadeiros, sobre terra, cascalho ou gelo, em carros com mais de 600 cv em pequenos motores turbo-alimentados. Grandes nomes passaram pela categoria, como Ari Vatanen, Henri Toivonen, Walter Röhrl, Massimo Biasion, Hannu Mikkola e Attilio Bettega, e ela levou consigo a vida de alguns destes. Diversos fabricantes tinham equipes oficiais, como a Audi, Lancia, Ford, Peugeot, Renault e Toyota.
Depois de alguns anos de acidentes fatais com pilotos e com o público que ficava na beira da pista, a FIA cancelou a categoria em 1987. Uma perda, mas que trouxe ao mundo a futura realidade dos rallies, como a tração integral que a Audi usou e revolucionou o mundo com o Quattro, posteriormente adotada por todos, os motores de menor deslocamento sobre-alimentados, a aplicação de novos materiais como titânio e fibra de aramida. Hoje os carros do WRC são excelentes máquinas, mas não tão rápidos como os carros do Grupo B, que talvez nunca mais veremos algo parecido.
Mais de 230 km/h de velocidade em meio à árvores, muros, despenhadeiros, sobre terra, cascalho ou gelo, em carros com mais de 600 cv em pequenos motores turbo-alimentados. Grandes nomes passaram pela categoria, como Ari Vatanen, Henri Toivonen, Walter Röhrl, Massimo Biasion, Hannu Mikkola e Attilio Bettega, e ela levou consigo a vida de alguns destes. Diversos fabricantes tinham equipes oficiais, como a Audi, Lancia, Ford, Peugeot, Renault e Toyota.
Depois de alguns anos de acidentes fatais com pilotos e com o público que ficava na beira da pista, a FIA cancelou a categoria em 1987. Uma perda, mas que trouxe ao mundo a futura realidade dos rallies, como a tração integral que a Audi usou e revolucionou o mundo com o Quattro, posteriormente adotada por todos, os motores de menor deslocamento sobre-alimentados, a aplicação de novos materiais como titânio e fibra de aramida. Hoje os carros do WRC são excelentes máquinas, mas não tão rápidos como os carros do Grupo B, que talvez nunca mais veremos algo parecido.
Reza a lenda que a potência declarada pelos fabricantes dos modelos que concorrem agora seria uma tremenda lorota e que na verdade eles seriam bem mais potentes.
ResponderExcluirMesmo sem levar isso em conta, não seriam os modelos atuais comparáveis ou até mesmo melhores nos tempos na pista? Afinal, os modelos atuais certamente tem muito mais capacidade de curva e tração que os modelos antigos.
Clésio
ResponderExcluirOs antigos eram mais rápidos, pois a potência era muito superior, a distribuição de peso era melhor (quase todos eram motor central), e a tecnologia de tração integral não era tão inferior as modernas, pois em Rally boa parte do tempo as rodas não estão com capacidade de tração total.
Nas provas em asfalto, a tecnologia moderna ajuda, mas mesmo assim a diferença de potência ainda é gritante. Os WRC atuais têm algo perto dos 300 hp, os antigos tinham algo entre 550 e 600 hp, e o dobro de potência com tração integral é muito significativa.
Isso não quer dizer que os carros de hoje são lentos, muito pelo contrário, são muito bons, são impressionantes para carros com motor dianteiro transversal de até 2-litros com diversas restrições técnicas.
abraços
Será mesmo? Hoje tem muita tecnologia envolvida no WRC. Tem muita eletrônica embarcada nos carros, controle de tração, ABS, etc. Fora que as suspensões evoluíram, os pneus, a telemetria e toda aquela parafernália que faz parte da categoria. O que um monstro desses de 600hp iria fazer numa pista travada como a de Monte Carlo por exemplo?
ResponderExcluirEu pergunto isso porque, no passado, muitos carros pequenos venciam ralis por serem mais ágeis em circuitos travados. É aquele velho mote "potência não é nada sem controle". E controle com certeza os carros modernos tem de sobra.
Clésio,
ResponderExcluirÉ difícil comparar os tempos hoje, pois a cada ano os estágios mudam. Veja por exemplo o Rally de Monte Carlo que você mencionou, ano passado a vitória do Loeb foi com o tempo de 3h39min em um total de 365km, logo a média de velocidade foi de aprox. 99,5km/h. Em 1988 a prova tinha 624km e demorou 7h19min, média de 85,2km/h. Só observando a média de velocidade não quer dizer nada, pois a pista é completamente diferente, podem ter sido utilizados trechos mais rápidos hoje do que antigamente, e sem falar na diferença de distância total percorrida.
Mas vejamos apenas os carros. O récorde de aceleração registrado ainda é da Lancia Delta S4, fazendo 0-96 em 2,3s no cascalho. Estes eram 300kg mais leves que os atuais carros do WRC por regulamento. O grande problema era a falta de segurança, pois era muito motor e muita velocidade para pouca segurança, tanto dos pilotos como dos espectadores.
abs
A Tecnologia desses Monstros do Grupo B é hoje usada em preparos mais radicais de Rua e Arrancada.
ResponderExcluirOu seja, com o tempo se tornou viável ao admirador que via passar aqueles carrões.
Lembro que, de 1985 a 1987, a Fórmula 1 também teve torpedos nunca mais vistos, e que eram pilotados em plenitude por um grupo máximo 5 ou 6 pilotos com habilidade e técnica suficientes para tal. Quem viu ali, in loco , ao vivo, assinará em baixo.
Toda vez que assisto o Mundial de Rally lembro dos nossos carros "aventureiros" e dos utilitários-"esporte" das nossas polícias. Será que esse pessoal não entende que não é preciso carro "nas alturas" e muito menos utilitários para dar conta de piso ruim ou irregular e com velociadade? Os governos dos estados não sabem que sai muito mais barato e eficiente usar um automóvel - mesmo com leve preparação na suspensão, que nem é necessária - do que uma Blazer numa perseguição??!! Ou será que algum saudosista prefere a volta da Veraneio, ou um Defender, para não ir tão ao passado?
ResponderExcluirMilton, sem total certeza mas acho que o Clésio está certo.
ResponderExcluirO Peter Solberg e o Carlos Sainz andaram pilotando carros do Grupo B e se disseram impressionadíssimos! São bestas sobre rodas, carros muito mais fortes e rápidos em retas do que os WRC mas muito menos utilizáveis e de dirigibilidade incomparavelmente mais difícil que os atuais(o que só aumenta a aura de heróis dos antigos pilotos). É muita potência desperdiçada.
Acredito que se procurarmos bem poderíamos encontrar alguma coisa sobre WRC x Grupo B. Acho que um Grupo B com controles eletrônicos e pneus atuais, aí sim, seriam mais rápidos que os WRC.
Vou ver se acho alguma coisa por aí...
Galto, se achar alguma coisa seria bem vinda. Todos os relatos que tenho são de que os 'B' são mais rápidos. Seria interessante achar alguma coisa dizendo o contrário. Estou pesquisando também.
ResponderExcluirabs
Alexei,
ResponderExcluirExistem tecnologias aplicadas hoje. A Lancia Delta S4 utilizada um compressor Abarth junto com turbina KKK, coisa que vieram a utilizar em linha. Os materiais foram muito trabalhas dos anos 80 para cá também.
Volto a dizer, depende muito da pista qual carro seria mais rápido. Em pistas muito travadas, o WRC deve levar vantagem, mas se tiver um pouco mais de retas, não há como superar a relação peso/potência dos 'B'
Olhando o vídeo fica fácil ver porque morreram vários espectadores: a mundiça fica literalmente dentro da pista, logo qualquer desvio de trajetória dos carros é suficiente pra mandar pelo menos uma dúzia para o hospital.
ResponderExcluirVamos gostar do esporte mas tudo tem limite.
É muito difícil achar algo definitivo e existem incontáveis discussões nos fóruns mundo a fora sobre isso.
ResponderExcluirIgual a estória do Toivonen com um Lancia S4 que foi 1,5 segundos mais lento que a Lotus F1 que foi pole naquele ano com o Senna no Estoril. Levando um co piloto. Todo mundo conta mas ninguém prova...
http://minisquadra.blogspot.com/2008/10/encontro-do-grupo-b-com-o-wrc.html
Um comentário do Ricardo Divilla no Blig do Gomes:
"Enviado por: Ricardo Divila
Fui o engenheiro de pista do Vatanen em dois rallies Paris-Dakar, onde ele guiou o meu pickup Nissan…..uma figurinha, com o qual podia-se discutir politica, historia ou filosofia nos bivuacs no meio do deserto, e com o qual ganhamos o seu 50tesimo e 51ro “stage” do Dakar, (ele nao terminou o ultimo Dakar que fiz com ele pois conseguiu entar de frente ” na unica arvore num raio de 300kms”, como ele disse…figurinha rapida…se tiver duvidas veja o video da subida de Pikes Peak, um primor de controle…negociar curvas com uma caida de 300 metros ao lado sem guard-rail e com uma mao tapando o sol e um outro nivel!….nao te envio a copia que o Ari me mandou pois eh em alta definicao e eh 60Mb…nao passa no mail, penso eu… http://www.youtube.com/watch?v=TKgeCQGu_ug
..Quanto a rapidez dos caras de rally, vi isso com o Loeb, que foi meu piloto em Lemans, no Pescarolo…adaptacao incrivelmente rapida, e durante as 24 horas acabou virando tao rapido quanto o Ayari e o Helary, que ja ganhou Lemans e e rapidito tambem , sem falar no McRae, meu piloto no Dakar, que quando passou a conduzir uma Ferrari 575 na pista quase bateu record da pista….discutindo tudo isso com o Sarrazin, meu piloto em F3000 na Prost e atual piloto da Peugeot em LMP, ele dizia que a sua conversao para o rally, quando guiou o Subaru da Prodrive foi muito dificil, adicionando que tinha uma admiracao incrivel pelos pilotos de rally, e inveja da facilidade com o qual vinham para os circuitos….
E o Fred Guallaguer era o navigador do Toivonen, e foi nosso diretor de percurso nos quatro Dakars que eu fiz com a Nissan…uma figura mega-calma…pudera, sentar naquela cadeiras eletrica do grupo B e tranquilament dizer o caminho das pedras sem se afobar, so com eles….
abracos RD"
Galto,
ResponderExcluirQue bela filmagem do Vatanen. De arrepiar.