Tive que fazer essa breve introdução para poder falar do Logan.
Confesso que quando o ví pela primeira vez logo fiz uma conexão direta com o Renault 12 (ou o nosso Corcel 1), que também foi um sucesso na Romênia nos anos 70 e 80 fabricado lá pela Dacia (que é da Renault) e vendido como Dacia 1300/1310. Para os romenos o Logan é uma evolução grandiosa no estilo mas mantem uma certa conexão com o passado.
O Logan nasceu como carro de entrada da Renault para os países em emergentes, em especial para o Leste europeu, onde o gosto do pessoal é meio estranho. Basta ver os Ladas, Tatras, Skodas e os próprios Dacias que não evoluíram no tempo deveido ao regime comunista.
Bem, o fato é que feio, quadrado e antiquado o Logan veio parar no Brasil, e também para vários outros países emergentes, como parte importantíssima na expansão da Renault fora da Europa Ocidental. Logo após o seu lançamento tive a oportunidade de dar uma pequena volta num Logan e em seguida num Prisma. Enquanto o Prisma é apertado em todas as dimensões, e para mim chega a ser claustrofóbico, o Logan proporciona um espaço digno de carro médio. Isso fica gritante quando se sai diretamente de um para entrar o outro.
Sem entrar numa avaliação mais detalhada sobre comportamento dinâmico, motor, transmissão etc. (deixo isso para o Bob), mas considerando que o Logan tem um bom comportamento, uma excelente qualidade de construção (mesmo apesar dos materiais baratos) e um projeto moderno, acho o conjunto e a estratégia da Renault bem acertados. Um carro bem-feito, funcional, sem frescuras, com muito espaço para a família, garantia de 3 anos a um preço justo. Com tudo isso, e o carro ficando mais familiar à medida que se espalha pelas ruas, o desenho antiquado já não me incomoda mais.
Pausa: para mim qualquer carro que custe mais que 30 mil reais é absurdamente caro e quando me refiro a preço justo digo isso em comparação com o mercado.
No ano passado foram vendidos aproximadamente 37.000 Logans contra perto de 51.000 Prismas, 95.000 Sienas e 132.000 Corsas. Isso mostra que o Logan ainda tem muita margem para crescimento. Seu irmão mais novo, o Sandero, já nasceu mais descolado e vendeu ao redor de 40.000 unidades em 2008; é outro que está num bom caminho. Imagino que um tapinha no Logan, o deixando mais parecido com o Sandero seria muito bem-vindo e ampliaria a quantidade de clientes potenciais.
Aproveitando a onda, acho que a Renault deveria completar a familia Logan no Brasil o quanto antes. Ainda faltam o Logan MCV, O Logan picape e o Logan van.
O MCV é um misto de perua com minivan/monovolume. É o que chamam de tall wagon, ou perua alta. Tem um entre-eixos ultralongo, 2.905 mm (o do Logan tem 2.630 mm e do Sandero 2.588 mm), que proporciona um espaço interno que pode acomodar até 7 passageiros.
Esse entre-eixos longo talvez seja o entrave para a fabricação da MCV aqui pois torna o carro bem diferente do Logan, necessitando mais investimentos em ferramental e na linha de montagem. Também imagino que atravessar as valetas em diagonal nas ruas de São Paulo e muitas outras cidades deve ser uma tarefa ingrata e castigante para a perua.
Talvez uma versão de 5 passageiros no mesmo entre-eixos do Logan, para reduzir o custo de fabicação, e uma "sanderizada" no acabamento fosse mais apropriado para o nosso mercado. E ainda existe a possibilidade de uma versão Stepway. Acho que seria possível a Renault vender mais umas 40.000 unidades dessa perua. Em 2008 a Weekend vendeu por volta de 30.000 unidades, a SpaceFox 22.000 e a Parati, mais 18.000. E na minha percepção a perua Logan seria melhor que todas essas outras. A MCV ficaria no meio, entre as peruas e os monovolumes, como o SpaceFox.
Seria um movimento natural para Renault completar a Linha Logan no Brasil.
Acho que a Renault está numa atitude realista e correta perante os mercados que atua. Por 40 mil poder ter um carro do espaço do Logan, com o básico (ar, vidros e direção assistida) e mais um dos melhores motores feitos aqui (1,6 16V) é óbvio que vai balançar quem está para trocar de carro. Outro veículo recem lançado, o Symbol, muito criticado pelos avaliadores por ser um Clio melhorado, o que não é demérito algum, também tem ótimo custo-benefício e ainda acrescenta rádio integrado ao painel e A/C automático, além da volta do interior claro, coisa que o brasileiro não gosta, infelizmente. Outro carro do grupo, o Nissan Livina, também surpreende no custo-benefício, e passa mais por uma perua de teto alto (sua altura é a mesma da SpaceFox) do que uma minivam. Mas acredito que também haja espaço para vender um carro pequeno mais conceituado e sofisticado, como a atual geração do Clio vendida lá fora, também não faltaria compradores, eu me candidataria.
ResponderExcluirApesar do Logan não ser nenhum expoente em beleza, não o considero exatamente "feio". Não teria problemas em possuir um, pois acho que um carro deve estar de acordo com as expectativas e necessidades do dono e não do vizinho ou amigo dele e, além do mais, prefiro os “quadradões” aos “arredondados”.
ResponderExcluirO brasileiro ainda tem reservas em relação às marcas que não as quatro “tradicionais”, o que leva à escolha puramente intuitiva de um carro, baseado no emblema do fabricante. Seria interessante se a Renault trouxesse a perua Logan e, quem sabe, o entre-eixos longo e os sete lugares poderiam ser mantidos com a adoção de uma suspensão um pouco mais elevada (como na Adventure, da Fiat) para o carro não “arrastar a barriga” ao transpor nossos obstáculos urbanos. Se o modelo de sete lugares tivesse seu preço equiparado ao das demais peruas e das minivans de cinco lugares, faria sucesso.
Mas algo me leva a crer que o brasileiro “moderno” não tem tanta afeição por peruas, talvez ainda mais influenciado pela pobreza de opções destas em nosso mercado...
de que adianta se o carro é todo de plastico? os carrinhos hot wheels do meu filho são de ferro, troco com ele?
ResponderExcluirA MCV não viria para cá por causa da Kangoo, porque iria canibalizar as vendas da mesma. Mas a pick-up é marcada mesmo da Renault, porque se alguém descobrir que existe uma picape em que caiba uma moto ou jet-ski sem que se ponha na diagonal ou viaje sem a tampa, faria bastante sucesso. A Courier que o diga....
ResponderExcluirGrande carro esse Logan, você explicou tudo. Não se trata de aparência, e sim, essência, o que mais falta em nosso povo. Por isso acham ele feio e não compram mais. Ainda bem que há pessoas que usam a cabeça e embarcam nessa boa relação custo / benefício.
ResponderExcluirA perua seria o melhor dos mundos para um uso versátil. Vamos torcer para que venha logo.
Eu não dou 40.000 reais nesse carrinho nunca.
ResponderExcluirRodrigo Laranja,
ResponderExcluirentão somos dois
Possuo um logan devido ao espaço interno que ele oferece, mas preciso realmente de um 7 lugares. Se o MCV não vier trocarei por um doblo, não gosto desse motor beberrão da fiat (ou gm).
ResponderExcluirAtraido e convencido pelo custo/benefício (mesmos equipamentos e mais em conta que Corsa sedã/Fiat Siena) e muito mais espaço do Logan, além da garantia de três anos, resolvi dar uma chance ao "feinho" da Renault. O resultado? Descobri que por trás daquele desenho estranho se esconde um carro extremamente honesto, com um afinadíssimo conjunto mecânico e elogiável comportamento dinâmico, gostoso de dirigir, econômico, enfim, um carro cheio de qualidades.
ResponderExcluirMr. Car.