Dizem que quase 50% da riqueza do mundo está nas mãos de 1% da polpulação. Então, fazendo uma analogia, sem ter a pretensão de ser preciso, 49% do prazer em dirigir de todos os carros do mundo pode estar com esses sete modelos. Receita para o prazer: acima de 200 cv para movimentar apenas apenas 550 kg (se me considerar como motorista, 650 kg).
Outro dia tive a oportunidade de dirigir um modelo como esses lá em Interlagos. Confesso que a experiência superou muito minhas expectativas. O acelerador leve e sensível me assustou com respostas diretas e empolgantes proporcionadas pela relação peso-potência do modelo. Potência de sobra, transmissão precisa, direção rápida, meu traseiro a poucos centímetros da pista e o vento batendo em todo o meu corpo completaram a experiência alucinante. Pena que durou apenas uma volta na pista. Afinal, eu estava lá para fotografar, e não para me divertir. Na verdade o carro estava sendo testado pelo seu criador e pelo Arnaldo Keller para fazer os últimos acertos de suspensão. Com certeza eu e o Arnaldo vamos voltar a falar e mostrar esse carro aqui no Ae.
Vamos agora aos sete modelos que, apesar de diferentes, seguem o mesmo espírito do Seven.
Os clássicos
1-Caterham
A Caterham, que tem o nome da cidade inglesa onde ficava a fábrica, comprou os direitos de fabricação do Lotus Seven quando este deixou de ser produzido em 1973. Por isso é o único fabricante a utilizar o "7" na grade. É a pura preservação da espécie. Hoje a Caterham oferece diversos modelos e configurações para atender diferentes necessidades de diversão com motores Ford de 1,4 l com 105 cv e 2,3 l (Cosworth) com 260 cv. A designação dos modelos expressa a relação aproximada de potência-peso em hp por tonelada. No caso do modelo da foto, o mais potente, R500 significa que são 500 hp (507 cv) por tonelada.
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foto: PistonHeads.com
2-Westfield
A Westfield é o segundo fabricante mais conhecido. Existe desde 1982 e iniciou fazendo réplicas do Lotus XI (11) e logo em seguida do Seven. Porém a Catreham a ameaçou com um processo judicial e a Westfield teve que fazer alterações no projeto para diferenciá-lo do original. A carroceria dos Westfield é feita de plástico reforçado com fibra de vidro enquanto nos Carterham segue a tradição do uso de chapas de alumínio. A Westfield também tem uma interessante versão do Seven com motor 1,3 l de 180 cv da Suzuki Hayabusa. além dos motores Ford 1,6 l e 2,0 l, este último com 203 cv.
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3-Donkervoort D8 GT
A empresa holandesa de Joop Donkervoort também vive de réplicas do Seven, desde 1978. No entanto, no ano passado resolveu inovar ao apresentar o novo modelo D8 GT, que usa motor Audi 1,8 l turbo de 210 ou 270 cv. Apesar da cabine fechada e da cara de mau, podemos perceber as origens do Seven. Na minha opinião, a capota deixou o visual bem agressivo e interessante.
Saiba mais: Donkervoort
4-IFR Aspid Supersport
Na Espanha, o nervosismo e o sangue quente ajudaram a criar o Aspid Supersport. Desenvolvido do zero e por completo, o Aspid é um modelo hightech. Começou a ser produzido em 2008 pela pela novata empresa IFR, que iniciou as atividades de engenheria e projeto do carro em 2003. Com carroceria feita em plástico reforçado com fibra de carbono, pesando 750 kg e com um motor 2,0 l Honda VTEC com compressor de 405 cv, ele acelera de 0 a 100 km/k em incríveis 2,88 segundos. Seu preço é o mais salgado do grupo e chega a mais de 150.000 dólares.
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O musculoso
5-Elfin Clubman MS8
Saiba mais: Elfin
O Double R, além do desenho bem diferente dos outros 5 modelos acima tem motor traseiro central. O desenho e o projeto foram inspirado no Rocket (que teve a mão do Gordon Murray) do início dos anos 90, porém com bancos lado a lado (no Rocket eram um atrás do outro). Também, assim como o Rocket, lembra os Fórmula 1 do início da década de 60. O Double R utiliza motores Ford 2,0 l , 2,0 l sobrealimentado e 2,3 l Cosworth, com potência variando de 172 a 324 cv.
Mas como existem pessoas insanas nesse mundo, a nova versão do Atom tem um motor V-8 de 2,4 litros com compressor que gera mais de 507 cv, conforme já mencionado pelo Milton Belli no post anterior. Esse motor foi desenvolvido a partir de um motor Yamaha (na verdade dois motores grudados) e também foi usado no Caterham RST-V8, edição limitada que tinha mais de 1.000 cv por tonelada.
Ainda poderíamos incluir nessa divertida categoria de "open wheelers" mais dois modelos: o KTM X-BOW e o Deronda.
E por fim, se chegou até aqui e ainda tiver algum tempo, recomendo esse vídeo do Top Gear em que Clarkson chega êxtase ao dirigir o Atom: "This is driving nirvana!".
Paulo Keller
PK,
ResponderExcluirEu quero um Elfin. Aliás, se eu não tivesse com tanta coisa aqui para fazer, podia fazer um, porque 350 tem aqui sobrando mesmo, dois deles inclusive com 350cv...será que vai prestar?
Gostei do Ariel Atom 500. A sensação deve ser bem próxima de pilotar um monoposto de competição, apesar dos dois lugares. De qual motor Yamaha se deriva o do Atom?
ResponderExcluirSei que não é bem um 7, mas alguém tem informações sobre o carro que o José Luiz Vieira fez nos tempos da Motor 3, era uma gaiola com motor V8, ele chamou acho que de Koisystraña ou algo parecido.
ResponderExcluirEra uma proposta diferente do 7, mas a diversão era garantida.
Muito bacana PK, eu particularmente conhecia pouco ou nada desses carros, e se um dia visse um era capaz de ainda caçoar dele! Reamente devem ser muito bacanas de se dirigir!
ResponderExcluirE quanto aos 350 AG, acho que em um Chevette da primeira fase (vulgo tubarão)ia ter uma relação de peso/potência bem bacana heheh Não anima fazer um pra você não?
Luís F.
belas chaleirinhas, hehehe
ResponderExcluirBelo post PK!
ResponderExcluirDe todos, ainda continuo preferindo o Caterham Seven original. Entrei no site do fabricante e o modelo Classic custa o equivalente a R$42 mil, vendido na forma de kit para ser montado pelo felicíssimo proprietário. Vem com motor Ford 1,4-litro de 105 bhp para míseros 540 kg... Tem coisa melhor que montar seu próprio esportivo você mesmo? (tem, criar o seu, mais aí já é outra história...)
ResponderExcluirO Caterham Seven é um dos poucos carros sem capota rígida que tenho admiração. São verdadeiras "pulguinhas atômicas" (com todo o respeito...), com peso máximo de 575 kg, para o modelo menos leve. Imagine um desses fazendo curva forte numa estradinha de serra encravada na montanha...
corrigindo.... são verdadeiras chelerinhas atomicas
ResponderExcluirLF,
ResponderExcluirNão, prefiro fazer mais um dart bigblock, mas desta vez com 7 litros, já que estamos falando de seven.
É sério, claro, pois 426 é equivalente a 7 litros de deslocamento.
Já está montado e no cavalete e o carro na oficina sendo pintado de plum crazy.
Tudo F3 disfarçado de carro de rua... rs
ResponderExcluirchaleirinhas......
ResponderExcluireu vi o video do top gear, em que o Clarkson pilota um Atom, será que o Atom anda mais que um formula 1? fiquei impressionado
ResponderExcluirIsso aí AG muito bacana, depois você cria um tópico aqui com o "Dart Seven" então!!
ResponderExcluirLuís F.
Sergio Ourives,
ResponderExcluirEstamos levantando as informações do Koizystraña. Assi que as tivermos vamos divulgá-las.
http://4.bp.blogspot.com/_hY4UtKfj4w8/SbwYgS9ccbI/AAAAAAAAAbk/PavlH5O-Oyo/s1600-h/Koizyztrana.jpg
Obrigado pela visita
PK
Anônimo, a relação potência/peso de um F1 deve ser perto de 1300 cv por tonelada. A do Ariel 500 é 1000 cv por tonelada. Um F1 ainda anda mais. Porém acho que o Ariel é mais tratável e assim, para nós mortais, mais divertido.
ResponderExcluirPK
Road Runner,
ResponderExcluirLá no site tem um plano de pra financiar um Caterham de 125 cv com entrada de R$ 17.000,00 mais 36 parcelas de R$ 650,00 e parcela final de R$ 22.500,00. Isso tudo dá uns 62.000,00 reais, quase 20.000 libras.
Tentador!
Abraço.
Alexei,
ResponderExcluirRealmente, fórmulas desfarçados.
Valeu.
Fmarannelo,
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
PK
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPaulo Keller, parabéns pelo post maravilhoso! Uma belíssima relação de máquinas cujo foco é 100% no prazer em dirigir. Muito bem-vindo em tempos em que se consideram "esportivos" paquidermes de 2 toneladas infestados de automatismos. Gostaria de lançar uma idéia para um post: já que estamos no tópico de esportivos "puros", porque não falar um pouco dos nossos Chamonix 550S? Abraços à toda a equipe do AE!
ResponderExcluirsobre o Koizystraña: estou lendo este post bem atrasado, li porque está linkado ao post recente do Atom. No ano de 1998 (creio) o carro estava num desmanche na Zona Leste de sp. Um amigo meu comprou a mecanica dele, que era um 302 a álcool e automático para colocar em uma F100 79. Carreguei essa mecanica em minha F100 63 até Santo André onde a instalaram na F100 79. Uns 4 anos depois fiquei sabendo por meio de um forum que o carro tinha sido comprado por um colecionador carioca, creio que esteja com ele até hoje. Não sei se a história completa do carro já foi contada aqui no AE mas fica a contribuição.
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