google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 PASSEAR COM ANTIGO É BOM ATÉ DE CARONA! - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

PASSEAR COM ANTIGO É BOM ATÉ DE CARONA!


Fotos: Autor, Thais Roland, Paulo Mondoni e arquivo pessoal.
Galaxata 2013: a nona edição do passeio que o Galaxie Clube do Brasil organiza sempre no final do ano.

O dia primeiro de dezembro, a organização por conta do Galaxie Clube do Brasil, o evento da Galaxata, o tradicional passeio de Galaxies que se realiza todos os anos, para encerrar o ano com chave de ouro. Como diretor da associação, sócio fundador e com uma paixão especial pelo maior automóvel fabricado em nosso país, é natural pensar que eu iria com um dos meus Galaxies. Pois é... também pensei que seria assim.

O sábado foi dedicado a cuidar dos Galaxies, o plano era simples, ir a Galaxata de Galaxie
Lavei o carro, "deixei o menino tinindo", com direito a um trato especial nos detalhes.

No sábado, dei um trato nos dois Galaxies, o 500 1972 e o Landau 1981. Escolhi o mais velho, e como teria que fotografar o evento, escalei meu amigo Marco Zapalla, para conduzir o automóvel, mas o veterano de lata resolveu dar "tilt" na bomba de combustível, em frente à casa do "meu motorista". Trocar a peça ou voltar para buscar o Landau significaria atrasar o evento. Marquinho tem um Dodge e nem perguntou, pulou dentro do Charger R/T 1976 preto, deu a partida e disse: Este ano você vai à Galaxata sem Galaxie!

O Dodge Charger R/T 1976 do Marquinho, acabou por ser nossa viatura...
...em pleno passeio dos Galaxies, subvertemos e fomos de Charger
O esportivo nacional da Chrysler foi o nosso companheiro de estrada!

Pulei no esportivo nacional da Chrysler, um ícone dos anos 1970 e partimos para encontrar os Galaxeiros. Dois comboios foram formados, o primeiro saindo em frente da sede — em Santo André — e o segundo com partida na Caixa D´Água da Vila Mariana, na capital paulista, onde há todo terceiro domingo do mês o evento mensal do clube. O antigo largo com seu pavimento de paralelepípedos e as construções antigas  ficaram ainda mais charmosas com a chegada dos automóveis. O evento é organizado por um clube focado nos Galaxies, mas uma opinião sempre existiu nos eventos do grupo: todo e qualquer veículo é bem-vindo, sempre!

Um dos pontos de partida do evento foi o largo da Caixa D´Água, na Vila Mariana...
... o charmoso cantinho paulistano ficou ainda mais bonito combinando a arquitetura antiga com os carro

Os carros enfileirados, no trânsito de São Paulo, transformaram o cinza típico da capital paulista numa mistura de cores que fogem da ditadura de carrocerias pintadas de prata e preto que insistem em dominar o chão paulistano de asfalto maltratado e mal-construído. Enquanto alguns tiravam fotos dos veículos, outros apontavam com sorrisos e olhos brilhando. A boa parte em andar de automóvel antigo está justamente em despertar lembranças saudosas de bons momentos que se foram, mas merecem ser lembrados.

Hora da partida, o colorido dos automóveis antigos deixou o trânsito cinzento da cidade mais agradável
Quem discordará de que a cidade precisa de um trato? Os antigos escondem alguns defeitos da metrópole.

Entre os Galaxies pré-1975, com seus faróis em pé e os de faróis deitados que vieram depois, dois modelos americanos se destacavam entre os "irmãos brazucas". Dirigido pelo presidente do Galaxie Clube do Brasil, Derec de Almeida Jorgetti. O sedã 1961 é um representante dos últimos modelos da era "rabo-de-peixe", o nome que acabou por identificar toda e qualquer protuberância na traseira dos veículos. O modelo não tem nada em comum com os nacionais. O carro que é o momento da mudança da linha Fairlane para o Galaxie tem como identidade principal as lanternas traseiras, que ficaram conhecidas como "luz de turbina" e está na fase final de quando a era espacial influenciava o desenho automobilístico.

O Galaxie 1961, dos EUA, representa o final da era rabo-de-peixe e também as inspirações espaciais
Mistura elementos do final dos anos 1950 e também inicio dos anos 1960, nenhuma semelhança com os Galaxies nacionais

O outro americano de 1967, também no comboio, era um Galaxie LTD, que tem o desenho semelhante aos nacionais da primeira fase, mas as semelhanças ficam por aí. A carroceria do modelo é cupê, apenas duas portas, traseira fastback, de caída traseira contínua, vigia traseiro fixo e tampa do porta-malas abrindo abaixo do vidro. O teto é coberto com vinil, que tem uma textura acolchoada, ou seja, bem diferente dos Galaxies nacionais, em que o vinil é rígido. Isso confere uma aparência de maciez ao teto do carro, algo comum nos EUA, mas que nunca pegou por aqui. Outra curiosidade do modelo também é a mecânica, um big block 390.

O americano de 1967 é uma geração à frente do Galaxie de 67 que tivemos aqui no Brasil...
... mas ainda guarda muitas semelhanças com os nossos "Galaxies brazucas".

O carro foi importado em 2010 por um amigo, o colecionador José Paulo Parra que é dono da Talladega Veículos, em Ribeirão Preto, SP. Na época pude dirigir o carro na cidade do interior paulista, peguei estrada e desde o primeiro momento um pensamento dominava minha cabeça: Caramba, como eu queria um Galaxie nacional com um motor destes! Talvez os antigos donos e o atual proprietário até desconfiem, mas só agora confesso, quando o carro ainda tinha pneus "canela de velha" coloquei o bichão para marcar o asfalto de Ribeirão Preto por quase uma quadra... Se me arrependo? Ora... Nem um pouco!


A dianteira do modelo dos EUA é mais ousada que a dos nacionais
A carroceria fastback com o motor big block nos faz sentir vontade de que o modelo tivesse chegado por aqui.

Enquanto me lembrava desses fatos, os dois comboios da Galaxata se reuniram no km 29,5 da Rodovia Castello Branco, próximo a cidade de Jandira. Se já era de impressionar ver 15 veículos antigos juntos, ao notar 33 carros reunidos e muitos amigos em volta torna qualquer ambiente perfeito, parecíamos estar já no ponto final do evento. Mas ainda haveria mais.

No km 29,5 da Rodovia Castello Branco, encontro dos dois comboios e mais Galaxeiros de todas as partes
O lugar já seria perfeito para o encontro por lá mesmo, mas essa foi só a primeira etapa do evento

É difícil escolher um carro preferido, mas dá para destacar veículos pouco comuns, como, por exemplo, a Chevrolet Amazona 1962 com suas marcas de uso, mas que é uma rara "perua" construída — de fábrica — em cima da popular picape Chevrolet Brasil, carro que merece mais um parágrafo de devaneio automobilístico.

Chevrolet Brasil Amazona, veículo que inaugurou a era das peruas de derivadas de picapes da GM em nosso país
O modelo de 1962 ainda possuí conjunto ótico simples e também duas portas; em 1963 o veículo ganha quatro faróis e uma terceira porta, no lado direito...
Este exemplas tem suas marcas do tempo, mas anda perfeitamente, isso, sim, é o que interessa, o real sentido de um testemunho de época, um carro que conta sua história e vai rodando aos seus destinos

O utilitário da Chevrolet é um legítimo representante de um dos segmentos onde a Chevrolet reinaria por anos, graças ao trabalho de adaptar um veículo bem aceito nos Estados Unidos em um veículo bom para uso nas condições brasileiras. O uso de uma "caminhonete totalmente carenada" gerou uma tradição na marca e deu passagem às descendentes diretas do modelo, a Veraneio e também a Blazer. Veículos mais modernos, mas que conservam a filosofia original, uma perua familiar feita em cima de uma base de uma picapa, assim tornando um bom automóvel para viajar em família e enfrentar os terrenos acidentados que deveriam ser comuns só nas estradas vicinais, mas acabam por ser realidade em praticamente todas as vias de nosso país.

As marcas que essa "peruona" carrega na carroceria representam duas coisas. A primeira é que este é um que anda sem dó; a segunda é que estamos diante de um caso raro em nosso país: um testemunho de época, ou seja, enquanto "os dodóis" não denegrirem a integridade do veículo, não há a necessidade de restaura-lo por completo.


A primeira descendente direta foi a Veraneio, que durou até à fase da D20, na década 1990
.Quando a S10 chegou veio junto a Blazer, que podemos dizer que é a neta da Amazona

Enquanto admirávamos os carros, a Galaxata deveria retomar as atividades e concluir o passeio. Então com rápidas palavras ficou combinado que reuniríamos todos num grande comboio, por segurança andaríamos em ritmo moderado (80 km/h), sempre pela direita, com diretores do clube à frente para guiar o caminho, diretores no centro para continuar a orientação e mais diretores para encerrar o comboio, para garantir que todos participassem sem maiores problemas.

Apenas um carro costuraria o comboio para registrar o evento: pois bem, esse era o nosso, o "camera-car", como é chamado no meio televisivo o automóvel que está com o câmera e registra os outros veículos em movimento.

Na estrada os carros, em comboio, vão tomando conta da faixa da direita
Conforme a quilometragem aumenta, também cresce o número dos que comentam sobre os carros e fotografam.

Autorizações em mãos, aval da concessionária da estrada e também do policiamento local: afinal, mesmo sem fins lucrativos a prática é encarada como evento por andar de maneira ritmada; já que estamos em um país burocratizado, vamos respeitar. Além disso, estar devidamente credenciado poderia me dar ao direito de fazer alguma estrepolia em nome de um bom registro de imagem, mas que fique bem claro que não incentivo ninguém a fazer maluquices por aí, portanto nem adianta depois dizer que foi incentivado por esta postagem, Eu estava com autorizações em mãos e o consentimento de quem faz os socorros na região, certo?

Apoiado na lateral do Charger para fazer as fotos do evento e desta postagem
Esta foto não é um incentivo para ninguém, mas foi um registro de Paulo Mondoni que achou a manobra "ousada".
Com as devidas autorizações do trecho e com a máquina a postos!
Em um momento de clique, na foto de Thais Roland, que estava de carona em nosso "camera-car"!

No "Casarão 54", em Araçariguama, cidade próxima a São Roque, todos se reuniram para um momento tão esperado pelos Galaxeiros quanto o passeio: oO almoço. Costumo brincar que este é o momento do Ágape, quando temos a oportunidade de confraternizar e celebrar mais um ano se passou, vale também para lembrar que mais importante do que os carros são as amizades e que tão legal quanto ter os carros é andar com eles. Pena que não fui com o meu, mas haverá a edição de 2015, no primeiro domingo de dezembro do ano que vem, e fica o convite! Com antecedência de sobra para todos participarem!

Reunidos à mesa, casais, amigos, famílias,. todos usam o automóvel com um bom motivo, se encontrar!
Os carros acabam por ser um jeito de fazer amigos, daí a importância do evento contemplar o almoço
Famílias juntas também são um dos pontos altos deste "Ágape", onde o sentido é reunir carros e também pessoas!

Mas se você for do tipo que não agüenta até o ano que vem para participar de um passeio com seu carro, saiba que eu sei muito bem como você se sente. Para 2014 diversos passeios estão programados, para ida a eventos e também alguns temáticos, por exemplo, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março) e também para o Dia das Crianças (12 de outubro). E se você souber de outros passeios, avise-nos, pois somos autoentusiastas e queremos ver os carros em movimento. Mande-nos um e-mail para
portugatavares@autoentusiastas.com.br.

PT

17 comentários :

  1. Ô, saudade que bateu forte ao ler o nome "Araçariguama"... passei minha infância no camping do mesmo nome, dos 8 aos 18 anos.
    (lágrimas caem no teclado agora... só um momento)


    Enfim...
    Tava lendo a postagem e pensando, justamente, no Galaxie cupê... e eis que me aparece um.
    Esse carro nessa configuração é lindo demais, combina a carroceria bem resolvida com o melhor arranjo de faróis (opinião minha) que o Galaxie jamais teve.
    Galaxie me lembra as séries policias que eu via quando garoto... "The F.B.I.", "São Francisco urgente", "Barnaby Jones" e por aí vai.

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    1. Também acho Leonardo, também acho.

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    2. Leonardo,
      Concordo em partes contigo, mas concordo principalmente no que diz respeito a este coupé ser "O CARRO". Acredito que o Lau concorde, e muito! rss

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  2. Maravilha de evento. Parabéns aos felizes proprietários esta matéria está de dar inveja. Valeu!

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    1. Nem,
      Venha participar com essa galera, tenho certeza que gostará de conferir estas máquinas ao vivo.

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  3. Muito bacana esses eventos que botam os antigos para andar. Afinal, não vejo graça em deixar o carro parado, só para admirar de vez em quando. Eu sou daquele tipo de autoentusiasta que se diverte mesmo é atrás do volante, motivo pelo qual o gosto pelos antigos dá um algo mais: dirigir aquele modelo que realmente te agrada, que marcou a sua vida por algum motivo.

    Como grande admirador do estilo fastback que sou, desnecessário dizer que ainda estou "babando baldes" nesse maravilhoso Galaxie LTD 1967, ainda mais nessa cor verde escura metálica! Depois de ler que é equipado com um nada modesto V8 390 então... pirei!!!

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    1. Road Runner,
      Esse é um belíssimo exemplar de fastback, os importadores - que são meus amigos - foram muito felizes ao escolher o veículo nessa configuração.

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  4. Ao ver estas fotos ficando imaginando o tanto que os carros atuais são nulos em matéria de design, tudo igual e se tirar os emblemas fica difícil saber quem é quem , e para piorar só se vê carros preto, prata ou branco.

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    1. Anônimo,
      Também concordo que a personalidade anda em baixa, deu lugar à praticidade. O que talvez se ganhe em espaço se perde em charme, é inegável.

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  5. Essa turma sabe curtir carro.
    Sinistro esse Coupe 67 ! Coisa fina....

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    1. Jorjão,
      Realmente o 67 fastback está fazendo sucesso!

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  6. Portuga, como vc queimou 100 mts de pneu em Ribeirão preto??????? e não se arrepende ???? rsrsrs
    Excelente matéria meu amigo, esclarece e emociona.
    Parabéns
    LAU

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    1. Lau, meu querido...
      O carro era recém importado, tinha rodas e pneus de tala muito mais fina e o seu atual automóvel instigava meu pé direito que respondia em forma de pressão do acelerador contra o assoalho hehe

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  7. Listo Portuga Tavares ..Este evento foi marcante e um sucesso ,pois eu que desde 2007 frequento a associação vejo crescer a cada dia um publico voltado a preservação do GALAXIE,a cada dia mais pessoas preservando e este grandalhão ,pelo qual sempre prevalecendo as amizades ainda que tenhamos descordancias ,Sempre paramos e conversamos mantendo e fazendo novas amizades ABRAÇO A TODOS OS GALAXEIROSSSS

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    1. Anônimo,
      Não consegui identifica-lo, mas tenho suspeitas. Vou te dizer uma coisa, as pessoas não precisam concordar em tudo e nem concordar em nada, o importante é que um dia as pessoas se cumprimentem e deixem tudo o que tiver chateado para trás e continuar dali para frente. Melhor ainda se continuarem e seguirem andando juntos com seus automóveis, curtindo e celebrando.
      Da minha parte, aproveito a época de renovação dos votos e de um novo ponto cíclico da vida, para fazer algo que - talvez - eu precisasse fazer a mais tempo, pedir desculpas se algum dia tiver ofendido alguém, chateado alguém ou não ter dado a devida atenção que as pessoas mereçam.
      Anônimo, seja você quem for, no caso de alguma possível discordância peço de coração minhas sinceras desculpas e também peço uma coisa mais: Vamos curtir os carros e usar o automóvel como veículo para fazer novos amigos e fortalecer as amizades já existentes.
      Qualquer coisa, me mande um e-mail: portugatavares@autoentusiastas.com.br
      Abraços do seu amigo,
      Portuga

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  8. Caro Portuga, algumas observações no seu impecável texto;
    - o 67 não é só um 390, ele é um Z Code, isso soma ao 390 um quadrijet, comando mais esperto e escapamento duplo.
    - apesar do desenho do teto ele é um hartop, existe uma outra carroceria em muda a coluna C, esse sim um fastback
    - por conta dessa queinada de pneus vc me deve, no mínimo, uma sentada no Pinguim!
    Lembro bem desse dia, eu estava "doido" para andar de Fit....... rs rs rs
    abs!

    Parra

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  9. Portuga belo post e belo passeio, no mesmo dia fui ao 3. Dodge & Cia em Artur Nogueira. Você foi à Galaxata de Dodge e eu fui ao almoço de fim de ano do Chrysler de Chevy Bel Air, situação semelhante ocorreu com o meu Dodge antes de sair. Ambos os eventos estão no www.v8nfun.blogspot.com abs e parabéns

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