google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 MOVIMENTO NATURAL - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

MOVIMENTO NATURAL

Nessa semana estou falando muito de carros que não me causam tanto entusiasmo no sentido mais apaixonado da palavra. Falei sobre isso com o Bob e concordamos que aqui falamos de um entusiasmo geral por tudo que tem quatro rodas e seja considerado um carro.

Tive que fazer essa breve introdução para poder falar do Logan.

Confesso que quando o ví pela primeira vez logo fiz uma conexão direta com o Renault 12 (ou o nosso Corcel 1), que também foi um sucesso na Romênia nos anos 70 e 80 fabricado lá pela Dacia (que é da Renault) e vendido como Dacia 1300/1310. Para os romenos o Logan é uma evolução grandiosa no estilo mas mantem uma certa conexão com o passado.


O Logan nasceu como carro de entrada da Renault para os países em emergentes, em especial para o Leste europeu, onde o gosto do pessoal é meio estranho. Basta ver os Ladas, Tatras, Skodas e os próprios Dacias que não evoluíram no tempo deveido ao regime comunista.

Bem, o fato é que feio, quadrado e antiquado o Logan veio parar no Brasil, e também para vários outros países emergentes, como parte importantíssima na expansão da Renault fora da Europa Ocidental. Logo após o seu lançamento tive a oportunidade de dar uma pequena volta num Logan e em seguida num Prisma. Enquanto o Prisma é apertado em todas as dimensões, e para mim chega a ser claustrofóbico, o Logan proporciona um espaço digno de carro médio. Isso fica gritante quando se sai diretamente de um para entrar o outro.

Na breve volta achei o conjunto todo do Logan muito superior ao do Prisma. Mas ainda ficava a questão sobre quem iria comprar um carro tão feio. Graças a Deus ainda existem pessoas muito racionais e que não estão nem aí para o status. São os pais de família que suam a camisa para ganhar o salário, que pensam no conforto de seus familiares e não têm tempo para futilidades.

Sem entrar numa avaliação mais detalhada sobre comportamento dinâmico, motor, transmissão etc. (deixo isso para o Bob), mas considerando que o Logan tem um bom comportamento, uma excelente qualidade de construção (mesmo apesar dos materiais baratos) e um projeto moderno, acho o conjunto e a estratégia da Renault bem acertados. Um carro bem-feito, funcional, sem frescuras, com muito espaço para a família, garantia de 3 anos a um preço justo. Com tudo isso, e o carro ficando mais familiar à medida que se espalha pelas ruas, o desenho antiquado já não me incomoda mais.

Pausa: para mim qualquer carro que custe mais que 30 mil reais é absurdamente caro e quando me refiro a preço justo digo isso em comparação com o mercado.

No ano passado foram vendidos aproximadamente 37.000 Logans contra perto de 51.000 Prismas, 95.000 Sienas e 132.000 Corsas. Isso mostra que o Logan ainda tem muita margem para crescimento. Seu irmão mais novo, o Sandero, já nasceu mais descolado e vendeu ao redor de 40.000 unidades em 2008; é outro que está num bom caminho. Imagino que um tapinha no Logan, o deixando mais parecido com o Sandero seria muito bem-vindo e ampliaria a quantidade de clientes potenciais.

Aproveitando a onda, acho que a Renault deveria completar a familia Logan no Brasil o quanto antes. Ainda faltam o Logan MCV, O Logan picape e o Logan van.


O MCV é um misto de perua com minivan/monovolume. É o que chamam de tall wagon, ou perua alta. Tem um entre-eixos ultralongo, 2.905 mm (o do Logan tem 2.630 mm e do Sandero 2.588 mm), que proporciona um espaço interno que pode acomodar até 7 passageiros.


Esse entre-eixos longo talvez seja o entrave para a fabricação da MCV aqui pois torna o carro bem diferente do Logan, necessitando mais investimentos em ferramental e na linha de montagem. Também imagino que atravessar as valetas em diagonal nas ruas de São Paulo e muitas outras cidades deve ser uma tarefa ingrata e castigante para a perua.

Talvez uma versão de 5 passageiros no mesmo entre-eixos do Logan, para reduzir o custo de fabicação, e uma "sanderizada" no acabamento fosse mais apropriado para o nosso mercado. E ainda existe a possibilidade de uma versão Stepway. Acho que seria possível a Renault vender mais umas 40.000 unidades dessa perua. Em 2008 a Weekend vendeu por volta de 30.000 unidades, a SpaceFox 22.000 e a Parati, mais 18.000. E na minha percepção a perua Logan seria melhor que todas essas outras. A MCV ficaria no meio, entre as peruas e os monovolumes, como o SpaceFox.

Seria um movimento natural para Renault completar a Linha Logan no Brasil.

9 comentários :

  1. Acho que a Renault está numa atitude realista e correta perante os mercados que atua. Por 40 mil poder ter um carro do espaço do Logan, com o básico (ar, vidros e direção assistida) e mais um dos melhores motores feitos aqui (1,6 16V) é óbvio que vai balançar quem está para trocar de carro. Outro veículo recem lançado, o Symbol, muito criticado pelos avaliadores por ser um Clio melhorado, o que não é demérito algum, também tem ótimo custo-benefício e ainda acrescenta rádio integrado ao painel e A/C automático, além da volta do interior claro, coisa que o brasileiro não gosta, infelizmente. Outro carro do grupo, o Nissan Livina, também surpreende no custo-benefício, e passa mais por uma perua de teto alto (sua altura é a mesma da SpaceFox) do que uma minivam. Mas acredito que também haja espaço para vender um carro pequeno mais conceituado e sofisticado, como a atual geração do Clio vendida lá fora, também não faltaria compradores, eu me candidataria.

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  2. Apesar do Logan não ser nenhum expoente em beleza, não o considero exatamente "feio". Não teria problemas em possuir um, pois acho que um carro deve estar de acordo com as expectativas e necessidades do dono e não do vizinho ou amigo dele e, além do mais, prefiro os “quadradões” aos “arredondados”.
    O brasileiro ainda tem reservas em relação às marcas que não as quatro “tradicionais”, o que leva à escolha puramente intuitiva de um carro, baseado no emblema do fabricante. Seria interessante se a Renault trouxesse a perua Logan e, quem sabe, o entre-eixos longo e os sete lugares poderiam ser mantidos com a adoção de uma suspensão um pouco mais elevada (como na Adventure, da Fiat) para o carro não “arrastar a barriga” ao transpor nossos obstáculos urbanos. Se o modelo de sete lugares tivesse seu preço equiparado ao das demais peruas e das minivans de cinco lugares, faria sucesso.
    Mas algo me leva a crer que o brasileiro “moderno” não tem tanta afeição por peruas, talvez ainda mais influenciado pela pobreza de opções destas em nosso mercado...

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  3. de que adianta se o carro é todo de plastico? os carrinhos hot wheels do meu filho são de ferro, troco com ele?

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  4. A MCV não viria para cá por causa da Kangoo, porque iria canibalizar as vendas da mesma. Mas a pick-up é marcada mesmo da Renault, porque se alguém descobrir que existe uma picape em que caiba uma moto ou jet-ski sem que se ponha na diagonal ou viaje sem a tampa, faria bastante sucesso. A Courier que o diga....

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  5. Grande carro esse Logan, você explicou tudo. Não se trata de aparência, e sim, essência, o que mais falta em nosso povo. Por isso acham ele feio e não compram mais. Ainda bem que há pessoas que usam a cabeça e embarcam nessa boa relação custo / benefício.
    A perua seria o melhor dos mundos para um uso versátil. Vamos torcer para que venha logo.

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  6. Eu não dou 40.000 reais nesse carrinho nunca.

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  7. Rodrigo Laranja,
    então somos dois

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  8. Possuo um logan devido ao espaço interno que ele oferece, mas preciso realmente de um 7 lugares. Se o MCV não vier trocarei por um doblo, não gosto desse motor beberrão da fiat (ou gm).

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  9. Atraido e convencido pelo custo/benefício (mesmos equipamentos e mais em conta que Corsa sedã/Fiat Siena) e muito mais espaço do Logan, além da garantia de três anos, resolvi dar uma chance ao "feinho" da Renault. O resultado? Descobri que por trás daquele desenho estranho se esconde um carro extremamente honesto, com um afinadíssimo conjunto mecânico e elogiável comportamento dinâmico, gostoso de dirigir, econômico, enfim, um carro cheio de qualidades.
    Mr. Car.

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