O post do Mustang me fez revisitar algumas fotos de um comparativo entro um Camaro 67 e um Mustang 68 que fiz junto com o primo Arnaldo em 2009. Uma das fotos que me chamou a atenção foi a do volante do Mustang. Um lindo Moto-Lita com aro de madeira, feito à mão.
Trata-se de um acessório que proporciona muito mais requinte e classe, e também prazer. Aliás, é através do volante que cumprimentamos o carro como num aperto de mão, "prazer em conhecê-lo". E o encontro com um volante bacana, que tem história e tem uma aparência familiar, já nos ajuda a gostar mais do carro, na maioria das vezes.
Na foto abaixo o Moto-Lita do Mustang 68. Ao ampliar a foto repare no aro a alma metálica que é uma peça única junto com os raios.
Ford Mustang 1968 com volante Moto-Lita, um acessório |
E agora o volante original do Camaro 67, revestido bem material plástico muito rígido e resistente ao calor, chamado baquelite.
Chevrolet camaro 1967 com volante original em baquelite e muito cromado |
Na minha opinião, não dá para comparar um com o outro. Nesse caso a escolha é fácil, prefiro o clássico Moto-Lita.
O inglês Simon Green iniciou sua carreira aos 14 anos trabalhando para a Cooper Car Company. A Cooper fabricava monopostos de competição tendo participado inclusive da Fórmula-1 no final dos anos 50 e durante os anos 60. Venceu várias corridas e teve pilotos como Stirling Moss, Jack Brabham e Bruce McLaren. Depois da Cooper Simon Green passou por outros fabricantes de carros de corrida, sempre fazendo seus volantes. Até que decidiu criar sua própria empresa. Então, com toda a bagagem adquirida, em 1958 nascia a Moto-Lita.
Sua ideia era fazer volantes de carros de competição, revestidos de madeira ou couro, para carros de rua, sempre com perfeição na construção. Seus volantes logo caíram no gosto dos entusiastas até que em 1960 a Aston Martin escolheu a Moto-Lita como para ser seu fornecedor de volantes. Mais tarde a empresa também passou a fornecer para a AC Cars e Shelby - daí o volante Moto-Lita no Mustang 67 do início do post. A partir daí a lista de fabricantes que usaram os volantes do Senhor Green não parou de aumentar: Austin-Healey, Caterham, Chevron, Cooper Car Co., Excalibur, Jaguar, Jensen, Lister, Lola, MG Car Co., Opel, Panther, Rolls-Royce, Rover, TVR e Vauxhall.
Do Cobra para o Shelby e assim para o Stang, repare na pequena assinatura no raio direito |
Ainda na ativa, a Moto-Lita ajuda a manter viva a tradição do "feito à mão" por verdadeiros artesãos, com esmero e paixão, com alma, e do tempo em que um volante tinha, quando muito, apenas o acionamento da buzina. Hoje, tanto em carros de passeio quanto em carros de competição o volante se tornou uma peça complexa, contendo o acionamento dos mais variados comandos além de ser o berço para o airbag. Tudo em nome da segurança ativa e passiva. Mas a empresa continua muito viva para os apreciadores de carros clássicos e no mercado de restauração, além dos kit cars e em categorias de entrada em competições.
Ferrari 458 Italia, quase tudo no volante |
Apesar de muito bonitos, como o meu dia a dia está muito longe dos carros clássicos, eu acho esses volantes antigos muito finos e com diâmetro grande demais. Os Moto-Lita podem vir em dois diâmetros, 33 ou 40,5 centímetros de três ou quatro raios. Curioso é que já existia assistência hidráulica naquela época e os volantes poderiam ser menores. Mas acho que o costume e a herança dos carros de competição os mantiveram assim. A sua pega é confortável especialmente nos de madeira com várias camadas de verniz, mas ao mesmo tempo ruim pela espessura, pois são muito finos. Eu suspeito que seja assim também como herança das pistas, onde já se usavam luvas.
No Brasil também tivemos volantes esportivos que fizeram muito sucesso nos anos 60 e 70, como os Fórmula 1, com assinatura Fittipaldi. Assim como os Moto-Lita, também vieram das pistas e existiam em vários modelos, de diferentes desenhos dos raios e diâmetros do aro. Eram muito populares nos Volksvagen "envenenados", nos DKW e nos Renault Gordini/1093 e Willys Interlagos.
PK
fonte: blog do Maurício Moraes |
O nosso volante aqui foi o Walrod,muito usado nos Opalas,Dodges,Mavericks,Chevettes,Corcéis e Fuscas...
ResponderExcluirJá os primeiros Alfa Romeo 2300 tinham um volante bem parecidos com o Moto-Lita
ResponderExcluirEsses Moto-Lita são realmente maravilhosos, assim como os Nardi.
ResponderExcluirPara mim, o volante é a interface básica entre o automóvel e o condutor. Se ele não for agradável aos olhos e principalmente ao toque, acaba comprometendo toda a experiência com o carro.
É por isso que, no caso do meu Chevette, eu jamais voltaria ao volante original - de aro fino e feito de plástico liso como quiabo, além de muito feio - que substituí há muitos anos pelo excelente volante original do Opel K180 argentino.
Importado, e do mesmo nível, tem também os volantes Grant...
ResponderExcluirAcho que a questão de serem grandes e finos tem tambem a ver com a visualização dos instrumentos. Lembro-me que ha algum tempo era comum substituir os volantes originais dos carros por unidades menores, em nome de uma certa esportividade, o que deixava o controle mais difícil e ainda tapava o quadro de instrumentos. Nas fotos mesmo, a almofada do volante do Ferrari tapa a extremidade inferior do conta-giros, enquanto os enormes e finos moto-lina permitem uma visualização perfeita.
ResponderExcluirSe não me engano, o próprio Bob Sharp escreveu que certa vez pediu a substituição de um volante "drops de limão" por outro maior para melhorar o controle do seu carro.
Muito bom o post,PK
ResponderExcluirVolante é a peça mais importante do carro.
Quando moleque, minha referência era os do Passat TS pós 1979.
Vibrei quando fui buscar um Gol 85, praticamente zero, que meu tio no RJ comprou de uma viúva pra mim,
Cheguei lá e o carro tinha duas coisas fundamentais : " Vareta Vermelha " e um formidável volante Passat TS ( depois Gol GT), cuja buzina acionamos com o polegar -igual na F 430- , não é tão bom, mas é quase. Fiquei 7 anos com o carro,e vendi para um amigo que continua amigo, olhem só...
A Ford dançou quando lançou o Novo Focus GLX 2.0 sem volante de couro. Tanto que hj até o 1.6 o tem.
João Gabriel, bem lembrado.
ResponderExcluirMas acho que os Fórmula 1 vieram bem antes e com o espírito das pistas para as ruas.
Abraço, PK
João Gabriel,
ResponderExcluirDo 2300 eulembro apenas do que tem o centro triangular.
PK
Paulo Levi,
ResponderExcluirNesses antigos e de plástico duro e liso a pega é horrível. Não conheço esse do Opel.
Mas ruim mesmo era o do Gol BX.
PK
Vitor Castro,
ResponderExcluirNão conheço esses Grant. Me parece uma boa empresa, mas eles não devem ser feitos a mão como os Moto-Lita. Tem uma linha enorme!
Esse aqui é o mais "bacana" http://www.grantproducts.com/products/view/62/
Abraço,
PK
Braulio,
ResponderExcluirA história do Bob é essa mesma. Volante pequeno aumenta o esforço, e numa corrida faz muita diferença.
Abraço,
PK
Alexei, Lembro bem desse volante do TS. Meu Tio comprou um TS quando eu tinha 10 anos. Nunca vou esquecer. PK
ResponderExcluirNovo Pagani Huayra: fotos em alta definição
ResponderExcluirhttp://autoblog.com.ar/2011/01/lanzamiento-mundial-todo-sobre-el-nuevo-pagani-huayra/
Gostei muito da materia, tenho um guardado a 7 chaves todo restaurado. Vei a uns 10 anos em um carro que comprei. Acho tbm maravilhosos.
ResponderExcluirPK
ResponderExcluirLembro bem dos Fittipaldi Formula 1. Equipavam um Fuscão 71 branco lotus que eu tive, com escapamento Kadron e rodas de aro 13. Por que, naquela época, se usavam rodas menores que as originais?
NPorto,
ResponderExcluir"Meu" primeiro carro foi um Fuscão (1.5L) ano 1971. Quando fiz 18 anos o meu pai liberou o Fusca, mostarda, que fora comprado zero-quilômetro pelo meu pai, para o meu avô. Meu avô faleceu e o Fuscão ficou lá parado. Tirei carta em 1988 e nessa época o Fuscão tinha um Kadron. Comecei a namorar minha esposa, que era toda patricinha, de Fusca. Eu me achava o máximo por ter conquistado uma gata daquelas mesmo com um Fusca. E o pior, apesar de muito bem cuidado, havia um rasgo no forro do teto bem na região acima do passageiro dianteiro. Ela sempre reclamava.
Eu adorava fazer curvas de lado com o besouro, que também me levava para a Fei, antes de ser trocado por um Gol GL 1991.
Uma coisa que eu gostava nele é o barulho que o penal do freio fazia no seu retorno ao se tirar o pé escorregando para o lado. Também achava a cobertura de borracha da alavanca do freio de estacionamento pareceida com um sapo. Uma vez bati na traseira de outro carro e aparentemente não houve danos. Fiquei na minha. Mas quando meu pai abriu o capô e estepe estava todo torto pois apesar do capô ter ficado inteiro uma parte da carroceira amaçou. Tenho carinho por Fuscas.
Sobre os volantes Walrod citado no primeiro comentário, alguém sabe a história?
ResponderExcluirHoje eu estava namorando uma 156 na webmotors e uma coisa que me chamou a atenção foi o volante de madeira.
ResponderExcluirJá viram os volantes da Lotse: Eles fazem uns modelos bem interessantes.
ResponderExcluirFabio
Lembro logo que lançaram o 156 fui vê-lo numa concessionária e o volante com aro de madeira dava um baita charme.
Puuuts Joel!
ResponderExcluirVi um hoje perto da alça do Extra na Anchita em SBC, que eu fiquei babando!
Verde escuro, zeradão, o cara mandou por um filme verde bem clarinho, totalmente em harmonia com o carro, deu vontade de baixar o vidro e perguntar... "Quanto?"
Sds