Donald Glenn Garlits, nascido em 1932 em Tampa, Florida, é alguém especial. Sua contribuição para o mundo das competições de arrancada está marcada para sempre.
Visitamos seu museu, de fato uma aula sobre carros de arrancada, na cidade de Ocala, na Flórida.
Big Daddy (o papaizão), como é conhecido, foi quem sentiu, literalmente na pele, carne e ossos de seu pé direito, que os dragsters de motor à frente do piloto deveriam evoluir.
Em 8 de março de 1970, Garlits participava de uma prova em Long Beach, Califórnia, quando, em uma de suas arrancadas, a transmissão quebrou. Imediatamente, ele removeu o pé esquerdo do pedal da embreagem e puxou a perna para trás. Mas o pé direito ficou no acelerador e, em frações de segundo, a embreagem subiu a incontroláveis rotações, cisalhou os parafusos que a prendiam e, solta, arrebentou seu alojamento, cortando tudo o que estava no caminho, tubos do chassis, o pé do papaizão e, soltando pedaços de metal e material de atrito, feriu mais duas pessoas.
O carro dividido ao meio (foto Don Garlits Museum |
Mickey Thompson, proprietário da fábrica de pneus que leva seu nome, percebeu que uma parte do pé havia sido cortada, e enquanto todos corriam até o carro, friamente pegou o pé parcial, e o encaminhou junto com Garlits ao hospital.
Não foi possível um reimplante, e se o pé não voltou à forma original, o conceito dos dragsters também não. Por uma coincidência, o acidente foi com o Swamp Rat 13 (rato do pântano), o número considerado de azar por muita gente, especialmente nos EUA. Lá não existe 13° andar....
O acidente poderia acontecer com qualquer configuração, motor à frente ou atrás do piloto, isso é lógico. O que o fez notório foi o fato de ter sido grave, mas poderia ser pior, basta ver a posição que se ocupava para dirigir um desses carros. Nos slingshot (estilingue), só mesmo vendo para acreditar.
O piloto se sentava com as pernas por cima do eixo traseiro, com a tampa do diferencial praticamente tocando as partes íntimas, e a região do "sentador" a poucos dedos de altura do solo. Os pés ficavam, então, ao lado do alojamento da embreagem, já que o objetivo para evitar perdas de potência, era sempre ter um cardã o mais curto possível.
O banco do piloto visto de dois ângulos |
Depois de sete meses do acidente, Don Garlits estreava o Swamp Rat 14, em testes no Orlando Speedworld, complexo de pistas de arrancada que existe até hoje.
Em pouco tempo de desenvolvimento, cerca de três meses, o carro mostrou toda a lógica que uma maior proximidade de massa junto às rodas de tração significa. Estabeleceu o tempo de 6,21 segundos no quarto de milha, e andou várias vezes acima de 240 mph (386 km/h).
Interessante notar que durante a construção desse carro com motor traseiro, foi feito também o número 15, com motor dianteiro, abandonado após a esposa de Don, Patricia, insistir que o 14 era o futuro, e que só assim seria lógico prosseguir.
Nos anos que se seguiram, todos os outros competidores adotaram a solução de Garlits, que chegou até o Swamp Rat 34, que usado até 2003, atingiu 323,04 mph (519,8 km/h), cobrindo os 402 metros em 4,73 segundos.
Há muito mais no Don Garlits Museum, e mostraremos nos próximos dias.
Peças do Swamp Rat 13, remanescentes do acidente |
Swamp Rat 13, restaurado |
JJ
aquele cockpit das fotos é literalmente de "trincar as bolas"
ResponderExcluirvaleu Juvenal feliz 2011 pra você
ha ha ha...esta foi muito boa!
ResponderExcluirSeu Buce,
ResponderExcluirconcordo contigo. Obrigado e ótimo ano para você também.
519,8 km/h
ResponderExcluirSem mais.
O diferencial não ficava quente não? Devia era fritar as bolas em vez de trincar... kkkkkkkkkk
ResponderExcluirContinuando o trocadilho, o cara tinha que ter bolas mesmo pra dirigir um troço desses com o diferencial no meio das pernas!
É assim que se faz arrancada.
ResponderExcluirChato é AP "treiskilimei".
Nunca me interessei muito por dragsters, mas que historia a de Donald Garlits! Topar "montar" um diferencial transmitindo tanta potencia para enormes rodas a centimetros de vc ja é insano, voltar a correr apos um acidente desses, nem se fala, é paixao!
ResponderExcluirNao sabia que a posiçao do piloto era essa. Quantos cavalos rendia um motor de dragster na epoca do acidente?
Muito bom o post!
Um garnde abraço
JJ
ResponderExcluirEssa é a verdadeira cadeira elétrica motorizada!
Caio Cavalcante,
ResponderExcluiro Swamp Rat 13 tinha cerca de mil e quinhentos cavalos-vapor.
O último carro de Garlits, o 34, próximo de oito mil.
Arrancada é corrida p/ "aleijado mental"... qualquer maloqueiro sabe acelerar...
ResponderExcluirAnônimo bonzão,controla o Dragster do Don Garlits primeiro e depois vem falar merda.
ResponderExcluirSensacional o post,e nessa época os pilotos tinham culhões para dirigem a mais de 300km/h com o diferencial no saco.
Big Daddy
Don Garlits tentou fazer um punta taco e teve convulsão, era muita informação p/ ele, depois disso foi fazer arrancada...
ResponderExcluirDirigir qualquer dragster é insano mas com o diferencial entre os braços e as pernas... não há adjetivo que mensure isto.
ResponderExcluiraposto R$1 como esses anônimos são aqueles kras q ficam 2h parados no semáforo dpois q ele abre!!!!!
ResponderExcluirdá um negócio ruim só d imaginar esse diferencial queeeeeeente, bem no saco....
ResponderExcluirisso ñ devia fzr bem, ñ.... isso devia dar algum tipo d problema 'nas parte'!!!!
crêndios!!!!!
Esse diferencial ali, nessa posição é sinistro.... mas perigoso MESMO é o cardan ;)
ResponderExcluirCaaaaarrrr...
ResponderExcluirJJ, nervoso o post, heim!
Caramba... dá até uma parada estranha no estômago, só de pensar em entrar neste cockpit... (sabe aquela sensação... "amarelar") hehehe
Boa, Rat Fink! kkkk
Joel, cada um brinca com o brinquedo que tem... snif... rs*
Sds
Esse é macho !
ResponderExcluirEsse é macho !
ResponderExcluirFábio
ResponderExcluirNo caso do AP, até com a preguiça, hehe.
E depois tem gente, inclusive uns famosos e que se acham entendidos, que diz que arrancada não é esporte, que é coisa de moleque, mano e que qualquer macaco bem treinado acelera um carro na reta. Gente que acha que um carro de arrancada é apenas um Opala com diferencial soldado e uma turbina pendurada no motor. Que acha que alguém como o Vinícius Maschio era apenas um amador com uma cadeira elétrica sem nenhuma noção de pilotagem. Para esses deixo apenas meu desprezo, é tudo que merecem.
ResponderExcluirA arrancada é a categoria que mais cresce no automobilismo nacional, atraindo sempre mais público e pilotos, sendo que muitas provas visam a participação de carros de rua, algo que diminui muito os rachas de rua. E além do desenvolvimento de novas tecnologias e produtos há a adoção de soluções que podem ser consideradas geniais ou o cúmulo da gambiarra. De virabrequins e comandos de válvulas com ordem de ignição diferentes até concreto em agregado de Gol, quase tudo já foi testado na arrancada. Ainda há um certo romantismo nessas provas, deveríamos aproveitar isso enquanto podemos.
JG
ResponderExcluirDo que se trata "a preguiça"?
Sds
Marcos,
ResponderExcluircomentário bem pertinente.
Tenho essa certeza: menosprezam as arrancadas, como menosprezam circuitos ovais, dizendo que ambos são moleza.
Pura falta de informação, noções de Física e Mecânica.
Como para qualquer coisa no Brasil, faltam horas de escola e interesse em boa literatura.
Obrigado pelas suas observações.
Fábio
ResponderExcluirÉ que a maioria esmagadora ainda usa o AP e muitos nem um cabeçote 16V colocam,
tanto em rua quanto pista.
Falou em GM C20XE, Honda B16, K20, Ford Duratec e outros já vem nego dizer que "é difícil" ou - pasme - que 16V não presta.
Entendi Joel... Ééé... tem muito cabeça de bagre, que prepara carro pra quebrar mesmo, acho que por isso o receio com DOHC.
ResponderExcluirSds
Gostaria que o pro solo recebesse o mesmo '' amor '' que a arrancada no brasil.
ResponderExcluirmais que é chato ver aquela fila de ap com a bunda pra cima , ah isso é.