No começo de dezembro, um carro muito especial completou uma das mais duras viagens possíveis: cruzar a América partindo do Alasca, passando por 26.697 km até chegar no Ushuaia, Argentina, pela Panamerican Highway.
Sem pensar na distância total, o feito não é nenhum milagre, uma vez que este percurso é pavimentado e 26.000 km não é o fim do mundo. Mas o fato é que não era qualquer carro. O carro é totalmente elétrico. Bom, carros elétricos não são novidade. A novidade é que este carro elétrico é um Radical. E o que é um Radical? Um carro de corrida.
Exatamente, um carro de corrida elétrico veio lá do gelado Alasca até a Argentina, por vias públicas sem utilizar uma gota de combustível, apenas nos bons e velhos elétrons. Isso sim é uma façanha que merece destaque, tanto que virou documentário de televisão da rede BBC.
A Radical Cars, fabricante britânica de carros de corrida de alta qualidade e conhecida pelos carros de corrida equipados com motor de moto, desenvolveu o modelo SR-0 baseado no chassi do atual SR-8, o modelo V-8. O trabalho com a equipe Race Green Endurance transformou o SR-8 em um carro capaz de viajar por mais de 400 km com uma única carga de seis horas.
A viagem começou em junho, partindo de Fairbanks, passando por Vancouver no Canadá, descendo até a Califórnia e beirando a fronteira com o México até o estado do Texas, para entrar no México pela costa leste. Desde então, o caminho era sempre ao sul e acompanhando a costa oeste da América do Sul, até chegar no extremo mais distante do continente, literalmente no meio do nada.
O carro sofreu inúmeras modificações para lidar com todas as condições da viagem, e ainda por cima com quase o dobro do peso de um Radical original, por conta dos acumuladores de energia, inversores e o par de motores elétricos. A equipe encontrou diversas complicações ao longo caminho, especialmente com as polícias locais, pois como explicar para as autoridades que diabos aquele carro estava fazendo na rua?
Toda a viagem e trabalho foi documentado, e é transmitido pela BBC em forma de documentário, em capítulos, assim como está disponível para compra o DVD no site da equipe. Sem dúvida, uma grande viagem e um marco para os carros elétricos.
fotos: Radical Cars, Race Green Endurance
MB
MB,
ResponderExcluirE como foram as soluções contra a polícia e toda a burocracia associada?
Neste aspecto, fizeram bem em não passar pelo .br (como se isso fosse possível).
MB,
ResponderExcluirTem certeza de que a panamericana mede 26000km (aproximadamene)? Não seriam 26000 milhas?
MB, fico imaginando a falta do barulho do motor e do escape. Fora isso deve ser uma beleza!
ResponderExcluirShow de bola, fico feliz em saber que hoje já podemos crer numa realidade elétrica não desmotivante, vide esse carro dito esportivo e que pode rodar até 400km com uma única carga.
Abraço
bussoranga, 26.000 km
ResponderExcluirAcredito que antes de começarem a viagem, o time deve ter feito contato com as autoridades locais para explicar o plano.
Como o Radical pode ser emplacado na Inglaterra (!) e este foi, legalmente já facilita bastante.
O problema são os guardas mesmo, que olham pro carro sem entender nada, mesmo com placa. Ai vai muito da conversa, mesmo estando tudo de acordo com a lei. Já passei bastante por este tipo de situação.
O problema é que as autoridades passam a autorização para rodar no pais e não passam aos Policiais cuja a missão e fiscalizar as rodovias ,resposta simples baseadas em fatos e sem ofender nimguem
ExcluirZanetti, realmente acho que faz falta, ainda mais em um Radical, que o som do motor, tanto do quatro cilindros de moto como o V-8 são maravilhosos, mas é o caminho da evolução. Já existe um projeto de um categoria de carros monoposto elétricos.
ResponderExcluirabs,
A questão é:
ResponderExcluirFizeram esses 26.000km moendo ou na maciota?
Esse carro passou por um grande desafio, mas não passou pelo VERDADEIRO desafio: queria ver ele enfrentar o asfalto (e os guardas) brasileiros... já pensou esse carro em Santo André, minha terra natal?
ResponderExcluirTranseunte, com certeza a maior parte foi dentro dos limites da legislação local, mas algumas aceleradas sempre dão.
ResponderExcluirabs
Bianchini, nem jipe militar sobrevive por aqui...
ResponderExcluirabs
Lendo o texto, dá a impressão que basta pegar a rodovia Panamericana no Alaska e segui-la diretamente para chegar a Patagonia apenas dirigindo pela estrada. Entretanto, no Panamá a estrada acaba, e é preciso embarcar o carro em um navio ou um avião para poder chegar a Colombia, atravessando o Darien Gap, um trecho de aproximadamente 150 km onde a estrada não existe.
ResponderExcluirMarcus, algo praticamente irrelevante perto do desafio que foram os outros 26 mil quilometros. É de se esperar que esta situação seja prevista em um percurso deste tamanho.
ResponderExcluirNa cara!
ResponderExcluirMuito interessante. Teria mais dados do carro? Potência, desempenho?
ResponderExcluir400 quilometros é uma boa autonomia.
Essa é a viagem que sonho desde criança fazer, um dia chego lá
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