A foto de várias unidades do Opel Insignia perua, ou station wagon, em um pátio da GM em Oshawa, no Canadá, coloca um fio de esperança para o mercado brasileiro.
foto: Autoblog
Nos Estados Unidos, uma perua é algo raro de ser visto, e a GM está acordando para esse fato, e vai começar a vender o Insignia perua como uma variante do Buick Regal, um carro que tem recebido avaliações ótimas por parte da imprensa automobilística.
Isso me deixa feliz, pois a direção da empresa, que procura incansavelmente por novos produtos para recuperar sua participação no mercado, encontrou mais um bom carro para vender na América do Norte. O efeito dessa decisão pode ser difundido para outros países, e aí o Brasil entra com um modelo que poderia vender muito bem.
Claro que aqui a realidade é outra, bem mais pobre e não menos complicada do que a General Motors vem enfrentando no norte do continente, mas eu sou otimista, e explico.
Muitos anos atrás, a GM, pela sua única marca no Brasil, a Chevrolet, acostumou mal o consumidor de peruas.
Tivemos Caravan, Marajó, Suprema e Corsa Wagon, quatro modelos memoráveis, cada um com diferenças enormes, mas sempre atendendo quem gostava dos carros de base, mas com mais espaço para bagagem e mais versatilidade.
Depois disso, descambou-se totalmente para os monovolumes, Meriva e Zafira, seguindo uma tendência de carros com melhor aproveitamento de espaço, já que se pode crescer a carroceria para cima, fazendo os assentos dos bancos serem mais altos em relação ao assoalho e trazendo as pernas a uma posição mais próxima a que resulta quando nos acomodamos em uma cadeira. Além disso, uma propalada melhor visibilidade, pegando em cheio uma boa parcela do público feminino, que é o mais apoiador dos carros onde se senta mais alto que nos sedãs e hatches normais.
Essa característica de permitir uma dita maior segurança pela visibilidade ampliada, deveria ser a prioridade nesse tipo de carro, mas quem já dirigiu esses modelos com a janelinha entre o para-brisa e o vidro da porta, sabe que há um problema enorme de segurança, e não estamos falando apenas de GM, nesse caso. Basta dirigir um Meriva por pouco tempo em cidade, ou mesmo em estrada com muitas curvas, e se nota que a visibilidade para a esquerda, no "canto" é muito prejudicada.
Há alguns anos foi feita uma pesquisa na Europa, classificando os carros de grande produção no quesito visibilidade, e o Meriva foi o pior de todos, justamente por essa característica. No Zafira a situação é melhor, pois a janelinha acaba antes do meio da altura do vidro da porta.
Dessa forma, quem precisa de bom espaço para carga e quer um Chevrolet, não consegue ter uma perua, e parte para os dois modelos comentados.
Mas a GM tem um carro pronto, que só não é vendido aqui sabe-se lá por quê.
A pequena Corsa Wagon, desenvolvida no Brasil há alguns anos, baseada no Corsa hatch e sedan, agora chamada de Classic, ainda é produzida na Argentina com motor 1,4-litro, o mesmo do Corsa brasileiro, e muito superior em potência ao antigo 1,6 que foi usado aqui em nosso mercado.
No meu raciocínio, basta colocar o motor flexível em combustível do Classic na perua, e passar a vendê-la aqui na terra das maravilhas. Ou até mesmo o 1,4 dos Corsa, para aumentar o apelo do carro no mercado, com a opção de dois motores.
Por que será que a GM não pode atender a uma boa parcela de compradores que adorariam ter esse modelo de volta?
JJ
Parece que o Corsa Wagon tinha bagageiro de 401l, muito bom para um carro de 4m.
ResponderExcluirHoje quem precisa de porta-malas e não deseja um sedã ou minivan, fica órfão na classe dos pequenos (ainda há o 207), e é obrigado a comprar um hatch médio.
JJ,
ResponderExcluirÓtima ideia, a sua. Mas, respondendo à sua pergunta final, o problema é a doença que acomete grande parte dos executivos da indústria automobilística, a holeritite. Ninguém quer mais coisa alguma com o trabalho, a única preocupação é o pagamento deposítado em conta no fim do mês. Você acha mesmo que alguém na GM está lá preocupado em atender a parcela de compradores que gosta de peruas? Acorde!
Ainda existe o 207, a Parati G4 e a SpaceFox que eu acho que muda esse ano.
ResponderExcluirEu queria que a VW lançasse a Parati G5.
JJ, também teve a Ipanema. Não é muito bem vista mas sonho com uma.
ResponderExcluirNão se esqueçam do Palio Weekende que ano que vem faz seu debut com 15 anos.
E sobre a GM, tem "a mais compelta linha de veículos do Brasil". Mais completa mas você não pode escolher a motorização do carro que você quer. Os únicos são Prisma, Meriva, S10, Captiva e Montana por não sei quanto tempo, pois até a versão SPORT virou 1,4L!!!
Pior que a visibilidade do Meriva é o do Idea da Fiat. É BEM pior, ao ponto de me deixar inseguro ao dirigir ele na primeira vez que tive a oportunidade.
ResponderExcluirUma pena, porque se trata de um veículo bem agradável, mas infelizmente para para mim carro sem boa visibilidade não dá.
Pra mim carro em que se senta como numa Kombi não dá. E a linha de cintura me dá a impressão que estou sentado no banco alto do ônibua, aquele que fica sobre a caixa de rodas. Fora que na Meriva você precisa esticar totalmente o braço para trocar de marcha. Sem contar o brilahnte, super-mega-hiper-ultra motor 1.4 ECONO.FRÉX lidando com aquele peso.
ResponderExcluirFaço votos que bons ventos tragam mais peruas ao Brasil. Sou fã desse tipo de carro, cada vez mais raro por aqui...
ResponderExcluirPorém, como o Bob disse, essa doença holeritite tá com força total nestas terras tupiniquins! Mas, nunca se sabe, vale a torcida.
Outro dia eu li um artigo interessante, acho que aqui mesmo no Autoentusiastas, em que o autor (realmente não lembro quem escreveu - perdoe-me o autor) dizia que o preconceito que existe contra as peruas vem do destino que elas têm quando deixam de ser semi-novas. A Suprema, por exemplo, que é sem dúvida a melhor perua já fabricada abaixo do Equador, tem o estigma de ser carro de funerária. As peruas menores acabam invariavelmente virando carro de pedreiro ou de coletor de sucata, desfiguradas e mal conservadas. É relativamente fácil encontrar um velho Del Rey em estado aceitável, mas é praticamente impossível encontrar uma Scala ou Belina da mesma forma, pois elas quase sempre são compradas para servir como mulas de carga.
ResponderExcluirJJ,
ResponderExcluirÉ realmente uma idiotice não trazer a perua, que teria investimento próximo de zero.
MAO
Vcs acham a Meriva e o Idea ruim com aquele vidrinho,mas se esqueceram do Picasso, aquilo é um lixo....os caras são umas antas mesmo, a Corsa Wagon sendo feita aqui do lado e pode apostar que teria compradores para ela ,ainda mais se viesse com preço para guerrear com a Weekend 1.4, mas eles são os inteligentes e nós burros,não é?
ResponderExcluirTambém sou fã das velhas e boas stations, ou "peruas", como queiram, he, he! Na garagem do meu prédio há uma Quantum GLS muitíssimo bem conservada, coisa de encher os olhos. Em tempo: o colega Fernando citou uma reportagem que falava sobre o destino das stations, sendo talvez este destino, a origem de um certo preconceito contra elas. Será? O destino de praticamente todo carro (salvo os que contam com a sorte de cair nas mãos de um dono que lhes trate muito bem, mantendo-os perfeitos), inclusive sedãs como Omega, Vectra, Opala, Santana, etc, é terminar rodando nas periferias até virarem sucata. Eu atribuo o ocaso das stations mais ao modismo dos monovolumes, mesmo.
ResponderExcluirAgradeço a lembrança da Ipanema, que realmente me esqueci quando escrevi o texto.
ResponderExcluirQuanto as outras marcas, poderia estender esse assunto bastante, mas prefiro chamar atenção para o caso da GM apenas, que tem a Corsa Wagon pronta e não a vende no Brasil, empurrando um carro perigoso de dirigir que é o Meriva.
Gostei do post, também sou fã das peruas em vez dos monovolumes. Me fez lembrar que a Toyota parou de fabricar a fielder quando lançou a ultima versão do corola, uma pena, era uma bela perua, agora o Megane Grand Tour ta praticmente sozinha nesse mercado.
ResponderExcluirSó tem um problema em trazer um "Classic Wagon" para cá: ele não tem bom espaço interno. O porta-malas é menor que o do Classic sedan e do que as outras peruas pequenas, e o espaço interno para os ocupantes é menor do que na Parati ou Palio Wekeend. Esse modelo já apanhava nas vendas para os mesmos concorrentes 10 anos atrás, então eu acho que não seria diferente agora.
ResponderExcluirO Ideal seria uma perua feita em cima do Corsa atual, o que garantiria ótimo espaço para bagagem. Mas infelizmente não vai acontecer.
Olha só onde chegamos!
ResponderExcluirEles prestes a conhecer a Insígnia e aqui sonhamos com o Corsa SW...
Tallwang
JJ
ResponderExcluirA Corsa SW ainda é fabricada na China também.
Além disso, foi o primeiro automóvel da GMB exportado para a Europa (Itália).
Complementando o que o Clésio falou sobre a Corsa Wagon, eu acho o seguinte: suponhamos que a GM ressuscite esse carro. Quantas unidades vão vender por ano? Se doze anos atrás, quando era relativamente moderna, não vendeu quase nada, porque hoje seria diferente? No mais, o mercado de peruas pequenas oferece Palio Weekend, 206(7), Parati, Spacefox. Tirando a Spacefox, mais recente, todas as outras são velharias maquiadas; ainda assim são bem melhores que a Corsa Wagon de infeliz memória - ruim de curva, porta-malas pequeno, desenho absurdamente sem graça.
ResponderExcluirNa minha opinião, o que deveriam ter fabricado é uma perua sobre o Astra para o lugar da Ipanema - que ao lado da Suprema foi a outra boa perua da GMB. Mas isso dez anos atrás, não agora que o Astra já é outra velharia ainda em linha...
Caro JJ, parabéns pelo post! Sempre me pergunto qual seria o motivo da GMB renegar as "peruas"?
ResponderExcluirJá tive Caravan e 02 Corsas Wagons, de saudosas lembranças. A Caravan, majestosa mas muito surrada, primeiro carro, custo benefício bom. Faltavam 04 portas, melhor acerto de suspensão traseira, etc. As Wagons, a primeira, básica, e a segunda completa, ambas 1.6: Porta malas realmente pequeno, porém se bem arrumado, satisfatório. Nunca precisei lançar mão de bagageiro externo, mesmo com 05 pessoas.
E, conforme a foto de abertura do post, de linhas muito harmônicas, bonitas mesmo. Particularmente, achei o upgrade de 2000 um tanto "bochechudo". Mas conceito de beleza é relativo: Para o sapo, a sapa é linda! Hoje tenho Fiat e pretendo voltar para a GM pela Meriva, por total falta de opção. Duvido que o 1.4 seja melhor que o 1.6, mas compraria uma Wagon novamente, sem medo!
A Marajó chegou à ser chamada de "Marajóia", tão boa era naqeuel tempo! A Ipanema, principalmente após as 04 portas, extremamente funcional. A Suprema, sofisticada..;E teve ainda a Astra, importada.
Mas todas, todas mesmo, invariávelmente venderam pouco, sendo mesmo difícil encontrar uma usada em bom estado, que não seja "carro de pedreiro"!
Mas, a Esperança é a última que morre!!!!!
E há ainda a carência de um veículo robusto, como o Jipe CJ5, mas isto é assunto para outro post.....
Abraços, MH
Falando de EUA, as peruas eram o carro da familia nos anos 70/inicio 80, depois os SUV começaram a tomar conta da escolha dos compradores. Nos anos 90 que chegou fortemente a onda das minivan e hoje a escolha da pai/mae de familia para o seu carro é dividida entre estas duas categorias, minivan com um espaço tremendo interno e SUV, um pouco menos pratico porém mais tragável na questao de estilo.
ResponderExcluirTenho duvidas do sucesso das peruas hoje em dia para os rednecks... o ultimo relativo sucesso foi a Subaru Legacy, hoje em dia sao muito poucas opcoes, a GM acabou de lançar uma Cadillac perua por exemplo, e no mais a moda agora sao os crossovers para a familia... Corsa SW again? A GM assim como todas as montadoras não sao ONGs.. estao aí para lucrar, e seus executivos apenas obedecem ordens e foram contratados para tal, se é contra nem entra no mercado.. ou é diferente no trabalho de vocês?
Relançar carro velho não dá. Nem o fusquinha conseguiu se manter quando foi relançado, quanto mais um carro que nunca vendeu bem, com um desenho sem sal, porta-malas menor que a concorrência e espaço interno idem.
ResponderExcluirEm vez de relançar Corsa SW tinha era que tirar o sedan de linha em troca do novo Sail chinês e não lançar uma remodelação que já saiu de linha lá.
Se for pra lançar perua GM no Brasil, que fosse a Astra Caravan (que invariavelmente se chamaria Vectra aqui) que pelo menos é um modelo mais em dia com nosso mercado.
A Chevrolet vai contar com perua na arquitetura do Classic logo, logo: Vai ser uma variante do Agile. No seu lançamento se falou muito em nova família de veículos. Pelo menos o espaço interno será maior do que na Corsinha (RIP) .
ResponderExcluirQuando estive no Chuí vi uma Classic Wagon linda, 1.4 e vermelha, vendida aos nossos hermanos Uruguaios. Lá tinham vários carros interessantes como o Suzuki Swift de nova geração. Ideal msm era transferir as vendas do Classic pro Prisma baixando o preço do segundo. E quem sabe até lançarem uma Prisma/Celta Wagon nas mesmas configurações, garanto q o investimento também seria baixíssimo uma vez q até o FRAGILE usa a mesma plataforma 4200.
ResponderExcluirMeriva é bizarra, cara de minivan, espaço de carro comum e porta-malas de hatch pequeno e um lindo vidrinho triangular na frente que nos remete aos tempos do quebra-vento, nostálgico e desnecessário.
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